C A P Í T U L O 40

     Nhyara sua Suprema e Arya, sua Ômega. O que fazer com essas lhycans?

      A ruiva estava calma. Mantinha a compostura de uma Suprema ao lado de seu Alpha sendo cuidada por algumas lhycans. Já Arya estava tensa ao lado de Nhshley e seu predestinado. Fhęnrz estava sério, indicando que nem ao menos ele encontra motivo para usufruir seu deboche, embora seu olhar seja desafiador.

      Já Mirella, como uma humana ainda delicada, matem-se sentada em um sofá com a águia ao seu lado alimentando-se de um pedaço de carne, extremamente confortável. Ela tentava saber o que acontecia através de seus demais sentindo, incluindo audição. Estava tudo em silêncio. O Supremo pensava encarando a Ômega que desobedeceu-o e saiu dos aposentos.

      Ela estava audaciosamente mais abusada, embora amedrontada. Arya tremia perante perante a situação e estava machucada. Era claro o vermelho em sua pele delicada e, até mesmo, cortada. Os olhos da Ômega estavam lacrimejando quando o Supremo deixou o lado de Nhyara e caminhou até ela sem deixar de encará-la com seu olhar de autoridade.

      Fhęnrz demonstra respeito perante a autoridade ao afastar-se com Nhshley, sem muitas escolhas. Arya iria lidar sozinha com o Alpha que para a centímetros dela que encara seu peito. Ele é mais alto, forte e robusto. Seu tamanho facilmente poderia tampa-la.

      Seus quentes dedos tocam em seu queixo, erguendo-o para que ela olhe-o. O canto de sua boca estava cortado, assim como sua bochecha inchada. Um novo corte era visível em seu sobrancelha, todos do mesmo lado esquerdo. Seus olhos lacrimejando estavam assustados, mas ela mantinha-se firme.

Você desobedeceu-me. — Afirmou analítico.

      Uma lágrima cai de seus olhos azuis, passando por sua bochecha e ardendo em seus ferimentos. Arya estava concentrando sua dominância em um objetivo. É muito esforço dizer algo algo de tamanha audácia, na frente de todos, quando sua natureza é ser submissa. Mas, tremendo, ela afirma:

N-Não sou um… um animal p-para ficar ficar presa. — O homem estreita seus olhos gelo e, em um passo fica mais próximo intimando-a com sua masculinidade. A Ômega começa a tremer ainda mais.

      O Alpha nada diz. Para Nhyara esse comportamento é normal. Seu silêncio é ameaçador, todavia seu olhar é analítico.

Está muito abusada para uma Ômega. — Afirma expandindo seu aperto para a mandíbula. Arya permanece no mesmo silêncio. — O que faço com você?

— Puni-la pelo ocorrido a sua companheira! — Atrás, Nhyara responde. O Supremo não demonstra nenhuma reação. Sua atenção é Arya.

Então?

— N-Na-Nada.

— Nada? — O Supremo levanta uma sobrancelha. A Ômega desvia o olhar, fazendo o Alpha agarrar seu cabelo, puxando-o para trás. Arya deve olhar em seus olhos!

     Mais lágrimas caem de seus olhos.

N-Não tem e-esse di-direito…

— Por quê?

— N-Não és n-nada me-meu…

       Os olhos do Supremo escurecem. Um lilás é visto em sua íris com a quase mudança do azul gelo para vermelho sangue. Seu maxilar contrai-se e ele aperta a Ômega com seus ríspidos dedos. Mais lágrimas caem de seus olhos, apavorada com a dominância avassaladora de sua raiva e o aperto que a faz pensar que ele quebrará sua mandíbula.

       Arya fecha os olhos, tentando refugiar-se na certeza de que o Supremo é apenas o Supremo. Ele não é seu companheiro. Ela refugia-se na certeza de que a morta a acolherá. Se fosse homem, seria seu companheiro. Morte. Ela pensa em sua paz para ficar diante do Alpha que cuja vontade é jogar em sua cama e mostrar-lhe o que ela é dele. Essas palavras foi o limite para a fúria em seu corpo e sede por sangue e violência. É necessário força para ele conter sua ira contra essa forma de pensar da pequena Ômega a sua frente e acalmar sua feroz natureza antes que a violência tomasse conta de seus desejos mais ocultos.

