ATO III: CAPÍTULO VINTE E TRÊS


Corri pelo corredor para encontrar Harry. Passei pelo quadro de avisos e pelo Estúdio A onde notei vários bailarinos de apoio alongando seus tornozelos e enchendo suas garrafas d'água. Parei para cumprimenta-los. Eu sempre fui amigável com eles. Estudei com alguns e outros aparecem em minhas festas de fim de ano há anos.

Eles me ignoraram.

Quando segui ao Estúdio B para encontrar Harry, Zayn estava lá em seu lugar, ensaiando fouettés. Seu corpo pequeno o permitia movimentar seus pés corretamente com velocidade e ele dava giros atrás de giros.

"Cadê o Harry?"

Zayn virou seu braço colorido para o lado. Girou até o som e o desligou, pegando uma toalha e a pendurando na barra. "Eu deveria saber que você não veio aqui para me ver."

As coisas de Harry tinham sumido e tudo que estava no canto do estúdio era a bolsa de academia de Zayn.

O ar tinha cheiro de suor. De Harry e Zayn.

"Desculpa."

"Diga isso para alguém que se importe. Talvez Gigi ou Maurice ou Liam ou qualquer outro a quem Harry fodeu a vida com a sua ajuda."

Engoli seco. Não estava pronto para lidar com as consequências da intervenção e com o que aquilo significava para a companhia. Egoistamente, eu não quero ter de lidar com isso. Tudo o que eu quero é Harry. Eu estava vivendo em uma bolha impermeabilizada do mundo ao meu redor.

"Não acredito que você deixou ele te manipular." Ele falou, jogando a toalha na nuca para absorver as gotículas de suor.

"Eu sei que isso soa clichê, mas ele mudou."

"Não, ele não mudou. Você sim."

"Foi você quem me disse para superar o passado e me aproximar dele!"

"Eu lhe disse para ser educado. Você é colega dele, não escravo!"

Não era como parecia. Era tão maravilhoso ser algo do que Harry precisava, ser útil para ele. Ele é meu coração.

"Harry é quem ele é." Zayn disse, vindo em minha direção, seus músculos tensionados. "Mas você era nosso amigo. Você deveria apoiar a gente."

"Desculpa." Falei baixinho, incapaz de olhar em seus olhos. Olhei para mim mesmo no espelho. Talvez ele estivesse certo. Eu mudei. Era impossível que eu fosse a mesma pessoa depois de minha noite com Harry.

Segui para a porta. Zayn me parou. "Ele tá no camarim dele."

"Valeu." Pressionei meus lábios em um pequeno sorriso.

Ele puxou as calças para cima e ligou o som novamente. O som grave do cello saia pelos autofalantes do estúdio e preenchiam o cômodo. Quase não consegui ouvir quando Zayn falou novamente. "Não venha se arrastando para a gente quando ele te magoar. E é o que ele vai fazer, Louis."

Fui embora.

O camarim de Harry é bem ao lado do meu. Fui ao meu primeiro e coloquei minha bolsa ao lado da porta. Aquele lugar estava uma bagunça - maquiagem espalhada e derramada na penteadeira, chinelos velhos, calças rasgadas, rolos de esparadrapo, algodão e gaze.

Eu tinha que me cuidar. Aquela era minha vida. Zayn, Gigi, Eleanor, Liam e Niall sempre estavam comigo quando precisei. Harry poderia deixar a companhia amanhã. O que seria de mim sem meus amigos, as pessoas que eu amava, que me amam? A resposta é duramente simples: eu arriscaria tudo.

Depois que coloquei minhas roupas comuns fui ao quarto do lado, o camarim de Harry. As luzes estavam apagadas e em silêncio. Presumi que ele já tivesse ido quando vi algo mover na escuridão.

"Não quero que me veja assim."

"Harry?"

Acendi as luzes. Ele estava encolhido no canto com uma compressa de gelo em seu joelho e a cabeça abaixada, respirando lenta e profundamente.

"Vá embora, por favor."

"Não." Ajoelhei ao lado dele e peguei sua mão. "O que eu posso fazer?"

