C A P Í T U L O 74
Mulheres…
Defini-las como deusas seria algo, deveras, apropriado.
Sua força é diferente da do homem, mas não inferior. Tem o dom da vida e, até mesmo da audácia de fazer um Titã feroz e sanguinário, o grande Supremo Alpha entrar em uma maldita feira.
Grávida abusada…
Nhycall está mudando. Seu instinto de maternidade está aflorando timidamente em seu corpo. Dessa forma, ultimamente vem preocupando-se com o conforto de seus bebês, tal como as Lhunas.
Está radiante, feliz e, até mesmo, exigente. Desde a caçada na floresta, foi questão de tempo até uma alta confiança desenvolver-se. Gabar-se em luta, afetou ela de modo que, em seus bipolares olhos, Drogo é digno de ser pai de seus bebês.
Todavia, segundo ela, precisa de tecidos para embrulhe de seus bebês. Um perfeccionista exigente está despertando junto com sua ousadia. Ela abusa dos recursos de seu companheiro quase sem perceber.
Seu desejo por matérias a fez vasculhar os aposentos de seu companheiro. Impossível esquecer o momento em que Drogo entrou no quarto esperando encontrar Nhycall relaxada na cama e encontrou o quarto bagunçado e uma grávida ativa. Era claro o seu instinto de avaliar o lugar para a criação de seus bebês. Porém, sua maternidade quase a fez desobedecer a ordem de seu Supremo. Mas pega no flagra, não teve opção a não verbalizar o que procura.
Tecidos.
Como pai, utilizou alguns de seus recursos ao permitir uma feira no grande salão, apenas para mulheres sob a quarentena das áreas restritas do palácio. Drogo assumiu sua posição como Alpha em tronos acomodados com minério raro negro e forrado com seda pura de mesma cor. Em sua frente, quase ao lado, contudo, mais abaixo estava seus Bhettas. Ao redor do salão, guerreiros.
O local estava bem protegido e, mesmo com isso, Drogo não desgrudava o olhar daquela grávida perambulando pelo lugar espaçoso com a barriga prestes a explodir. Estava com as Lhunas.
Ela sentava em bancos aconchegantes toda vez que analisava algo. Andar por muito tempo a cansa. Está no final de sua grávidez e a barriga aumentou. Veias cinzas aparecem abaixo do volume da carne quase em seu limite. Expressava dor ao levantar e precisa constantemente de ajuda.
Se ela não tivesse pedido nenhum bebê, não aguentaria carregá-los. Nesse tamanho, eles iriam matá-la. O músculo já não mais aguenta esticar em seus onze meses gestantes e em pouco tempo, eles devem vir ao mundo.
Ela deveria ter cuidado sobre feiras, busca por tecidos e mantas meses atrás como uma grávida normal. Apenas uma mãe avalia a qualidade de algo e de como deseja o conforto de sua cria. É de sua natureza revirar e construir objetos específicos, brinquedos, roupas e, principalmente, a cama.
Ela fará isso sobre proteção e orientação de seu companheiro já que nesse período, é extremamente dependente do homem. Ele fornecerá os materiais e buscará matéria prima para qualquer desejo de renovação como um pássaro que trás gravetos para a construção do ninho nos galhos de sua árvore.
Porém, a falta de confiança em Nhycall sobre seu companheiro impediu uma intimidade como essa. Algo que foi fortalecido com o tempo.
Mas a passarinha decidiu construir o ninho em idade perigosa…
Drogo está lá, não como protetor, mas como assassino.
Está relaxado no trono. As pernas estão abertas e ele está espaçoso em seu canto. Mas o brilho de seu corpo junto com sua aura dominante é algo que, até seus Bhettas não ousaria incomodar. A pele robusta de seu abdômen e peito pintando com tintas negras atrai atenção das escravas que dançam, nuas, ao redor. Mas ele ignora todas. Sua cabeça está apoiada nos grossos braços e deixando exposto o pescoço onde a pintura que imita a cicatriz do Titã Åæron Ådamhs provoca temor.
Pior são seu olhar frio e assassino. Ele não tem emoções como raiva, tédio ou desgosto ao encarar fixamente aquela grávida. O mínimo acidente envolvendo-a e aquele lugar viraria um poço de sangue.
