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"Rua Fazbear"

Era a placa na qual Gabriel encarava naquela esquina sombria.

- Só para recapitular o plano! - o policial George estava no meio de vários soldados das forças especiais da polícia e dos amigos de Anny - Gabriel!! Chega mais!

- Desculpe, senhor... - disse.

- Não precisa se desculpar, Gabriel! Só preste a atenção! Sabemos que a Anny está lá dentro, sendo feita como refém, portanto ele pode matá-la a qualquer instante se não formos cautelosos... . Então, vocês irão primeiro! - disse George, apontando para os jovens - Quando estiverem com a Anny segura, nós entraremos em ação!

- Temos que acabar com isso de uma vez por todas! - disse Mia, com os punhos cerrados.

- Nós iremos ajudar! Tá vendo aquele blindado? - o policial apontou para um camburão blindado que estava no acostamento da rua - Tem todo tipo de equipamento lá! Sei que os meninos fizeram curso de tiro, portanto sinta-se à vontade para escolher as armas! Peguem as armas de munição .50 ou pesada! Aqueles filhos da mãe aguentam muito chumbo!

- Nossa!! Incrível!! - Gabri estava fascinado, pois amava armas. Quando tinha churrasco na fazenda do tio de Gabriel, Gabri era quem ganhava no tiro ao alvo.

- Depois que a Anny estiver segura, Mike colocará seu plano em ação! A palavra é sua, amigo! - George concedeu a palavra ao robô.

- Andei estudando formas de destruir as almas... antes achava que podíamos desmontá-los, mas estava beeem errado... . Logo, entrei em contato com um velho amigo... ele está com litros de gasolina aí!

- Quem é ele? - perguntou David.

- Um velho amigo de vocês! - disse, apontando para Iago, Gabri, Gabriel e Mia - Gabriel Hudson é o nome dele!

- Eu sabia que ele estava vivo! - Iago disse com um sorriso.

- Eu jamais esqueceria de vocês... - uma voz aguda de criança surgiu entre eles.

Todos olharam para o dono da voz que surgiu das árvores. Alguns o olharam com um sorriso, outros com um olhar de medo. Seus longos braços o faziam ser facilmente confundido com uma árvore, mas seu terno poderia fazer os observadores o confundirem com um homem qualquer. Porém seu rosto pálido sem expressão demonstrava que aquele ser era sobrenatural... para falar a verdade ele nem possuía rosto.

- Slender Man!! Quanto tempo, meu amigo! - Gabriel estava bem feliz.

- Coé galera!!

- Esse daí não é aquele monstro que capturava crianças, lá no Jesuítas? - perguntou um dos soldados, amedrontado.

- Eiii! Calma lá!! Não capturei nenhuma criança.... quem capturava era o Willian!! Eu... tentava protegê-las, mas... elas tinham medo de mim e.. iam atrás do humano que... as matava. No mais, eu sempre levava a fama do que nunca havia feito... e nunca faria. Se bem que eu tava meio puto naqueles dias lá, aí eu dei uma apertada no pescoço do Iago, mas peço desculpas!

- Relaxa! Nem doeu haahahaaha!! - Iago respondeu, arrancando risadas dos outros.

- Como irá prosseguir com o plano? - George perguntou.

- Simples.. quer dizer.. nem tanto, mas vocês darão conta: vocês entram lá, dá uns pipoco, resgatam a Anny, dão mais pipoco... aí, enquanto isso, eu irei espalhar gasolina pelas estruturas... . Aí todo mundo sai de lá e seremos, finalmente, livres!! Eu sou um gênio!

- Você vai nos ajudar lá dentro? - perguntou Carolina.

- Não, um vez que irei cansar muito no ato de jogar gasolina em vários pontos das pizzarias, em um curto período de tempo, ficarei esgotado.

- Certo! Vamos dar conta! - Gabriel afirmou, demonstrando confiança - Vamos salvar nossa amiga e além de deixar as outras almas descansarem! E... quero viver pra Ariela... .

- Peguem o que vocês quiserem lá no arsenal! Jonas!! Mostre a eles tudo que temos!! - George pediu a um colega.

- Garotos... venham comigo!! - Jonas os chamou.

Jonas abriu um compartimento do blindado revelando as armas.

- Uhhhh!!! Vários cortes interessantes... - comentou Gabri.

Gabriel o encarou, apertando os olhos.

- Você tirou isso do Em Ritmo de Fuga, né?

- Como você sabe? - perguntou o outro, pegando um fuzil de assalto  IMBEL MD97.

- Heee fih!! A Ari adora esse filme!! - Gabriel escolhe uma Franchi SPAS-15, escopeta italiana de calibre 12.