Ele ergueu a cabeça, finalmente. Seus olhos estavam alagados e desfocados, seus cachos molhados de suor, grudados em suas bochechas. "Preciso ir pra casa. Preciso dos meus remédios."

Rapidamente recolhi suas coisas. Ele não tinha força para se vestir, então joguei meu moletom em seus ombros. Ele se apoiou em mim para levantar. Não fez som nenhum, mas eu conseguia ver pela veia saltada em sua testa que ele estava em agonia. Colocou todo o seu peso sobre mim enquanto saíamos da Royal Opera House. Aquilo era mais difícil para ele que aguentar a dor. Ser visto daquele jeito. Sendo fraco.

Sinalizei para um taxi. Sua cabeça apoiada na janela por todo o caminho até em casa, o céu cinza de Londres indistinguível de sua pele pálida. Enquanto eu tentava ajuda-lo a sair do carro quando chegamos ao seu prédio, o motorista ficava perguntando se deveria chamar uma ambulância.

"Eu 'tô bem!" Harry gritou.

O motorista foi embora.

Usamos o elevador para chegar até seu apartamento. Uma vez lá dentro, procurei desesperadamente por um lugar para deitá-lo. Não havia mobília, apenas um chão recém encerado e as enormes janelas de vidro que expunham aquele pobre garoto que não queria nada além e se esconder.

Ele me largou e foi até a cozinha. Ele derrubou o liquidificador tentando alcançar a bandeja com seus remédios. O servi um copo com água. Ele chacoalhou duas pílulas para fora do pote em sua palma e as jogou na garganta com a água. Pressionou o vidro gelado em sua testa e se apoiou no balcão, respirando pesadamente.

"Onde é a sua cama?" Perguntei, colocando seu braço sobre meus ombros.

"lá em cima." Respondeu, a beira das lágrimas. Apenas a ideia de ter que subir as escadas era excruciante para ele.

Com seu braço ao redor de meu pescoço, me abaixei e o tomei em meus braços.

"Você não consegue, eu sou muito pesado."

"Eu consigo."

Ele era pesado e eu tinha que tomar o dobro do cuidado em cada degrau, mas de jeito nenhum eu deixaria que ele tentasse subir aquela escada sozinho.

Seu quarto era no andar de cima do apartamento. Era como uma varanda aberta, mas tão alta que não se consegue enxergar o que há nela ao olhar do andar de baixo. Sua cama estava ao fim do cômodo, como um tesouro escondido. A decadência que eu esperava encontrar quando entrei pela primeira vez estava escondida aqui, nesse pequenino espaço onde ele não mostrava a ninguém.

Suas roupas de cama eram azul Royal, jacquard de seda e cetim, com uma cabeceira de veludo, no estilo vitoriano. Ele tinha dezenas de travesseiros em sua cama, em todos os formatos e tamanhos, arranjados belamente ao topo de sua cama. Ao lado da mesma havia um belo criado-mudo de mármore, decorada com madeira entalhada com desenhos de roseiras e sobre ela várias pilhas de livros. Ele tinha algumas pinturas contemporâneas pequenas e outras maiores apoiadas na parede que não teve tempo de pendurar. Era como dormir dentro de uma galeria, imaginei. Havia um grande closet que era quase tão grande quanto o quarto em si. Com todas suas belas roupas, uma coleção colorida e variada como seus livros e obras.

Tive de retirar alguns travesseiros. O despi, tirando o suéter por seus ombros e puxando seus sapatos até que ele estava apenas com seus pequenos shorts de ginástica pretos. Os medicamentos estavam começando a fazer efeito. Seu semblante não estava mais contraído e seus braços e pernas relaxaram em meu aperto. Tirei meus sapatos e deitei ao seu lado.

Eu não queria fazer a pergunta que eu sabia que tomava ambas nossas mentes, mas eu tinha que fazê-la: "Como você consegue dançar assim?"

"Eu tô bem."

"Não, não tá."

Ele tomou minha mão e a segurou, assim como segurei a sua mais cedo. "Eu tô bem. Tenho dias bons e dias maus. Hoje foi um mau dia."

"Eu não quero que você tenha dias ruins."

"Não foi de todo ruim." Falou e apertou minha mão.

