C A P Í T U L O 26

     Nyngflex. Este é o nome do anjo que mesmo com a diferença na aparência física, lembrava Nevrah.

     Dulce tinha permissão para vagar pelos corredores do que parecia ser um palácio dentro de um vulcão. Nyngflex mostrava a ela os salões, corredores juntamente com qualquer outro lugar ao qual ela tinha permissão para andar.

     Ela perguntava-se como poderia existir tal construção de um vulcão ativo o suficiente para ela ver magma cair como se fosse uma cachoeira de enfeite que continuava o corredor principal que era um grande círculo preceito dentro da boca montanhosa. A lava caia através do teto, todavia não encostava no chão do corredor.

     No centro, havia um pátio seco ligados por pontes de rocha até os corredores. Dulce acreditava que era o único lugar onde podia-se ver o céu já que foi por onde Nevrah entrou quando a trouxe. Ele sobrevoou a boca do vulcão, mergulhou até o pátio onde aterrissou, carregou-a pela ponte e a colocou no chão do corredor, onde a lava não cai devido ao teto feito de uma rocha que parecia nunca derreter.

     É assustador estar naquele lugar, cujo calor é tão grande grande e a lava é tão natural que dá a impressão que derreteria as rochas a qualquer momento consumindo quem estiver em seu caminho. Mas havia algo que conseguia superar esse calor: A pele de Nyngflex.

     Dulce acreditava que não existia nada mais quente que Nevrah, mas Nyngflex o supera. Parecia que a lava do próprio vulcão estava em algum lugar dentro dele, causando um calor anormal ao seu corpo musculoso. Chegava até mesmo a assustar.

     E mesmo estando em um vulcão, ele parecia não incomodar-se. O Arcanjo andava em sua frente trajando apenas uma calça e uma bota. Seus peito e abdômen estava exposto à temperatura ambiente. Mas o que Dulce realmente reparava, é em suas asas.

     Elas não são brancas como a de Nevrah. Elas são mais negras que sua pele fervente e tão compridas que suas penas quase tocam o chão. Ela percebia o fim da últimas penas tão douradas quanto o ouro da pequena armadura em suas costas. Todo anjo, incluindo Nevrah, tinha essa armadura colada em sua músculos com espaço apenas para que as enormes asas saltassem majestosamente.

     Dulce fica apreensiva e para de andar quando ele atravessa a ponte de pedra entre as cachorro se lava. A humana afasta-se apenas em sentir o calor do magma e atrai a atenção do Arcanjo.

     Dulce trajava apenas um vestido branco, quase transplante, de seda fina devido ao calor do vulcão. Ela sentia-se nua sobre o olhar dourado de águia que aquele ser negro lançava contra ela. É como estar tão nua quanto escravas que vagam pelo palácio.

     Ela recua um passo.

— Tudo bem? — Ele pergunta observando-a. Claramente ela tem medo de estar ali, em meio a desconhecidos.

— P-Por favor. Quero voltar. — O homem aproxima-se dela.

— Não gosta daqui? — Dulce recua um passo. Seu tom de voz é sério e seu olhar parecia ler sua alma. — O que foi? Tem medo de mim?

     Nyngflex havia notado em sua repulsa e afastamento a cada vez que ele aproximava-se dela. Sempre parecia intimida e procurava formas de afastar-se. Mas não dessa vez. Ele aproxima-se o suficiente dela para que sua mão toque seu rosto. Novamente Dulce recua.

— Por favor não toque-me. — Ela tenta esquivar-se, mas Nyngflex impede sua saída com uma de suas asas.

— Por quê? — Dulce trava para responder e, pela primeira vez desde que chegou ao vulcão, ela começou a soar, mas não de calor e sim, de nervosismo. — Hm?

     Seus olhos buscam uma saída, novamente sem responder. O Arcanjo então, segura em seu queixo, mantendo firme para olha-la. A temperatura do corpo de Dulce estava normal sem qualquer efeito ao extremo calor concentrado do vulcão que, embora assustador, parecia não abalar seu corpo.

— Por quê? — Ele insiste na pergunta, agora mais seco e utilizando uma certa força ao segurar seu queixo.

— P-Porque… P-Porque… — Ela não tinha coragem de responder, mas seus olhos davam a resposta.