- Vou ficar com a M4A4! - Iago falou e, em seguida, pegou mais cartuchos - Caramba! É tudo personalizado com mira Z-Point e lanterna!

- Eu escolho essa escopeta Bullpup da KSG! - disse David - Sou do tipo Doze em combate fechado.

- Concordo com vocês! - Mike escolheu a brasileira CBC PUMP.

- Ótimo pessoal! Vocês querem alguma pistola .50? - Jonas perguntou - Temos DEAGLE aqui...

- Passa pra cá, irmão! - Gabri o interrompeu, provocando o riso de todos ali.

- Sabia que vocês iriam querer isso hahaha! - Jonas riu - As meninas não vão querer ver os "cortes"?

- Elas não curtem muito isso... - Gabriel respondeu - Traumas...

- Saquei... beleza... tá na hora!! - Jonas os conduziu para o resto do grupo.

- Senhores... - começou George - Essa é uma missão muito perigosa! Não podemos cometer erros... sei que vocês não são profissionais nisso! Na escola, não tem treinamento de resgate de refém, muito menos contra robôs amaldiçoados! Se vocês falharem... Teremos que usar nosso plano B: explodir tudo e sacrificar vocês! Eu confio em vocês, principalmente porque já derrotaram Willian Afton uma vez!!! Sabemos que a Fazbear Entertainment ainda existe, mas... é uma operação federal agora! Meninos, se preparem... boa sorte e... até logo... .

- Tá na hora! - Mia suspirou - Vamos conseguir...

Ela olhou para os amigos que tinham posse de armas pesadas. A batalha seria intensa, perigosa e mortal.

- Vamos acabar logo com isso! - Gabriel foi o primeiro a se aproximar da pizzaria.

Todos o seguiram e encararam a depredada fachada "FR D Y  FA BE R  PIZ A".

Havia madeiras tampando a porta, mas, em um movimento rápido, Michael as arrancou facilmente.

A recepção estava escura e bem desgastada. Haviam caixas registradoras saqueadas, pôsteres rasgados, muitos itens antigos e quebrados. A única coisa que se ouvia era a respiração de cada um dos adolescentes.

"CLICK"
"CLICK"
"TICK"
"CLACK"
"TECK"

Mia e Carolina se assustaram com o estalar das armas sendo destravadas, prontas para efetuar algum disparo.

As lanternas iluminaram o grande salão principal. Mia percebeu que ele estava mais depredado que da última vez em que esteve lá. Muitas mesas se encontravam partidas no meio, além de que haviam peças por todos os lados.

- Eles não estão no palco... . - sussurrou Mia.

- Eles quem? - Carolina fez uma pergunta até quem bem óbvia.

- O Elenco Fazbear! Freddy, Bonnie, Chica e... - Mia parou de falar ao encarar a cortina da Cova Pirata.

O lar de Foxy estava completamente destruído! Era como se uma luta de grandes proporções tivesse acontecido ali.

- Foxy... . - David terminou a fala de Mia num sussuro que mais pareceu um lamento.

- Onde a Anny pode estar? - Gabri perguntou.

- Vamos ter que nos separar.. - Mike sugeriu - Eu cuido das meninas! Vocês podem se dividir aí ou podem ir juntos sei lá. Mas lembre-se: qualquer movimento, chama no Walkie Talkie.

Todos confirmaram com um aceno.

Mia tinha uma ideia de onde a amiga poderia estar.

Mesmo dentro da estrutura, todos ouviram as doze badaladas do sino da igreja mais próxima anunciando que era meia noite.

*

Em um canto escuro, Springtrap assistia toda a movimentação dos garotos.

- O jogo está iniciado! Acabem com eles, mas deixe o Gabriel e a Mia comigo!

*

*

Mia, Carolina e Michael passavam pelo corredor da direita, em direção à pequena sala de manutenção. Passaram pela porta e se depararam com muita poeira e teias de aranha. Mia, rapidamente, moveu um armário de vassouras revelando uma imensa porta de metal!

- É aqui... . - disse.

- Certo... como se abre? - perguntou Mike.

- Eu só forcei... com muita força... .

- Hahaha! Essa vai entrar pro meu banco de dados de "Frases Geniais"!

- Hahaha! - as duas riram juntas. Era bom descontrair um pouco.

Mike, com uma facilidade moderada, conseguiu abrir a porta que fez um baque forte.

A luz das lanternas iluminaram a grande sala secreta, rapidamente encontrando uma fantasia bem podre e velha. Mas, iluminando o rosto, viu algo. Mia ligo percebeu que se tratava de Anny!

