Capítulo 20.
Luke
Haviam encontrado Nathan, durante todos esses dias minha mente estava dividida em duas: eu havia matado Mel e Nathan havia desaparecido porque eu não quis acompanhá-lo na sua aventura atrás da bruxa maligna que estava mexendo com Hanna.
Mas, ele foi encontrado e estava bem, apenas alguns ferimentos que não cicatrizaram, desidratado e fraco, mas ele iria ficar bem, ele já estava em casa, Daniel me avisou, ele acompanhou o pai até a casa dos White, o senhor Miller iria avaliá-lo, eu estava indo para lá, um pouco acima da velocidade admito, um pouco ansioso eu admito.
Minha cabeça estava sendo inundada pelas ondas gigantes de pensamento a quilômetros e quilômetros por segundo, por algum motivo desconhecido por mim, tudo o que havia acontecido nesses últimos dias vieram à tona, Gabriel chorando baixinho pelos cantos, Hanna com aquele olhar vidrado no nada, hipnotizada pelo silêncio torturante que se apoderou da nossa casa, eu vagando pela floresta, sozinho, atrás de Nathan, tomando chuva, caindo em buracos, arranhando o corpo em espinhos, eu estava no automático, sem controle nenhum de mim mesmo.
E Hayley, ela ficou a todo tempo ao meu lado e eu mal olhei na cara dela, meu estômago se contraiu, senti um gosto amargo na boca, será que ela me perdoaria? E Mizuki, a japonesa-coreana também nos ajudou muito, dividindo-se entre a casa dela e a nossa, amigos eram família também, minha mãe vivia dizendo isso, os verdadeiros sempre estarão lá por você, e de fato... Eles estavam.
Parei o carro na entrada de cascalho, o carro do senhor Miller também estava ali, Max estava sentado nos primeiros degraus da varanda, o cabelo castanho grande estava quase cobrindo sua testa, ele sorriu ao me ver.
— Nate está de volta — ele praticamente cantou a frase e se jogou do último degrau em cima de mim, passei meus braços por sua cintura e o abracei, era bom vê-lo feliz daquele jeito, Max era uma peste geralmente, mas ele ainda era uma criança e estava muito preocupado com o irmão.
— Você já foi encher o saco dele? — Coloquei ele no chão.
Ele ajeitou a franja para o lado e estreitou os olhos pela claridade do sol.
— Ele está dormindo, o doutor Miller disse que ele precisa dormir para se recuperar mais rápido — sua voz estava morna, mas incrivelmente animada.
— Ele vai ficar bem logo.
Ele assentiu, passei por ele e segui para dentro da casa, Mary estava sentada no sofá com uma xícara em mãos, Oliver e Thomas estavam sentados lado a lado e Daniel numa poltrona, eles se viraram para minha direção.
— Como ele está?
Foi a primeira coisa que saiu da minha boca, eles continuaram me encarando, eu entendia era a primeira vez que falava com eles depois daquilo... Depois que Melanie se fora, mas meu estado vegetativo havia passado, eu deveria ficar bem por Nathan, por Gabriel, Hanna, Hayley e todos os meus amigos, sentia que eu tinha o dever de protegê-los.
— Ele está dormindo — a senhora White respondeu, ela arrumou o cabelo castanho atrás da orelha e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.
— Ele vai ficar bem, só está muito fraco — o senhor Miller explicou, ajeitou os óculos enquanto me estudava minuciosamente.
— Vou ver como ele está — informei para ninguém em particular e caminhei para a escada.
— Ele está dormindo Luke! — Thomas se levantou, sua voz soou meio irritada, ele ainda estava bravo comigo pela merda que eu e os meninos fizemos indo até os caçadores.
Eu o ignorei e continuei caminhando, uma certa necessidade se apossou de mim, eu tinha que vê-lo, saber que de fato ele estava ali protegido, debaixo do telhado da casa dele, em sua cama, se eu não o visse meu cérebro se estilhaçaria em mil pedaços, abri a porta devagar e adentrei o cômodo em passos leves, ele estava deitado de lado, um suporte hospitalar estava ao lado direito da cama, nele uma bolsa de soro.
— Nathan! — Sussurrei, ele não se mexeu. — Nathan! — Chamei de novo.
— Deixe-o descansar Luke — Thomas parou alguns metros de mim, o senhor Miller estava encostado no batente da porta, olhava para mim como se eu fosse um louco.
