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Anny escutava atentamente o plano de vingança que Mia descrevia.

- Mas Mia.. vamos à Freddy Fazbear Pizza na noite 1, na Freddy Fazbear Pizza Toy fazer o quê?

- É meio complicado... descobri uma coisa importante há... pouco tempo...

- O quê?

- Estava olhado um livro de recordações que.... minha... mãe... guardava a sete chaves. Mas uma página que me chamou atenção. Falava que eu tinha um irmão mais velho chamado Timy. Mas ele morreu quando eu era muito nova, por isso não me lembro dele.

- Ohh! Sinto muito, Mia! Mas... o que isso tem a ver?

- Anny, ele morreu na Fazbear!

- Em qual delas?

- Eu... não sei nem quando foi que ele morreu! Como vou saber em qual foi?

- Ow... você tem razão... vou arruma alguma desculpa pro Gabri... você sabe, né? Namorados... - Anny havia começado a namorar com o Gabri em 2016. Mesmo brigando, às vezes, continuam juntos.

- Não namoro desde 2015... meu único namorado foi o Henrique... - o tremular na voz da garota era perceptível. Era um assunto muito delicado e triste para ela.

- Bom... então... nos vemos amanhã à meia-noite em frente à Freddy Fazbear Pizza, ok Mia? - disse Anny encerrando o assunto.

- É.. ok.. te vejo lá! - terminou Mia, desligando o telefone.

A garota suspirou e, então resolveu ir ao shopping mais próximo para esfriar a cabeça.

O dia já estava dando lugar para a escuridão da noite. Um vento frio e úmido fazia a garota ter calafrios. Às vezes, ela lembrava do ano em que perdeu quase tudo o que amava e descobriu que o pai era Willian Afton. Lembrava dos gritos de sua mãe, naquele dia. Lembrava-se daquele verme cortando a barriga da melhor amiga e ainda da frase que ele falou, antes de perfurar seu pescoço com a faca: "Sinto muito my sweet kid". Sempre que arrumava seus lindos cabelos diante do espelho, via a cicatriz de três anos atrás. Porém essa cicatriz não estava somente em seu pescoço, como também em sua alma.

No shopping, via as inúmeras prateleiras recheadas de roupas lindas. Via várias garotas com seus respectivos namorados e se lembrava de Henrique. No dia em que começaram a namorar ele havia prometido que nunca a deixaria, mas ele se foi. Ela não conseguia mais se concentrar nas roupas, nas jóias, em nada! Uma lágrima silenciosa desceu pelo seu rosto. A única coisa que fez foi sair do shopping e seguir o caminho de casa. Andava cabisbaixa com o capuz do moletom sobre a cabeça para que ninguém a visse chorando.

Um adolescente passou ao seu lado e acenou para ela, mas Mia não viu. Então ele desviou de seu caminho e foi falar com a garota.

- Mia?

Ela olhou em direção ao adolescente e viu que se tratava de Gabriel.

- Gabriel! - eles se abraçaram.

- Hey... por que está chorando?

- Eu me lembrei do Henrique!

Somente uma palavra foi possível mudar totalmente o humor dele.

- Gabriel! Amanhã eu e Anny vamos na Fazbear! Venha co...

- VOCÊS TÃO MALUCAS???

- Eu tenho que me vingar do meu pai...

- TEM COISA NENHUMA! VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL PRA FICAR ARRUMANDO ENCRENCA NÃO!!!

- Eu vou!! Ele matou minha mãe!!

- Ai.. meu caralho..... escute aqui, esse assunto já me destruiu por dentro! Ahhh, quer saber? Foda-se sua mãe! EU NÃO LIGO PRA ELA, ENTENDE? - nesse momento um raio cortou os céus e, em seguida, o som do trovão foi ensurdecedor - Atualmente, só ligo para os MEUS AMIGOS! Aprendi isso após matar seu pai! Saber que sou amigo da filha do assassino que matou meu irmão... dói.

As lágrimas desciam como um rio no rosto da garota. Foi só então que ela sentiu um odor de álcool no ar. Gabriel estava alcoolizado. Ele já podia beber por ter dezoito anos. Então, uma chuva muito forte começou a cair.

- Seu verme imundo! - foi a única coisa que Mia disse antes de correr em direção a sua casa e sumir na escuridão.

Gabriel apenas continuou seu caminho, mas a chuva apertou e ele teve de se esconder debaixo de um toldo.

Um adolescente encapuzado surgiu em meio a escuridão. Gabriel viu uma faca em suas mãos e se assustou. Ele, então, empurrou Gabriel contra a parede e encostou a faca em seu pescoço.

- Eu te dou tudo o que quiser. - disse Gabriel desesperado.

- Quero sua vida! - respondeu o encapuzado.

- O quê?

- Por que fez aquilo com ela?

- Com quem poha?

- Com a minha namorada! Ou você já se esqueceu de mim?

Em seguida, o adolescente retirou o capuz. Era Henrique.

- Ela não entende, Henrique! Eu perdi meu irmão!

- Ela é como a Ariela! Não tem família! A avó dela morreu ano passado! ENTÃO APRENDA A TER RESPEITO COM ELA!!! A MINHA VONTADE É CRAVAR ESSA FACA EM SEU PESCOÇO E... você bebeu?

- Já tenho dezoito anos!

- Foda-se! Pra você restaurar a amizade com ela de novo... só fazendo algo grande... como... indo à Freddy Fazbear Pizza com ela...

- EU NÃO VOU!!!!!!

- Então... boa sorte.... até a próxima mano...

Em um piscar de olhos, Henrique sumiu, mas algo caiu no chão. Algo que não era ilusão. Algo real... algo capaz de tirar uma vida dependendo da precisão da pessoa... um revólver calibre 30 jazia ao chão próximo aos pés do adolescente.
Ele colocou a arma no bolso e dirigiu-se para casa. Finalmente percebeu o que havia feito. Só lhe restava chorar e orar.

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Mia chorava muito ao telefone, contando o que aconteceu à Anny.

- Mia.... esquece o que ele disse... ele estava bêbado.

- Eu sei Anny... é que... dói...

- Eu sei... eu perdi o Liam... também...

- Anny... 23:00 horas, amanhã à noite na rua Fazbear. Vamos à Freddy Fazbear Pizza que foi fechada em 2005.

- Ok... até amanhã, Mia.

- Até.. tchau!

Após desligar, Mia caiu no sono, ou melhor, no pesadelo.

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Um local estava em chamas. Algo, ou melhor, um coelho amarelo robótico estava a poucos metros de Mia. Mas alguém a puxou para longe. Antes de tudo virar escuridão, um baque seco de tiro preenche o ar e, a pessoa na qual ajudou Mia a sair do local em chamas, cai no chão com uma bala alojada no peito...

Mia acordou em um sobressalto. Era meia noite. Um raio cortou os céus novamente.

- Vai ser uma noite longa... - sussurrou ela.

Continua...