     Nyngflex não exita ao empurrá-la e prensa-la sem cuidado na parede quente. Dulce geme de dor e lágrimas de medo parecia querer sair de seus olhos. Mas ela não lutou para sair da parede. Seu corpo não se incomodou com a temperada ardente da rocha. Para ela, parecia apenas uma rocha exposta e esquentada pelo sol da tarde.

— É por que sou negro? — Era óbvia a resposta quando Dulce estremeceu sobre seu aperto. Mas ele queria uma reposta, e encarou-a esperando pela mesma. — Hm?!

     Ele apertou seu pescoço causando mais dor. Ele fechou os olhos e, amedrontada, respondeu:

— S-Sim…

     Nyngflex sorriu, expondo suas fileiras perfeitas de dentes brancos no mesmo padrão que os de Nevrah, afiados a partir do quinto dente.

  Humanos

     Arcanjo afrouxa seu aperto permitindo que o ar passe com mais facilidade para seus pulmões. Ele segura seu rosto para que olhe o dele.

— Sabe por que está aqui, querida?

— N-Não.

— Você está aqui por ser diferente do resto da humanidade. Pelo seu corpo ser diferente. — Ele beija sua testa. — Não estrague tudo com essa mentalidade ridícula de racista.

     Ele encara no fundo de seus olhos cor de mel lacrimejando de medo. Ele parecia querer ler sua alma e decifrá-la. Ele queria saber quem é, mas sabia que qualquer pergunta seria inútil. Dulce não conhecia nada de seu povo e estava assustada. Todavia, não havia dor em seus olhos mesmo após ainda permanecer encostada na parede. Havia apenas lágrimas e… sono.

— Vamos. — Ele a desgruda da parede, fazendo questão de fazê-la andar em sua frente para que pudesse observar suas costas nuas. Ela não havia queimado-se.

     A pele branca sem qualquer imperfeição não estava nem ao menos vermelha pelo ardor da parede do palácio dentro do vulcão.

     Aquela não era a única peculiaridade de Dulce. Ao deixá-la novamente sozinha em seus aposentos, após demorar uma hora de choro e amargura, ela dormiu profundamente. Mesmo sendo uma humana, seu sono era tão profundo que não acordaria por horas.

     Ela dormiu o dia inteiro e acordou apenas ao entardecer, com energia e vigor o que despertou a atenção de Nyngflex. Humanos são seres do sol, com hábitos noturnos, tal como anjos e Arcanjos. Todavia, ao observá-la durante o dia, ele teve a impressão ao contrário que firmou-se ao olhá-la nos olhos, apesar da escuridão da noite.

     O dia parecia agredir seus belos olhos castanhos claro, quase como o mel enquanto a escuridão parecia curá-los. É como como se a pequena humana fosse uma criatura da noite, com hábitos noturnos revigorados pela lua.

  Como os lobisomens…

     A cabeça da Ômega latejava de dor. Sua visão queimou mesmo com o escudo quando seus olhos foram abertos e ela não lembrava-se de nada. Apenas lembranças vagas sobre uma caverna.

     Mas ela não estava em uma caverna. Ela estava em um quarto de um plácido, cuja construção não é lhycan. Seu povo tende a morar dentro de montanhas e subsolo, erguendo seus palácios com salões e, até mesmo quartos, abertos. O lugar onde Arya está é mais reservado e acolhedor. Ela quase se sente presa.

     Mas ela estava presa. Ele tinha vergonha dela e a escondeu em uma caverna. Seu próprio companheiro a desprezava.

     Lágrimas ameaçam sair de seus olhos após lembrar-se das palavras dele. Ela não significa nada para ele. É como a lhycan fosse um objeto sem valor, embora almejado. A dor em seu peito trazia lembranças a sua mente.

     Era uma dor física escondida abaixo do tratamento de folhas, ervas e tecido branco que acelerava sua cura. Como uma lhycan que foi bem alimentada antes de fincar suas garras em seu peito e tentar arrancar o coração, ela estava nutrida o suficiente para a regeneração de corpo.

     Mas seu peito ainda doía. É como se suas garras tivesse passado seus músculos e rasgado o coração. E no fundo, Arya queria ter conseguido. Aquela dor sufocava sua alma.

