C A P Í T U L O 56
Um dia. Ella teve que descansar um dia antes de voltar a jornada nômade. Seu Alpha buscava por um reino, a alguns dias de distância onde os demais membros da alcateia estavam, juntamente com a princesa e sua bebê. O acasalamento atrasou-o e, aparentemente ele não importar-se de continuar atrasado devido ao cansaço que sua companheira anda tendo ultimamente.
Era dia. O sol no clima árido incomoda e desgasta a pele da mulher que senta-se numa pequena sombra causado por um rochedo. Dylan em sua forma de lobo some de sua visão, para rastrear o perímetro.
Ele é zeloso com a segurança e sua amada teve que esperar uns bons pare de minutos antes ver um homem aproximar-se, armado e vestido. As vestimentas de Ella são algumas das que os lobos carregam com sigo. Já a de Dylan, é única e apropriada a um Alpha.
Como um bando nômade, sua casa varia de lugar para lugar. Eles seguem a estação do ano, rodeando um mapa e pousando em lugares no meio do caminhos. Território que já era deles. Dificilmente fazem estadia longas com mais de uma lua. Eles nasceram para viver.
Ella nunca preocupou-se com essa vida, até agora. Mais do que nunca, ela sente-se solitária.
Dylan está afastado de Ella, entre os lhycans debaixo do sol quente, dando ordens de segurança. A loba não vê opções exceto esperar-lo.
Mesmo estando cada vez mais adaptada a alcateia, Ella é solitária. É a única mulher. Mesmo Dylan sendo seu homem, ele não é uma amiga. A lhycan sentia falta de Nhshley. Ela sentia falta de uma mulher. Uma amiga em meio a tantos homens.
Dylan, como seu companheiro, é possessivo. Ella o entende. Aprendeu que é visto como ameaça algum homem aproximar-se dela, visto que os costumes de machos são muito diferentes dos costumes das fêmeas. Haveria luta se outro homem se aproximasse dela.
Dylan é o único que ela consegue abrir-se, mas há coisas que ela só pode falar com uma mulher. E o lobo, não é apenas um homem que para satisfazer seu próprio ego, lutará contra outros homens em seus tópicos costumes. Ele também é um Alpha. Há uma alcateia para liderar, como agora. Nem sempre estará disponível para Ella.
Se tivesse uma amiga, teria alguém pra reclamar desse calor, decidirem o melhor lugar para ficar e jogar conversa fora. Algo de mulher.
— Tudo bem? — Ella volta a assustar-se com Dylan aparecendo repentinamente ao seu lado, abaixado próximo a altura de seu corpo sentado sobre as raízes de uma árvore.
Os olhos negros avaliam sua amada, visivelmente interessado em seu estado físico. Ele nutre sentimentos por ela e preocupa-se, contudo, não pode suprimir o desejo de uma amiga. Sua única opção é aguardar ele encontrar uma mulher digna e honrada para receber a dádiva de juntar-se ao bando.
— S-Sim. Eu só estava pensativa. — Dylan analisa seu rosto delicado. Ele pode ter uma ideia do que ela pensava e como um Alpha, sabe que sua companheira mente.
Ela sente falta de uma amiga. A única que teve de verdade era Nhshley, ao qual, nunca mais falou. O Alpha pretende encontrar uma mulher rápido para a alcateia. Elas mantém o equilíbrio e os lobos estão ficando descontrolados.
Uma alma feminina trás paz. Trás a sensação de oportunidade e família. Equilíbrio e cumplicidade. Alguém para amar e ser amado. Sorrir com coisas bobas femininas que apenas elas podem transmitir. O bando não sente essa sensação desde que todas as mulheres e jovens abaixo de 40 anos foram mortos, não por ataque, mas por algo raro de acontecer.
Ella trouxe esperança, contudo, é a mulher do Alpha. Todos a protegem com garra embora ela sinta a ameaça de uma possível gravidez. A maioria do bando, incluindo o Bhetta é rival de Dylan. E os rivais são ameaça mortal a prole de uma lhycan. O Alpha com certeza não medirá esforços para proteger uma possível e nova geração da alcateia.