A não? — Ele puxa com mais força o cabelo de Arya. Queria que ela olhasse para sua fúria e arrependesse de suas palavras. Porém a Ômega já estava em seu refúgio psíquico sabendo da calma que aguarda ela após sua morte. O Alpha estufa o peito contendo o rosnado preso em sua garganta quando seus olhos tornam-se vermelhos como o sangue. — Mas atacou sua Suprema.

— Ela estava defendendo-me. — Ao fundo, Nhshley diz, ganhando a atenção de todos. Seu predestinado fica tenso com a atenção do Alpha sobre ele. Nhshley estava sendo tão ousada quando  Arya, todavia o Supremo não teria a mesma tolerância, até mesmo, assustadora que tem com a Ômega.

      Mas Arya não iria aguentar. Sua natureza é frágil. É uma Ômega que quebrará se lutar sozinha. Nhshley interveio com um passo para trás, mostrando hesitação. Ela estaria com sua irmã, mas no final, a luta é dela.

Precisa ser defendida por uma Ômega? — Nhyara sorri discretamente com suas palavras do Supremo. Uma lhycan honrada e forte precisando ser defendida por um ser tão fraco como uma Ômega? A ironia e deboche não era visível na face do Supremo, mas todos entenderam o que ele insinuava.

      Nhshley fica quieta, sem uma resposta. Por fim, ela acusa:

Nhyara atacou Arya. — O Supremo solta a Ômega que cambaleia para trás, tropeçando em seus pés e caindo. Ele ignora a mulher e encarou a ruiva que fica tensa. A acusação é verdadeira.

      O Supremo é paciente com a Ômega, e embora isso desperte raiva em Nhyara, ele não tem a mesma paciência. Uma palavra fora do que é ele permite e a mulher será punida. Sua punição já é clara por falar quando não foi-lhe autorizada e será pior sem uma explicação adequada, ao qual, novamente, ela deve tomar cuidado com as insinuações.

Ela faltou-me com respeito. — No chão, Arya a encara com lágrimas nos olhos.

Recusei responder-lhe algo que… não devo-lhe satisfação. — O tom mais firme de Arya ganha foco. O Supremo não evita de levantar uma sobrancelha surpreso. Arya estava aprendendo a usar um pouco da dominância que tinha ao seu favor. Ela estava preparando uma resposta antes de Nhyara dar sua explicação.

Sou sua Suprema.

— N--Não. — Mas era claro que Arya não conseguia manter a firmeza por muito tempo embora sua mente, seus pensamento sejam

      Mas não havia nada que Nhyara poderia dizer quando a Ômega gemeu de dor. Era sua barriga. Onde ela havia machucado a si mesma tempos atrás. Imediatamente o Supremo abaixa-se para checar, todavia recebe o que jamais imaginou; um rosnado de repreensão.

      Ela não queria seu toque. Sentia-se enojada com ele. É como se fosse violentada. Seu instinto a força para longe do Alpha que, pela nova surpresa, não insiste. Mas não há muito o que analisar. Arya teve impacto em sua barriga e, com isso, Nhshley aproxima-se de sua irmã. A lhycan permite que que seja tocada. Não sentia nojo de Nhshley.

Um dos ataque de Nhyara atingiu a base do útero ainda em recuperação. — Afirma.

     Nenhuma reação é visível no Alpha, mas Nhyara pode sentir o perigo que a aguarda. Quando todos sairam, era apenas os dois. Em nenhum momento o homem mostrou alguma feição. Ele apenas foi serviu-se de água e nem mesmo estava preocupado em reparar na mulher que o encarava temerosa. Apenas beber a água é mais importante.

      Um silêncio toma conta do local e, minutos passaram-se até Nhyara começar a acreditar que nada será feito. Afinal, Arya é uma Ômega e não uma Suprema. Grande erro. Quando a lhycan chama-o pedindo autorização para sair, é surpreendida com um soco em sua boca, que quebra sua mandíbula e faz cair desorientada no chão.