— Nathan! — Eu o chacoalhei, precisava que ele abrisse os olhos, falasse algo, uma frase, uma palavra... Uma sílaba qualquer... Mas eu precisava ter certeza que ele estava bem, algo dentro de mim se contorcia em ansiedade. Ele abriu os olhos vagarosamente e fez uma careta, sentei ao lado dele, seus olhos pareceram demorar para encontrar o foco, ele parecia meio zonzo, rodou os olhos pelo o cômodo e emitiu um gemido baixo, havia uma cicatriz no seu pescoço e boca, e seu braço esquerdo estava enfaixado. — Como você está?
Ele franziu o cenho e quando percebeu ser eu a sua frente um sopro saiu por suas narinas.
— Eu vou te matar idiota.
Apenas disse isso, cinco palavras, ele precisou de cinco palavras para me xingar, mas não fiquei bravo, chamar-me de idiota era um código para dizer que as coisas estavam bem, ele voltou a fechar os olhos e os braços caíram pesados ao lado do corpo.
— Ele foi medicado — o senhor Miller disse quando captou meu olhar preocupado. — Não tem nem dez minutos — completou com um sorriso debochado.
— Deixe-o descansar — Thomas me puxou pelo ombro como se eu fosse uma criança birrenta. — Quando ele acordar você pode vir aborrecê-lo.
Concordei, um sorriso impaciente surgiu em meu rosto, observei Nathan mais uma vez antes de sair do quarto, meu corpo pareceu flutuar quando desci a escada correndo, o senhor Miller sorriu para mim com uma feição interrogativa.
Nathan estava bem!
Hayley
Ficamos no ginásio durante o primeiro tempo inteiro, a senhora Smith e o senhor Wood ficaram lá fora conversando com os policiais, enquanto o senhor Thompson e Gerald tentavam manter os alunos em ordem, óbvio que foi um desastre total, todos estávamos curiosos para ver o que acontecera, alguns mentiam ir ao banheiro, mas, na verdade estavam tentando sair para ver o que havia acontecido, mas fora apenas uma brincadeira sem graça com sangue de porco.
— Até amanhã! — Kate disse quando paramos em frente a seu carro. — O que vai fazer durante a tarde?
— Nada.
— Kate — Dália e as outras meninas se juntaram a nós, Dália era uma líder muito rigorosa, seus olhos castanhos eram tão frios que me dava calafrios, ela tinha sempre aquela feição de poucos amigos, uma postura impecável e um olhar severo, Kate aparentava ter medo dela também, Riley era alta, o corpo robusto, com lábios carnudos e sobrancelhas bem desenhadas, já Alla, a mais nova, um livro aberto, segundo Kate.
Meu corpo se retraiu ao sentir um braço pousar em meu ombro, Roman piscou para mim e tombou a cabeça ao olhar de Kate para Dália, esquecia-me às vezes que ele também era um bruxo e... Que frequentava a escola.
— O que foi? — Kate pareceu apreensiva, sua voz soou totalmente angustiada.
— Indra nos quer no galpão — a voz de Dália era dura, ela arqueou uma sobrancelha e manteve seus olhos fixos no de Kate, numa armadilha era claro, uma demonstração de poder, fazendo Kate recuar e baixar o olhar. — Agora! — Disse mais baixo, mas com a voz ríspida.
Ela caminhou para longe com as meninas e Roman, Alla ergueu a mão para acenar quando já estavam bem afastadas e Dália a interrompeu com um olhar rígido.
— Parece que você tem trabalho — disse, Kate ainda as observava se afastarem.
Ela revirou os olhos e entrou no carro, acenei para ela quando comecei a caminhar para o meu, estava nas últimas vagas, Scott e Tyler estavam correndo pelo estacionamento atrás de algumas meninas, Christopher não estava na aula no dia anterior e naquele não tínhamos nenhuma aula, juntos, mas de qualquer forma, também não o vi na escola.
— E aí docinho — Scott piscou para mim quando passei por ele, fiz questão de encará-lo e ignorá-lo.
Meu coração acelerou quando vi aquela silhueta parada em frente ao meu carro, o vento bagunçou o cabelo dele, mas ele continuou olhando para mim, caminhei devagar em sua direção, uma brisa gelada serpenteou por meu corpo e eu me encolhi um pouco, pareceu que caminhei uma milha até que consegui o alcançar.