     A Ômega não importava-se onde estava e como havia chegado ali. Nada parecia fazer sentido ou importância.

     Mas ela não evitou o medo quando a porta do quarto foi aberta e um homem passou por ela. É um lhycan, mas mostrava-se diferente.

     Ele tinha cabelos escuros como sombra, tal como olhos negros um robusto forte másculo. Alto, musculoso, robusto, olhar analítico e frio. O homem tem uma presença marcante e exala perigo e dominância em sua forma de andar e expressa poder por suas jóias de ouro.

Quem é você?! — É óbvio o medo de Arya quando seus olhos caem sobre os músculos de seu abdômen. O padrão de suas pinturas indicava o quão diferente ele é.

     Ele é um Alpha.

  Mas não é um Alpha comum…

Meu nome Dylan Rucker, Alpha da Alcatéia Noite Sombria. — Às vezes Arya… odeia ter razão.

     Esse lobo, de fato, não é e nunca será um Alpha comum.

— Calma, lobinha. — Ella encara Fharlley que parecia divertir-se com a situação em que ela encontrava-se, juntamente com os demais homens naquela sala com seus ridículos sorrisos maroto.

     Mas ela não questiona o Bhetta e tanta ficar quieta no sofá daquela enorme sala. Mas bastou Fharlley distrair-se e a lhycan volta a perambular nervosa, quase como se estivesse sentindo-se sufocada. Os lhycans na sala revira os olhos e Arthur, o Supremo Bhetta, sorri.

     Ele simplesmente não conseguia deixar de analisá-la, desde sua forma de sentar até seus sinais de nervosismo. Ella é uma lhycan tímida, quase oprimida, todavia, era curiosa ao ponto de não ficar simplesmente parada, sentada e sem resposta.

     Agitada dessa forma, ela daria trabalho como companheira.

     Fharlley, o Bhetta da alcateia local estava odiando o olhar de Arthur sobre Ella como uma besta faminta por sua presa desde que seu Alpha decidiu ir aos aposentados da Ômega após um dia inteiro recuperando-se.

— Muito bem, o que foi? — Fharlley vira-se para ela antes que ela coma seu dedo de tanto que roía sua unha.

— Quem é ela? — Sua pergunta foi tão direta, que surpreendeu os lhycans. Ella parecia ter esquecido-se de sua timidez. Apenas curiosidade banhava seu olhar.

— Uma lhycan, como você. — Responde Fharlley.

— Como eu? — Arthur estreita seus olhos sobre Ella que parece não entender a situação. Ela mal manifestava-se corretamente em sua presença e agia sob ordens.

— Quantos anos você tem? — Sua pergunta a pegou desprevenida e instala tensão no ambiente. Mas o Supremo Bhetta ignora. Dentre todos na sala, ele é o mais dominante e feroz lobo.

— 14, s-senhor. — O lhycan não dirige mais palavras a ela, embora sua resposta explique seu completa.

     Uma mulher de aproximadamente 30 anos para os lhycans tem a forma de uma mera adolescente de 14 ou 15 anos para os humanos enquanto uma lhycan de 14 anos deve ter a aparência de uma uma criança no meio de seus 7 anos de idade. Ella parecia ter 30, se fosse nascida como loba e não uma humana transformada e, claramente, em aprendizagem. 

Tentando restabelecer as mulheres da alcateia? — Fharlley rosna para Arthur, que nada faz além de analisar nitidamente Ella. — Então deveriam deveriam procurar outras pois a lhycan que está com vocês, já é minha.

     Ella não entendia nada do que era pronunciado pela boca daquele homem, mas os rosnados de Fharlley era o suficiente para ela se acolher no sofá a espera de Dylan. A tensão na sala ia além de palavras. Os homens exponham sua dominância feroz de lobo contra Arthur que não incomoda-se, diferente dela.

     Ella não sabia nem ao menos o que é, exatamente, dominância, mas tinha certeza que tudo só pioraria se Dylan estivesse na sala, pois era o único que não recuava a este homem. Mas ele estava com… ela.

     Ella foi tirada da sala poucos antes de ver uma mulher nos braços de Fharlley. Ela cheirava a sangue e foi levada a um dos aposentos onde uma correria por ervas e folhas medicinais começou.

