C A P Í T U L O 96
O corpo é lançado contra o chão, abrindo caminho pela terra, sangue e os corpos.
E toda umidade é congelada. Nikytrar teria a sensação de lutar contra o Supremo Alpha Äærøn Ådamhs se essa fera não fosse simplesmente mais poderosa.
O último cometa e o primeiro da geração. O Supremo Alpha mostra do que é feito ao grudar nas costas ardentes da Fênix de Fogo e golpe-a com suas garras. Como uma praga, não importa o que Navrah faça, não consegue tirá-lo de suas costas até o ambiente aquecer-se e obrigar a fera metade humana e metade homem a jogar-se no chão onde assume a forma completa de um lobo e usa sua maior velocidade para escapar do fogo negro que ameaça consumi-lo.
Nevrah atinge Nikytrar no chão quando o logo salta sobre ela.
A Fênix ruge e, sem delonga transforma o chão em gelo puro. Drogo salta sobre uma rocha e mantém-se firme chegando suas patas. Estão em carne viva, queimadas com o contato da Fênix. Ele já arrisca-se mais estando próximo desses Titãs.
O fogo anula o gelo e o gelo anula o fogo. Para um ser mais letal, deve-se ter noção de qual irá sobrepor-se sobre o outro. Lhycans são mais resistente ao gelo. Dessa forma, apenas o calor de Nevrah deve manifestar-se no ambiente de modo que o Supremo sinta-se enfraquecido.
Mas a fera não é burra. Ele força Nikytrar a defender-se de modo que não pode concentrar-se em encontrar sua companheira ao mesmo tempo que tem que defender-se e esfriar o ambiente. Uma estratégia simples que torna-se arriscado conforme o tempo passa.
E quanto mais ele resiste, mais e mais ele lembra Äærøn Ådamhs.
Nikytrar reconhecendo do que aquele Titã foi capaz de fazer e, por isso, hesita. As lembranças assoam sua mente do último renascimento. As florestas em chamas, árvores destruídas e a tempestade de relâmpago. Nada impediu-o de chegar até ela. Nada o impediu de chegar até Nevrah.
E nada impediu a fera de chegar até Nikytrar, usando o tamanho gigantesco dela contra ela. O tamanho de um lobo de dois metros de altura é o suficiente para correr debaixo dela, fazer a mutação de metade homem, metade lobo e agarrar ambas as caudas onde atravessa uma espada e fica a carne no chão. A Titã berra em dor.
Mas imediatamente, a fera é lançada para longe quando Nevrah o acerta. A Fênix de Fogo voa em sua direção e o Supremo não tem opção exceto correr e esquivar-se para onde não pode ser consumido. E quanto mais afasta-se, pior são suas chances. Longe de Nikytrar para esfriar o ambiente, há apenas o calor consumidor de Nevrah afastando-o de sua companheira.
Drogo tenta dar a volta, contornar-lo usando seu tamanho, velocidade e agilidade contra aquela fera de sete metros de altura e dez de comprimento. Mas Nevrah é rápido ao revidar.
Um único contato e a pelagem do lobo aquece-se e começa a pegar fogo. Sem água ou nada para igualar, Drogo joga-se na poça de sangue e rola até voltar a forma humana. Como um homem nu, ele salta para manter distância do Titã.
Ele encara a palma da sua mão avermelhada pela queimadura. Não é um fogo comum que pode fazer isso. Queimar e consumir sua carne até os nervos gritarem. Bolhas formam-se e apenas uma força poderosa de seus músculos o faz mexer a mão.
Isso devido ao contato fisicamente direto com a Fênix de Fogo, onde centenas foram carbonizados. O ferimento de Drogo é mínimo considerando que seus Bhettas estariam gravemente feridos se fizesse o que fez.
Apenas um Titã pode matar um Titã…
Ele rosna ao fechar o punho. O fogo arde e, em muito tempo, Drogo sente dor e não consegue deixar de teorizar o tamanho do estrago se fosse interno.