Meus ânimos se elevaram e por um leve segundo parei de me preocupar. Mas eu não conseguia me despreocupar, não completamente. Estava dividido entre o atolar em perguntas e deixar aquilo passar. Sua expressão perdida me dizia para mudar de assunto, pelo menos por enquanto.

"Gostei do seu quarto." Falei. "É chique, como você."

Ele sorriu, seus olhos animados. "Meu quarto em Moscou era ainda mais chique!"

"Não duvido! Por que você não decora lá embaixo? Todas as suas coisas ficam amontoadas aqui."

Seus olhos passaram por seus livros e pela pintura de um jovem garoto dormindo no colo de sua mãe. "Não gosto de pessoas olhando para as minhas coisas."

"Exceto eu?" Perguntei esperançoso.

"Exceto você."

Enquanto os medicamentos faziam efeito uma calma recaia sobre Harry. Inesperadamente ele se aproximou e beijou minha bochecha. Seu hálito quente era como o sol contra meu rosto. Ele queria ser carinhoso, o que me surpreendeu. Normalmente ele era muito mais direto em suas atitudes afetuosas.

"Harry, quando você estiver melhor quero te levar para sair."

"Oh?"

"Para jantar, talvez, ou para a casa de verão de minha família durante o fim de semana. Algum lugar legal."

"Isso é legal." Acariciou minha orelha.

"Posso te contar um segredo?"

"Sempre."

Isso seria um pouco vergonhoso de admitir. "Eu planejei um encontro para nós... quando estávamos na escola."

Ele virou a cabeça. "Sério?"

Eu estava nervoso, mexendo minhas mãos até que as escondi sob o lençol. "Eu queria te levar ao seu primeiro ballet, então guardei um pouco de dinheiro e comprei ingressos para Sonhos De Uma Noite De Verão. Era uma companhia regional pequena de Birmingham, mas achei que poderíamos tirar algo disso."

"Por que você não me levou?"

"Um dia depois que comprei os ingressos Beauchamp te convidou para Paris, para a noite de estreia de O Lago Dos Cisnes na Paris Opera House. Eu não tinha como competir com isso. Queria que seu primeiro ballet fosse especial. Era melhor que fosse com ele."

Me arrastei para perto dele e beijei sua testa. Em minha mente eu repassava todas as coisas que deveria ter dito e feito quando estávamos na escola. Se eu pudesse eu o diria como eu me sentia na primeira noite em que dormimos juntos no beliche. Eu o teria feito meu e o levado ao seu primeiro ballet. Eu o teria perdoado quando me magoou, pois no fundo eu sabia que ele era bom. Eu não conseguia explicar isso para Zayn ou Liam, mas eu tinha certeza.

Harry escorregou uma mão para debaixo de minha camisa. Seus toques eram mais precisos agora. Sua respiração acelerou. Ele queria intimidade e eu sabia que se ele pedisse eu aceitaria, pois eu não uma puta ideia de como negar algo a ele.

Não cedi a suas investidas. Os medicamentos o faziam superestimar sua própria força. Ele precisava de um descanso. O ver com toda aquela dor mais cedo me marcou.

Mas ele não iria parar, embora. Prendeu meu corpo entre suas pernas, então seu joelho machucado pousava sobre minhas coxas.

"Vamos lá, tira a roupa." Ele falou docilmente.

Afastei seu ombro.

"Você não quer?"

Eu estava em estado permanente de "quero" quando estava ao lado dele.

"Você estava com tanta dor hoje..." Eu não queria soar condescendente, mas estava realmente preocupado.

"me toque." Ele disse."

"O que?"

"Faça coisas comigo. Não vou mexer meu joelho. Eu prometo."

Sorri ladino. Ora, ora, ora. Encarando a possibilidade de não conseguir sexo, Harry estava disposto a me dar o controle ao menos dessa vez. Isso é novidade.

Então pensei, será que eu algum dia me acostumaria com isso? Estar sozinho em uma cama com Harry? Ser tocado por ele? O ter me pedindo para que o toque? Não. Isso é impossível.

Tirei minhas roupas, ficando apenas de cueca. Os seus olhos corriam por meu peitoral nu e então desciam para minha bunda. Deitando de lado ergui seu queixo para mim e beijei sua boca.

Coloquei uma mão entre suas pernas e suas bochechas tornaram-se rosas.

O tocando, ele rapidamente ficou duro. Isso vai ser bom, pensei. Eu o estimularia até seu máximo e o sentiria vir em minha mão.

Mas Harry tinha outros planos. "Faz o que você fazia comigo no estúdio."

"Dançar?"

"Não, a outra coisa."

Ele rolou, ficando de bruços. Tentei encontrar em seu rosto o que ele queria que eu fizesse, mas ele se afundou no travesseiro.

"Só as suas mãos."

"Okay."

Posicionei minha mão na base de suas costas e lentamente o acariciei. Pensei que era isso que ele queria, mas então ele se abaixou e tirou seus shorts, os chutando ao chão.

"Oh."

Só minhas mãos. Esse iria ser um verdadeiro teste de autocontrole. Meus olhos perdidos em seu corpo exposto.

Apertei sua carne e ele pulou. Suavizei meu toque. Sua pele contorceu com os calafrios enquanto eu passava meus dedos por suas coxas.

Ele estava tenso demais para abrir suas pernas para mim, então escorreguei meus dedos entre elas, acariciando a parte mais delicada dele.

Eu começava a me sentir dormente, meu próprio membro se aproximando dele. O ignorei. Na verdade tomei aquela energia e as pus em minhas mãos.

Tentei procurar por algum sinal de que ele estivesse gostando daquilo. Ele estava quieto e parado como uma estátua. Com minha outra mão escovei seus cabelos de seu pescoço e o beijei.

"Eu me importo com você, Harry."

Ele soluçou.

"Me deixa te fazer se sentir bem."

Harry respirou fundo e lentamente separou suas pernas.

Apenas aquele simples gesto fez meu coração bobear. A visão dele se abrindo. Eu não conseguiria fazer isso. Eu o queria tanto.

Meus dedos escorregaram para entre suas nádegas. Harry soluça. Eu o senti. Exploro a pele macia. A sensação era ainda melhor que a visão. Flexível e macia.

"Oh, Harry." Fiz mais pressão. "Você é tão gostoso aqui."

Ele arqueou as costas e choramingou sob meu toque.

Isso é insano. Meus dedos sequer estavam dentro dele.

Ergueu sua cabeça. "Me beija."

Pressionei meus lábios contra os seus e circulei sua pele com meus dedos. Era a primeira vez que eu via o brilho de prazer em seus olhos enquanto o tacava desse modo.

"Eu quero estar dentro de você." Falei.

Ele não respondeu nada, o que era irritante.

Em vez disso, ele dobrou seu joelho, o expondo ainda mais.

Ele estava tão indefeso naquele momento que eu sabia que poderia o tomar, caso quisesse. Eu sabia que ele gemeria e choramingaria e ficaria em pedaços. Eu sabia que seria incrível.

Me posicionei atrás dele e apertei seus quadris.

Imaginei como deveria ser fodê-lo. Tocar aquele lugar pouco explorado. Sentir o aperto me envolver.

É assim que deveria ser.

O que estávamos esperando?

"Quero estar dentro de você." Repeti.

Harry não falou nada.

Minha cabeça caiu sobre suas costas. "Por favor, me deixa te ter."

Por que ele não fala? Por que ele não me deixa tê-lo?

Coloquei minha boca em sua entrada, beijando e lambendo fervorosamente.

"Louis..." Harry gemeu.

Eu estava implorando. "Por favor. Eu te venero."

"Isso é tão..."

Agora ele não poderia estar mais aberto. Se abriu com suas mãos e se empurrava contra minha boca.

Pressionei meus lábios contra ele, minha respiração aquecendo sua carne alongada e molhada. "Por favor, eu vou morrer se não gozar dentro de você."

Harry estava completamente perdido, contorcendo-se contra meus lábios.

Tirei minha boca dele para recuperar meu fôlego.

Ele deu um grito de desespero. "Volta!"

"Amor." Enfiei meu rosto nele e levei minha mão para alcançar seu membro.

