C A P Í T U L O 65
Quatro dos oitos filhotes…
Quando Nhycall ganhou coragem para tentar socializar com Drogo após perceber que era ela quem realmente estava sendo fria, a lhycan perguntou dos bebês. Um toque tão íntimo de um homem tão perigoso com sua barriga deixou-a aflita. Mas foi bom.
Com uma ligação única entre pai e filho, a aproximação permitiu Drogo sentir e escutar os bebês com mais precisão do que a mãe. Nhycall tinha o próprio som de seu coração, sua respiração, sua barriga… ela não poderia escutá-los. Não sabia de quanto estava grávida.
"Sete, talvez oito filhotes." — Foi a dedução de Drogo, emocionado sua companheira que, naquele dia, dormiu em seus braços.
Mas a grávidez sempre foi de risco. O conselho decretou a morte de Nhycall apesar da proteção do Supremo. Não importava! Nhycall é uma Ômega grávida de um Titã, carregando um Titã. Ela morrerá e isso é um fato.
A incompatibilidade é extremamente grande ao ponto da grávidez ser de alto risco.
Se a gestação fosse de nove meses — como as de uma humana — as chances seriam maiores. Mas quando a grávidez de uma lhycan chega aos dez meses o corpo já prepara-se para o parto. Quais as chances do bebê nascer prematuro e, no processo, matar a mãe?
Ainda mais sendo gêmeos!
A grávidez não é simples. Ela é, muitas vezes, turbulenta. O filhote desenvolve garras ainda dentro do útero e com elas, fere a mãe a cada chute ou empurrão. Eles automutilam-se se não estiverem confortáveis. Sem a presença materna do pai para fazê-los sentirem-se seguros e calmos, eles iam arranhar a própria mãe até romperem o próprio cordão umbilical e morrer. Considerando não trazer esterilidade para a mulher.
Por isso o ritual de acasalamento é tão rigoroso. Não é o homem quem carrega os bebês. São as mulheres. E para elas sujeitam-se a isso, precisam ter certeza de o pai será presente, atencioso e altamente protetor durante a gestação. Muitas lhycans saudáveis morrem, outras foram estéril e sempre há aquela que fica traumatizada. Cabe o homem impedir isso, já que o filho também é dele.
Isso, quando cheiro de grávida não assola as narinas de homens rivais, sem companheiras ou frustrados com algo. Seus instintos forçam-lhe a atacar qualquer grávida vulnerável a parti dos primeiros meses de gestação. E mesmo após o parto, há o tempo de extremo perigo para os bebês.
Henna deu a luz a seus filhotes. Arthur é um dos tios e não hesitaria em matar as crianças até que tenham a primeira transformação. A partir daí, ele atura seus sobrinhos até os três anos de idade antes de desenvolver o instinto de proteção devido ao sangue que compartilha com o filhote. Mais forte o instinto ficará se seus próprios bebês apegarem-se aos primos.
Qual o sentido de acasalar sem a garantia de saúde e vida dos filhotes? Uma lhycan só acasala se estiver mais do que satisfeita com o provável pai. Ela precisa confiar de que o homem será o pai e não apenas um progenitor.
O homem precisa estar presente para impedir qualquer situação desagradável com sua mulher e bebê. Drogo conteve o aborto. Mas não antes de perder quatro de seus filhos.
Ele estava preparado para isso. Sabia que iria perder algum bebê. Nhycall estressa-se muito fácil e devido a incompatibilidade de uma Ômega extremamente fraca, grávida de um homem extremamente forte, as chances dela morrer são grandes. Por Azhulla! Há um Titã em seu ventre.
A situação da Ômega pode ser facilmente comparada às de uma humana, grávida de um lhycan. O útero sem a força adequada para segurar uma fera é rasgado quando o bebê adquire garras. E quanto mais a criança cresce, mais forte fica. É apenas questão de tempo até o filho abrir a mãe, arrebentando-a de dentro para fora.
Como lhycan, Nhycall tem mais chances do que uma humana. Mas aos meses final da grávidez, os cuidados serão extremos! O bebê em seus últimos estágios de desenvolvimento e pronto para nascer pode rasgar sua mãe. A força dele, como Titã, é grande. O único perigo é a existência dele! "Extremo risco" refere-se a essa criança.
Contudo, nenhuma criança será perdida. Quando ocorre um aborto, é costume o pai comer o próprio filho. A criança foi expulso do corpo da mãe e, por tanto, pertence apenas ao pai. Então ele come, saboreia o filho e guarda o corpo.
Para os lhycans, isso é uma forma de adiar o nascimento. Com o tempo, eles poderiam ser gerados novamente com a chance de ter um nascimento apropriando. Mas para isso, o pai deveria comê-los e Drogo não hesitou ao fazer isso. Mataria quem colocasse-se em seu caminho para entre ele e os filhos.