Ele estende sua grande mão para ela. Ella olha desentendida, mas pega em sua palma e permite que Dylan ajude-a levantar-se e a puxa para seu robusto corpo, suspirando com o contato. O ar quente de seu hálito bate contra a pele da loba.
Sua amada tinha um cheiro delicado e sensível. O Alpha teria que continuar a jornada, contudo, não irá arriscar a saúde de sua mulher. Ele beija sua testa em um sinal de proteção e com os braços fortes, faz menção de orientá-la pelo lugar seco, quase sem água entre as pedras.
— D-Dylan… — Ela suspirou, sentindo dor nos pés.
— Shh! — Ele a mantém junto de seu corpo. — Aconselho a poupar o máximo de energia. Então fique quietinha e venha descansar.
Mais a frente havia um pequeno oásis. Bem escondo. Nada mais do que uma pequena corrente de água caindo nas pedras e firmando uma poça, não muito grande. Ella só precisou andar pouco até Dylan ajudar a escalar a elevação.
Logo em seguida, o que era um homem, agora é uma fera negra em cima aproximando-se. Seu olhar é um sinal de perigo a todos que aproximam-se. Ele deita no lugar mais confortável e escondido e espera Ella aconchegar-se em seu pelo. Era confortável para ela.
— Eu te amo… — Sussurra na orelha do lhycan quando sente o frescor do ambiente. Todos os lobos estavam preparados para dormir. Apenas a mulher estava em sua forma humana.
E lá, aconchegada ao ser que mais ama naquele mundo, ela adormece.
A noite é de fato esperado pela lhycan. O fresco da madrugada e a escuridão é similar aos seus olhos cegos, que nada vê. Contudo, é uma lhycan que é orientada por seus demais sentidos.
Temari, a águia branca, são seus olhos noturnos para perambular silenciosamente o palácio. Trajando tecidos leves como é sua preferência, a mulher tenta passar despercebida. Há muitos que podem encontrá-la, todavia, ela gosta de não chamar atenção.
Ela sente quando alguém aproxima-se e esconde-se. Desta vez, ela tem um motivo especial para tentar burlar as novas regras do palácio. Sua intenção é passar furtivamente pelo local, sem ser detectada.
Não ver, pode ser uma grande desvantagem. Mas ela ouve, sente e adapta-se ao ambiente. Ela sabe que há alguns homens no perímetro mantendo a segurança sigilosa do local. Ela precisa fazer algo para passar por eles.
Sem Arthur, eles não irão permitir sua saída, mesmo sendo uma Lhuna. E no momento, ela precisa sair e não há tempo para esperar seu companheiro que, atualmente, encontra-se com seus irmãos, Nhycall e o Supremo.
Sentados de maneira confortável, os lhycans estavam discutindo um assunto peculiar sobre o conselho, tais como medidas a serem especialmente tomada em relação a Nhyara.
Ninguém confia naquela mulher. Nhycall deve estar presente naquela reunião para estar a par de toda decisão tomada, como Suprema. Um assunto sigiloso que apenas ela, como mãe do primogênito do Supremo, deveria saber. Nem mesmo as Lhunas devem ter consciência de tal fato e ato na alcateia.
E a Ômega ouvia tudo atentamente, encolhida ao lado do Supremo. Mas em algum momento, ela perdeu o foco. Ficou distraída, com seu olhar perdido.
Nem mesmo reparou quando todos pararam de falar para observar a íris vermelha da mulher. Todos conheciam aquele olhar. Henna expressava os mesmos olhos neutros, completamente perdida dentro de si mesma e a própria alma quando sentia ou pressentia algo.
Mas Nhycall não é Henna. Nhycall é uma Suprema, com olhos vermelhos. Percebe-se claramente a diferença dos olhos de um autêntico Titã.
Drogo é cruel, pleno, frio, calculista e chantagista. Ele não se importa com nada e nem ninguém. Seu dever é com seu povo. Mas seus olhos indicam o ser superior que é. Um vermelho sombrio, como o sangue derramado da própria deusa, refletindo o perigo e a morte. Olhos mortais e intensos de um Titã.
Mas Nhycall tinha os vermelhos claro. Não era frio, mas vivo. Luminava paz, magia e espiritualidade. Únicos de uma Suprema Peeira, mas não de uma Titã. Uma Ômega nunca será uma Titã.
