C A P Í T U L O 42
O tempo passou rápido. A estrela de fogo surgia no horizonte despertando a Fênix do Sol e induzindo a Fênix da Lua ao sono aguardando o momento de ser despertada ao entardecer. Esse é o ciclo de Nevrah e Dulce, de origens diferentes mas fadados ao amor de eras de encarnações.
O deus baseado no sol dá força a todas as criaturas que andam sobre sua luz. Mas o sol se põe no horizonte e a lua nasce fortalecendo seus filhos. Ambos iguais em força, mas diferente em poder como o fogo e gelo. Ambos se completam, mas ambos também duelam. Um precisa do outro, pois juntos são equilíbrio e separados, são caos.
Dessa mística magia de opostos equilíbrio, surgiu o primeiro ser imortal. A Fênix da Lua, representando sua divindade na forma de um enorme pássaro branco, vindo em tempestades de eletricidade pura se tornou a mais perigosa mulher, Titã, líder e mãe toda e qualquer mulher de um povo que foi formado com o surgimento de alguém igual, porém diferente. Alguém que não congela no prazeroso sexo, alguém que a aquece e alguém tão poderoso para engravidá-la e dar continuidade ao seu povo. Um Titã igual a si, a Fênix de Fogo que parece ser o próprio sol dentro de um homem que passou a ser conhecido como Titã, líder e pai dos homens de sua espécie.
Por tal razão, mulheres e homens com seis membros a terem um par de asas são diferentes, mas tão iguais. Ambos caçadores, mas de poder e divindade diferente. A mulher passou a dominar a noite, sagaz com sua sedução e o homem dominou o dia, perigoso como o fogo.
A Fênix de fogo sempre buscará o pássaro de gelo durante o dia assim como a noite sempre perseguirá o dia em. Um ciclo interminável como um amor tão forte que sobressai sobre vidas. Apenas ao amanhecer e ao pôr do sol, ambas as almas de Sol e Lua, fogo e gelo se encontram, saciando os desejos ardentes do fogo sem queimar-se e levando a luxúria do gelo, sem congelar. Um completa o outro, um persegue o outro,
Dulce entendeu esse ciclo, conforme os dias passaram e ela arranhava suas costas atracando sua própria carne e a comendo, assim como qualquer humana que aparecesse em seu caminho. A humana já estava deixando de existir e das cinzas uma Fênix estava renascendo ansiosa para despertar suas magníficas asas negras e voar sob o luar da noite.
Assim, um mês se passou.
As semanas deram origem ao segundo mês.
Logo, na alcateia Lua de Sangue, Henna despertou após três meses no aborto de um de seus filhotes. O restante sobreviveu e ela continuou grávida, mantendo repouso até mais um mês se passar.
Mais tempo se passou, e cinco luas passaram-se quando Nhyara foi solta, após quase morrer devido as torturas causadas pelo Supremo.
No sétimo mês, Nhshley entregou-se a seu amado e foi reconhecida como uma lhycan da alcateia.
Mais tempo se passou e no oitavo mês, a princesa já estava com quase nove meses de gestação. Quando nove meses se passou, a humana já tinha seu bebê ao qual ainda não havia escolhido um nome.
Dez meses depois, Mirella perdeu sua virgindade ao ser marcada por Arthur e transformou-se, unindo-se a alcateia, um mês depois em uma linda lua cheia.
Demorou, mas era inevitável a tensão rodear o povo quando um ano se passou em um silêncio de calma e uma falsa paz do mundo que logo seria ameaçada com a chegada antecipada de uma nova Lua de Sangue.
Muitos temiam por ela. Estavam três meses antes do surgimento da lua e seu poder é tão forte que influenciou muitos lhycans e, mais do que nunca, deixa o grande e atual Titã Supremo Alpha em irritação constante. Um ano se passou e a Ômega estava mais ousada e audaciosa que nunca, ficando cada vez mais confiante apesar de sua natureza submissa e tendo apoio, não apenas de sua irmã, mas de Henna e Mirella em qualquer ato ou opinião.
Aquela era noite de Lua Cheia e a alcateia comemorava, em Hifhyttus, o surgimento de duas de suas Lhunas. Elas já eram parte da alcateia, mas a maioria não sabia sequer sua forma física e nem sua beleza e cheiro.