"Sim." Ele suspirou.

Dei um longo, lento e molhado beijo em sua pele macia e ele gozou por toda minha mão.

Sangue estava latejando em meus ouvidos. Eu estava tão duro que doía.

Harry estava deitado sob mim, cansado e fraco. Sai de cima dele, que estava adormecido, sua cabeça no travesseiro, seus cachos escuros humedecidos de suor. Eu não conseguia pedir que fizesse nada por mim. Ele estava exausto.

Eu estava prestes a resolver meu próprio problema quando Harry se mexe. Suas pernas continuavam abertas, ele estava rosado e tendo espasmos. Meu deus, seu corpo estava perfeitamente pronto e implorando por mais. Eu não conseguiria deitar ao seu lado com ele desse jeito. Eu não confio em mim.

Beijei sua nuca suada, então andei desastradamente ao banheiro.

O banheiro de Harry era de porcelanato azul com fissuras que brilhavam sob luz fluorescente. Era como estar dentro de uma caixa de joias.

Entrei no box do chuveiro e tomei uma ducha de água gelada. Com minhas mãos pressionadas contra a parede de vidro, esperei até que toda minha excitação diminuísse.

Eu não entendia completamente o que tinha acabado de acontecer. Por que ele não se entrega a mim? Eu fiz alguma coisa de errado? Será que Jeffrey estava certo sobre meus sentimentos por Harry serem mais fortes que os dele por mim? Pensei que estivéssemos na mesma página, mas na cama parece que estamos em mundos diferentes.

Harry não tinha muitos sabonetes ou cremes, mas os que tinha pareciam ser caros. Pequei o shampoo, uma garrafa retangular revestida em uma capa de couro verde cintilante. Cheirava como um jardim, como ele.

Alguns segundos depois Harry bateu na porta de vidro do box. A abri. Ele continuava nu.

"Você me deixou."

"Eu precisava de um tempo só."

"Eu tô sozinho."

Eu tinha, finalmente, conseguido controlar meu corpo e cá estou eu novamente!

Ele entrou no box e se aproximou de mim. A água o atingia enquanto se remexia. "Por que tá tão fria?"

Reajustou a temperatura e esperou até que ficasse morna antes de voltar para a ducha. Não gastou tempo ao rodear meu corpo com seus braços e me beijar. Primeiro meus lábios, então meu pescoço, então minha clavícula. Seus beijos eram desleixados e molhados, seus lábios delicados me lembravam de uma outra parte delicada de seu corpo... Não demorou muito para que eu me excitasse novamente. Ele olhou de cima à baixo em meu corpo violado. Corei.

Então ele se virou. "Me lava."

Uma olhada para a bela bunda de Harry e meu peito se apertou. Ele estava tentando me matar, eu tenho certeza. Peguei o sabonete e uma esponja azul que pendia na parede do banheiro.

"Com suas mãos." Instruiu.

Homem algum era forte o suficiente para aguentar isso.

Soltei a esponja e ensaboei minhas mãos. Comecei a limpá-lo, meus dedos espalhando a espuma pelas curvas de suas costas. Sem pensar, me aproximei demais e meu membro roçou em sua perna.

"Eu realmente deveria tomar banho sozinho." Falei.

"Por que? Você sempre me dava banho na escola."

"Eu tava dando encima de você!"

"Você tá dando encima de mim agora?"

"Sim." Segurei seus quadris, meu membro se apoiando contra ele.

Harry abriu a boca e separou suas pernas.

Eu não sabia o que isso significava, mas me esfreguei contra ele desesperadamente.. Não conseguia evitar.

"Você consegue gozar assim?" Ele perguntou.

"Yeah."

Ele se curvou levemente, se apoiando na parede do box.

Ele queria me dar o que eu queria. Ele queria me dar prazer. Esse era o melhor que ele podia fazer. Eu estava grato a ele.

O ensaboei e escorreguei entre as bochechas de sua bunda, mas não para dentro dele. Não causava tanta fricção, mas eu estava tão excitado que não me importava.

Apertei meus dedos em seus quadris e aumentei a velocidade. Eu observava meu membro indo e vindo contra sua carne. Eu queria entrar nele de qualquer modo. Essa era uma dor tão bela.