- Anny?

- Mia? - ela perguntou, surpresa, porém seu rosto demonstrou preocupação - Mia, cuidado!

- Com o qu... - antes de terminar a pergunta, uma figura alta a atacou.

- MIAAAA! - Mike, imediatamente, correu para ajudar a irmã.

A figura era bem forte, o que dificultou a atuação do Mike.

- AHHHHHH! ME AJUDEM!!! - a garota gritava.

Michael, rapidamente, chutou a criatura, de modo que a fez cair ao lado da garota. A lanterna da CBC PUMP iluminou a criatura, fato que possibilitou vê-la. Era uma bailarina! Mia se arrastou para próximo de Carolina que a puxou para perto, enquanto Mike colocava-se sobre o inimigo mecânico.

- Até logo! - disse, apertando o gatilho.

"POOOOOW"

O som ecoou pela sala. Metade do rosto do robô foi destruído, mas ainda se debatia.

"CLACK, TICK.. POOOOOW"

Mike recarregou e disparou, novamente. A mandíbula, os olhos saltaram da cabeça robótica causando faíscas e mal funcionamento.

"CLACK, TICK.. POOOOOW"

Após esse disparo, a bailarina se desligou completamente. Seu óleo vazou pelo chão da sala.

- Essa era a Ballora! - Mike proferiu.

- Muito prazer! - Mia suspirou e foi correndo pra perto da amiga - Anny!!! Tá tudo bem?

- Tá sim! Quer dizer... não, porque tem robôs que estão prestes a comer o nosso cu! Só não sei como vão me tirar daqui... .

- Putz... é um traje de springlocks... se alguém errar na hora de desativá-los, a Anny vai sofrer bem... tipo... do jeito que o Henrique e o meu pai morreram... . - Mike notou um olhar vago de Mia, ao citar o ex namorado dela - Vou precisar do Gabriel!! Eu ensinei a ele como desativar esses dispositivos! - Em seguida ligou o Walkie-Talkie - Gabriel!! Preciso de você aqui! Vai no corredor direito e entra na sala de manutenção!

- Positivo, senhor! - respondeu o amigo.

- Eu cubro a porta! Preciso dele aqui!

Mike se posicionou ao lado da porta para neutralizar qualquer coisa, que não fosse o amigo, que passasse por ali.

*

*

*

- A sua ideia de se esconder na Cova Pirata foi incrível, né? - ironizou Iago.

- Você quer se "esconder" no palco? Aproveita e finge que é um robô, seu primata! - Gabri já estava nervoso.

Gabriel e David ouviam a discussão sussurrada com um sorriso no canto da boca. Porém, aquele momento foi quebrado com um chamado no Walkie-Talkie:

- Gabriel!! Preciso de você aqui! Vai no corredor direito e entra na sala de manutenção! - era Michael, do outro lado da linha.

- Positivo senhor! - respondeu ele, guardando o dispositivo.

- Vou também! - Gabri se pronunciou.

- Ele mandou só o Gabriel... - David se intrometeu.

- Foda-se! Ela é minha namorada! Fica quieto, solteiro! - Gabri tocou no ponto fraco do amigo que havia terminado com a Laura em 2016.

- Ahhhh... foda-se! Vou ficar quieto mesmo!

- CALA A BOCA, BANDO DE A-R-R-O-M-B-A-D-O!!! - Gabriel disse entre dentes, num sussurro.

Todos se calaram, subitamente, ao ouvirem um som bem alto.

- Eu-eu sei q-q-que vocês-cês estão aqui!! - uma voz medonha ecoou pela escuridão.

- Okay... isso vai ser um problema! - David sussurrou - Eu e o Iago podemos distraí-lo e vocês dois vão na Anny!

- O cara é um gênio! - riu Gabri - Nunca duvidei!

Gabriel espiou pelo rasgo da cortina e viu apenas uma figura alta andando pelo salão.

- Vamos em silêncio... com a lanterna desligada. - ele pediu.

Os garotos, tentando fazer o menor barulho possível, saíram da enseada pirata, mas antes de começarem a ir para a sala de manutenção, as luzes do palco se acenderam.

- Eu esperei um longo tempo por isso... - uma voz grave e áspera disse. Gabriel conhecia aquela voz... sempre ouvia em seus pesadelos.

As luzes do palco piscavam incessantemente e, aos poucos os jovens se acostumaram com a luminosidade. Todos viram a figura velha e podre de Willian Afton.

- Willian Afton... . - Gabriel o olhou com ódio.

- Achei que seria chato... mas acabo de perceber que isso será interessante... . Estão todos juntos em um só lugar! Esse lugar será a nova casa de vocês... onde serão torturados pela eternidade!