Parei a poucos passos dele, seus olhos desceram sobre por mim, mordi a bochecha por dentro em apreensão, seus olhos estavam quentes como uma chama azul, e isso acendeu algo dentro do meu estômago, ele sabia o efeito que tinha sobre mim, a sombra de um sorriso passou por seu rosto, odiava o autocontrole dele.
— Oi! — Ele disse a meia voz, meu peito ardeu, era a primeira vez que ele falava por livre espontânea vontade desde muitos dias, antes eu tinha que encher o saco dele para saber se ele estava bem ou se precisava de alguma coisa. — O que vai fazer agora?
Franzi o cenho, o que ele queria dizer com aquilo? Mordi o lábio com uma ideia travessa que passou rapidamente pela minha mente, Luke estreitou os olhos e cruzou os braços, sua camiseta cinza agarrou ainda mais a seus músculos quando ele terminou o ato.
— O que você quer fazer?
— O que você quer fazer? — Ele devolveu no mesmo tom, passou a língua lentamente pelo lábio inferior, ele estava me testando, torturando-me.
— Tem alguém na sua casa?
Ok, eu realmente havia perguntado aquilo?
A voz saiu da minha boca, certo?
Eu não me recordava de ter pensado naquilo!
Deus!
Um sorriso sacana surgiu em seu rosto, senti minhas pernas virarem gelatina e borboletas voaram agitadas pelo meu estômago.
— Gabriel está em Andalusia resolvendo umas coisas da empresa — ele elevou os olhos e tamborilou os dedos da mão direita no braço esquerdo. — Posso dar um jeito em Hanna.
Espremi meus lábios com tanta força que eles doeram, havia algo diferente em seu olhar, um brilho vivo, algo quente e alegre e isso me acalmou.
Nós adentramos o carro, nenhuma palavra a mais foi trocada, ele conversou com Hanna no celular e praticamente a expulsou de casa, minhas mãos apertaram o volante, o que eu estava prestes a fazer? Luke desligou o celular e olhou pela janela, ele estava tão calmo, tão leve, como ele poderia estar tão calmo naquele momento?
Meu celular apitou, uma, duas, três vezes, mas não podia pegá-lo, estava na minha mochila no banco detrás, Luke se ofereceu para ver o que era, mas eu recusei, minhas mãos suavam mesmo com o tempo frio e meu estômago pareceu dançar de um lado para outro dentro de mim.
Hanna estava saindo da casa, ela abaixou o vidro e me lançou um sorriso malicioso, antes que ela pudesse falar alguma coisa, Luke me puxou para dentro da casa, eu respirava com dificuldade, ele caminhou sem pressa e sua mão quente me acalmou por um breve segundo antes dele me soltar e ir em direção a cozinha, eu o segui, a casa estava completamente emudecida.
— Quer beber algo? — Ele disse ao parar em frente a geladeira. — Suco, refrigerante, vinho?
Eu franzi o cenho e um sorriso brincou em meu rosto, ele pegou um copo e uma taça, no copo colocou o suco de laranja e na taça um pouco de vinho, encarei-o desacreditada, ele iria tomar vinho àquela hora do dia? Porém, ele levou o copo à boca e entregou a taça para mim, fiquei embasbacada, mas tomei a bebida mesmo assim, era bem doce e me relaxou já no primeiro gole.
— Você está muito ansiosa — ele comentou. — Isso irá te ajudar — meneou a cabeça para a taça, ele tomou o resto do suco em um gole só e cruzou os braços me observando, tentei o imitar e quase me engasguei devido ao amargor do álcool repentino.
— O que você quer fazer? — Ele questionou de novo, cínico. Seus olhos me desafiaram, eu coloquei a taça na pia e o puxei pela barra da camiseta, seus olhos não desgrudaram dos meus por nada, então quando hesitei meu próximo passo, ele me puxou para si e me colocou sentada na ilha, suas mãos apertaram minha cintura e ele umedeceu os lábios fitando os meus.
Então ele me beijou, foi gentil e doce, seu corpo estava tão quente que me fez derreter, puxei os fios curtos de sua nuca e ele colou nossos corpos ainda mais. Um grunhido baixo escapou dele quando nos separamos, ele sorriu sapeca e caminhou pela casa comigo no colo, subimos até seu quarto, o cômodo estava completamente escuro devido às cortinas blackout, ele nos levou até a cama e no minuto seguinte estávamos nos despindo.