Pus um braço ao redor de seu tronco e espalmei minha mão contra seu peito e outra em seu estômago, dando pequenos beijos em suas costas.

"Tá bom?" Perguntou, preocupado com se eu estava recebendo o devido prazer.

"Tão bom. Eu queria que você conseguisse ver o que estou fazendo com você. Queria que conseguisse ver o quão lindo você fica assim. Você foi feito para mim, Harry, juro por deus. Você é a coisa mais linda que já vi na merda da minha vida."

Eu queria jogá-lo contra a parede e gozar fortemente, mas eu sabia que seu joelho ainda o incomodava. EU tinha que ir devagar, o que conseguia ser um inferno e o paraíso junto em um só.

Meus grunhidos ficavam cada vez mais altos, ecoando pelo banheiro. Apertei meus braços em seu corpo, aumentando a fricção o mais forte que conseguia sem mexer seu joelho.

Harry me olhou por cima de seu ombro, sua boca rosada aberta, agua escorrendo por seus cílios escuros.

Gozei por todas suas costas.

Minha testa caiu entre suas escápulas.

Ele virou e tomou meu rosto em suas mãos. Meus olhos estavam embaçados, mas o olhei. Isso era tão bom, mas ainda tão longe de como eu o queria, eu não conseguia esconder meu desejo ardente.

"Me dê tempo." Ele falou, lendo meus pensamentos. "Por favor."

Joguei meus braços ao seu redor e enfiei meu rosto em seu pescoço. "Eu esperaria para sempre por você, e eu sei que você sabe disso."

"Louis." Murmurou, me apertando ainda mais forte.

Olhei para suas costas. "Certo, agora eu realmente preciso te limpar."

Ele riu. "Você me sujou todo!"

Peguei um sabonete e comecei a esfregar lentamente com minhas mãos. Todos os bailarinos tinham corpos malhados e tonificados, mas o de Harry tinha uma delicadeza quase infantil e bela. Sua bunda era inacreditável. Pequena, mas esbelta e muito fofa e...

Harry limpou sua garganta. "Acho que já tô limpo."

"Oh, certo." O levei para debaixo da água.

Lavamos nossos cabelos e todo o banheiro cheirava a um jardim de sexo. Assim como Harry. Ele levou mais tempo, pois tinha que deixar o condicionador por vários minutos para deixar seus cachos brilhosos e macios. Não discuti. Eu amava seus cachos e o que quer que estivesse fazendo estava surtindo efeito.

Era engraçado pensar sobre como eu ficava nervoso ao tomar banhos com Harry na escola. Como nós dois fazíamos manobras olímpicas de contorcionismo para esconder nossas ereções um do outro. Como beijar suas costas parecia ser a coisa mais escandalosa do mundo.

Agora estávamos aqui, nus, nos olhando, nos tocando livremente. Era um sonho virando realidade. Eu sentia como se tivesse quinze anos novamente e vivendo minhas fantasias mais intensas. Estou ficando com Harry no banho! Isso tá mesmo acontecendo! Obrigada, deus!

Eu podia dizer e fazer tudo o que não tinha coragem de fazer quando adolescente, como se eu tivesse uma segunda chance para fazer tudo novamente e de jeito certo dessa vez.

Joguei meus braços desajeitadamente sobre seus ombros. "Você me faz tão feliz."

"Faço?" Perguntou, incapaz de acreditar naquilo.

"Esses últimos dois dias foram os melhores dias da minha vida e quero que saiba disso. Não me importo com o quão brochante isso tenha soado. É um fato."

Harry acariciou minha nuca. "Eu gosto quando você fala essas coisas brochantes."

Nos beijamos, e beijamos novamente, a água correndo por nossos rostos. Se não saíssemos logo de lá nós iriamos ficar completamente engilhados ou nos afogaríamos.

Saímos do box e não dava para ver nada. Transformamos aquilo em uma sauna. Através do vapor Harry andou até uma pequena prateleira e me estendeu uma toalha felpuda. Antes que eu pudesse enrolá-la em minha cintura ele me chicoteou com a toalha que tinha pego para si.

