capítulo 06: 2x0 para Nishimura
Niki estava na frente do espelho, ajustando a camiseta do Flamengo com um sorriso no rosto, como se fosse um grande evento. Sunoo estava sentado na cama, com os braços cruzados, uma expressão de desânimo estampada no rosto. Ele bufou, mais uma vez, antes de dar seu último protesto.
── Porque não podemos ir jogar um videogame enquanto comemos doce!? Eu até posso assistir os seus filmes favoritos, poxa… não me leva nesse jogo maldito, por favor! — Sunoo resmungou, soltando um suspiro.
Niki, com paciência, apenas virou para ele, um brilho divertido nos olhos.
── Se você quiser namorar comigo, vai ter que ir assistir o jogo! — disse, com aquele tom decidido e cheio de charme que sempre fazia Sunoo ceder.
Sunoo, exasperado, revirou os olhos, mas não teve outra escolha. Ele sabia que Niki era insistente quando queria algo.
—— Tá bom, tá bom, mas não espere que eu sorria a cada gol do Flamengo.
Niki riu e estendeu a mão para ele, ajudando-o a se levantar. Sunoo olhou para o armário, tentando encontrar algo que pudesse disfarçar seu desgosto pela situação. A camisa preta que ele usava estava longe de ser a do Flamengo, mas era a que mais se aproximava de algo "neutro", e ele não queria ser taxado de "infiltrado" naquele estádio. A bermuda preta e o boné vermelho completaram o look, um disfarce bem feito para seu orgulho palmeirense.
── Ok, vamos lá — ele murmurou, enquanto Niki pegava as chaves do carro com um sorriso triunfante.
A caminho do estádio, Niki estava animado, com a energia típica de um torcedor fanático. Sunoo, por outro lado, tentava se manter neutro, sem dar muito nas vistas com sua antipatia pela situação. Eles entraram no estádio, e a vibração dos torcedores se fez sentir imediatamente. O barulho das arquibancadas, os gritos e os cantos ecoavam ao redor. O cheiro de pipoca, cerveja e churros estava no ar, junto com o calor da multidão. Niki parecia estar em seu elemento, apontando para a torcida do Flamengo e empolgado com a proximidade do jogo.
Sunoo, um pouco desconfortável, se acomodou na cadeira ao lado de Niki. Tentou não se fazer notar, mas a tensão estava lá.
── Só vou ficar aqui e esperar isso acabar — ele disse baixinho, sem olhar diretamente para o campo.
O jogo começou e, embora Sunoo estivesse completamente alheio ao que acontecia no campo, ele não pôde deixar de notar a reação frenética de Niki a cada lance. Quando o Flamengo fez o gol da vitória, Niki não conseguiu se segurar. Ele virou para Sunoo, com um sorriso gigantesco, e antes que o namorado pudesse reagir, Niki o beijou com alegria, pressionando os lábios contra os seus.
── Eu sabia que ia valer a pena te arrastar pra cá! — Niki disse, ainda sorrindo, ao se afastar do beijo.
Sunoo, com a respiração ainda um pouco ofegante, tentou disfarçar o sorriso que estava começando a aparecer.
── Acho que vou sobreviver a isso — ele disse, embora estivesse claramente se divertindo mais do que queria admitir.
Ao saírem do estádio, Niki sugeriu uma parada na praia para aproveitar um pouco da noite. O vento estava fresco, e a brisa do mar trazia uma sensação de liberdade que Sunoo não pôde deixar de apreciar, embora não fosse muito fã de praia. Eles caminharam pela areia, conversando descontraidamente, quando avistaram Jake e Heeseung passeando com Layla, a cachorrinha de Jake.
── Ei, pessoal! — Niki chamou, acenando para os amigos.
── Oi, Niki! — Jake respondeu com um sorriso, enquanto Layla, a cachorrinha, pulava alegremente ao redor deles.