Canibalismo entre adulto e crianças são maiores do que imagina-se. Segundo a crença, se uma mulher estéril comer uma criança saudável junto de seu companheiro, ela poderia gerar-la a partir de seu próprio sangue, independente do quão turbulenta seja.
Esse é um dos riscos de crianças. Quanto maior é a força que aparenta ter, maior a chance de ser decorado por um adulto. E o pai tem o dever de impedir, pois a mãe não é adequada ao ato. A ferocidade de um homem é muito maior do que as de uma mulher.
E uma mulher nunca deve ser totalmente responsável por algo que não gerou sozinha.
A própria grávidez é um risco e Nhycall, mais do que nunca, está sentindo. Drogo limpou-a com tecido de água quente. Lambeu sua genitália em cuidado com seu corpo e fez o mesmo com o pulso.
Durante a situação delicada, ficou três dias no quarto marcando sua presença aos bebês. A barriga ainda estava inchada, com o belo volume de uma linda grávida. Mas ele não escutava os batimentos cardíacos de qualquer filhote que tenha, talvez, sobrevido.
O corpo é de Nhycall e apenas ela pode saber se há vida dentro dela. Ele precisa dessa confirmação para escutar os bebês como na primeira vez que ela confirmou a grávidez.
O que resta-lhe a fazer é cuidar de sua companheira.
Mesmo inconveniente, Nhycall não deixou de ser bela. Mesmo pálida, respiração fraca e sem forças, seus cabelos continuavam lindos, caindo como cascatas onduladas pelo seu falto seio. Drogo os arrumava, toda vez que observava sua mulher.
Roupas brancas, como ela gosta, cobriam parcialmente seu corpo. A vagina tinha que ficar exposta para sua língua trabalhar, cuidadosamente. Ele não saiu do quarto. Ficava pensativo entre seus pensamentos e ideais.
Mas depois de três dias e três noites sem sair, suas obrigações chamavam-o. As Lhunas estavam sensível devido às informações que receberam de Nhycall e, surpreendente, Acksha foi a mais afetada.
A lhycan isolou-se, querendo ficar sozinha. Não alimentou-se quando geralmente sentia fome e nutria-se apenas com pequenas doses de água. Assim permaneceu por duas semanas, pensativa.
Seu companheiro não tinha opção exceto dar espaço. Henna, deu espaço e permaneceu cuidando de seus bebês. Nhshley, sua irmã gêmea foi a única que conseguiu acalmá-la.
Já Mirella, estava agitada. A cegueira não impedia-a de muita coisa. Ela queria rastrear, correr e… caçar. É como um desejo de grávida que fará mal se não atendido.
Assim, a mulher assumiu a forma de uma grande loba — um pouco acima do peso — e correu para a floresta onde Arthur a orientava. Contudo, sua grávidez logo faz a loba esconder-se para descansar, entre dois troncos.
Arthur, com seu porte robusto, não tarda a pular o tronco. Ele sente o cheiro dela nas redondezas e, com isso, começa a mexer na terra. Sua enorme pata puxa a terra e, com isso, logo a fera está cavando sujando seu pênis lhupus, pernas e tudo que tiver atrás dele.
O lobo só para assim que avista aquela loba parcialmente branca, com uma marcação rosada perfeita em listras na cabeça. Ela encara a fera em cores mais escuras e intensas e chia. Ela torna a encolher-se, triste.
Arthur até tenta juntar-se a sua companheira mas seu tamanho não permite. Então o lobo apenas escorrega para dentro do buraco de forma que Mirella é posta para fora. Logo, a lhycan vira sua cabeça em direção ao lobo completamente despreocupado.
Arthur rosna para sair do espaço apertado e, de maneira alguma, deixará sua mulher entrar lá novamente. Ele pula sobre ela, derrubando-a no chão. Ele cheira seu pescoço e sua barriga lhupus, onde seus filhotes estão. Mirella está claramente mais gordinha, linda e delicada.
O lobo deitou-se ao lado de sua companheira e pousa a cabeça sobre sua companheira. Mirella torna a chiar quando encolhe-se novamente ao macho.
A ligação entre Peeira e Lhuna está mais forte e inegável. Nhycall estava demorando a acordar e, cada vez mais, Acksha estava impaciente. A Lhunas adquiriram o costume de fugir quando estão mal, no entanto, era sempre a mais tímida de todas que estava onde não deveria.
A lhycan é hesitante, estava acostumada a passar despercebido e sorrateira. Não queria ser vista chorando pelo que ouve com sua irmã, ao qual apegou-se.