      Sem tempo de recuperar-se, o Alpha a agarra pelos cabelos ruivos e a força a olhar em seus intensos olhos de gelo. A boca de Nhyara sangrava, havia lágrimas em seus olhos e sua mandíbula estava deslocada. Ele acaricia seu rosto.

Sabemos que para mim, você não é nada. Não é minha predestinada e muito menos minha companheira. E ainda ousa provocar minha ira? — Mais lágrimas caem do rosto de Nhyara que não conforma-se com essas palavras. Ela foi lapidada para ele. É a Solysthica da profecia e, almeja poder. Mas nada poderia fazer contra sua ira. Nem ao menos falar conseguia. A dor era intensa.

      E tudo piorou quando ela foi arrastada pelos cabelos, tropeçando em seus próprios passos até a masmorra no castelo, onde foi acorrentada em uma cadeira de aço. Seus olhos tinham mais lágrimas. O lugar era usado para torturas, tanto psicológica, como física.

       Ela tinha certeza da dor, quando teve suas roupas rasgadas e exposta a ele, com suas pernas acorrentada de modo que sua vagina ficasse exposta.

Não é capaz de carregar meu primogênito sem que eu a marque. Mas encontrei alguém que pode. — Nhyara arregalou levemente os olhos. Uma Ômega não precisava ser marcada para engravidar. A Lua de Sangue a deixava fértil o suficiente para dar a luz a herdeiros legítimo e honrados, mais fortes que seu antecessor. — E você causa dor ao útero que carregará o seu próximo Supremo?

       O Alpha fica suas garras na altura seu umbigo, penetrando a carne. Nhyara grita com a dor. As unhas negras do Alpha expelem sua substância na carne, tornando a dor maior. Em um minuto, a pele começa a escurecer e Nhyara fica com sua visão turva pela dor. Ela perderia a consciência se uma outra dor não a acordasse. O homem perfurou uma faca em sua coxa.

     O Alpha agita a lâmina sobre os músculos sem qualquer piedade. Ele tortura Nhyara por horas, arrancando suas unhas e usando-a em sua própria carne, queimando-a e fazendo jogos mentais até a lhycan perder a consciência. A mulher só acorda tempos depois com um balde de água quente e olha apavorada para os homens na sala.

      Fhęnrz a analisa descaradamente a nudez da mulher e sorri, debochado. Nunca que iria permitir que Nhshley ficasse dessa forma na frente de outro macho. Mas o olhar firme indicava excitação e desejo.

Não tenho interesse em conter um macho nada contente com os ferimentos de sua predestinada recém encontrada. — Nhyara fica tensa, pois sabe o quão agressivo e perigoso um macho lhycantropico poder ser ao defender sua companheira. 

     O lhycan aproxima-se da mulher, estalando os os ossos de seu pescoço e esboçando um sorriso macabro. E o Supremo, no canto escuro da sala demonstra nenhum interesse em parar seu Bhetta, mesmo como quando ele segura seu maxilar quebrado sem importar-se com a dor.

      A brincadeira está apenas começando…

      O mês estava apenas iniciando na alcateia. Demorou três dias para que Arya não tivesse sequelas do ocorrido e ficasse a sós com o Alpha.

      Ela estava com medo. Era visível sua tremedeira em seu corpo, mesmo sentada na cama. O Supremo estava em sua frente exalando sua masculinidade e dominância. Arya não atreveria-se a encarar seus olhos mas sentia-o queimar em si. Ele tinha cheiro de Nhyara. Sangue de Nhyara e não importava-se em analisar-la minuciosamente, querendo desvendar sua alma, seus temores e seus desejos.

       A Ômega claramente o temia, mas ainda sim o afrontava. Por quê?

Você teme a morte? — Questiona com base de muitos de seus atos de afrontá-lo.

N-Não. — A pequena encolhe-se, amedrontada todavia havia firmeza nós sentimentos que causaram a resposta. Para Arya, a morte é quem nunca a rejeitaria.

      E para o Supremo, sua resposta teve lógica. Ela desafia o perigo que poderia levá-la a morte. Ela soa quando o Alpha aproxima-se dela, impulsionando seu corpo dominante com o dela. Ele sussurra:

Então por que está tremendo? — Arya fecha os olhos.

N-Não faz diferença. — Responde. — Mate-me.