O veneno de uma Fênix é o seu sangue. Não pode ser removido do corpo pois espalha-se como um vírus consumindo cada célula do indivíduo. O sangue de uma Fênix de fogo, se consumido, irá queimar a vítima de dentro para fora, elevando a temperatura e trazendo a falência dos órgãos até a vítima não mais ser capaz de viver.
O mesmo ocorre com a Fênix de Gelo ao inverso. Seu sangue poderia congelar a vítima igual a como Nhyara foi morta, contudo, em um processo lento e muito mais doloroso. Um veneno mortal que não há cura.
O sangue responsável pela morte de centenas de Titãs. Nada sobrevive, exceto, claro a própria Fênix e sua companheira.
Nevrah prepara um novo ataque. Suas asas levantam-se e, em um fino rugido bate todo seu peso contra o homem nu que, sem escolhas, salta pelo ar, rodopiando até uma nova mutação. É tão rápido que seus olhos só conseguem refletir a cauda Nevrah em sua direção e morder a carne antes de levar um golpe mortal.
Seus caninos atravessam os músculos, apertando com toneladas de força até o osso quebrar-se e sangue esguichar. Nevrah ruge de dor e Drogo não para até estraçalhar, mastigar os músculos e arrancá-lo do corpo do Titã.
O corpo de Drogo imediatamente aquece-se com a quantidade de sangue ingerida e ele logo afasta-se. O sangue de Nevrah em contato com o ar é tão quente que evapora e a cauda arrancada é consumida pelas chamas.
Sem opções, Nevrah volta a forma humana e fica vulnerável o suficiente para um ataque feroz de Drogo, porém, o Titã é arremessado por Nikytrar já recuperada.
Ele ruge com o impacto no chão a vários metros de distância e encontra uma certa dificuldade em levantar com seu corpo ainda mais febril e quente que o normal. Seus órgãos internos estão queimado e sua temperatura mal o faz manter a consciência.
Nikytrar não perde a oportunidade para atacá-lo golpeando mais e mais fazendo o grande e poderoso Titã levar uma surra. Está tão desnorteado que volta a forma humana disposto a ganhar frescor no corpo para defender-se. É inútil.
Nikytrar sente-se confiante o bastante para voltar a forma humana e gravar suas garras na barriga do homem. Drogo range o maxilar e rosna. Ela o prensa no chão.
— Onde ela está? — Com uma certa dificuldade, ele abre os olhos. Vermelhos como o sangue, sensível a tudo a sua volta que consegue distinguir a temperatura da mulher para o homem. — Encontrarei a desgraçada assim como a criança!
Drogo não responde. A sua temperatura elevada o deixa levemente tonto, contudo, ele mais do que nunca pode senti-la. Não é Rhrgøn e nem Äærøn. É simplesmente ela, Nhycall.
Nikytrar soca o rosto do Supremo e agarra seu pescoço, gravando as garras na garganta. Drogo pega seu pulso, impedindo-a de machucá-lo.
Contudo, Nikytrar aumenta a pressão na barriga, fazendo Drogo rosnar. Ele luta contra o veneno e com ela e não hesita ao cuspir sangue contra o rosto da mulher. Seu pulmão começa a ser afetado pelo veneno e, com a leve distração, o Titã abocanha a lateral da garganta da mulher.
Nikytrar grita ao sentir sua artéria perfurada pelos caninos do Titã que a esmaga com seus músculos e imobiliza. O sangue dela entra em sua boca, congelando sua língua à medida que ele a rasga.
Igual ao lendário Äærøn Ådamhs…
Muitos podem até acreditar que ele morreu pelo sangue de uma Fênix. Estão errados. O gelo é anulado pelo fogo e o fogo pelo gelo. A fera teve contato direto com ambos de forma que o veneno não pudesse ter efeito sobre ele. Se engolisse o sangue de Nikytrar, o sangue de Nevrah anularia o efeito.