O grupo se reuniu, e logo estavam todos sentados em uma mesa de barzinho na beira da praia. O clima estava relaxado e agradável, com uma música suave ao fundo e o som das ondas quebrando na orla. Heeseung, que sempre tinha um comentário divertido para fazer, falou com um sorriso maroto:
── Se não fosse por mim, Niki estaria usando uma camisa do Flamengo no encontro de vocês, sabia?
Sunoo olhou surpreso para Heeseung.
── Você está brincando, né?
── Não, não. Ele não é fácil de convencer — Heeseung riu, como se a situação fosse uma grande piada.
Enquanto o grupo conversava, Niki olhou para a entrada do bar e, de repente, seus olhos se arregalaram.
── Galera, olha quem está ali! — Niki exclamou.
Sunoo virou-se e seus olhos se fixaram em Jay, que estava ali, com um sorriso travesso no rosto, dando um selinho em um rapaz. Ele entrou no bar com o outro rapaz, e todos ficaram surpresos ao ver quem estava com ele. Niki, ainda atônito, olhou para os amigos.
── É o Jay... E... quem é aquele cara com ele?
Sunoo, com um sorriso confuso, olhou mais atentamente e logo viu alguém que não esperava. Jungwon estava lá, ao lado de Jay.
── Jungwon? O que ele está fazendo aqui? — Sunoo perguntou, sem acreditar no que estava vendo.
Os dois se aproximaram da mesa, e logo a conversa se desenrolou com risadas e explicações. Jay, com aquele jeito irreverente, começou a contar como conheceu Jungwon.
── Foi uma história engraçada, na verdade — Jay começou, olhando para Jungwon com um sorriso. ── Ele foi até a loja da minha família, e na hora, ficou meio encantado comigo. No final, pediu meu número e saímos no primeiro encontro. Aqui estamos, no nosso quarto date.
Sunoo, que estava ouvindo tudo com atenção, não pôde deixar de sorrir. Ele pegou o celular e mandou uma mensagem para Sunghoon, convidando-o para conhecer seu namorado. Rapidamente, Sunghoon apareceu, chegando ao bar com uma expressão animada.
── Oi, galera! — ele exclamou, ao se sentar na mesa com todos. E assim, o grupo foi se conhecendo melhor, trocando histórias e rindo das situações engraçadas que todos haviam vivido. A noite na praia estava tranquila, e o clima de amizade e diversão se espalhava por todos.
[...]
Depois de uma tarde cheia de risadas e histórias com os amigos, Sunoo e Niki estavam finalmente a caminho da casa de Sunoo. O dia tinha sido divertido, mas Sunoo sabia que o verdadeiro momento de relaxar seria quando estivessem em casa, longe da agitação. Eles entraram pela porta da frente, e Sunoo jogou a chave na mesinha perto da entrada, já tirando os sapatos.
── Fique à vontade, Niki — Sunoo disse, levando-o até a sala enorme de sua casa. O espaço estava decorado com sofás imensos e uma TV de tela plana que ocupava metade da parede. A sala era um verdadeiro cinema particular. Niki sorriu, impressionado com o tamanho do ambiente, mas se acomodou no sofá com um olhar relaxado. Sunoo se jogou ao seu lado, pegando o controle remoto.
── O que você quer assistir? — perguntou Sunoo, enquanto colocava o controle na mão de Niki.
── Qualquer coisa que a gente consiga assistir juntos — Niki respondeu com um sorriso, se ajeitando para ficar confortável.
Sunoo escolheu um filme leve, uma comédia romântica que parecia ser a escolha perfeita para o clima daquele momento. Eles começaram a assistir, mas logo a história começou a ficar mais íntima. Em uma cena de casal, com troca de olhares e toques sutis, Niki não conseguiu resistir. Ele olhou para Sunoo com um sorriso travesso e, sem dizer uma palavra, o puxou para um beijo. Sunoo ficou surpreso por um momento, mas logo se entregou, com o corpo se encaixando no de Niki. O beijo foi se aprofundando, e Sunoo se sentiu envolvido por uma mistura de carinho e desejo. Quando ele estava prestes a se acomodar melhor no colo de Niki, os dois começaram a se despir de forma leve e carinhosa, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido.