     Mas quem é ela, de onde veio, o que aconteceu e como chegou aqui ainda era as perguntas em sua mente. Algo nela era diferente das demais. Mas o quê?

     Ela também era uma… loba?

     Apenas essa idéia, assustava Ella, tal como esses homens tenso com a presença desse forasteiro. Afinal, quem é ele?

És um… Alpha Sombrio. — Dylan esboça um sorriso de lado com sua dedução, provavelmente por ter ouvido de seus feitos.

Mais conhecido como… Alpha da Noite.

     A fêmea faz menção recuar excitando seu extinto de caça. O Alpha sente-me tentado a aproximar-se dela ao ver seus lindos olhos assustado. O seu brilho de medo, ao qual, sempre adorava ver nos olhos de suas presas humanas.

     As mais belas das mulheres são as que sempre atraiu-o em diversos sentidos. Sempre contemplou o medo que causa no sexo oposto. Mulheres… humanas… tão fracas.

     Mas essa a sua frente é uma loba. E mesmo assim… sente medo. Por quê?

     Seu atraente cheiro de Ômega invadiu suas narinas no momento em que entrou neste quarto. O cheiro de fertilidade pura agitou seu instinto animalesco. Seu belo corpo entrega claramente que é uma lhycan, pois contêm todos os detalhes físicos típicos de uma uma mulher lhycantropica que, com a transformação, Ella também passou a ter.

     A pele fina e com uma maciez única diferente de uma humana. A sensibilidade de seus finos pelos quase não notável junto de sua pele O calor corporal único que destaca-se em qualquer meio, atraindo-o ainda mais. E… o olhar. O formato da pupila extremamente sensível e os típicos riscos em volta da íris, indicando sua esplêndida visão capaz de enxergar perfeitamente no escuro, além de destacar-se no mesmo. A grossura dos pelos de sua sobrancelha que sobrenaturalmente fica mais fino devido a mudança de seus sentidos de visão para tattoo. 

     Até humanos podem notar uma leve mudança nessas características típicas das mulheres lhycans. Porém, Dylan nota algo a mais.

     Ele repara em seus dedos, os quais tremem levemente em nervosismo — assim como seu corpo. Sua pupila contrai-se em medo enquanto ela recua na cama.

     Ele está intrigado. Algo nela é diferente, entretanto familiar. Ele tem que descobrir o que é antes de permitir ao Supremo Bhetta ter contato com ela. Apesar dele ser um dos Supremos, esta alcateia é de Dylan, mas ele exercerá sua autoridade mais cedo ou mais tarde.

O que quer?! —Dylan não deixa de divertir-se com a situação.

Conversar.

     Chega ser engraçado a forma como ela olha-o surpresa e levemente amedrontada. Ela está com medo, assustada e confusa.

  Isso será divertido…

C-Conversar?

— Por que não apresenta-se, bela lhycan? — Calmamente o Alpha caminha até uma poltrona ao qual eu senta-se, conforto-se e a observa. — Diga-me seu nome.

— Por que apresentaria-me? — Dylan franze sua sobrancelha.

  Abusada. Ela não teme a morte?

— Porque ainda terá os movimentos da perna. — Responde em tom calmo, orgulhoso ao perceber os pelos de seus braços arrepiar-se. A lhycan não está lidando com um ser qualquer, ele, como Alpha, pode facilmente matá-la.

     Dylan estreita seus olhos sobre os dela, vendo-a analisar suas feições e fazendo-o ter certeza que ela não é uma lhycan comum. Porém, ela deve saber que está no seu território e, por tanto, ele pode fazer o que eu desejar com ela e, talvez com o seu… lindo, belo e atraente… corpinho.

     Por ser uma mulher, ela tem certos privilégios. Por ser uma Ômega, há grandes chances de sobrevivência, embora seja na cama com algum homem. Porém nada muda o fato de que ela corre risco e ele, como Alpha local, pode fazer o que eu quiser com ela independente da autoridade que ameaça Ella a algumas salas dali.