Luke
Eu senti a ansiedade e o medo exalando do corpo dela, seus olhos ficaram trêmulos quando peguei em sua mão e a puxei para mais perto, notei seu corpo arrepiar no mesmo instante com o meu toque.
— Está tudo bem? — Perguntei com o tom de voz baixo, próximo ao seu rosto corado.
Ela apenas acenou que sim. Porra! Ela era muito gostosa, sua lingerie preta ficava perfeita em seu corpo, era de tirar o fôlego! Quando subi o olhar para o rosto dela, ela me encarou com as bochechas coradas, mordendo os lábios ela desviou o olhar para baixo.
— Tudo bem — puxei ela para a cama. — Você é perfeita — deixei meu polegar tocar levemente em sua coxa e ela estremeceu. Sem permissão alguma me aproximei ainda mais dela, colando nossos corpos a beijei.
Seu corpo vibrou primeiro antes de relaxar em minhas mãos, seus lábios macios rapidamente se abriram me dando passagem, quando toquei em sua língua senti meu corpo relaxar enquanto faíscas me queimavam por dentro, a adrenalina subiu muito rápido, repetia mentalmente que tinha que tomar cuidado com meu controle, ela era uma humana, podia machucá-la a qualquer momento.
Levei minhas mãos até suas coxas e num ato rápido a suspendi para cima, era surreal a forma como o corpo dela reagia automaticamente, laçando as pernas em meu quadril. Hayley passou os braços por trás do meu pescoço e sem parar o beijo, coloquei-a delicadamente sobre a cama e me coloquei entre suas pernas, ela ofegou quando mordisquei seu lábio inferior e esse som quase me fez perder o sentido, engoli a seco cravando minhas garras nos travesseiros, não posso perder o controle, não agora! Merda! Xinguei-me mentalmente enquanto sentia ela se remexer abaixo de mim, deixando beijos suaves em meu maxilar e pescoço.
Era difícil me controlar.
Senti o cheiro de timidez no ar, abaixei meu rosto para vê-la, suas bochechas estavam quase vermelhas e suas mãos estavam no emaranhado do meu cabelo. Subi seu corpo mais para cima para vê-la melhor e me ajeitei novamente entre ela, voltei a beijá-la, desta vez mais intensamente, nós tínhamos uma conexão muito forte que eu jamais entenderia, eu a queria... Queria muito. Meu sangue parecia ferver em minhas veias, eu estava apenas de cueca, mas parecia estar usando roupas demais, como no inverno.
Hayley exalava ansiedade, medo e vergonha e isso estava me atordoando, mas o que mais me tirava do controle era o cheiro de seus hormônios, ela queria aquilo, o tanto quanto eu queria, a temperatura do quarto subiu muito nos últimos minutos, ela começou a respirar com dificuldade, larguei os lábios inchados e vermelhos dela e fui para seu pescoço.
— Luke... — Ela gemeu baixinho, arranhando levemente meu pescoço.
Era torturante a forma como ela arqueava o corpo quando eu deixava leves chupões na pele de sua nuca.
Ela estava me enlouquecendo!
Seus olhos se conectaram aos meus e ela me encarou intensamente de cenho franzido.
— Tudo bem? — Minha voz saiu rouca e baixa demais.
Ela continuava me encarando.
Merda! O que eu fiz?
— Pode acender a luz? — As batidas do seu coração estavam aceleradas. Seu cheiro era de medo.
Droga! Merda!
Será que ela queria desistir? Sem responder à pergunta dela eu levantei e caminhei até o interruptor.
Uau!
Ela estava incrivelmente sexy, se não fosse pela minha visão apurada eu quase não a via, mas naquele momento com a luz acesa a visão era perfeita, os lábios avermelhados estavam entreabertos e o cabelo levemente bagunçado.
— Aconteceu algo? — Aproximei-me dela, notei seu olhar passar rapidamente por meu corpo, eu amava quando ela fazia isso, mas naquele segundo era diferente, era um olhar curioso e amedrontado, engoli seco sentindo meu coração palpitar.
Hayley se aproximou ainda mais de mim e me encarou nos olhos novamente. Senti um leve arrepio percorrer pela minha espinha com seu olhar suspeito e o cheiro forte de medo que exala do seu corpo.
Será que a machuquei? O pensamento me fez querer vomitar, jamais a machucaria.