Eles estavam levemente distantes do assassino, portanto quem levantaram as armas foram Iago e Gabri.

- A união de vocês... será a sua destruição!! Acabem com eles!

- FOGOOOOO!!! - Gabriel gritou e os amigos dispararam, mas, subitamente as luzes apagaram.

"TRATRATRATRATRATRATRATRA"

Gabriel ascendeu sua lanterna e os amigos, imediatamente pararam de atirar. Springtrap havia desaparecido.

- Onde diabos ele está? - David perguntou.

- Atrás de-de vocês!! - outra voz respondeu.

Todos viraram, rapidamente, para o dono da voz. Funtime Freddy, com um movimento bruto, arrancou a M4A4 das mãos de Iago e empurrou os outros ao chão. Um zumbido começou a ser ouvido e o robô distorceu: ele se tornou carne e osso... sangue pingava de sua boca e seus dentes eram afiadíssimos. Os amigos recuperaram rapidamente do susto e pegaram suas armas e David disparou com sua Bullpup contra o tórax do robô, que recuou.

"POOOOW... CLACK, TECK"

Sua distorção começou a desaparecer, mas algumas partes ainda diferiam do plástico. As distorções se pareciam com uma televisão com problema na placa de vídeo. Algumas peças caíam a cada passo da criatura.

- Vão pra lá! - Iago praticamente ordenou - Não se esqueçam que o resgate da Anny é a missão mais importante!

- Certo! Vamos, Gabri! Iago e David! Vocês acham que vão dar conta?

- Vão logo, porra! - gritou David para eles.

- Vamos, Gabriel! - Gabri o puxou para o corredor.

*

Os dois amigos, logo que entraram na sala de manutenção, já encontraram o corpo robótico de Ballora completamente destruído. Os olhos de Gabri brilharam ao ver que a namorada parecia bem.

- Gabriel! - Michael o chamou - Preciso de ajuda aqui. E... total concentração!

- Amor! Tá tudo bem! - Gabri perguntou, preocupado.

- Tirando o fato de que estou em uma fantasia que pode me matar a qualquer momento, sim. - disse abrindo um pequeno sorriso - Obrigada por vir!

- Você sabe que eu te amo, gata!

- Ae galera! É hora de concentração agora! - disse Gabriel - Se vocês quiserem ajudar com a iluminação são bem vindos, agora deixa os amassos pra depois!

- Vamos lá! Anny, quero que você relaxe... respire calmamente, pois vamos ter que mover essa fantasia pra começar a desarmar as molas... . Espero que não dê merda! - instruiu Mike.

Gabriel e Mike arrastaram com muito cuidado a fantasia e começaram a mexer, com extremo cuidado, para não causar problema. Eles tinham que afrouxar cada parafuso das chamadas springlocks e, além disso, tinham que tirá-la dali o mais rápido possível, pois se tratava do velho e depredado Freddybear. A qualquer momento, alguma das molas destravadas poderia romper causando uma reação em cadeia que mataria como o Willian gostava de dizer: "De maneira lenta e muito dolorosa...". O silêncio às vezes era quebrado por baques de tiros de David e Iago contra os outros robôs. Mia prendia a respiração e Carolina observava o isqueiro que os policiais haviam entregado. Após alguns minutos, que mais pareceram horas, os amigos chegaram na última mola.

- Putz... agora vai ser a pior parte! - Gabriel pensou alto.

- Por quê? - Mia e Gabri perguntaram, quase que ao mesmo tempo.

- Porque Henry cometeu um erro nesses modelos... quando desativarmos essa última peça for destravada, temos cerca de um segundo e meio para tirá-la daí de dentro! - explicou Gabriel.

- E se vocês não conseguirem me tirar daqui? - perguntou Anny.

- Digamos que... será como se nem tivéssemos desativado as molas... todas vão se ativar em questão de poucos segundos... . - respondeu Michael.

- Preciso de ajuda aqui! O Mike vai desativar a última mola! Aí preciso que vocês me ajudem a tirar a Anny dessa merda! - pediu Gabriel.

Os amigos, sem exceção, seguraram a garota pelos ombros, preparados para puxá-la.

- Posso começar a contagem? - Mike perguntou.

- SIM!!! - responderam em coro.

- Certo... UM... DOIS... TRÊS!!!!!!! - rapidamente ele girou o parafuso.

Os amigos puxaram a jovem com toda a força possível, mas antes de a retirarem por inteiro, a fantasia começou a tremer e a fazer baques altos: as springlocks estavam se ativando.