O evento era grande. Havia bebida, música, danças tradicionais e lutas ao redor da grande fogueira que passava os dez metros de altura e a farta caçada do mês que sustentava todos na alcateia. Ninguém do bando estava de fora, nem mesmo crianças. Mas Arya não pertencia a aquele povo, pois é solitária.
Nem isso a impediu de comparer divinamente no evento, tímida, mas deslumbrante chamando a atenção de qualquer lhycan com seus longos cabelos negros, suas vestimentas de couro de réptil albino que tampava seus fartos seios e segurava a saia e longa tanga de seda branca que expunha as laterais de suas grossas pernas. Ela vestia-se como uma lhycan, expondo seus barriga pintanda com símbolos de fertilidade que confirmavam-se com seu cheiro. Até mesmo jóias enfeitavam seu braço e seu tornozelo esquerdo, assim como uma linda tiara que realçou seu magníficos e brilhantes olhos azuis que direcionou-se ao Supremo sentado sobre o maior altar tendo Nhyara — em pé — ao seu lado. Em sinal de respeito, a Ômega com sua natureza tímida o reverência em um respeito formal, não importando-se do vão de seus seios serem direcionados ao Alpha.
O homem não manifesta nenhuma feição física, mas tanto Nhyara como Arya sabia o efeito que a Ômega produziu. A águia branca próximo a Mirella agita-se, produzindo sons de agitação e lança vôo em direção a linda mulher, cujas beleza ofusca facilmente a própria Peeira e pousa sobre o bracelete de prata em seu pulso. Era impressionante como Temari aceitava todas as Lhunas e até mesmo Arya mas ainda é desconfiada com Arthur que sempre fica inconformado com o pássaro. Com o chamado de Nhshley, a lhycan encara sorri gentilmente e caminha em direção a nobreza com a mesma calma, confiança e sedução que entrou.
O altar de pedra havia cinco ramificações. A primeira e mais alta, esculpida um trono apropriado e enfeitado de jóias e regalias para o Supremo e sua companheira onde Nhyara era proibida de sentar. Abaixo fica os Bhettas. Assentos largos de pedra e forrado com jóias e conforto de pele de animais para abrigar os Bhettas e suas companheiras que ficariam divididas, um de cada lado, perante ao seu Alpha. Abaixo ficaria Alphas convidados, que na ocasião não foram chamados e encontra-se banhando em presentes e riquezas para as Lhunas. Quase cinco metros abaixo fica os guerreiros privilegiados da alcateia, chefes de diferentes grupo de caça, combate, treinamento dentre outras funções. Era ali que Arya fez sua reverência acima da base, onde estava a grande fogueira.
Sem olhar os olhos de mais ninguém, Arya junta-se as Lhunas após colocar Temari em seu lugar com Mirella. E lá ela aproveitaria o evento, sorrindo entre suas amigas e irmãs ignorando completamente o olhar do Supremo queimando em sua carne. Ela se banqueteia com todas, agindo como igual perante a todos e permitindo que toda sua honra seja exibinda chamando a atenção de muitos homens solteiros, incluindo líderes de escalões da alcateia.
Tem sido assim por onde quer que ela vá. Sempre bela e perfeita, tímida, submissa mas abusada e afrontosa chamando a atenção de qualquer homem ou mulher. Antes Arya não sabia defender-se, mas depois de experiências desgastantes com o Supremo, sua companheira, Nhyara, homens, mulheres e até mesmo escravos, ela aprendeu a como comportar-se e lutar pela sua honra sem ajuda nenhuma. Ela tinha o apoio das Lhunas e até mesmo o Supremo surpreendeu-se quando Henna a defendeu de seu próprio companheiro.
Com cada Lhuna ela aprendia. Aprendeu a ver com Mirella, a ter coragem como Nhshley e a aceitar seus instintos e natureza com Henna. Ambas as quatro são inseparáveis. Nem mesmo Nhyara ousa fazer algo e tudo que pode é observar o progresso da vagabunda e ser submissa ao seu Alpha.
Logo, honradas e belas lhycans começam a tocar o som da harpa seguindo de corais e sons de flauta. As Lhunas junto de Nhyara levantam-se, descendo a hierarquia de pedra até próximo da grande fogueira. Juntas, a dança inicia-se.