— Hum... Seus olhos — ela murmurou e mordeu a bochecha por dentro pensativa.
— O que tem meus olhos? — Perguntei curioso e confuso.
— Eles parecem... Pareciam — ela se corrigiu rapidamente. — Pareciam estar de outra cor.
Ela sussurrou.
— Outra cor? — Indaguei automaticamente, ela apenas concordou. — Bom, isso é normal — ela me encarou atenta. — Nossas pupilas e ires são sensíveis à luz ou a falta de luz — expliquei. — Ou com a transformação e a liberação de hormônios.
Ela piscou os olhos rapidamente digerindo a informação.
— Então é normal a cor se alterar um pouco, ainda mais quando nossos feromônios estão à flor da pele.
Ela franziu o cenho e ficou vermelha. Era engraçado, ela sabia que podia sentir o cheiro dos nossos sentimentos ainda mais dos hormônios.
— Oh! Desculpe-me — ela sorriu sem graça e abaixou a cabeça envergonhada. — Eles pareciam vermelhos — coçou a cabeça e a chacoalhou rapidamente.
— Vermelhos?! — Minha voz saiu alta e ela me encarou assustada.
— Sim, quero dizer... Não tenho certeza, estava escuro, mas pareciam vermelhos. Hayley ficou pensativa. — Por quê?
— Eles não podem ficar vermelhos, a cor se altera em tons, fica azul-claro, azul-escuro, azul sei lá mais o que, mas eles não podem ficar castanhos, pretos, amarelos ou vermelhos. Soltei um riso nasalado e ela estreitou os olhos, irritada. — Desculpe, mas isso é impossível.
— Não acredita? — Seu olhar era de desafeição, isso me encheu de arrepios ruins.
— O quê?! Não é isso, você pode ter visto errado, isso é impossível Haiz, não estou zoando com sua cara — toquei em seu queixo. — Meus olhos não poderiam estar desta cor, não sou um vampiro — ela riu da última frase. — Me desculpe se pareceu que eu estava curtindo com sua cara.
—Tá tudo bem — ela me deu um pequeno sorriso. — Só fiquei assustada — admitiu com os olhos brilhantes.
— Tudo bem, quer tomar um copo de água? — Fiz menção de me levantar, mas ela segurou meu braço.
— Não precisa, eu estou bem — arrumou-se no colchão me dando mais espaço.
— Beleza — concordei com um aceno de cabeça e fiquei sem saber o que fazer, passei a mão pelo cabelo e ela me olhou apreensiva, queria muito tirar aquela lingerie dela, mas acredito que perdemos o clima depois daquela conversa estranha e, ela ainda exalava um pouco de medo, porém, me puxou para si.
— Achei que estivesse com medo — disse ao me sentar.
— Estava um pouco — ela confessou. — Mas não estou mais.
Puxei ela às pressas para meu colo e cai de costas na cama em seguida.
— Luke! — Ela murmurou me dando um tapa no braço e gargalhamdo alto, mas logo em seguida levou a mão à boca e arregalou os olhos.
— Relaxa, estamos sozinhos — sua expressão suavizou, comecei a acariciar suas coxas, minhas mãos subiram até suas nádegas, Hayley soltou um gemido baixo próximo aos meus lábios e começou a me beijar.
Hayley
Estava com um pouco de medo do que ia fazer, receio na verdade, já ouvira muitas conversas sobre isso e muitas vezes as meninas falavam doer muito na primeira vez, meu estômago se contraiu toda vez que eu pensava na dor, mas naquele instante com as mãos grandes de Luke me tocando com força, aquele pensamento sumiu rapidamente. As mãos dele passeavam entre minhas coxas e minhas nádegas e ele sempre as agarrava com força, não doía e pelo contrário, isso aumentava ainda mais meu desejo.
Ele me beijava com alvoroço e sugava minha língua algumas vezes, isso me enchia de arrepios, mas era gostoso, seu corpo quente estava mais quente ainda, isso me relaxava ao mesmo tempo que só me fazia querer tirar o resto da minha roupa.
Não entendia muito bem de sexo, aquela era minha primeira vez, mas Hanna e Kate já haviam me dado algumas dicas.
Sentei sobre as coxas dele, ainda respirava com dificuldade pelo beijo a poucos segundos, tomei coragem e me virei para lhe beijar o pescoço e traçar uma linha de beijos até seu abdômen pouco definido. Ele ofegou baixinho quando deixei um leve chupão abaixo de seu umbigo.