Drogo tocou na coxa de sua mulher, querendo chamar sua atenção. Só assim o vermelho esconde-se na aura de sua alma e dá lugar a um verde safira com emoções ao encarar os olhos insensíveis do Supremo.
— Mirella pretende fugir, desobedecendo a lei. — Nhycall aperta sua pálpebra e balança a cabeça, nervosa de um lado para o outro.
Os olhos de Arthur manifestam-se as palavras de sua Peeira, cujos cabelos negros vão para para o rosto quando ela afirma a única certeza que tem:
— Ela não pode sair. Não pode. — Ela funga e respira, não contendo um sentimento estranho em seu peito. Arthur rapidamente levanta-se, atento. — É perigoso!
Não precisou de mais nada. Eles não estavam lidando com a palavra de uma Lhuna. É uma Peeira!
Rômulo correu em direção a onde quer que sua companheira esteja e Drogo não teve escolha exceto levar a companheira para o quarto, fechando todas as cortinas e evitando qualquer janela. Nhycall recuava sempre que via o luar, com medo do ar livre fora do palácio.
E Mirella estava quase conseguindo sua artimanha com os guardas. Uma águia branca movendo-se com seu andar cambaleante pela sala não era algo ao qual vê-se todo dia. Todos sabiam de quem o pássaro pertencia e era quase irreal vê-lo passar completamente tranquilo diante dos lobos.
Temari não os temia e todos ficaram perplexos quando o animal bicou um dos guardas. A distração era perfeita para uma mulher completamente branca aos mínimos pelos passar despercebida.
Mas não a um certo homem…
Mirella sentiu os braços fortes e robustos circularem sua cintura. O cheiro másculo e forte foi perfeitamente reconhecidos pelas narinas.
— Arthur! — Todos olham para o casal abraçado.
— Estou em dúvida se minha mulher é uma gênia ou vocês quem são incompetentes! — Arthur rosna em ameaça para, em seguida, perder sua amada contra a parede. A sensação de estar cercada e sem fuga afeta Mirella que pousa sua mão sobre o peito nu de seu companheiro. — Onde pensa que ia?
— S-Sair…
— Sabe que não pode sair.
— D-Desculpe… — Arthur suspira pesadamente e abraça sua companheira, protetor. Mirella corresponde-o necessitado daquele abraço. Ambos precisam. Quando a corrente fria da madrugada chega em sua pele, ela sente-se ameaçada e aperta o músculo do Bhetta, temerosa.
— O que foi? — Mirella não responde. Ela apenas estremece quando Arthur a encara.
— Quero voltar para o quarto. — Ela diz, confiante. — A-Agora.
Ele não contestou e levou-a consigo, sem deixar de reparar que parecia temer algo. Ela estava querendo esconder-se e foi a primeira coisa que fez, bem longe de qualquer janela.
O mesmo aconteceu com as demais Lhunas. Henna fugiu do luar da madrugada junto de qualquer corrente fria. Seus filhotes estavam com ela. Ela estava com um instinto avassalador de esconder-lo e ficou tão protetora, que até Rômulo teve que ter um certo cuidado ao aproximar-se.
Já Nhshley quase ataca seu companheiro quando tentou tirá-la do escuro. Os olhos dourados indicam ameaça e o Bhetta sabia que não era para ele. Todos os Bhettas, sem exceção entendeu que algo estava acontecendo naquela madrugada.
O mais rápido dos irmãos foi o primeiro a tirar a companheira do quarto, sem protestos, levando-a para o dele. Ela tremia, incapacidade de falar.
O luar favorece proteção, segurança e ousadia aos lhycans. Mas naquela noite, ele oferecia ameaça. Nhycall foi a primeira a sentir e, bastou isso, e todas sentiram igualmente o perigo vindo do ar livre além do palácio.
Não era a noite. É algo que passou despercebido pela alcateia, mas sentido pelas Lhunas e Peeira. Algo dentro da escuridão da noite.
Até mesmo Temaria recusava-se a voar. Ela sabia que havia algo perigoso no ar, como Mirella. Ninguém sabia o que era, mas estava lá, como um predador sobrevoando o escuro da noite na alcateia.
Tudo estava calmo, tranquilo e em paz…
Como um anjo…
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