- AHHHH!!! AIIIIII!! AHHH!!! - Anny gritou de dor quando algumas molas cortaram algumas partes de sua pernas e pés.

Felizmente, antes do estrago se tornar pior, conseguiram retirá-la de lá. Freddybear se debatia como se estivesse vivo, sendo que os estalos eram bem altos.

Ambas as pernas e os pés de Anny sangravam muito. Ela chorava nos braços do namorado e de Mia que tentavam ajudá-la.

- Putz... vai ser bem complicado sair daqui assim... . - afirmou Michael.

- Sim... espera... que cheiro é esse? - um odor forte invadiu os pulmões de Gabriel.

*

*

- Iago! Isso vai ser complicado! Não vamos perder o foco! - David disse ao amigo, logo que Gabriel e Gabri deixaram os amigos no salão.

- Eu jogo FNaF DOOM!! Acho que vai dar bom! - disse o outro.

Funtime Freddy estava debilitado, porém sua força ainda o mantinha como todo poderoso, lançando cadeiras na direção deles e destruindo ainda mais as mesas.

- Foca nas juntas dele, Iago! Ele ficará mais debilitado! - David sugeriu e o amigo atendeu.

"TRATRATRATRATRA"

Os disparos ecoavam pelo salão e deixavam Freddy cada vez mais destruído. O plástico estourava, deixando seus fios e articulações à mostra.

- Irei atirar no peito dele também! Talvez eu acerte a placa de força! - David avisou.

- Não precisa contar tudo que vai fazer! Só mata esse arrombado!! - gritou Iago.

O robô estava travando bem. Mais alguns tiros ele estaria desativado.

"POOOOW... CLACK, TECK"

"POOOOW... CLACK, TECK"

"POOOOW... CLACK, TECK"

Todo o peito foi aberto. Quase não havia mais o plástico que tornava o robô mais "amigável" a quem estava próximo. Os amigos, então localizaram uma placa de força da máquina, que apresentava várias faíscas.

- Atira!!! Vai!!! - Iago gritou, com intensidade.

"POOOOW... CLACK, TECK"

"TRATRATRATRATRATRATRATRATRATRA"

"POOOOW... CLACK, TECK"

"POOOOW... CLACK, TECK"

Após alguns disparos, Funtime Freddy desligou e, com um estrondo, foi ao chão.

- O que fizeram-ram com ele?? - uma voz feminina disse.

Os garotos arregalaram os olhos, pois sabiam de quem era a voz. Elizabeth Afton surgiu da sala de manutenção dos robôs.

- Merdaaaaaa! Atira, vai, vai, vai!!! - David deu uma desesperado quando a viu, pois sabia que ela não era boazinha.

"POOOOW... CLACK, TECK"

"TRATRATRATRATRATRATRATRATRATRA"

"POOOOW... CLACK, TECK"

Os amigos desceram chumbo na inimiga e correram para a sala de manutenção onde os amigos estavam.

*

*

Na sala, uma gota de um líquido com forte odor pingou dentro da sala através do buraco no teto.

- É gasolina! - deduziu Gabri - Temos que correr!! O Gabriel Hudson já fez a parte dele, mas ainda temos que fazer a nossa! Deixa que eu levo a Anny! Mia, fique com o fuzil!

-Mas eu não sei usar! - Mia respondeu o ato do amigo.

- É só mirar e atirar! Relaxa! E se as balas acabarem, você destrava isso aqui... - apontou para um mecanismo da arma - Tira o cartucho, substitui pelo novo e aí trava de novo aquele trem!

- Certo! Acho que entendi... .

- Ótimo! Anny, Amor, eu e o David vamos enrolar esse pano na sua perna para estancar um pouco do sangue!

- Tá... ain... tá doendo... - Anny ainda estava com o rosto banhado em lágrimas.

- Eu sei, amor! Não vou mentir que vai doer mais! Mas isso é pra evitar desastres maiores! - o namorado beijou sua amada, rapidamente.

David acabara de chegar com o Iago e, como estava fazendo medicina com o amigo, já sabia algumas manhas, portanto, pegaram o tecido e o enrolaram com cuidado sobre os pés as pernas da garota, mas ainda faltava uma parte muito dolorosa: dar o nó.

- Anny... - David começou, entregando uma parte do pano para a jovem - Vamos ter que dar um nó no pano.. você sentirá muita dor, não iremos mentir... . - Gabri assentiu - Quero que morda esse pano! Desconte a dor nele, mas , por favor, não mecha as pernas!

- Amor, olha pra mim! - pediu Gabri - Eu sindo muito, mas...... isso é para o seu bem!