— Ah, pequena Ômega… — Seus ásperos dedos seguram seu queixo, acariciando enquanto sente seu fértil cheiro sedutor, tentando-o para o sexo e provocando seu instinto de procriar. — Por que eu faria isso?

— P-Porque… não da-darei-te um filho.

      O Supremo volta a irritar-se e, como antes, pega nos cabelos de Arya forçando seu rosto ao encontro do seu e obrigando-a a abrir os olhos. Ele encara a profundeza de seus olhos azuis.

Isso não é você quem decide. — Ele a solta com violência na cama.

      Um soluço é ouvido. A garganta de Arya arde com toda sua dominância concentrada impulsionando a rebater.

C-Com-Cometo… suicídio! — O Alpha torna a encará-la. Seus olhos chorosos indicavam determinação. Ela não precisava se mais palavras para afirmar que, em seu corpo, ninguém tocará. — É me-meu… corpo.

     Seu corpo, suas regras. Seu útero, sua gravidez, seu filhote e sua escolha do pai. Nada mais, nada menos daquele que mostrar-se digno. É esse pensamento que corrói todas as fêmeas honradas e agora percorre a mente de Arya. Ela não vai simplesmente permitir ser usada. Ela rosnou quando o Alpha tentou ir mais longe e rejeitou-o em sua investida para uma relação sexual. A Ômega estava começando a exigir os direitos sobre seu corpo, mesmo que isso causasse-lhe a morte.

     E ela estava preparada para morrer.

     Assim como Zhrydä Adåmhs, companheira do lendário Äæron.

      Mas assim como Zhrydä, Arya irá engravidar e dar continuidade ao seu legado. Isso é um fato não discutível que faz o Supremo ignorar completamente as palavras da Ômega e sair do quarto.

      Fazia muito tempo que a lhycan não tinha contato com humanos. Mesmo estando adaptando-de cada vez o mundo que Dylan a colocou, ela, melhor que ninguém, sabe como agir em uma sociedade humana. E jamais pensou sentir-se tão incomodada com as imundices de seu antigo povo.

      O reino era considerável de guerra. Não era a capital, mas servia ao povo do país. As construções erguem-se em concreto com escadas, tendo a avenida principal, uma cotidiana feira. O estômago da lhycan embrulha ao ver os alimentos que a ela são oferecidos pelos mercadores.

      Nenhum membro da alcateia está com ela. A maioria vem observando a tempos o lugar, mas nunca foram ao seu centro. Ella estava tão inquieta que Dylan permitiu que ela vagasse como uma viajante ou, talvez uma nobre com autorização de seu marido mesmo alertando-a sobre os riscos de prováveis acidentes envolvendo. Como uma nova lhycan, seu instinto simplesmente não aceita menos do que o devido respeito com seu corpo, alma, mente e honra.

      Mas ninguém naquele lugar importava-se com uma mulher. Era uma garota linda, tentando ofuscar sua beleza com uma capa preta de seu Alpha, mostrando a todos seu paradeiro. Mas a linda garota prestes a completar 15 anos conseguiu chamar a atenção. E tinha vontade de vomitar a cada olhar dos homens em sua direção.

       Não era como de Dylan ou de qualquer membro da alcateia quando ela atreveu-se a usar vestimentas extremamente ousadas esbanjando seu corpo de mulher, mesmo sendo adolescente. O olhar deles não era simplesmente cobiça de algo carnal, como se ela fosse o pedaço de carne que deveria submeter-se a eles. Não. O olhar deles era curioso, interesseiro, audaciosos e intensos, ofuscando suas intenções e tentando ela a ir até eles. Mas apenas o Alpha prendeu seus olhos.

      Ella estava sem dúvida mais ousada. Assim como os lobos incomodaram-se e rejeitaram utilizar vestimentas humanas, a lhycan estava mais acostumada e cogitou alguns trajes. Mas tudo ainda ousado ao ponto dos homens querem saber o que aquela capa negra esconde e, não importa o quanto ela tente ignorar, ela não consegue. É nojento o olhar deles, assim como aquela cidade.

