C A P Í T U L O 24

     Dulce estava amedrontada. Seu coração batia forte e compulsivamente quando foi vestida nas cores negras e levada até o subterrâneo de um vulcão ao centro de uma ilha afastada do continente, quase no oceano. 

     Aquele lugar era quente como um inferno. E ela viveria ali.

     As palavras de Nevrah foram severas e fria. Ele foi claro ao afirmar que a mataria se ela não o obedecer. Ela ainda sente o tremor e medo que tirou seu sono durante toda a madrugada e a deixou nervosa ao ser preparada para estar naquela porta antes do ápice solar.

     "Não fale mais do que permito." foram suas palavras quanto às perguntas que serão feitas. Dulce não temia o castigo divino de sua religião ou se preocupava com sua honra manchada pelo arcanjo. Ela apenas não queria repetir a última madrugada que teve com Nevrah.

     Seu corpo ainda sofria as consequências quando o momento chegou e as portas foram abertas, trazendo maratonas de lembranças e perguntas de como ela foi parar ali.

     Nevrah a tinha deitado em sua cama e sussurrou: "Minha linda humana, está na hora de mostrar sua utilidade…" referindo-se a jovem ser testada por cinco Arcanjos em um santuário sagrado e escondido onde ela não poderia sair viva.

     E lá estava ela, amedrontada, assustada e caminhando quase seminua em direção a cinco anjos, incluindo Nevrah.

     Ela poderia chorar devido ao seu pânico, mas o medo do olhar frio de Nevrah sobre si a impede.

     "Uma única lágrima não deve cair de seus olhos." Dulce lembra-se do que ele fez para acabar com a choradeira que ela teve.

— Apresente-se, humana. — O homem ao lado de Nevrah ordena.

      Ela não deve desobedecer qualquer ordem, por mais vergonhosa que seja…

— D-Dulce. — Deve evitar gaguejar. — Chamo-me Dulce Wilkayson, princesa de…-

— Não nos interessa o que você é. — