Capitulo 10

| BEIJO |

E quando não houver cura
Você será tudo o que eu preciso

Josh Beauchamp

Meu celular vibra sobre o meu peito e eu me assusto. Confuso, olho para os lados e percebo que havia pegado no sono sem nem ao menos ter tomado banho.

Virei meu rosto para o lado e ao tatear a cama percebo que estou sozinho.

Cadê a Gabrielly?

Me levanto acendendo aquela luz do abajur e percebo que a mesma se encontra dormindo toda torta em uma poltrona.

Suspirei me aproximando dela e me agachei ouvindo sua respiração leve.

— Por que você parece ser tão teimosa? — sussurro encarando seu rosto. — E por que eu pareço gostar tanto disso?

Abaixei a cabeça alisando minha nuca e me levantei novamente.

Com cuidado, passei meus braços em volta do seu corpo e a levei até a cama.

A deixei ali e puxei aquelas cobertas cobrindo ela. Ouvi um murmurinho escapar de sua boca e seu corpo se envolver melhor ali.

Um riso fraco escapou da minha boca e eu me aproximei dando um beijo em sua cabeça.

— Era só aceitar minha ajuda e ficar com a gente, garota complicada. — sussurrei risonho e procurei uma roupa para tomar banho.

Já passava das 6h e era melhor eu me ocupar com algo do que lhe causar um desconforto ao ver que dormiu comigo…

Any Gabrielly

Acordei me virando na cama e quando me dei conta disso abri os olhos rapidamente.

Como assim eu estou na cama?

Me sentei confusa e olhei em volta.

— Josh? — chamei mas não obtive resposta.

Joguei aquelas cobertas para o lado e me aproximei da janela. Abri aquelas cortinas e me arrependi no mesmo instante pela forte luz.

Que péssima ideia Gabrielly.

Quando me acostumei com aquela luz fiquei olhando a cidade. Hoje o dia estava bonito, um forte sol e poucas nuvens no céu.

Fiz um coque no cabelo e escutei a porta do quarto abrir. Me virei e vi Josh chegar com uma sacola na mão.

— Bom dia. — disse se aproximando da cama.

— Por que eu acordei na cama, Joshua? — me aproximei após sentir aquele cheiro de comida.

— Você estava toda torta na poltrona. — suspirei. — Se eu soubesse que estava falando tão sério que não queria dormir na mesma cama, eu teria ficado no chão. — me olhou.

— Não é isso, é que… — cobri o rosto e respirei fundo. — É estranho, só isso.

— Hm. — me estendeu um copo e eu peguei. — Tome o seu café, vamos sair daqui a pouco.

— Que horas são? — me sentei na cama.

— Quase uma. — arregalei os olhos. — Minha mãe vai estar nos esperando. — assenti.

Josh havia trazido dois sanduíches e eu comi tudo na maior calma enquanto ele terminava de arrumar as coisas.

Troquei de roupa colocando uma blusa de manga longa e depois tive que passar uma base no rosto, só para cobrir um pouco aquilo.

Saímos do quarto indo pelas escadas e Josh ficou tagarelando do meu lado o tempo todo. Estava a poucos segundos de voar no pescoço dele.

— Joshua, Joshua, Joshua! — parou de andar dando risada. — Um minuto, só um minuto, dá para fechar a boca? — pedi quase implorando.

— Já chegamos no primeiro andar, então sim, dá. — abriu a porta e eu olhei o andar que estávamos.

Como não notei que descemos tanto?

Josh segurava a porta me esperando e eu balancei a cabeça rapidamente saindo dali.

No hall principal os pais dele estavam ali e nós demos as mãos nos aproximando.

— Foi muito bom te ver filho. — disse Úrsula dando um abraço apertado em Josh. — Principalmente você Any. — sorri e ela me abraçou.

— Igualmente, foi um prazer conhecer vocês. — digo após me separar.

— Vamos tirar uma foto para deixar isso registrado? — Úrsula disse animada e eu encarei Josh.

Sem poder negar isso, apenas ficamos ao lado um do outro e Ron se juntou à foto. Um empregado do hotel bateu a foto e ela foi animada ver.

— Ficou linda. — disse nos olhando. — Agora quero uma só de vocês dois.

— Mãe… — Josh protestou e eu ri abaixando a cabeça.

— Vai filho, só para eu guardar. — Josh suspirou me olhando. Abracei ele de lado pela cintura e abri um sorriso para a foto. — Ah por favor, pelo menos um beijo. — e foi nesse momento que meu coração parou de vez e eu vi minha alma sair do corpo.

Escutei o que escutei ou eu fiquei maluca? Nos beijar? Tipo, boca com boca?

— Úrsula, a senhora não acha que já está tarde? — Josh disse indo contra a ideia me fazendo engolir seco.

— Não acho não, anda. — abri a boca sem saber o que dizer e encarei ele.

Isso definitivamente não estava nos nossos planos!

Josh me olhou e acho que só estava esperando eu negar ou algo do tipo. Embora quisesse, não podia fazer isso, ainda mais na frente dos pais dele. Como iria negar um beijo do meu noivo? Céus!

Não ia ser um sacrifício também, embora às vezes seja insuportável, não posso negar que é bonito. E outra, vou embora hoje de qualquer forma...

Engoli aquele medo respirando fundo e levei minha mão no seu rosto. Josh pareceu ficar surpreso, mas logo senti sua mão na minha cintura.

Seus olhos me olhavam fixamente e eu fechei os meus antes dos nossos lábios se encontrarem em um selinho.

Sua mão me puxou me deixando mais próxima e senti meu corpo arrepiar quando ele pediu passagem com a língua.

Achei que seria apenas um selinho, mas quando me dei conta, estava aproveitando cada segundo daquele beijo calmo. Meu estômago estava embrulhado, mas aquilo não era uma sensação ruim, pelo contrário…

Nos separamos antes da falta de ar e nos encaramos com os rostos ainda próximos. Seus olhos azuis me encaravam de uma forma que eu não sabia explicar e ele me deu um selinho me deixando surpresa.

— Vocês são tão lindos. — Úrsula disse emocionada e nos abraçou juntos. — Mal posso esperar por esse casamento.

Não conseguia dizer mais nada, meu coração parecia que a qualquer momento iria sair pela minha boca. Quando olhei para a entrada daquele local vi Andrew, sua noiva parecia estar conversando com ele, mas sua atenção parecia estar presa em mim.

— A gente já vai mãe. — disse Josh dando um último beijo nela. — Nos vemos qualquer dia.

Josh pegou a mala e seguimos para fora do local.

Acho que todos já estavam em casa, Josh me disse que saíram cedo pois alguns tinham compromisso à tarde.

O caminho até a casa foi totalmente silencioso e torturante. Até então estava tudo tranquilo, mas não contava beijar ele, não dessa forma. Agora tudo parecia estranho, sei lá, não conseguia dizer mais um a.

Desci do carro e segui até a casa em passos curtos.

Ouvi algumas vozes vindo da sala e fui até lá.

— Heyoon? — a chamo e ela me olha.

— Oi Any. — disse sorridente.

— Será que você pode dar uma olhada no curativo. — ela assentiu e se levantou me pedindo para segui-la.

Aquilo já estava bem melhor, Heyoon me assegurou que não tinha mais risco de inflamar e que era só cuidar direitinho.

— Acho que consigo me cuidar sozinha agora. — digo vendo ela arrumar suas coisas.

— Não, faço questão de avaliar ele ainda. — riu, me fazendo morder o lábio inferior.

— Heyoon, você sabe que estou indo embora agora a noite, não sabe?

— O quê? — disse alto largando as coisas. — Any, por que você não fica aqui? — neguei. — Gabrielly, você não tem onde ficar...

— Já conversamos sobre isso. — suspirei. — Vou me virar, como sempre me virei. — forcei um sorriso. — Vou arrumar minhas coisas, se quiser se despedir, estarei saindo às 20h. — Yoon não disse mais nada, então apenas me levantei e segui até o quarto.

Peguei uma mochila e guardei algumas coisas ali dentro.

Acabei dormindo de tarde, acordei meio perdida e só depois me lembrei que tinha que sair.

Suspirei me sentando na cama e encarei aquele chão. Acho que vai ser ruim voltar para lá, porém o dinheiro que o Josh vai me dar vai me ajudar bastante. Posso ficar alguns dias em algum hotel barato e pensar direito para onde vou.

Me levantei pegando minha mochila e deixei o quarto.

Encarei aquelas escadas e subi elas devagar, como sempre...

Bati no escritório dele e só escutei sua voz pedindo para entrar.

Cruzei aquela porta e fechei vendo ele sentado em sua mesa concentrado em algo.

— Atrapalho? — me aproximei e ele desviou a atenção para mim.

— Já? — olhou seu computador e pareceu se tocar da hora. — Não vi a hora, teria descido para evitar você a subir. — se levantou.

— Não tem problema, consigo lidar com essa. — cruzei os braços vendo ele parar na minha frente.

— Tem certeza que não quer ficar? — se escorou na mesa e eu assenti. — Você é definitivamente uma garota muito teimosa. — contrai os lábios para não rir.

Josh pegou um envelope que estava em cima de sua mesa e me entregou.

— Acho que isso te ajuda um pouco. — abri aquilo rapidamente e arregalei os olhos ao ver a quantidade de dinheiro. — Posso ao menos saber o que pensa em fazer? — olhei ele.

— Vou para a Tailândia. — rimos. — Talvez eu dê um tempo dessa cidade, já estava querendo fazer isso há um tempo. — coloquei o envelope na bolsa.

— Bom, meus pais vão estar fora pelos próximos dois meses, até lá invento uma desculpa de que você viajou. — assenti.

— E depois? — pergunto curiosa.

— Dou um jeito. — encolheu os ombros. — Andrew não presta de qualquer forma, aquele noivado não vai longe. — olhou sua mesa novamente e pegou algo me entregando. — Vou te deixar com isso. — peguei aquela caixa que era de um celular.

— Não precisa. — cruzou os braços.

— Na verdade precisa sim, minha mãe pode querer te ligar e eu passei o número desse celular. — encarei o aparelho. — Meu contato está salvo aí também, se precisar de alguma coisa pode ligar. — senti uma pressão crescer em meu peito e respirei fundo.

— Obrigada por tudo novamente. — tirei aquele anel do meu dedo e entreguei a ele. — E de verdade, não se preocupe, vou ficar bem. — forcei um sorriso.

Me virei sem dizer mais nada e segui até a porta.

Saí do escritório e quando fechei aquela porta senti uma lágrima escorrer. Por que você está assim, garota?

Respirei fundo novamente limpando o rosto e segui para descer as escadas.

Ali no topo eu parei e me senti ainda pior quando vi todos reunidos na porta de entrada.

Meu peito estava apertado, mas um lado maior dentro de mim gritava que era melhor eu ir.

Desci com calma indo em direção a eles e parei ali.

— A gente não vai conseguir fazer você mudar de ideia? — disse Sabina e eu apenas neguei.

— Por favor, só me deixem ir. — minha voz saiu fraca. — Vou ser eternamente grata por terem me ajudado, principalmente a você Noah e você Heyoon. — os dois sorriram.

— Estávamos nos acostumando a ter você aqui. — disse Savannah se aproximando. — Mas se você acha que tem que ir, vamos respeitar. — contrai os lábios e ela me abraçou.

Aos poucos eles foram se despedindo e eu fiquei na frente da porta.

— Sigam com a vida de vocês, ok? — digo olhando todos. — Finjam que nunca apareceu uma maluca baleada aqui. — todos deram risada.

Olhei o final daquela escada e vi Josh me olhando. Suas mãos estavam no bolso da calça e seu olhar estava sério.

Mordi o lábio inferior desviando o olhar e alisei minha nuca.

— Adeus gente. — abri a porta e sai fechando em seguida.

Puxei aquele ar de uma vez e levantei a cabeça seguindo até o carro.

O combinado era o motorista me deixar no mesmo local onde fui encontrada, e assim ele ia fazer.

Alô? Produção? Isso estava no roteiro também?

Créditos da cena do Joshua a minha maravilhosa amiga -joanosh

Vejo vocês em breve. Votem e comentem 🤍

Xoxo - Sun

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