Sabe… eu gostaria muito de ajudá-la em suas necessidades íntimas. — Um sorriso malicioso brotou em seus lábios ao ver seus lindos olho azuis arregalaram-se — Talvez ajudá-la fazer suas necessidades, retirar essas vestes e ajudá-la a banhar-se enquanto não recupera os movimentos de sua perna. — O Alpha meus lábios inferiores ao analisar seu corpo de cima a baixo e vendo-a arrepiar-se — Com essas tentadoras curvas, mesmo coberto com o tecido, imagino que não seja mais virgem, mesmo assim…

— Sou virgem! — Interrompe-o ganhando minha atenção.

     Dylan volta a estreitar seus olhos sobre ela, analisando-a. Ele repara na determinação em seu olhar e amplia sua audição lhupus para ouvir seus batimentos cardíacos.

É mesmo? — Ele sorri ao inclinar-me para frente. — Então, mais do que nunca, acredito que não gostaria de um contato tão… íntimo com um lhycantropico desconhecido. — Ele desfaz o sorriso e torna sua face novamente séria de alguém que não brinca com suas palavras. — Irá dizer-me seu nome?

— A-Arya… — Dylan serra suas sobrancelhas estranhando seu nome enquanto observo ela respira fundo antes de encarar-o. — Meu nome é Arya… senhor.

— Arya de… — Arya continua encarando-o, todavia, calada.

     O Alpha da Noite revira os olhos quando ela vira seu rosto, olhando para qualquer outro canto do quarto. Mesmo sendo uma rara Ômega nascida — talvez a única — de fato, essa Ômega é realmente… peculiar.

Talvez quebrando ambos os braços faça-me ter que dar-lhe comida na boca e limpar seu corpo com minha próprias mãos ao banhar-lá. — Assustada, ela volta a olhá-lo. — Irá colaborar?

— Campbell. Arya Campbell.

— Tal sobrenome é familiar. — Comenta enquanto tenta relembrar de onde conhece esse sobrenome.

     Dylan vê seu corpo endurecer levemente, entretanto ela tenta, sem sucesso, disfarçar. Tal reação não passa despercebido, fazendo-o questionar que, talvez ela não venha de uma família e sim, de um clã.

  Campbell. Arya Campbell.

     Ela é uma Ômega nascida. Não seria estranho se o próprio clã desvalorizasse-a, principalmente se fosse… importante.

  Campbell… Clã McCampbell…

— És do Clã do Bhetta da Alcatéia Genuína Eclipse Branco. — Deduz antes de, novamente, olhar em seus olhos, vendo-os arregalar-se.

    Dylan dobra seu pescoço para a esquerda, analisando-a virar a cabeça e serrar os punhos. Ele observa os mínimos detalhes de seus olhos repletos de emoções fecharem-se.

Não diga-me que é uma lhycan mais íntima daquele lobo? — Ela volta a olhá-lo, confirmando sua teoria e fazendo-o sorrir de forma ampliada — Se é virgem, não foi amante dele. Pertence ao mesmo clã que ele e… reparando bem… você lembra-me ele e sua companheira. Na verdade é a mistura perfeita de ambos. Não diga-me que é…

    Dylan repara bem em seu rosto. Cabelos pretos iguais ao da companheira daquele Bhetta e olhos tão azuis quanto os ele. O formato do rosto com a mistura perfeita de ambos, a boca em um formato igual a da lhycan e um corpo extremamente parecido, com a única diferença de conter mais curvas e ser mais… belo.

     O olhar atento e assustado direcionado a ele, é tentador…

Você é uma cria do líder do clã McCampbell e Bhetta Genuíno da alcatéia Eclipse Branco. Mas, por ser uma Ômega, foi escondida de todos, permanecendo apenas com o Campbell no sobrenome. Sem o McCampbell, você é rebaixada a uma loba que nasceu no clã, mas nunca fará parte dele. — Dylan volta a sorrir ao vê-la encará-lo de forma atenta e assustada. — Estou enganado?

— Não… — Sua resposta não passa de um fraco sussurro, entretanto é bem ouvido por ele.

E como foi que veio parar em meu território… Arya? — Ele a testa, mas apenas confusão preenche seu ser. Como Alpha, ele deveria saber e não ela. Mas o que ele quer não o que a trouxe ao território e sim o motivo de ter a porra de um Supremo Bhetta no castelo, próximo de sua lhycan caçando a vadia de uma Ômega machucada.