Era homenagem aos Bhettas e ao Supremo. Apenas Lhunas junto da Peeira deveria dançar, expondo toda sua sensualidade feminina e suas curvas. Mesmo Henna, com sua linda barriga de grávida que deixava Rômulo doido participava. A dança era em volta dela, também agradecendo aos deuses pela fertilidade e salvação de quase todos os filhotes e pedindo uma grávidez forte.
Mirella é cega e não consegue mover-se de forma tão sensual como Nhyara e Nhshley, passando a mãos nos corpos uma da outra, quase se beijando com a proximidade de seus rostos, mas conseguia encantar com seu talento em armas, dançando provocativa no chão com o auxílio de um lenço.
A dança começou com quatro mulheres, mas terminou com cinco. Arya ousadamente adentrou o meio, roubando toda a cena de Nhyara e dançando com sua irmã, exibindo todo seu corpo curvilhento, passando a mãos em seus seios descendo até seu útero num rebolado de sensual de fertilidade no auge da música. Ela morde os lábios em sinal de excitação e só então Nhyara percebe a presença de outras lhycans. O único jeito de Arya participar é, se algum momento a dança deixasse de ser exclusiva.
Com raiva, a ruiva tornou a dançar o mais sensual que conseguia, tentando mostrar o quão divina é, mas a atenção estava em Arya. A maioria a cobiçava com desejo e tudo piorou quando a dança tornou-se cortejante permitindo a participação dos homens. Henna e Mirella retirou-se, mas Nhshley continuou tentando seu companheiro com o olhar até que ele se juntasse a ela. Homens não dançam, então ele apenas ficou parado sendo deduzido por sua companheira podendo explorar todo seu corpo com a única proibição; os seios.
A música tem intuíto de revelar pretendentes e iniciar cortejo. O fato de Arya ter continuado é provavelmente porque deseja prazer de ser cortejada e revela todo seu talento, dançando com toda sua beleza, competindo com Nhyara que, com o mesmo olhar de Nhshley chama o Supremo. Mas dançando tão juntas em rivalidade pode mostrar um duelo por um homem. Ninguém aproxima-se. Era a Ômega e a Peeria dançando para um macho.
Quando Arya torna a morder sensualmente os lábios expondo seu pescoço, o Alpha levanta-se. Em passos calmos, ele é atraindo pelo duelo e pelo desejo de ter a Ômega esfregando suas curvas contra seu corpo. Suas mãos coçam quando aproxima-se das lhycans. Apenas um olhos compravaria o duelo, mas apenas Nhyara o chamou.
Arya o ignorou e, com movimentos sensuais, continua a dançar. Foi tudo claro para todos. Ela só estava dançando próximo a Nhyara e não importava-se de continuar longe do casal, mesmo quando Nhyara começou a seduzir o Supremo, esfregando-se contra seu corpo. A maldita lhycan nem sequer o olhava. Ela escondia seu ciúmes com os olhos fechados e terminou a música rodando no chão, ofegante, de braços abertos mostrando o quanto seus seios sobem e decem com sua respiração. Ela mostra um sorriso de satsfação, o que para todos é um sinal de alegria e desejos compridos mesmo sendo uma Ômega nascida.
Mesmo que ninguém tenha tentado um cortejo, Arya com certeza chamou a atenção de muitos guerreiros que podem ter desenvolvido um interesse nela. O Alpha a fuzilou com o olhar, quando ela e encarou vitoriosa. A Ômega estava cumprindo a promessa que fez a ele desde o momento em que Nhyara foi solta.
Ela teria um homem que pudesse chamar de seu.
Com o fim da dança, as mulheres começaram a retirar-se e Arya fez questão de passar ao lado do Alpha, por um segundo, encarando-o na mesma intensidade que ele. Com cabeça erguida, ela segue atrás de Nhyara até às Lhunas e ignora o fato da Peeira ter juntado-se a elas. A lhycan senta no meio de todas elas, sorrindo com o comentário de expectativa que elas dão em relação ao seus companheiros.
— Tenho certeza que meu amado será tão magnífico como sempre! — Afirma Nhyara descontraída com as respectivas.
— Mirella ainda não entende muito bem nosso idioma. — Diz Henna na língua humana encarando Nhyara e, em seguida, traduz as palavras para a albina. Mirella sorri e diz:
— Não posso ver mas posso sentir meu companheiro. Sei que também será tão magnífico como sempre foi! — Arya fica quieta. Ainda não tem um companheiro para chamar de seu e, mesmo que tivesse, dúvida que seja tão forte quanto os dela. Estava sentindo-se diminuída e, não importa o quanto elas te ajudam ninguem passou ou tem os mesmo sentimentos que ela.