- Vamos começar a c-contagem? - David disse, com um pouco de hesitação, pois sabia que a garota sofreria muito - Um.... Dois.... TRÊS!!! - os dois deram o nó com força.

- HUUUUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMM!!!! HUUUUMMMMMMM!!!!!!! - Anny gemia de dor, enquanto seus olhos lacrimejavam intensamente. Gabri também chorava por causa da dor da namorada. Ele não gostava de vê-la sofrendo.

- Temos que ir! - Gabriel os chamou - Cah, você está com o isqueiro?

- Estou sim! - disse, com o objeto nas mãos.

- Quando estivermos prestes a sair, na recepção, quero que você ligue e o trave e jogue na gasolina! - ao ouvir o comando do garoto, Cah assentiu - Temos que ir agora!

Gabri, com cuidado, segurou Anny nos braços. Ela respirava rapidamente, ainda chorando, mas mais calma devido à proximidade com o namorado. Mia e os outros meninos armados saíram na frente do grupo. Eles perceberam que o lugar estava banhado em gasolina, mas havia um caminho que parecia ter sido feito somente para eles. O Slender Man havia pensado em tudo mesmo!

O caminho parecia livre até o salão principal, novamente, mas próximo à porta que levava à recepção estava Baby.

- Vocês mata-taram meus amigos-gos! É a minha-nha vez de-de retribuir-ir! - dito isso, a robô correu na direção deles, que começaram a atirar.

"POOOOW... CLACK, TECK"

"TRATRATRATRATRATRATRATRATRATRA"

"POOOOW... CLACK, TICK"

"POOOOW... CLACK, TICK"

"TRATRATRATRATRATRATRATRATRATRA"

"POOOOW... CLACK, TECK"

Elizabeth mal atravessou o salão e já veio ao chão, destruída.

- Eles são OPs normalmente... aí nós ficamos brabos agora! - Iago comentou, arrancando risos dos amigos.

- Já tava na  hora né... - Gabriel complementou.

- E o Willian? - David lembrou enquanto cruzavam o salão.

- Foda-se ele! O policiais vão meter bala nele se tentar fugir! - respondeu Gabriel - Vamos dar o fora daqui!

Porém, quando estavam prestes a passar pela porta para a recepção, algo segurou Mia pelos cabelos e encaixou sua mão no pescoço da garota.

- AHHHGHHA!! GAHRH! - Mia, a princípio gritou, mas as mãos da criatura apertaram seu pescoço com muita força, evitando a respiração da mesma.

- Antes que vocês saiam daqui, quero deixar claro que ela e o Gabriel ficam! - as lanternas iluminaram a figura, revelando Springtrap.

- Vai se foder, filho da puta! - Iago atirou contra o robô, na mesma hora.

"TRATRATRATRATRATRATRA"

Porém nada ocorreu. Willian Afton ainda enforcava a garota com seu braço esquerdo.

- HAHAHAHAHA! Vocês são tão tolos! Eu sou à prova de balas!

Carolina temia que o pai matasse a irmã na frente deles, por isso pegou um pedaço de ferro bem afiado no chão e tentou surpreendê-lo.

Ela movia na escuridão enquanto Spring ameaçava os amigos.

- Vocês não podem me parar!

- Willian! Por favor! Solte ela! Eu fico no lugar dela! - Gabriel pediu.

- Você... você acha que tem alguma moral pra pedir algo aqui? Você matou Willian Afton... mas não matará Springtrap!

Carolina viu uma brecha para salvar a irmã, assim juntou todas as forças para golpear o monstro. A lâmina de metal cortou o ar e, em seguida, ouviu-se um barulho agudo.

Porém os rostos de todos ficaram amedrontados, pois Springtrap havia segurado a barra antes dela se chocar nele.

- Carolina... sempre tão patética!

E, com um rápido movimento, ele puxou a lâmina cortando a palma das mãos da pequena no processo. A garota nem teve tempo de gritar de dor, já que, com o ferro, perfurou o peito da filha. Sangue respingou no chão e a camisa dela, antes branca, tornou-se vinho. Seus olhos se arregalaram ao sentir o metal atravessando seu corpo.

- NÃHAO!! NHÃO!!! - Mia proferiu um pouco sem ar.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!!! - os outros gritaram em conjunto.

- FILHO DA PUTAAAAAAA!!!! - Mike gritou ao pai.

Nesse meio tempo, Cah caiu de joelhos e desabou sobre a gasolina.

- VOCÊ ESTÁ ERRADO, SPRINGTRAP!!! - Gabriel esvaziou os pulmões - VOCÊ NÃO É À PROVA DE BALAS!!! IDEIAS QUE SÃO À PROVA DE BALAS!!!! - rapidamente, disparou contra o robô e os amigos o acompanharam, tomando cuidado com Mia.