O final da grávidez é onde o pai torna-se mais possessivo, ciumento e perigoso resultante da fragilidade de sua companheira. Como Supremo e pai dos filhotes naquela barriga, Nhycall brinca com o perigo com todas as suas compras.
A passarinha escolheu o pior momento para escolher os gravetos…
A tensão no ar fica pior quando Fhęnrz deixa a vista, uma faca. O Bhetta também não está muito contente com sua mulher perambulando por ai e Arthur compartilha do mesmo sentimento. Todos já estão com tudo pronto para a chegada dos bebês, contudo, Mirella sendo curiosa juntou-se a Nhshley que não queria deixar sua irmã sozinha.
Ele maneja a lâmina da faca em suas mãos, brincando com seu corte. Ele estava mais sério que o comum. Seu olhar assassino iguala-se a Arthur. Manejar aquela lâmina o ajuda a manter a calma quando determinado número de comerciantes acumula-se lentamente próximo as grávidas.
Nhshley nota seu companheiro sedento por sangue. Aquele olhar severo não é algo ao qual ela quer enfrentar. Por trás do deboche de sua personalidade, ele é cruel. A violência é algo que ele busca e abusa.
Apenas Fhęnrz e Arthur estavam presentes ao lado do Supremo. Henna e Acksha estão com seus repetitivos companheiros. No entanto, o olhar de Arthur não é diferente de seu gêmeo, porém, Mirella já não está junto de Nhycall.
Ela aproxima-se com suas escravas próximo de Arthur. O mesmo levanta-se para atendê-la e a recebe com um abraço. Os bebês em sua barriga estavam agitados e ela precisava de repouso.
Temendo que tanto Fhęnrz como seu Alpha perca a paciência ao vê-las separada, Nhshley junta-se a sua irmã. Nhycall estava, de fato, abusado do perigo quando pegou um tecido branco sem que o vendedor a entregasse. Por alguns segundos, a Lhuna notou um olhar enraivecido para a situação.
A felicidade de uma grávida no final de sua grávidez tende a superar o raciocínio. Por tal razão ela só age pensando nos bebês e, com isso, pode tornar-se abusada. Seu companheiro está sem paciência e, com isso, é ocasião perfeita em que alguém pode perder a cabeça.
— Irmã, acha que ficará bom como manta? — Nhycall não havia reparado que Mirella saiu. Nhshley questiona-se sobre perceber a presença da amiga, por mais que mantenham um diálogo.
A lhycan sorri tão alegre e descontraída que mal percebe que levou a manta sem dialogar com o comerciante. Nhycall começou a atrair olhares com seus atos e Nhshley sabe que tantos homens encarando uma única grávida pode ser perigoso. Principalmente quando o pai está presente…
Ela encara seu Alpha, vendo-o inalterável em seu assento. Contudo, ela nota uma singela mudança em suas garras. Fhęnrz, por outro lado, manejar a faca. Ele sabe o perigo presente e está pronto para agir. Ele reage em resposta ao seu Alpha.
Os comerciantes estão em seus limites.
E o Supremo não irá tolerar abuso…
— Irmã, o que acha de checar os tecidos próximo de seu companheiro? Talvez tenha algum repetido. — Sugere tentando levar a grávida para próximo do companheiro, antes que a fera venha até sua fêmea.
Nhycall para por um instante, pensativa.
— Terei mais de um bebê. Então não há problemas. — Nhycall, de fato, perdeu a noção do perigo ao anunciar que espera uma ninhada em meio a muitos homens.
Nhshley observa as veias abaixo de sua barriga. Enquanto, em outras espécies, há grávidas que tem contrações por volta de um ou dois meses antes do parto, as lhycans são silenciosas. Veias começam a aparecer ao redor da genitália e cresce até próximo ao umbigo. No começo, são rosa, avermelhada. Depois a cor vai intensificando para o cinza ou vinho. Mas quando chega no negro…
— Minha irmã, não quer descansar? — Nhshley está quase em desespero. As veias de Nhycall estão escurecendo. Ela deveria estar na cama e não perambulando por aí testando o perigo de seu companheiro.
No início da noite, as veias que antes era arrosada, estavam cinza. Com toda essa agitação, estão escurecendo mais rápido do que o previsto devido a grávidez ser de alto risco.
E grávidas no final de sua gestação parecem crianças teimosas e mimadas. Por que ela não tinha que procurar esses materiais antes?