Ela tem amigos, mas sente a nescessidade de um companheiro. Pela lua, ela quer um filhote! Seu corpo e instintos corroem-se ao ver Henna acariciando sua barriga devido a agitação de seus filhotes e, em seguida, olha para Rômulo que mantém o olhar intenso em si. Ela odeia sentir inveja dessa cena. Tem uma profunda vontade de chorar, pois, apesar de ter amigos e sua vida ser melhor do que nunca, ela almeja isso. Amigas não a fazem se sentir protegida como somente um homem poderia. A proteção de fazer ela sentir-se confiante o bastante para engravidar em segurança, rodeando de promessas. Daria todos os anos de sua vida por um ano de amor e gravidez.
O primeiro tambor toca, tornando-a de seus devaneios e fazendo ela falar por impulso através do sotaque de sua recém aprendida língua humana:
— Tenho absoluta certeza que meu amado será incrível. — Todos, com exceção de Mirella, a encara. Todas sabem que Arya é predestinada ao Supremo Alpha e que está apaixonada por ele. Ela referia-se a ele. Estava fazendo isso como uma forma de não ser diminuída por Nhyara que questiona:
— Seu amado? — A lhycan é a única que não sabe.
— Tenho o direito de amar. — Ela força seu rosto a uma feição leve e descontraída, confiante e também sedutora. — Ele deseja ter filhos comigo. Talvez você conheça-o.
Ela não mentiu em nenhuma palavra. Odeia admitir mas é apaixonada pelo Supremo Alpha. É esse amor que dá forças para rejeitar ele e suas milhares de proposta de ter filhos ao longo do ano que passou fazendo uma mudança, não apenas em Arya, mas nele também. Muitas atitudes que resultaram em audácia vieram dele. Afinal, todos, até mesmo Mirella que não enxerga conseguiam ver a diferença com que ele trata a lhycan e sua Peeira.
Ele está frustrado. Odeia ter Nhyara ao seu lado mas é forçado por algo que ninguém sabe.
A atenção é voltada quando o Supremo é atacado.
Era típicos combates realizados em toda lua cheia, no ápice da madrugada. Enquanto fêmeas seduzem para atrair o sexo oposto, os machos lutam para mostrar sua força física, ferocidade e dominancia exibindo-se para as mulheres aos quais estão interessados enquanto comparam suas forças com o Alpha. Com a Lua de Sangue próxima, muitos querem mostrar-se capazes de proteger filhotes.
O Supremo Alpha não é exceção. Ele luta, mostrando sua superioridade perante a todos. Ninguém consegue acertar um único golpe. Ele quer mostrar o tipo de poder que seu filho herdará para a lhycan que deitar-se com ele, aceitando ser protegida e dependente dele durante o acasalamento e gravidez por aqueles braços que quebram ossos de todos que desejam impressionar com sua audácia. Até mesmo Arthur tem dificuldade em aceitá-lo. O Alpha simplesmente lança seu Bhetta contra os outros três.
Quatro Bhettas juntos. Quatro irmãos gêmeos talentos tentam confundir o Alpha e tudo que conseguem é uma sequência de três socos com o impulso de Rômulo. Tkhyvrø, o mais veloz dos quatro consegue uma rasteira, mas mal consegue sair a tempo antes que um golpe pegasse em seu tornozelo. O Alpha sorri e olha em direção as fêmeas quando seus punhos racha o chão.
Para todos, ele estava exibindo-se para Nhyara. Mas elas sabiam quem ele queria na verdade. Arya ficou tensa. Arranhou sua própria pele evitando a excitação que um homem dominante cheio de hormônios sexuais pronto para engravidá-la causa-lhe. Seu instinto quer corresponder. Ela é apaixonada por ele e anseia por ser mãe. É tentada a aceitar o convite oculto em seus olhos, mas nega a si mesmo. Manterá sua palavra, não importa o quão sua mente imagine um filho entre eles, chamando-a de mãe e ele de pai, sendo protegido por ele, crescendo com seu amor de mãe.
Mas Nhyara é a Peeira. Arya jamais aceitaria um filho com o Supremo de ela não for a única na vida dele independente do enorme desejo que tem por pelo Supremo. Várias vezes imagina-se sendo reconhecida como sua legítima e amada companheira, mas não pode dar-se ao luxo de sequer imaginá-los como casal. É doloroso e prejudicará sua relação com quem provar-se digno dela ao ponto de ser o pai de seus filhos.