No entanto, antes que pudessem avançar mais, um barulho repentino os fez parar. A porta se abriu com um rangido, e uma voz familiar gritou com um tom de surpresa.
── Céus! Eu não quero ver isso, Sunoo! — A mãe de Sunoo, a senhora Nishimura, estava ali, parada na entrada da sala com os olhos arregalados.
Sunoo levantou-se rapidamente, com o rosto vermelho de vergonha. Niki, também constrangido, ficou parado no sofá. A senhora Nishimura, com seu jeito caloroso e animado, entrou na sala, sentando-se na ponta do sofá, ainda olhando para os dois com uma mistura de choque e curiosidade.
── Ahn, mãe... — Sunoo começou, tentando ganhar tempo. ── Isso não era exatamente o que eu imaginava para o começo da noite.
A senhora Nishimura sorriu, mas sua expressão logo se suavizou.
── Eu não imaginava que meu filho fosse tão rápido assim... mas tudo bem. Acontece — ela disse, como se estivesse falando sobre algo totalmente comum. Depois olhou para Niki. ── Então, você deve ser o Niki, o bom amigo do meu filho. O que você faz?
Niki, ainda um pouco surpreso, tentou se recompor.
── Eu sou estudante... e, bem, venho de uma família que gosta de futebol — ele respondeu, tentando manter a calma.
Sunoo deu uma olhada nervosa para sua mãe, sabendo que a conversa estava longe de terminar ali.
── Mãe... eu só... eu não queria que você contasse para o meu pai sobre... sobre a minha sexualidade. Não sei qual vai ser a reação dele — Sunoo disse, a voz mais baixa agora. Ele olhou para Niki, que o observava com um olhar compreensivo.
A senhora Nishimura, com um sorriso compreensivo, acenou com a cabeça.
── Está tudo bem, meu filho. Não vou contar nada para o seu pai. Mas posso dizer que Niki é um bom amigo.
Sunoo respirou aliviado, sentindo o peso sair de seus ombros. A conversa logo se desviou para outros tópicos, e antes que percebessem, a senhora Nishimura estava saindo da sala, dizendo que prepararia um jantar para eles.
── Eu espero que vocês aproveitem a refeição, e depois... vejam o que quiserem ── ela disse antes de sair.
O cheiro de comida deliciosa logo invadiu a casa, e a mãe de Sunoo fez questão de preparar algo especial para os dois. Eles comeram juntos, conversaram mais um pouco e, logo, quando a noite estava caindo, Sunoo levou Niki para o seu quarto. O dia tinha sido cheio, mas ambos estavam exaustos, e o clima estava perfeito para relaxar.
Quando finalmente se deitaram, Niki abraçou Sunoo com força, aconchegando-se em seus braços. Sunoo sentiu o calor de seu corpo e sorriu, sentindo-se em paz. Niki, com a cabeça repousada no pescoço de Sunoo, sussurrou:
── Você foi a melhor coisa que me aconteceu.
Sunoo sorriu, sentindo o coração bater mais rápido com as palavras de Niki. Ele deu um beijo na testa do namorado e respondeu:
— Eu digo o mesmo, meu japinha flamenguista.
Em seguida, Niki beijou-o suavemente, e o beijo logo se aprofundou. Os dois se entregaram ao momento, esquecendo o mundo ao redor. Quando finalmente se separaram, Niki, com os olhos brilhando de afeto, disse baixinho:
— Eu te amo.
Sunoo, com um sorriso brincalhão, respondeu:
— Eu te amo muito mais.
E, naquele instante, as palavras se perderam em outro beijo, mais apaixonado e intenso, como se o amor entre eles fosse algo que não precisava de explicações, só de momentos como aquele.
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