Eu… não sei. — Pelo tom de voz e batimentos cardíacos Dylan claramente sabe que ela diz a verdade. Seus caçadores disseram que a encontraram próximo de um rio, onde tiveram que lutar contra dois lhycans para pegá-la.

     Todos poderiam estar apenas de passagem, porém por que enfrentar o perigo de passar no seu território? Por quê estavam sendo caçado. Só se estivessem com muita pressa. E Arya foi encontrada um saco, inconsciente onde apenas a cabeça estava para fora.

     Por quê?

     Dylan desvia seu olhar para o chão, completamente pensativo. Por que ela foi encontrada de tal maneira? Por que um Supremo Bhetta procura por ela? Por que passarem por seu território?

Você foi sequestrada. — Deduz antes de voltar a encarar-la. Ela foi sequestrada e os sequestradores, com pressa decidiram ter a burrice de passar por seu território, mas não contavam que Arthur seria o rastreador. — Da Suprema Alcateia, presumo.

     Arthur é o Bhetta da alcateia Lua de Sangue. É um dos quatro Bhettas da maior e mais poderosa alcateia. Uma suprema alcateia.

C-Como?

— Você foi tirada pertence a alcateia Eclipse Branco, mas foi sequestrada da alcatéia Lua de Sangue. Por quê? — Dylan levanta-se da poltrona e, lentamente, caminha até a Ômega que não tem para onde recuar. Ele amedronta-a ao subir sobre ela na cama, agarrando seu pescoço e mantendo-a no lugar. — E não minta.

— P-Por… que deseja… saber?

— Você pode não estar aqui por vontade, mas nada muda o fato de que está aqui, no meu território e em minha alcatéia. — O Alpha aproximam-se de seu rosto sentindo-a endurecer em meus braços. Dylan aproxima-se de seu pescoço, cheirando o local — Agora… irá dar-me as respostas que desejo ou… terei que arrancá-la?

     Pressionando sua cintura e deixando sua avassaladora dominância transparecer com intenção de intimidá-la, Dylan morde a curva de seu pescoço, sentindo seu corpo de homem dar indícios de excitar-se. Ele faz questão de levar sua outra mão ao seu quadril, apertando-o e prensando-o contra seu membro.

     Discretamente ele sorrio, sentindo-a arrepiar-se. Ele sente mais profundamente seu cheiro e sabe que ela não está excitada. Na verdade, está assustada e com medo.

     É uma Ômega nascida e ainda é virgem. Isso surpreende. Talvez ela seja mais do que uma gostosa destinada a dar prazer aos homens. Porém… seu olhar. É um olhar puro, porém corrompido.

     Era para ela ter manifestado-se como lhycan, mas Dylan nem ao menos sente sua insignificante dominância. Na verdade… há algo familiar nessa Ômega. Algo que ele lembra ter visto recentemente.

  Dor…

     Dor, não física como as que ele causou em Ella ao transformá-la, mas dor no fundo de sua alma que ele tanto causa nos humanos que escraviza. E seu peito estava machucado. O que esta lhycan esconde?

Não irei perguntar novamente!

— M-Meu companheiro…

  Companheiro…

     Por que isso incomodou-o? Ela é apenas uma Ômega. Mas o fato de que ela ter um companheiro incomodou-o. Mesmo nascendo na nobreza da raça, é a primeira vez que ele ouve falar que uma Ômega tem um companheiro. Seria ele um predestinado ou apenas alguém que aceitou-a?

Companheiro?

— O… S-Supremo Alpha. — Dylan rosna sobre ela, apertando seu pescoço com intenção de machucá-la.

Não minta para mim, vadia! — Suas garras começam a cortar seu pescoço. — O Supremo Alpha já possui uma companheira.

— É… uma f-farsa… — Arya começa a sentir falta de ar. 

Como?! — Dylan sente seus olhos negros mudarem de cor de negro sombrio a um dourado com faíscas sombria.

N-Nhyara não é companheira… dele. — Em vão, ela tenta respirar, sem sucesso. Dylan não larga seu pescoço frágil e tão fácil de quebrar.  — Eu sou a… v-verdadeira predestinada d-do Supremo Alpha!

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