Em um certo dia, após algumas semanas passaram-se, seu companheiro retornou ao quarto, sem encontrá-la. Já era normal, ao ser ver. Ele teria que rastreá-la, novamente…
Contudo, a Lhuna não queria voltar ao quarto. Sempre escondida, agora ela tinha algo a mais para temer.
Nhyara…
— Não terei a mesma sorte de Henna se Arya acordar… — Um dos pensamentos da ruiva escapa num sussurro atraindo a atenção de uma certa mulher escondida atrás das escadas, silenciosa.
Seus ouvidos atentam-se aos passos nervosos da mulher. Nhycall pode ser uma Ômega, contudo, quais as chances de não lembrar certos acontecimentos recentes? Henna ficou meses assim. Mas se Arya acordar antes…
A mulher rosna, enfurecida. Mas é contida por mais alguns passos. Homens…
Estavam atrás de Acksha, novamente. A Lhuna fujona que sempre esconde-se, muito mais do que as demais. Com a movimentação, Nhyara vai embora.
Muito forçado! Muito conveniente!
Seria o destino? Nhycall…
Mais do que nunca a mulher sente hesitação em entregar-se ao seu companheiro. Não teve coragem quando disse que tentaria e a situação de sua irmã a deixa com medo. Acksha parece uma criança assustada…
E como tal, só pode ser encontrada por alguém que conhece-a.
— Oi? — A voz de seu companheiro chega aos seus ouvidos e a faz encarar o homem à sua frente, dominante e analítico. — Tudo bem aí?
— ¥'rœn! — A mulher joga-se aos braços de seu companheiro que não tarda a recebê-la de maneira acolhedora.
Acksha não jogaria-se em seus braços dessa forma, quase ousada. Ainda é tímida demais para tal ousadia com o Bhetta que percebe ter algo de errado ao acariciar seus cabelos.
— O que aconteceu? — Os batimentos cardíacos acelerado. O desespero de ser acolhida… — Por que está assustada, pequena?
— E-Eu… — Ela hesita. Mas seu companheiro a faz olhar em seus olhos, em análise.
— Acksha…
— E-Escutei o que não deveria… — Em seus olhos há lágrimas. Ela soluça, incerta do que fazer. — Q-Quando a Henna caiu…
— Pequena, o que escutou? — Não há segredos grandes em uma alcateia que não chegue a liderança. O mistério da queda de Henna nunca parou de ser averigua.
— N-Nhyara?
Não foi uma afirmação. Foi uma pergunta. O olhar da Lhuna escorrega para uma presença a frente. Já o Bhetta olha para trás, vendo a ruiva, parada no canto da escada.
— Algum problema? — O homem pergunta, grosso e impaciente. Ele sente sua mulher tremer em seus braços, assustada.
A mulher nada diz e, com isso, decide seguir seu caminho, despreocupada até a porta. ¥'rœn torna a observar sua companheira. Está intimidada, levemente tremendo.
— N-Nhycall… — Ela sussurra, mais para ela. Ela fecha os olhos e encolheu-se.
O Bhetta, por outro lado, beija sua testa, em sinal de proteção. Logo, seus olhos claros abrem-se em uma dourado intenso, tão perigoso quantos os de um predador assassino.
Nhyara demorou muito para sair…
E agora é tarde!
Ela tenta virar-se para defender-se, mas é inútil. O Bhetta é mais rápido ao fazer a mulher sentir seu corpo ser prensado com brutalidade contra a parede gelada. Ela tenta reagir, mas o corpo robusto do homem facilmente a imobiliza. Tudo que restou é rosnar quando seu rosto é precisado com força enquanto o homem aproxima-se de seu ouvido, dominante.
— Acha que sou otário?! — O homem a machuca quando mais pressão é usada ao pegar em seu pescoço e apertar. Suas garras machucam sua pele que começa a sangrar. — Quem você pensa que é para intimidar minha mulher, Aline?
Aline pode significar puta sorrateira. Alguém como aquele Bhetta que teve que aturar Fhęnrz até no útero não seria facilmente taxado de idiota por uma mulher como Nhyara.
— S-Solte-me…
O Bhetta apenas pressiona a carne da mulher, ferindo-a e mostrando a sua amada, o outro lado do lobo carinhoso que ela costuma ter. ¥'hærōn é um Bhetta! O Supremo Bhetta! Suas habilidades em matar, esquartejar, interrogar e torturar não são inferiores aos de seus irmãos.
Ele simplesmente é mais rápido no que faz… E Nhyara entenderia o quão ruim isso poderia tornar-se!
— Eu quem dita as ordens, aqui. — O Bhetta morde as bochechas da mulher. Seus dentes cortam levemente a bochecha lisa. — E agora, nós vamos conversar…
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