Mesmo que o medo do Supremo caçar e matar os filhos do rival — em um costume instintivo — já que é o mais dominante, deve arriscar. Mesmo com a clara ameaça feita a uma grávidez e crianças que não seja dele, Arya jamais desistiria do sonho de ser mãe com alguém que a mereça.
O convite de acasalamento estava sendo feito. Nhyara tentava controlar sua fúria conforme a humilhação naquela cena com mesma força que Arya tentava controlar seu próprio instinto. Ela não arriscaria sair daquele lugar sozinha. Não seria a primeira vez que tentam forçá-la a algo tendo a certeza de ninguém iria aparecer devido a todos estarem em um grande evento.
Por fim, satisfeito por mostrar força a sua companheira, Rômulo vai até a Lhunas, querendo saber se sua companheira está com sono. O dia logo iria amanhecer e, com a gravidez, sua amada tem sono. Henna sorri e informa ao seu companheiro:
— Estou com um pouco de dor de cabeça… — Henna aí da guarda sequelas do acidente. Dore de cabeça é uma dessas sequelas. Bateu a cabeça com tanta força que não lembrava de nada da semana do acidente. Logo suas memórias voltaram vagamente, mas até agora ela não lembra de nada além do desejo de comer crocodilo que continuou mesmo após seu despertar. A lhycan só sabe que caiu da escada e bateu a cabeça porque foi informada dos acontecimentos, mas não lembra-se de absolutamente nada do ocorrido e adquiriu dores de cabeça provocadas por qualquer coisa.
— Deseja retirar-se? — A lhycan assente.
Essa era a oportunidade de Arya, que manifesta-se:
— Não quero arriscar voltar sozinha. Posso acompanhá-los?
— Claro. — Henna sorri quando Rômulo a ajuda levantar e despede-se de todos. Logo o casal junto de Arya segue em direção ao palácio calma devido a agitação dos filhotes naquela noite de lua de cheia.
Rômulo está acostumado com Arya sempre próximo de sua amada, deixa do Henna boba por sempre ignorar-la. Nunca houve um conflito entre eles por olhares na desejosa lhycan. Arya é tão honrada quanto qualquer mulher e, desde que mantenha seu orgulho e honra, Henna não importa-se com o fato dela ser Ômega e estar próxima de seu companheiro.
Por fim, Henna despede de Arya e segue para seu quarto, nos andares mais acima com seu amado. A Ômega estava sozinha e anda apreensiva pelo corredor escuro até seus aposentos. Com Henna, mesmo a alguns andares acima, ela sentia-se segura para andar sozinha. Esse era uma das desvantagens de invejar aquelas que têm companheiros. Nenhum homem aproxima-se demais sem ameaças e muito menos as tocam sem consequências. Se Arya tivesse um, estaria em seus braços, tranquila e sorridente ao passar pelo escuro do castelo, completamente despreocupada. Não precisaria de amigas para tentar ter uma falsa sensação de segurança.
Nenhuma das três estará sempre com ela. Elas tem seus amados e logo estarão construindo sua família, assim como Henna. Nenhuma delas poderá dormir todas as noites ao seu lado, nenhuma delas representa uma ameaça real a qualquer tentativa de abuso. Elas não são guerreiras dominantes que exercem direito sobre Arya, impedindo qualquer homem de aproximar-se. Há aqueles que estão vendo suas honra e também há aqueles que desacreditam nela e a estuprariam sem exitar.
A lhycan não pertence a alcateia e mesmo tendo apoio e proteção, a insegurança e o medo a consomem em momentos de solidão. E essa insegurança não a abandonou até chegar em seu quarto. Ela pegou a maçaneta com rapidez para poder entrar e refugiar-se em sua falsa toca, mas estava trancada. O coração da Ômega agita-se.
— Procurando isso? — Uma voz faz-se presente no ambiente. Grave, forte, dominante e autoritária. A voz rouca e máscula que sempre a seduz. Seus sensíveis olhos, agora azuis, adotado-se ao escuro vagam em direção ao homem. Arya nada diz. — Muito audaciosa ao comparecer ao evento e dançar junto a quem poderia atacá-la.
Sendo uma Ômega e não fazendo parte da alcateia, quando Arya dançou, qualquer mulher poderia instintivamente atacá-la.
O Supremo aproxima-se com a chave em mãos, fazendo-os questionar em que momento ele a pegou e como saiu do evento. Certamente não é apropriado deixar a Peeira sozinha. Arya permanece quieta, submissa a tudo. Essa era sua defesa. Mas encontrou-se completamente desarmada com a declaração dele:
— Está linda. — Seu coração simplesmente dispara e seu peito estufa. A lhycan remexe-se e tenta recuperar a compostura.
— Por favor… — Ela timidamente estende a mão, querendo a chave.
O Alpha a coloca sobre sua palma, mas não a solta. A Ômega é como um ímã que o atrai e ele não consegue soltar. Ele precisa sentir mais e mais de sua carne e não resiste puxando-a de encontro ao seu corpo apesar dos protestos.
— S-Solte-me! — A lhycan simplesmente odeia ser tocada. Sente-se suja e imunda toda vez que alguém encosta em sua carne. Apenas Henna, Mirella e Nhshley a faz sentir-se normal quando encontram-se. Mas, ainda de tudo, odeia ser tocada pelo Supremo. Seu corpo anseia pelo dele, conforme sua paixão não verbalização a ele. Não gosta de sentir isso. Sente-se fraca em seus braços, como se precisasse ser protegida.
— O que você quer? — Sua voz rouca deixa seus lábios admirando sua face com um sussurro quase suplicante. Arya simplesmente encanta-o com sua beleza e o faz desejá-la nos mais macabros sonhos. — Para aceitar esse acasalamento e carregar em seu útero, um filho meu?
— Você… — Arya suspira fundo, tremendo com a resposta que tanto mexe com ela. — Por inteiro. Mas não tenho-o. — Arya desvia o olhar. — Terei outros…
Ela tenta afastar-se. Mas o Alpha agarra ainda mais seu corpo como um predador voraz e faminto a prensa na parede com uma certa brutalidade.
— N-Não irá machucar-me. J-Já teria feito… se fosse. — A aproximação de seus corpos sempre a fazia gaguejar. É o efeito dele para ela.
— Como pode ter tanta certeza? — Ele a afirma na parede, confrontando sua audácia.
— E-Estuprar alguém que m-mostre ter hora é um a-ato desonroso e, até m-mesmo, vergonhoso. M-Mostra que não é homem suficiente para conquistar uma mulher de honra e muito satisfazê-la e, p-por isso, o estupro. — O Supremo levanta uma sobrancelha.
Apesar de Arya sempre gaguejar com a proximidade, cada palavra de significado como honra e desonra eram firmes e perfeitas. Dão força, refletindo sua opinião.
— E você tem honra, pequena Ômega?
— P-Por que outra razão a-ainda mantenho-me virgem e viva depois de t-tantas afrontas?
O Supremo mantém silêncio.
Ele admira sua boca, tal como toda palavra proferida por ela. Adorava essa audácia e não tinha mais como negar. A Ômega aprendeu a usar as palavras certas conforme o tempo, expressando sua opinião sem insultar ninguém. Ela agia no ponto fraco da construção das frases já que, por muito tempo teve que controlar o que falava ou deixava de falar.
— Não por muito tempo. — O Supremo aproxima-se de seu ouvido, mordiscando o lóbulo e sussurra: — A Lua de Sangue está chegando…
— P-Precisa de Lua de Sangue e do m-meu cio manipulando minhas decisões para f-fazer-me ter re-re-relações com você? — O Supremo dobra seus lábios em um sorriso.
A Ômega sempre apelava em suas palavras, sempre com uma fuga que facilmente atingia o ego e honra de qualquer ser. O Alpha divertia-se com isso.
— Sugiro ainda tomar cuidado com a língua. — Ele beija sua bochecha. — Amenos que queria que eu dê outra utilidade a ela, benzinho.
O Supremo coloca a chave no vão de seus seios, a solta e dá as costas com intenção de seguir seu caminho, mas a voz calma da Ômega força-a a parar:
— Você não me chama pelo nome. — Comenta, um tanto analítica. Faz muito tempo que ele a chama somente de "Ômega" mas nunca pelo nome, causando certa curiosidade na lhycan.
— E você também não. — O Alpha segue seu caminho deixando Arya para trás, boba com sua resposta.
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