E agarrado a mulher, ele rasga sua carne a mesma medida que ela fica mais e mais suas grandes garras a sua barriga. Ele não se importa. Matará essa desgraçada nem que seja a última coisa que fará.
O único problema, é que ela não está sozinha. Nevrah o pega por trás e atravessa uma espada em seu peito. O grave ferimento a faz soltar Nikytrar antes de ser lançado para longe.
— Não nos subestime, filho da puta!
Drogo mantém-se de bruços e tampa a ferimento com sua mão. Ele range seu maxilar, enquanto a outra mão arranha o chão. Seu sangue sai em abundância e seu ferimento é sentido por Nhycall.
— Não! — Ela cambaleia para trás.
Drogo consegue sentir a presença de sua Peeira. Quase consegue ver a lágrima cair de seus olhos ao escutar Nevrah aproximar-se, arranhando a espada no chão. Ele sente o calor de sua presença.
A espada cortou seu pulmão. Ele ouve sua própria respiração e sente o gosto de sangue na boca.
— D-Drogo… — Ah, como ele ama ouvir a voz dela chamando-o pelo nome. Tão doce e delicada.
Lembranças assolam a mente dele. Desde as malditas bochechas vermelhas até aquele olhar bipolar. Ele lembra-se de seu primogênito. A sensação de tê-lo nos braços. Tão quieto e calmo. Sempre foi seu maior orgulho.
Todas as características do pai foram despertadas ao seu crescimento. Desde que engatinhava e Drogo tinha que segui-lo para levá-lo de volta a cama até a primeira vez que começou a andar. Nada lembra Nhycall, exceto, uma única característica.
Os olhos…
"Como imagina-o?" Foi o que ela perguntou certa vez e Drogo respondeu: "Com seus olhos.". Ele nunca importou-se com quem ele iria aparecer. Mas queria que os olhos fossem iguais os de sua mãe e assim foi. Olhos bipolares que mudam do azul ao verde sem deixar a característica genética do clã Ådamhs onde qualquer cor é puxado ao branco.
Contudo, a caçula é igual a ela. Desde as bochechas vermelhas, o cabelo cacheado e os raros olhos bipolares.
Ah, malditas bochechas vermelhas!
Aquele belo corpo que tanto o vicia. Sua mania de dormir em suas costas toda vez que o vê de bruços até sua carência. A forma como dobra o pescoço toda vez que recebe carinho e o amor nos olhos quando amamenta seus filhotes. Drogo odeia perder esses momentos de lazer.
Ele encara Nevrah. Cospe sangue e range o maxilar em um rosnado enquanto recorda da noite em que Nhycall brincava com seu primogênito num calmo lago de Hyfhyttus. Drogo retornava de uma caçada e logo a Ômega pôs o filhote para andar em sua direção. Permanecia cambaleante, mal conseguia ficar em pé. Estendeu os braços e, na mudança de cor de seus olhos, disse "Papa!"
Não importa se Drogo nunca demonstrou, ele ama sua família. Ama aquela Ômega e sente-se realizado por tê-los durante sua vida.
Ele tosse sangue, lambe os lábios. Nevrah prepara outro letal movimento decidido a arrancar a cabeça do Titã. E com força maneja a espada em direção ao pescoço.
A lâmina atinge a carne.
Corta a carne e sangue jorra.
Então ele cai…
Nevrah sente o chão em suas costas quando a espada é arrancada de sua mão e atravessada em sua barriga. Acima dele, Drogo o encara e, prevendo o movimento de Nikytrar, a golpeou no rosto, corta seu peito e a prensa no chão. O homem encara sua barriga, vendo a sombra do que antes poderia ser considerado um letal ferimento.
— Não subestime minha mulher, filho da puta desgraçado!
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