ATO III: CAPÍTULO VINTE E DOIS
Na manhã seguinte, sentei na cama e examinei meu reflexo no espelho do outro lado do quarto. Meus cabelos pareciam um monte de penas e a gravata de laço dourada de Harry ao redor de meu pescoço. Atrevido. Ele deve tê-la colocado em mim ontem à noite, pois ele continuava dormindo ao meu lado.
Ele abriu os olhos e espiou.
"Eu estou parecendo com você?" Perguntei.
"Você parece meu bichinho."
Ele me puxou de volta para debaixo das cobertas e jogou sua perna pesada sobre as minhas. "Volte a dormir." Ele mandou.
Acho que ele ainda estava no comando. Eu estava como uma criança em manhã de Natal. Eu queria dormir mais e continuar naquele momento, mas eu estava animado demais. Eu não conseguia dormir de novo. Eu tentei. Fechei meus olhos e, cegamente, deixei beijos em sua clavícula. Um ronrono escapou de seus lábios e meu coração explodiu em ternura.
Beijei seus lábios quietos, esperando que ele reagisse e retribuísse meu ato.
Ele colocou a mão na minha cara. "Louis, você sabe o quão raro é pra eu dormir de verdade?"
Beijei a palma de sua mão. "Desculpa, eu vou te deixar dormir."
Aquilo era uma mentira. Escorreguei uma perna entre as suas e me apertei contra ele, fingindo que estava apenas tentando ficar mais confortável. Senti seu membro em minha coxa. Era grosso e quente. Continuei friccionando. Seus olhos estavam fechados. Pensei que ele tinha caído no sono novamente quando ele, repentinamente, abriu seus olhos e me apertou pela cintura. "Okay, vire, quero te ter novamente."
"Não."
"Não?"
"Deita."
Ele me olhou desconfiado, mas obedeceu mesmo assim.
Tirei as cobertas de cima dele. Harry já estava duro, seu membro pousando sobre si. Me posicionei entre suas pernas.
Seus músculos tencionaram. "O que você está fazendo?"
"Sendo seu bichinho."
Manti nossos olhares unidos enquanto eu me abaixava e o lábia da base ao topo. Ele jogou a cabeça para trás e gemeu. "Meu Deus!"
O lambi novamente, dessa vez muito mais devagar, provando sua carne sensível. A cabeça dele estava afundada no travesseiro.
Em sua testa e peitoral, eu avistei a primeira camada de suor. Se ele estava ficando assim com apenas algumas lambidas, eu imaginei como ele ficaria quando eu o tomasse por completo em minha boca. Eu não estava pronto para isso. Continuei lambendo, variando na pressão e velocidade. Ele estava ficando impaciente, tentando se enfiar entre meus lábios. Eu não me renderia. Eu poderia fazer isso o dia todo, e talvez eu faça exatamente isso. Parei de lamber e passei a beijar, a mudança de sensações o fez choramingar. Quando cheguei até sua ponta e lentamente a beijei, ele gritou.
"Agora você quer meus beijos?"
"Sim." Ele gaguejou.
Foi quando eu o coloquei entre meus lábios e deslizei, o tomando de uma vez. Ele ficou absolutamente energizado. Aquilo era perfeito demais. Ele preenchia minha boca e eu chupava e movimentava meus lábios, todo o seu corpo tremendo com cada um de meus movimentos.
O laço em meu pescoço restringia meus movimentos, então eu fui tirá-la.
"Não!" Harry gritou. "Fique com ele. Eu gosto."
Sorri e voltei a lamber e salivar em seu membro, eu era mesmo o bichinho dele! Me fazia sentir sexy sabendo que ele gostava de me ver usando aquele laço. Talvez ele quisesse uma visão melhor.
"Posso te montar?"
"O que?" Ele se assustou, meio fora de si.
Peguei a camisinha e lubrificante do criado-mudo.
"O que você-" Desenrolei a camisinha nele. "Oh."
Não fui nem um pouco generoso no lubrificante. Ele tinha me tomado na noite passada. Eu estava confiante no fato de que conseguiria aguentá-lo mais facilmente dessa vez.
Subi nele, ele segurando minha cintura em antecipação.
"Deite." Falei.
Relutantemente, ele fez como lhe foi mandado, lambendo os lábios e apreciando a visão de todo o meu corpo sobre ele.