— Não estou cansada. — Ela sorri ao caminhar até os tecidos vermelhos, quase tão vermelho quanto o sangue prestes a jorrar se ela não voltar para o companheiro logo. — Na verdade, estou muito animada.
Claro que está. A maioria das dores somem com o aparecimento das veias que torna o final da grávidez silenciosa e calma. É momento de descanso e não de agitação!
Ela também deve voltar para Fhęnrz. Não perdeu a noção do perigo, contudo, suas rodadas veias também já apareceram e crescem em direção ao umbigo. Seu companheiro sabe e, sentido a tensão do Supremo, agirá como se Nhshley estivesse na mesma situação de sua irmã.
Mirella já deve ter sentido os mesmo sintomas quando refugiou-se no companheiro.
Nhshley tenta uma nova abordagem:
— Olhe para seu companheiro. — Nhycall a encara, para o que estava fazendo e olha para o Supremo. Nhshley quer que todos relembre o perigo que ele é com essa atitude e consegue. Drogo estava exalando tensão no ar, perigoso e mortal. — Daqui a pouco o dia irá amanhecer. Não gostaria da cobertura quente de seus aposentos?
O plano teria dado certo se não fosse por um pequeno detalhe; Nhycall não tem tanta intimidade com seu companheiro para andar até ele, sentar em seu colo, beijá-lo e pedir carinho.
A movimentação no salão muda e, Nhshley só percebe que seu amado não está em seu lugar quando sente-o atrás de si. A presença marcante de seus músculos é inconfundível, principalmente quando ele circula seus braços por seu corpo e mordisca sua orelha.
— Vamos?
Não havia ironia, deboche ou brincadeira. Fhęnrz estava sério e pretendia tirá-la dali. Pior poderia acontecer se ela não fosse, pois ele não iria sair sem ela. E sua presença ali apenas iria desafiar a fúria de seu Supremo.
Nhshley o abraçou de forma calma, indicando tranquilidade para seu corpo. O Bhetta respondeu sua grávida e cheirou os cabelos escuros.
— Não quero deixar minha irmã sozinha. — Fhęnrz rosnou em desgosto. Está dominante e atraiu atenção para o casal. Mesmo Nhycall o encarou e tocou sua barriga.
Ela está sentindo-se ameaçada…
— Mas também estou cansada. — Quando a dominância de Fhęnrz baixou e Nhshley pode olhar ao redor, percebeu o olhar frio do Supremo agora estava sobre eles, como ameaça.
O melhor seria sair e, com isso, juntou-se a seu companheiro próximo da fera que observa a grávida andar sozinha, escolhendo peças. Ela estava quieta, afetada por Fhęnrz, mas logo retornou a ousadia quando joias chamaram sua atenção.
O coração de Nhshley disparou ao perceber que ela não mudou o curso e afastou-se de outras grávidas.
A beleza de minérios e pedras preciosa são bem apreciadas por lhycans. A beleza única é algo bastante cultivado e utilizado em tudo relacionado a luxo. Quanto mais dominante, maior sua riqueza.
E aquilo atraia as mulheres mais do que nunca. E aquelas jóias estavam hipnotizando Nhycall.
São extraídas de forma incomum, em sua forma mais bruta. E ela queria aquela pedra vermelha, ainda com terras, mas que brilham seus olhos. Ela queria tanto que não notou que já tinha dono quando a pegou.
O dono daquela riqueza logo notou e rosnou em ameaça. Nhycall arregalou os olhos e afastou-se temerosa. A pedra caiu de sua mão com a tremedeira e parou no pé do homem.
Era um lhycan. Seus servos havia extraído as jóias para barganha em terras distantes. Um pequeno baú em cima da mesa — não maior que uma mão — encontrava-se cheio de peças preciosas. A Ômega pegou a de maior valor.
A jóia foi coloca em seu lugar, contudo, o homem não queria aquela mulher próximo. As pernas de Nhycall tremeu. O olhar do homem acendeu-se e as garras estavam prontas para atacar. Ele não é pai então não hesitaria em matar uma grávida.
Mas a grávida tinha um homem com sede de sangue.
Seu rosnando foi cortado por um muito mais ameaçador.
Todo o lugar ficou em silêncio, observando o desenrolar da situação que poderia causar um banho de sangue.
Drogo estava atrás de Nhycall. Ela sentiu quando encostou naqueles quentes músculos que impediram-a de sair. Com o olhar fixo no homem, ele aproximou-se da curva de seu pescoço e cheirou-a intimamente.
Ela virou e escondeu sua cabeça nele como uma criança sensível. Ao aspirar o cheiro de seu companheiro, o mal estar de um cansaço a consome.
Todavia, o Alpha a deixou e aproximou-se do homem. É um vendedor de escravos e extrator de minérios raros. Aquela feira só estava sendo permitida por serem lhycans que constantemente viajam. São batedores, apesar de tudo.
Eles sabem quem é o Alpha e não questionam sua autoridade. O homem recua, em alerta. Está submisso e, com isso abaixa a cabeça. Próximo a mesa, Drogo pega a jóia vermelha, ainda encarando o homem.
Ele não diz uma única palavra, mas desafia o homem a impedi-lo de levar aquela jóia sem pagar ou comercializar nada. Assim como a Ômega.
Ao ver que não teria resposta, Drogo dá as costas ao homem e retorna para Nhycall, quase decepcionado por não matar alguém. O Eclipse está próximo e o dia esperado não é certo. É naquela semana e ele não está com paciência. Sente desejo de sangue.
Nhycall não recua quando ele volta para ela, carregando em suas mãos, a jóia. É um minério raro e bastante admirado. Vale, pelo menos, três grandes baú de ouro puro. E nada será pago ao homem.
Drogo deve haver centenas daquela pedra. Mas Nhycall quis aquela, em especial, então terá. E o homem apenas agradecer por não morrer.
O Supremo envolve Nhycall em seus braços. Ela está tímido e as bochechas vermelhas. Ela rosna constrangida quando Drogo mordisca a maçã de seu rosto. Mas nada impede-o de estender a jóia para sua companheira.
A beleza atrai sua amada como hipnose. Pelo olhar, Drogo percebe que não é apenas admiração. Nhycall está concentrada naquele reflexo único do vermelho sangue. Não é rubi. É mais valioso.
Um diamante de sangue. Raro e de perigosa extração. Tão grande quanto a palma de sua mão e mantido em seu estado mais puro. Ela é atraída para a beleza. Conforme sua mão estende-se para tocar, sabendo que aquela pedra agora é dela, seus olhos identificam-se em um vermelho sangue.
O vermelho lembra o fogo, o sangue. Nhycall suspira com a visão da lua de sangue e, algo ainda pior…
Um Eclipse…
Ela vê o vermelho dos olhos de duas criaturas e quase consegue escutar…
Um bebê. O choro manhoso de um bebê que faz seus olhos lacrimejar. Está hipnotizada pela jóia.
Não nota as veias de sua barriga tornar-se mais escura conforme o estresse aumenta. Mirella e Nhshley sentem-se ameaçadas. É um alerta para os Bhettas.
Todos no lugar afastam-se do casal.
Drogo estendendo um raro diamante a sua Suprema. Ambos com os olhos vermelhos, em resultado a dominância e poder.
Nhycall toca o diamante escuro como sangue.
Uma corrente elétrica passa por todo seu corpo e, em resultado, o ar foge de seus pulmões. Um feroz trovão abala toda a alcateia.
Nhycall grita em susto e cambaleia para trás. Cairia no chão se Drogo não a pegasse em seus ágeis músculos. Um estrondo indicada a caida de um raio no telhado do palácio e a Suprema pode sentir toda sua energia.
Poder.
Energia.
Ferocidade.
Sangue!
Uma lágrimas escorrega por sua bochecha naquele frio amanhecer. Mais intenso que seu companheiro; Ela pode sentir… será mais poderoso que Drogo.
— O bebê! — As pernas de Nhycall estavam úmidas. Não é urina. O cheiro é específico para uma reação conjunta que marca a violência de todos os homens locais; A bolsa estourou.
O amanhecer do Sol surge em direção a Lua.
Descente direto de Rhrgøn Ådamhs, com o sangue de Åæron Ådamhs e filho de Drogo Ådamhs. Três cometas, três Supremos. Aquele amanhecer simbolizava o nascimento de um novo poder, maior que seu antecessor.
O segundo da geração…
Um feroz Titã que, assim a Lua, irá encontrar o Sol.
Como um Eclipse…
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