— Uau! — Disse ofegante e me puxou para o colchão ficando por cima de mim. Senti seu membro ereto roçando levemente no interior da minha coxa.
Meu Deus! Aquilo era muito bom.
Minha barriga se contraiu quando ele apertou o corpo sobre o meu me fazendo o sentir mais ainda. Seu perfume me deixou inebriada e a taça de vinho que tomei minutos mais cedo me deu um pouco de coragem.
Ele beijou meu umbigo, isso me deu cócegas e ri baixinho, ele traçou uma trilha de beijos molhados até abaixo do meu seio, senti arrepios travessos correr pelo meu corpo.
Oh! Isso era melhor que eu pensava...
— Eu vou tirar isso — ele puxou as alças do meu sutiã para o lado, arqueou uma sobrancelha, então me lançou aquele maldito sorriso com o canto dos lábios repuxados para cima. Ele sabia como ficava com aquele sorriso de canto.
— Levante-se um pouco — ele sussurrou no meu ouvido e deixou um beijo incrivelmente molhado no lóbulo da minha orelha, o contato de sua língua quente em mim me fez fechar os olhos e morder o lábio com força para não emitir nenhum som.
Ajudei-o a tirá-lo, mas logo minhas mãos voltaram para a frente do meu corpo, tentando me cobrir. Ele riu de mim e esticou o braço até a mesa de cabeceira, segundos depois ele colocou um pacotinho preto na cama em baixo do travesseiro.
Suas mãos desceram até as alças da minha calcinha, ela era preta e rendada, ele a examinou rapidamente e ameaçou tirá-la, com um sorrisinho pecaminoso ele acariciou a pele do meu quadril enquanto remexia nas alças da calcinha.
Luke
Eu adorava o olhar curioso e inocente dela, sabia que era sua primeira vez, por isso estava indo com muita calma, calma até demais, nem me reconhecia.
Acariciei lá por cima da calcinha e ela se sobressaltou, suas bochechas ficaram rubras novamente e ela mordeu o lábio por reflexo, voltei a acariciá-la e seu corpo relaxou, facilitando assim meu acesso, deixei um beijo estalado e molhado no canto de sua virilha e suas coxas se contraíram, sua respiração ficou mais rápida, voltei a tocá-la, com mais precisão então, ela engoliu seco e segurou os lençóis, senti a humidade no pano fino de sua lingerie.
— Você já está pronta — sentei sobre minhas pernas e a encarei. Seus olhos castanhos ficaram trêmulos e ela assentiu levemente com a cabeça. — Quer apagar a luz? — Apontei para o abajur.
Ela virou a cabeça para mim e depois para o abajur e ficou indecisa ou realmente não tinha resposta alguma.
— Hayley, tudo bem? — Acariciei sua bochecha, aquilo não era muito meu tipo, mas era preciso para o momento, ela precisava confiar em mim.
— Tá! — Ela respondeu a meia voz. — Pode deixar do jeito que está.
Concordando com a cabeça eu me despi rapidamente, ela levantou o olhar assim que fiquei nu, foi engraçado, tive que me segurar para não rir.
Como ela pode ser tão tímida?
Encaixei-me de volta no meio do seu corpo, ela observava tudo com atenção, as batidas do seu coração estavam desreguladas, coloquei a camisinha o mais rápido que pude.
— Ok — sussurrei e deixei um beijo casto em seus lábios. Ela contraiu a barriga e prendeu a respiração quando comecei a deslizar para dentro dela. Um gemido sôfrego escapou de sua boca. — Tudo bem? — Sussurrei contra seus lábios, ela acenou que sim, pude notar seus olhos lacrimejados e suas bochechas rosadas. — Posso continuar?
Ela concordou novamente e fechou os olhos, sua boca se abriu quando comecei a me movimentar e, ela instantaneamente levou as mãos às minhas costas deixando leves arranhões.
Hayley
Mal acreditava que havia feito aquilo, meu coração batia acelerado e um sorriso bobo não saia da minha cara, Luke estava tomando banho, ele foi cavalheiro o suficiente me deixando ir primeiro, mas antes disso discutimos muito, pois ele insistiu para cacete para tomar banho comigo.