O afundei em mim. Eu estava errado. Não era nada mais fácil. Ele colocou as mãos em mim, para ajudar. Gemi enquanto ele me alargava, a dormência da noite anterior voltando com a nova dor de ser invadido novamente.
Cuidadosamente, segui com aquilo até que estivesse sentado em seu colo e ele estivesse completamente dentro. Trocamos um olhar significativo. Sorri para ele e coloquei minhas mãos em seu peito. Lentamente eu comecei a me movimentar em seu colo. Rodei meus quadris enquanto o tinha dentro de mim, fundo. Ele colocou uma mão ao redor de meu pescoço. Passou seus dedos pelo laço.
"Louis, oh, Louis, eu..."
"Eu sei." Beijei suas mãos.
Me apoiei sobre minhas coxas e, uma vez que estava pronto, comecei a realmente montá-lo.
Ele me observava com a boca aberta. Eu estava focado nele, em sua respiração, aumentando a velocidade e então diminuindo, apenas para deixá-lo em seu limite.
Harry agarrou meus quadris e começou a me movimentar em seu próprio ritmo, que era mais direto, mais sério.
Afastei suas mãos. "Para, Harry."
"Para de me atiçar."
"Eu não estou te atiçando, estou tentando fazer gostoso."
"Assim é gostoso demais!"
"Exatamente!"
Ele não conseguia evitar. Toda vez que eu tirava suas mãos, ele as colocava de novo em meus quadris. Ele era tão controlador que, mesmo que estivesse gostando, ele exigia estar no controle de seu próprio prazer!
"Relaxe."
Pelo meu lado, eu estava tão focado cuidando do prazer dele que estava esquecendo do meu próprio. Fechei meus olhos e minha cabeça caiu para a frente. Soltei todo o meu peso nele e fiz um movimento circular com os quadris. Ele estava tão fundo. Eu não sabia se era por seu tamanho ou pelo fato de que era ele, mas eu não duraria muito mais. Eu iria gozar primeiro. Como isso era possível? Pensei comigo, desacreditado.
Sentindo minha fraqueza, Harry investiu contra mim e eu gozei, melando a nós dois em um suspiro. Ele tomou o momento e escapou de meu aperto. Ele agarrou minhas costas e me beijou desleixado, me erguendo e abaixando sobre seu colo. Eu estava tão fora de mim por conta de meu orgasmo, seus lábios nos meus estavam eufóricos. Ele apertou minha coxa, com tanta força que o ar deixou meus pulmões, e gozou, com um grunhido, dentro de mim. Eu caí como uma boneca de retalhos em seus braços e ele me segurou por um bom tempo, sua bochecha suada em meu ombro. Ele não queria me soltar.
Eu não sabia, de certeza, como nós deveríamos sair da cama naquela manhã, ou qualquer outro momento. Assim que terminamos de fazer amor, um de nós, ou ambos, queria novamente. E de novo. Eu estava completamente dormente, mas não ligava. Eu teria que estar morto para deixar de querer Harry dentro de mim. A única coisa que me acalmava era minha curiosidade sobre ele. Em alguns pontos ele parecia meu velho amigo, mas em outros ele era um completo estranho.
Peguei uma legging cinza para mim, o que o fez sorrir, e para ele o menor short de dança que eu consegui achar.
"Todo o resto está na máquina de lavar." Falei rapidamente e fechei a gaveta.
Nós decidimos ir andando para a Opera House. Harry não estava muito confiante sobre minha capacidade de andar depois de nossas prévias atividades na noite de ontem e dessa manhã. Ele queria pegar um taxi. Eu insisti que estava bem. Estava desconfortável, mas eu não queria deixar passar a chance de ficar mais tempo com ele e, talvez, segurar sua mão.
Ele dava passos largos e olhava para frente, falando sobre a nova coreografia. Seus braços balançavam demais para que eu conseguisse pegar sua mão. Eu senti como se estivesse no jardim de infância, tentando chegar perto de um garoto. Em uma travessia, eu rapidamente tomei sua mão e tentei agir casualmente. Ele olhou para nossas mãos, surpreso.
Eu não pensei em perguntar se eu poderia fazer algo tão inocente quando entrelaçar nossas mãos, mas talvez devesse ter perguntado. "Tudo bem?"
Ele piscou. "Tudo." Ele disse. "É só que." Ele riu. "Eu não acho que algum cara tenha feito isso antes."