       É de manhã e o cheiro de urina e fezes humanas é insuportável. É típico costume humano fazer suas necessidades num balde durante a madrugada e lançar seu conteúdo pela janela. Pouco importa quem estivesse embaixo, mas o cheiro era insuportável para as narinas sensíveis de uma lhycantropica. Mal conseguia respirar aquele ambiente. Sentia repúdio a cada vez que encostava nela naquela multidão. Mal lembrava-se do costume que humanos têm de lavar-se apenas a vez ao ano; em maio. É nojento o bafo dos comerciantes gritando em seus ouvidos aguçados e mais nojento ainda eles pegarem naquelas verduras e frutas com a mão que fede tanto quanto o corpo.

      Ella mal pode acreditar que pertenceu a esse povo e agora entende o por quê os membros da alcateia não aventuram-se dentro da cidade para encontrar uma humana honrada em meio a tanto machismo e submissão. O barulho incomoda, mas suas narinas arderem com o odor podre da humanidade. Logo ela esquece tudo e pretende apenas sair daquele lugar ao se sentir mal em meio a tanta gente fedorenta. Não há coragem alguma de usar seu olfato, todavia, sua audição acusa a presença de alguém seguindo-a.

       Não é um lhycan. Saberia se fosse. São humanos. Seu andar não é tão predatório como os lhycans e muito menos são tão silenciosos. A baixa audição dos homens a seguindo os fazem pensar que a adição de Ella é tão inferior assim. Seu instinto sente-se sendo perseguida, como uma presa. O olhar dos homens não sai em sua cabeça.

       Oras bolas Ella quem é a predadora ali!

       Mas sem os membros da matilha por perto e não sabendo como uivar na forma humana, ela tenta afastar-se, passando por corredores vazios e subindo escadas onde evita a qualquer custo ficar próximo a uma janela. Consegue facilmente imaginar Dylan levantando uma sobrancelha, estudando o peito, prendendo a respiração e ordenar uma lavagem completa por horas com todo tipo de fragrância possível se a lhycan decidisse ficar próximo de onde não deveria.

       Seu instinto a força a erguer a cabeça. É sua vontade de uivar quando percebe que, não importa o quanto caminha, nunca chega a floresta. Ela precisa sair dali! Maldita hora que teve a ideia de querer aventurar-se novamente em seu antigo mundo. Claro, tudo seria normal para ela novamente. O fedor, a falta de higiene, o machismo que arde no fundo de sua alma ao ver uma mulher tão submissa como se fosse interior, ser vista e perseguida como um pedaço de carne por humanos. Por humanos!

      Humanos!

       Ella está tão inconformada que um som sai de sua boca, similar a um chiado de cão, quase um rosnado. Ela agita-se tanto que andar não é mais o suficiente. Então ela corre.

       Os homens praguejam ao notarem que já foram descobertos e decidem agir, seguindo a garota. Mas não importa o quão eles se esforçam, Ella é mais rápida. O vento sopra sobre ela e o capuz da capa tromba para trás, revelando seus cabelos. E pelo vento de sua velocidade, suas curvas são expostas entre as vestes ousadas para uma humana — que facilmente os homens a veriam como uma prostituta ou uma safada querendo pau — instiga os homens a seguirem-na, querendo saborear o corpo daquela beleza de garota. Mal sabem que a adrenalina e seus hormônios sexuais afetam indiretamente o instinto de Ella e sua nova forma de pensar. Ira corrói seu corpo de forma que cada vez mais ela fica inconformada com aquela situação.

      E assim como foi instintivo correr, logo a lhycan deixa de confiar apenas em sua razão e começa a ouvir seus instintos quando vê-se enculada em um beco que não faz ideia de como adentrou. Ela olha para os muros e janelas. É tentador subir até o telhado, mas outro instinto mais feroz toma conta de seu corpo.

      É uma lembrança já quase esquecida que a atinge com força. Do dia em que um homem tentou estuprá-la e Dylan não fez nada, alegando que nem sobre estará por perto para protegê-la. E ele não está. Por Deus ela tem garras! Presas! Muda de forma! É rápida e mais veloz que qualquer guerreiro humano!