Estava penteando meu cabelo em sua varanda, a vista era muito bonita dali, tinha o jardim onde Hanna ficava com as corujas, e mais afastado o começo da floresta, dava para ver apenas um pedaço do lago, onde Luke prometeu me levar para passear de canoa.
A temperatura havia caído ainda mais, Kate havia me contado sobre o clima doido que a cidade tinha, mas eu não levara tão a sério, tentei cobrir meu corpo com os braços, quando uma brisa gélida varreu meu corpo.
— Está com frio? — Luke parou atrás de mim, passou os braços por minha cintura e deixou um beijo em minha bochecha.
— Um pouco.
Ele assentiu e saiu da varanda, quando voltou, tinha um moletom grande em mãos, ele passou o pano pela minha cabeça e meu cabelo caiu como uma cortina preta em frente ao meu rosto, o moletom tinha o cheiro dele, era um pano bem grosso e chegava até minhas coxas.
Ele soltou um risinho baixo curtindo com minha cara, quase joguei o pente nele.
— Preciso pegar meu celular, se meus pais ligarem e eu não atender a Swat virá atrás de mim.
Ele rolou os olhos e me deu passagem para dentro do quarto, era estranho encará-lo depois daquilo, sexo era algo muito íntimo, eu não entendia como as pessoas faziam isso com tanta facilidade com qualquer outra pessoa, eu não conseguiria, precisava existir um vínculo.
Caminhamos para o lado de fora trocando algumas carícias, era um pouco estranho estar daquela forma com ele, mas eu aproveitaria o máximo que pudesse, antes que ele voltasse a ser o Luke-eu-não-sou-romântico. Meu corpo estava extasiado como se eu tivesse acabado de sair de uma massagem, o vento estava um pouco mais forte, os galhos das árvores envergavam com tanta força que quase quebraram, eu fiquei assustada, Luke também estava confuso, não estava esse vento forte a minutos atrás.
— Acho que virá uma tempestade — ele disse incerto, os olhos estreitos em direção ao céu, estava parcialmente nublado, mas não tinha indícios de chuva.
Abri a porta do carro e puxei a mochila até mim, que não tenha nenhuma mensagem da minha mãe, rezei mentalmente, ela estava me checando a cada três horas para certificar que eu estava viva, seria cômico se não fosse triste pelo que estava acontecendo em Winterfalls.
Não havia ligação ou mensagem, coloquei o celular no bolso do moletom e Luke me apertou em seus braços de novo, ele cheirou o topo da minha cabeça e deixou um beijo em meu pescoço, eu estava radiante, ele estava bem e isso era o suficiente para mim.
— Eu preciso ir embora — virei-me em sua direção. — Preciso estar em casa para fazer o jantar.
Ele elevou uma sobrancelha e manteve os olhos fixos no meu, um brilho estranho transpassou os deles, era um olhar vidrado sem emoção alguma, senti-me estranha repentinamente, então um sorriso despontou em seu rosto, meu cenho franziu sem entender.
— Hayley — uma voz conhecida disse vindo atrás de mim, uma voz conhecida demais... Luke?
Eu me afastei quase cambaleando e quando me virei Luke estava na minha frente, que merda estava acontecendo? Meu coração batia acelerado e meu corpo ameaçou a expulsar até as tripas pela minha boca.
— Saia de perto dela — esse novo Luke disse, pisquei pasma e desviei o olhar de um para outro... Que merda!
— O que você quer? — O outro disse. — O que quer de nós? — Ele esbravejou irritado, seu corpo tencionou, as mãos se apertaram em punho.
O segundo Luke chacoalhou a cabeça negando algo, seu cabelo estava bagunçado pelo vento, ele manteve o olhar em mim por um instante, então desviou para seu clone.
— O que você quer? Quem é você?
Então ele caminhou em minha direção e eu corri, O que diabos havia acontecido?
Qual deles era o verdadeiro? Puxei o celular do bolso, mas minhas mãos tremiam tanto que não conseguia digitar nada, de repente meu corpo se paralisou, assim como o do segundo Luke, ele me encarou com um olhar pesaroso, senti meu coração se esmagar.
O primeiro Luke que estava ao meu lado, que me deixou um beijo no pescoço estava caminhando entre nós, ele deu várias voltas nos encarando, seu olhar era terrivelmente sombrio, fez eu me arrepiar por inteira.
— Quem é você? — Luke, o verdadeiro, eu havia descoberto por fim, esbravejou com um olhar fulminante.