O que? Eu estava ultrajado. Aquele era, realmente, um crime contra a humanidade. Quem eram esses caras que ele saiu em Moscou? Claramente idiotas.
Harry andava estranho ao meu lado. Eu conseguia notar que ele nunca tinha sido parte de um casal. Quando soltei sua mão para arrumar meu moletom, ele entrou em pânico e enfiou as mãos nos bolsos.
Cutuquei seu punho, pedindo para segurar sua mão novamente e ele, envergonhado, atendeu.
Quando ele estava entre quatro paredes e no controle, ele estava bem, mas que não estava acostumado com as coisas de um relacionamento. Isso já era um desafio para ele e nós mal tínhamos chegado na metade da rua.
Eu era o completo oposto? Eu já estava pensando sobre compras no mercado e cozinhar juntos, comprando móveis de verdade para aquele apartamento chique dele, assistir filmes antigos...
"Você está quieto." Ele disse. "No que está pensando?"
"Trabalho."
Chegamos à Opera House pouco depois das duas. Não tinham ensaios agendados depois da partida de Maurice. A administração ainda está ajustando tudo. Eleanor e Gigi estavam sozinhas no estúdio B. Parecia que elas estavam ensaiando a manhã toda. Batuquei a janela e Gigi bateu no vidro com sua garrafa d'água.
Merda.
Harry e eu encontramos um estúdio vazio e começamos nosso trabalho.
Eu estava muito dolorido para estar dançando, mas tinha que tentar. Decidimos começar com um pouco da minha cena em dupla. Tirei minha roupa para ficar apenas com as leggings cinza que Harry gostava tanto e minha camiseta. Harry estava sem camisa e com meus shorts pretos. Estava pequeno demais nele, o que era... distrativo.
"Você quer que eu seja seu Cisne Branco ou Negro?" Perguntou.
"Branco." Eu estava romântico.
Começamos, de lados opostos no estúdio, a entrada. Corremos um para o outro, pomposos, e nos posicionamos lado a lado para performar o adágio.
No adágio, a bailarina faz movimentos lentos e contínuos enquanto o danseur a apoia. Eu tinha que manter uma pose e parecer que não estava fazendo nenhum esforço enquanto dava o apoio à bailarina, ou, no caso, Harry. Eu o ergui, o segurei em meus braços e o ajudei em suas piruetas, oferecendo um braço estável para que ele usasse como uma espécie de barra enquanto performava passos que seriam impossíveis de fazer sozinho.
Aqueles passos estavam se provando serem impossíveis de qualquer maneira, pois eu não conseguia segurar Harry sem beijá-lo. Enquanto ele encenava os passos lentos e compridos de Gigi, eu segurava sua cintura por trás e pressionei meu membro contra ele. Será que ele algum dia me deixaria tê-lo desse jeito? Eu me perguntava. Ele não era passivo de jeito nenhum ou só não estava pronto para fazer aquilo comigo?
Harry sentiu minha animosidade e puxou os cabelos longos para o lado, então eu poderia beijar seu pescoço.
"Você está relaxado." Comentei.
"Eu me sinto... A salvo."
Aquela era uma coisa estranha para se dizer, especialmente alguém que era tão poderoso. Eu não conseguia imaginar Harry com medo de qualquer coisa.
Nós nos beijamos até a barra. Suas mãos voaram até meus cabelos, e as minhas até a parte de trás de seus shorts. Ele ficou surpreso por um instante, mas logo sua língua preenchia minha boca e me beijava intensamente. Isso me colocou em frenesi. O espalmei em minha mão e comecei a esfregar gentilmente. Sua respiração tornou-se úmida e pesada.
Assim que as coisas começaram a esquentar entre nós, um dos jovens bailarinos de apoio abriu a porta do estúdio.
Seus olhos se abriram ao máximo com a imagem de Siegfried e Von Rothbart quase transando.
"Oh, caralho, desculpa." Ele soltou. "Liam me pediu pra..."
"Saía!" Harry gritou.
O bailarino deu um passo em falso para trás e correu como desesperado para fora do estúdio.
Minha cabeça caiu para frente e eu ri no peito de Harry. "Você não pode falar assim com as pessoas!"
"Por que não?"
"Porque não é legal! E mais, a gente não precisa de mais inimigos."
Eu imaginei o que Liam queria, mas eu estava me divertindo tanto com Harry que não consegui imaginar o que era.