"Ai!"

Ele colocou a mão em minha bunda avermelhada. "Não ache que esqueci dela."

"Ela não te esqueceu. Ainda tô me recuperando de ontem... e de hoje..."

Ele apertou minha bunda. "Mais tarde então."

Meu estômago revirou.

Com toalhas ao redor de nossas cinturas fomos até seu grande closet. Abriu seu guarda roupa e tirou de lá um par de cuecas boxers limpas. Uma era preta e a outra azul marinho, ambas de seda.

"Hmmmm, acho que eu não fico bem nelas."

Harry arqueou uma sobrancelha. "Seletivo."

Eu mesmo procurei em seu guarda-roupas e encontrei uma cueca de algodão branca. "Essa aqui é melhor."

Não tinha para que nos vestirmos. Descemos as escadas do apartamento de Harry apenas de cuecas.

Era estranho olhar para aquelas enormes janelas. "Dá pra alguém ver a gente?"

"Não sei. A Câmara dos Comuns, eu acho, se eles tiverem binóculos."

"Políticos são maliciosos. Aposto que eles tenham." Fui até a janela e acenei para o prédio do parlamento. "Olá, velhotes! Ei, eu acho que a gente deveria fazer um show pra eles mais tarde."

Harry se juntou a mim na janela e escorregou sua mão para a frente de minha cueca.

"Ultima chamada para o palco às oito."

"Fotos com flash não são permitidas."

Já era quase fim de tarde e eu estava faminto. Abri a geladeira de porta dupla de aço de Harry, mas tudo que tínhamos eram bebidas energéticas.

"Onde tem comida?"

Ele foi até os porta copos e puxou vários panfletos. "Desculpa, eu geralmente peço. Sushi?"

Olhei todas as opções e nada chamou minha atenção.

"Que tal pizza?"

"Em nome dos velhos tempo!"

"E dos novos." Adicionei.

"Sim."

A comida chegou rapidamente. Atendemos à porta apenas de cueca, dando ao jovem entregador uma bela visão. Se ele não era gay, agora ele estava, definitivamente, reconsiderando.

Harry não tinha pratos, então comemos diretamente da caixa, de pernas cruzadas, sentados no chão. Era realmente como se estivéssemos de volta à escola.

A noite era uma criança. Eu não sabia o que fazer, mas caímos em uma sintonia familiar: eu zoando Harry e falando rápido enquanto ele ria das minhas piadas. Nenhum de nós queria sair daquele apartamento, então decidimos ficar lá mesmo e assistir algum filme.

Eu sempre me contentaria com o último lançamento de filme de heróis disponível. Para ser honesto, eu não sabia exatamente do que Harry gostava. Na escola ele era bastante adaptável. Seus gostos variavam de acordo com quem estivesse. Quando estava comigo assistia filmes de super-heróis e falava sobre futebol. Quando estava com Zayn, discutiam romances, fotografia e arte. Ele queria fazer com que todos ao seu redor estivesse feliz. Eu queria saber o que o fazia feliz.

"Do que você gosta?"

"Documentários, geralmente."

Eu sequer conseguia lembrar da última vez que assisti um documentário.

"Tem algum em particular que você esteja querendo ver?"

Mastigou lentamente um pedaço de pizza. "Tem um sobre abelhas que eu tô querendo assistir."

"Abelhas? Tipo... o inseto?"

"Sim. Eles estão ameaçadas de extinção. É uma crise ambiental, Louis! É muito importante que nós apoiemos filmes que gerem conhecimento."

Essa não seria minha primeira escolha, mas Harry parecia bastante envolvido nessa crise das abelhas, então achei que eu devesse dar uma chance.

Enquanto limpávamos as coisas vi o celular de Harry piscando na ilha da coxinha. Era Kenneth. Harry ia desliga-lo, mas rapidamente o tirei de sua mão e atendi.

"Celular do Harry, Louis falando." Pulei no balcão, balançando minhas pernas.

"Eu tô tentando falar com vocês dois a tarde toda. O novo coreógrafo chegou um dia mais cedo e pediu uma reunião de imediato. Preciso de vocês dois no estúdio agora."

"Não dá, não estamos de calças."