"POOOOW... CLACK, TACK"

"POOOOW... CLACK, TICK"

"POOOOW... CLACK, TACK"

"POOOOW... CLACK, TECK"

"TRATRATRATRATRATRATRA"

O robô estava sendo destruído aos poucos e, com um tiro certeiro, Gabriel decepou o braço esquerdo do Afton que segurava Mia. A garota, cambaleando foi para perto dos amigos que só pararam de atirar quando derrubaram a criatura. Porém eles sabiam que Willian não estava morto.

- Vocês! - Gabriel apontou para os amigos - Saiam daqui! Estarei com a Mia bem atrás de vocês! - os amigos concordaram e foram para a porta principal.

- Mia! Mia! - ele a segurou - Temos que ir!

- E a Cah?! - perguntou ela?

- Ela se foi... espera.. CORRE MIA!! - o garoto notou algo.

Carolina, banhada em gasolina e em seu próprio sangue, como um último esforço, acendeu o isqueiro. E, olhando para Springtrap, que tentava se levantar, disse:

- Si-sim, p-pai, e-eu so-sou m-muito... p-patéti-tica-ca... .

Gabriel sabia o que Carolina iria fazer, por isso, segurou Mia para perto de si e se jogou no chão, sobre uma área em que a gasolina não se encontrava. Nesse movimento, a pistola que Henrique havia lhe dado rolou pelo chão.

Springtrap viu o que a filha estava prestes a fazer, então ele esticou o braço direito na direção dela que, sem pensar duas vezes, soltou o isqueiro que caiu sobre a gasolina.

Gabriel e Mia primeiro ouviram um som.

"VOWWWSHHH"

Depois sentiram o calor extremo, como se seus olhos estivessem sendo queimados.

Então, sentiram a fumaça quente e pesada cobrindo todo o ambiente.

E... viram o brilho das chamas, juntamente, com o som ensurdecedor da explosão.

"BUUUUMMMMMMMM!!!"

Gabriel sentiu o gás carbônico e toda a fuligem em seus pulmões. Encarou Mia ao seu lado e, com muita dificuldade, se levantou, ajudando a amiga.

- MIAAA!! TE-COF,COF-TEMOS QUE SAIR COF-DAQUI!!!

A garota não respondeu, pois estava em choque. Gabriel apoiou o braço delicado da amiga em seu pescoço e a segurou pela cintura. Em meio às chamas e à fumaça, viu as sirenes dos carros da polícia. Ele sabia que se ficasse mais alguns segundos ali, morreriam de asfixia, mesmo antes das chamas os consumirem.

Gabriel sentiu um alívio imenso ao deixar o lugar, mas enquanto andava na direção dos amigos, viu a feição horrorizada de seus rostos, logo ele parou e olhou para trás. Seu coração disparou...

*

- SENHOR!!! ELES ESTÃO VINDO!! - Ryan apontou para os garotos que saíam daquele local amaldiçoado.

Os jovens estavam desesperados e corriam como nunca para perto das viaturas, mas antes mesmo de chegarem, um brilho extremo cobriu a pizzaria.

"BUUUUUUMMMMMMM"

"VOWWWSHHHHHHHH"

A Freddy Fazbear Pizza foi consumida pelas chamas, mas a combustão também chegou à Freddy Fazbear Pizza Toy.

"BUUUUUUUMMMMMM"

O outro local também se iluminou.

- GEORGE!! GEORGE!!! - Gabri gritou, aflito - A ANNY TÁ FERIDA!!

- AMBULÂNCIAAAAAAAAA!!! - o outro chamou e, rapidamente os paramédicos chegaram até eles.

Haviam quatro carros do SAMU, pois George tinha um mal pressentimento sobre a operação.

- A MIA E O GABRIEL AINDA ESTÃO LÁ DENTRO!!! - David chamou atenção do policial.

- ESPERA!! ELES AINDA NÃO SAÍRAM???

- NÃO!!!

- O PROBLEMA É QUE É SUICÍDIO ENTRAR LÁ DE NOVO!!

- Eu sei... temos que esperar!

- Cadê a Carolina??

- Foi ela quem causou o incêndio! - Iago respondeu por David que havia sentado no chão para respirar - Ela morreu!!

- MERDAAAA!!!

- SENHOOOOR!! - dessa vez foi Jonas quem gritou - ELES ESTÃO SAINDO DE LÁÁÁÁ!!!