Harry queria continuar ensaiando, mas eu estava muito dolorido para algo além de um adagio. Em vez disso, eu peguei uma caixinha de suco da máquina de lanches. Deitei no chão do estúdio e o assisti ensaiando seu solo, usando meus shorts minúsculos. Isso sim que é vida!
O assistir dançar antes de termos esclarecido algumas coisas e da ferida que ele me fez era difícil, mas agora eu era livre para apreciar sua dança pelo que ela era. Ter um corpo como o dele, que podia se mover tão graciosamente e em tal velocidade e poder deve ser como dirigir uma Lamborghini.
Dessa vez Liam entrou no estúdio. Levantou.
"Olá, rapazes."
Harry parou de dançar e colocou as mãos nos quadris, seu peito subindo e descendo pesado.
"Posso vê-los no meu escritório?"
"Depende." Falei, chupando meu canudo. "A gente está em problemas?"
Liam não achou fofo ou engraçado.
"Agora."
Harry continuou dançando. "Eu estou ocupado."
Liam jogou a mão pra cima, incrédulo. "Harry!"
"Você ouviu o cara." Gritei. "Ele está ocupado!"
Segui Liam até seu escritório. Kenneth esperava por mim atrás da mesa de Liam. Ele segurava seu iPad em frente ao rosto. Ele era míope e não estava usando seus óculos. Liam sentou numa das cadeiras em frente ao chefe e eu a cadeira ao seu lado. Eu não tinha certeza do que esperar. Um sermão? Um aviso?
Ele suspirou quando viu apenas nós dois. "Cadê Harry?"
"Ele não quis sair do estúdio." Liam disse.
Kenneth franziu o rosto. "Isso não é aceitável. Liam, volte lá e o traga. Não me importa que você tenha que arrastar ele de lá aos murros e berros."
Cruzei meus braços. "Não. Ele não gosta de ser perturbado quando está trabalhando."
Os dois trocaram olhares. "Conheça o novo cão de guarda do Harry." Liam falou.
Arqueei minhas sobrancelhas. "Woof."
Se encostando na cadeira, Kenneth massageou as têmporas. "Louis, essa companhia está com vários problemas sérios agora por causa do comportamento de Harry. Você era o maior crítico..."
"Eu mudei de ideia. Ele é um belo gênio e meu melhor amigo."
Liam estava além do limite. Ele pegou uma pasta de sua mesa e me entregou uma cópia do novo calendário de ensaios.
"Eleanor e Gigi concordaram com isso?"
Liam assentiu, cuidadosamente analisando minha reação.
"Legal. Eu acho que Joni pode tomar daqui pra frente então." Sorri para mim. Joni, o coreografo assistente, era um puxa-saco e morria de medo de Harry. Seria fácil convencê-lo a colaborar com a visão de Harry.
Levantei e joguei minha bolsa sobre meu ombro. Eu estava ansioso para contar a Harry as boas novas.
"Não tão rápido." Disse Kenneth. "Joni não vai substituir Maurice."
"A gente está trazendo outro coreógrafo convidado." Disse Liam.
Grunhi. Acho que teríamos de tomar as rédeas através de um golpe hostil então.
Normalmente eu daria um chilique se as coisas com a administração não iam como eu queria e acho que era o que eles estavam esperando que eu fizesse agora, mas eu me sentia mal pela posição difícil em que Liam se encontrava, então dei meu melhor para manter as coisas civilizadas.
Kenneth pegou suas coisas e se pôs de pé. Liam o entregou seu casaco. "O coreógrafo não está vindo para passar a coreografia, ele está vindo para controlar a situação, controlar um bailarino em particular."
Eu não gostei do tom que ele usou. Harry não era um animal.
"Quem é ele?"
"Você saberá quando toda a papelada for assinada... Mas aviso que ele não é nada como Maurice."
"Quando ele começa?" Perguntei, seguindo Kenneth para fora da sala, cutucando seu ombro como uma criança ansiosa.
"Amanhã. Vai acontecer uma reunião obrigatória para todos da companhia às nove em ponto." Ele olhou para o fim do corredor, para a porta do estúdio. "Avise ao seu belo gênio para estar aqui na hora. Nosso convidado não gosta de esperar."
E assim, Kenneth subiu o lance de escadas, seus passos ecoando atrás de si.
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