Harry me deu um sorrisinho de lado, mostrando sua covinha.

"Vista suas calças e venham logo!" Kenneth rosnou. "É o Alex-"

"Eu adoraria, mas temos planos. Estamos salvando as abelhas e montando um espetáculo para a Câmara do Comuns."

Harry se contorcia em gargalhadas.

"Louis!"

"Vou nessa, Ken."

Harry parou entre meus joelhos e beliscou minha coxa. "Faltando ensaio. Que rebelde."

"Você é uma má influencia."

O expliquei que receberíamos um novo coreógrafo convidado. Essa é a parte boa da falta de móveis da casa de Harry: ele não tinha móveis, então tínhamos de passar a noite toda na cama.

Ele pegou seu laptop e nos jogamos sobre os grossos cobertores. Me entregou o notebook para que eu escolhesse um filme enquanto ele foi pegar algo para bebermos.

Até seu computador estava vazio. Além de sua pesquisa, não havia programas em sua tela inicial e nem itens marcados como favoritos na barra. Eu estava curioso sobre qual o tipo de pornô ele deve gostar, mas seu histórico estava limpo. Acho que não é hoje que irei descobrir os segredos obscuros ao bisbilhotar.

Ele voltou e colocou os dois copos no criado-mudo: uma taça de vinho para mim e uma de água para ele. Ele não poderia beber enquanto estivesse tomando remédios para dor.

Coloquei o notebook em um travesseiro sobre meu colo ele se acomodou ao meu lado.

"Tente não apagar." Ele falou.

"Wow! Você quem sempre apaga assistindo filme." Esse foi um dos motivos que me tomaram seis meses para beijá-lo na escola. Toda vez que assistíamos a algum filme ou ficávamos de conchinha ele apagava. Era como morar com um gato. Quando ele não estava dormindo, estava tirando um cochilo.

"É engraçado que você tenha insônia. Você dormia em qualquer lugar."

"Eu durmo quando tô com você."

"Tá me chamando de chato?" Brinquei.

Harry olhou para os potes de comprimidos em seu criado mudo. "Eu não posso tomar os remédios para insônia hoje, já que tomei remédios para dor."

Enrolei meus dedos aos seus. "Eu fico com você hoje."

"Obrigado." Ele respirou aliviado. "Odeio ficar acordado de noite."

"Medo do escuro?"

"Eu amo o escuro. Eu tenho medo de... dos meus próprios pensamentos."

"Eu queria conseguir ver o que tem dentro dessa sua cabecinha." Beijei sua testa.

Harry caiu em um de seus silêncios profundos.

Dei play no filme e dei um gole em meu vinho.

Merda, Harry tinha razão. As abelhas estão em perigo.

Como que eu não sabia que as abelhas eram preciosas à produção de alimentos? Parece ser algo que eu deveria saber. Chamavam essa crise de "Transtorno de Colapso de Colônias.". Acontece quando um grande número de abelhas operárias sobem misteriosamente e deixam apenas abelhas enfermeiras para tomarem conta do bebês e da rainha. Haviam um leve ar de beleza Elisabetana nisso tudo - todas essas jovem abelhas e sua rainha deixadas sozinhas para se defenderem.

Me virei para perguntar o que Harry achava disse e sua cabeça caiu em meu peito. Ele estava dormindo!

Eu tinha que ser a abelha enfermeira e tomar conta dessa abelhinha bebê. Tentei o levar até o travesseiro, mas ele suspirou irritado. Eu não queria acordá-lo ou ele não conseguiria dormir de novo. Então puxei a coberta sobre nós e coloque outro travesseiro para minha cabeça. EU não estava exatamente confortável, mas eu não arriscaria acordá-lo.

Assisti o resto do documentário, então eu poderia impressionar Harry amanhã. Quando o filme acabou fechei o notebook cuidadosamente e o coloquei no criado-mudo sem mexer em Harry. Observei sua cabeça subindo e descendo em meu peito. Eu não sabia se conseguiria dormir assim, mas não importava. Era mais importante que ele dormisse.

EU queria que ele dormisse bem toda noite.

Eu queria que ele vivesse sem dor.

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