Por entre as chamas, todos avistaram Gabriel e Mia saindo da pizzaria. Seus rostos iluminaram de felicidade, mas tudo que é bom dura pouco, pois entre as labaredas, uma figura foi vista.

*

Gabriel viu, com clareza, que Springtrap estava de pé, na área da recepção.

Seu coração gelou quando percebeu que ele estava com a arma que Henrique havia lhe dado em suas mãos. Mas quando ele mirou na direção de Mia, ele tomou uma decisão, pois sabia o que estava prestes a acontecer.

Mia ficou paralisada quando viu a arma apontada em sua direção. Contudo, seu corpo foi jogado ao chão com força por dois braços que antes a seguravam. A princípio ela sentiu como se aquele tipo de ação fosse violenta, mas logo entendeu que era necessária.

Então, ouviu-se um baque forte e surdo. Mia viu Gabriel caindo sobre a grama com uma bala alojada no peito.

Era como Mia viu em seu pesadelo, dias atrás. Ela podia sentir a satisfação de Springtrap que se preparava para um novo disparo. A garota olhou para os olhos castanhos do amigo.

- Gabr-briel... por quê? - ela perguntou com lágrimas descendo pelo rosto.

- E-esse.. é-é o-o m-meu p-p-pedido-do...... de des-desculpas... . - com muita dificuldade, Gabriel a respondeu.

Ele sentiu sua visão escurecendo, não via mais as chamas com tanta clareza. Ouviu alguns tiros que eram disparados contra Afton, mas os baques apresentavam um ruído estranho.

Na recepção da Fazbear, Springtrap, com o dedo sobre o gatilho, prestes a disparar contra a filha, ele diz:

- Eu disse que iria tirar tudo de você, Gabriel... inclusive a sua vida! Espero te encontrar do outro lado para te torturar... eu já tenho a Carolina... agora falta a Mia... minha Sweet Kid!

Mas, antes de disparar um brilho intenso cobriu o local. Essa foi a última coisa que Gabriel viu antes de mergulhar na escuridão.

"BUUUUUUUUMMMMMMMM"

Uma grande explosão foi ouvida por metade da cidade e uma bola de fogo iluminou os céus.

Os tímpanos da garota quase romperam com o estouro. Ela foi atordoada como se tivessem jogado uma granada de flash ao seu lado.

- MiA!!! mIa!! Os PaRaMédIcOs jÁ EStão AquI!! - George sentou ao lado da garota e olhou para Gabriel que sangrava. Pela posição do buraco em seu peito, a bala não havia atingido seu coração.

- ElE vAi fICar bEM!! - sua audição oscilava.

Os paramédicos correram para próximo delas com duas macas. Apesar de não estar tão ferida, Mia não conseguia ficar em pé, por isso foi levada para outra ambulância. A última coisa que viu antes de desmaiar de cansaço foram as luzes led que iluminavam a ambulância e sirenes bem altas do comboio que seguia para o Hospital Monte Sinai.

Em outro veículo do SAMU, estavam Anny e Gabri e os outros amigos vinham nos carros da polícia.

Na ambulância que seguia na frente, Gabriel Peixoto recebia os preparativos para a cirurgia. O doutor encarregado seria um velho amigo do jovem, Doutor Moretti, o mesmo que havia salvado Mia e Anny da morte certa em 2015, uma vez que era um dos doutores mais aclamados de Juiz de Fora. A cirurgia seria um tanto quanto delicada, mas todos ali tinham esperanças de que daria certo.

*

*

Gabriel estava em um lugar escuro. Olhou para seu corpo e viu sangue saindo de seu peito.

- Merda! - exclamou - Então, eu de fato, levei um tiro!

O cenário a sua volta aos poucos foi acendendo e ele se viu em uma rua... uma rua abandonada... .

- Gabriel? - uma voz na qual Gabriel conhecia chamou sua atenção.

- Então é assim que termina? - perguntou - Essa é a minha morte? Por que se for quero que minha vida seja passada pra Ari! - o outro não respondeu - Henrique! Me responda!!!

O rosto do outro estava indecifrável.

- Você acha que esse é o fim? - Henrique perguntou.

Muitas coisas passavam na mente de Gabriel. Ele só queria respostas

*

Continua...

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Galera, que capítulo foi esse, meu Deus??? 5403 palavras! O meu record! Mas para a última noite dessa fic que fiz com tanto carinho e dedicação, era necessário um bom capítulo! Espero que tenham gostado! Obrigado por todo o apoio que vocês me deram durante esses 3 anos! Vocês são muito brabos! Agradeço por terem feito parte da minha vida!

BEIJOS, ABRAÇOS, VALEW, FALOW E FUIII!!!