— Não tem mais para onde correr. — Seu olhar agressivo voltam-se para os homens. Seu instinto predomina ao ver cinco homens e encarando, sorrindo com malícia e fazendo comentários sarcástico sobre sua beleza, chamando-a de safada por atraí-los com essas roupas afirmando não serem decentes para uma mulher.

      Eles só provocam a raiva da lhycan entre eles. A cada palavra, é um duelo contra os ensinamentos da alcateia e de Nhshley. O corpo é dela! Ninguém tem o direito de tocá-la sem autorização sua. É sua beleza. Não deles. É seu prazer!

      Ella mal nota no rosnado que sai de sua boca, completamente inconformada com toda a situação e forçando sua natureza lhycantropica a revidar a altura. Seu corpo chega a tremer de fúria enquanto sua razão a força a repassar cada palavra da alcateia. Ella é dona de si mesmo!

      Os homens a encaram quando o rosnado chegam aos seus ouvidos. Mas julgam ser impressão apesar da feição enfurecida de Ella, pronta para lutar.

      Tanto Ella, como os cinco homens, aparentemente amigos de bebedeira e farra apesar de serem casados irão aprender as consequências de irem contra a natureza pura de uma mulher com ideais formados e força para lutar por ele. Eles não tem ideia do perigo em que ficaram ao fazer uma lhycan sentir-se encurralada.

       É como uma explosão de instintos estar acuada quando eles a cercaram sendo ela a predadora. Sua mente deixou de pensar quando eles começaram a aproximar-se. Sua única ação foi abaixa-se naquela chão úmido e escuro. O que para eles era um sinal de rendição que os incentivaram a livrarem-se das primeira peças de roupa, abrindo o casaco ou desabotoando a calça, para Ella era uma posição de ataque, visto que lobos abaixam suas cabeças e expõe seus dentes, mostrando o perigo através de seus olhos quando estão para atacar. Seu instinto diz para assumir essa posição e aguardar, atenta.

      O primeiro homem vem por trás, querendo sentir o quadril de Ella, mas, na verdade sentiu garras fortes em sua coxa e um rugido poderoso de um lobo quando a própria garota que julgava indefesa avançou contra ele.

— Meu corpo, minhas leis. Um ser repugnante como você não tem sequer o direito de aproximar-se de mim! — O homem nada disse perante a perplexidade dos olhos da lhycan. Não são humanos. É selvagem. É agressivo.

      Toda sua fúria e poder é finalmente sentida pelos homens que afastam-se e empunham em suas mãos lâminas de punhais, facas e até mesmo uma média espada. Ela, enjoada, sai de cima do homem e encara os homens com fúria.

— Se eu quiser andar nua, eu ando e ninguém terá o direito de encostar em mim. — Ella estava tão inconformada que as próximas palavras saem como um rosnado: — É meu corpo! 

       Uma mão encostar em seu ombro. O primeiro reflexo da lhycan é rugir e atacar, mas seu ataque é parado. Ella é imobilizada e, só assim, ela acalma-se o suficiente para sentir as mãos de seu Alpha em seu rosto, tremendo em fúria.

— Está contendo-se. Por quê? — Ella tinha estudado o suficiente para entender a última palavra no idioma lhycan, assim como as próximas que sucederam a boca de Dylan: — Mete-os.

       Eles não respeitaram seu corpo. Eles não respeitaram sua escolha. Eles olharam-na como um simples objetivo de prazer sexual, sem importar-se de que ela é um ser vivo. Eles não respeitaram sua honra e tiveram a audácia de segui-la!

       O olhar da lhycan vai sobre eles, assim como o olhar do homem, ao qual é um verdadeiro caçador que chegou sem produzir um único som. A mente de Ella deixou de ser humana conforme aprendia com Nhshley e devido a certos acontecimentos, ela está inquieta o suficiente para conter-se apenas em ficar longe. Ela treme como uma autêntica predadora que só precisava de uma palavra para saber o que realmente quer dos homens.

      Seu olhar feroz e aceso intensifica-se a medida que deixa os braços de seu Alpha. Os homens recuam quando ela volta para o chão, permanecendo de quatro mas não permitindo que seus joelhos encostem o mármore. Suas garras arranham o rocha sólida em um típico comportamento animal.

     Não adiantou correr. Ella é biologicamente mais rápida…

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