— Como não se lembra de mim? — Seu clone disse fingindo-se ofendido, sua voz era revestida de ironia, então num passe mágico sua imagem se alterou, um garoto da nossa idade aproximadamente surgiu no lugar dele, alto, esguio e cabelo castanho. Ele gargalhou mais uma vez e se virou em minha direção.
— Jake? — Luke questionou, mas ele parecia já saber a resposta, ele se esforçou para tentar sair do lugar, seu rosto ficou vermelho e uma veia saltou em sua testa, ele grunhiu alto, era agonizante de ver.
O que aquele garoto queria com a gente? Ele iria nos machucar?
Ele me lançou um sorriso malévolo, então se virou novamente para Luke, o mesmo caiu no chão gritando sem parar, eu comecei a hiperventilar, minha boca ficou amarga e meus olhos lacrimejaram.
— Pare! — Eu gritei para ele, minha voz saiu arranhada e aguda, ele — Jake — tombou a cabeça para o lado me analisando e no mesmo instante Luke gritou ainda mais alto.
O garoto nem sequer se mexia para fazer os feitiços, Luke estava sangrando pelos olhos e ouvidos, as mãos puxando os fios do cabelo emaranhado dele. Gemidos lhe escapavam, gemidos sôfregos.
Não! Não! Não!
Senti meu estômago se embrulhar, minhas pernas mal conseguiam ficar em pé, ele se aproximou de mim, suas mãos foram ao meu pescoço, apertaram-me e sustentaram o peso do meu corpo para longe do chão, arranhei seus braços e tentei usar a pouca da minha força para me desvencilhar de suas mãos.
— Luke! — Chamei como se isso fosse quebrar o feitiço, como se isso fosse o libertar.
Tola! Eu não podia fazer nada...
O garoto soltou uma gargalhada maligna como se aquela cena fosse linda aos seus olhos, psicopata!
— Me solta! — Gritei aflita, ele baixou os olhos verdes escuros para mim, não havia nada neles a não ser escuridão. Meu corpo se arrepiou e senti minha pele se aquecer de forma sobrenatural, minhas pernas penderam e ele me pegou no colo.
Acordei com uma dor horrível irradiando da minha cabeça para meu torso e assim adiante, minhas pernas pareciam pesadas demais, quando a visão enfim conseguiu focar eu me deparei com um pequeno cômodo, as paredes de madeira me lembravam um chalé que passamos o natal passado.
Não havia móveis, decoração ou qualquer outra coisa que pudesse me dizer onde estava... Uma janela!
Arrastei-me até ela engatinhando, minha cabeça estava tão zonza, por Deus! Demorei anos para levantar, a gravidade parecia mais forte ali. Apoiei minhas mãos na parede como se ela fosse uma muleta para mim. Soltei a tranca e empurrei a janela, mas ela não abriu. Era óbvio, ele não iria deixar eu sair.
Estúpida! Minha mente gritou para mim.
Bati novamente na madeira quadrada, usei toda minha força restante tentando a todo custo abri-la.
— Merda! — Sussurrei. Encostei-me na parede e deixei meu corpo deslizar até o chão.
Estava presa, num quarto de mais ou menos três metros quadrados, em volta de madeira. Ao meu lado esquerdo a cama onde eu acordei, nada mais que um saco de dormir de acampamento e um edredom branco.
A porta à minha frente pegava desde o teto ao chão, não dava para saber se estava de dia ou de noite.
Merda! Merda! Merda!
Jake, Luke o chamou de Jake!
Por Deus! O que ele queria comigo?! Quem era ele?
Não consegui me conter e vomitei, virei-me à minha direita de joelhos no chão e coloquei tudo o que havia em meu estômago para fora, o som preencheu o quarto todo e isso me fez ainda mais colérica. Quando percebi que não havia nada mais para sair, caminhei de volta para a cama. Meu corpo tremeu compulsivamente, encostei-me na parede e puxei os joelhos até meu peito.
Onde diabos eu estava?
Olá Lobinhas e Lobinhos!
Espero que tenham gostado e me desculpem caso haja algum erro!
Deixem seus comentários para eu saber o que estão achando, aceito criticas, ideias, qualquer coisa que for para melhorar o enredo ou a escrita da história...beijos e até o próximo capítulo :)
Aguardem os próximos capítulos!
Carpe Omnium!
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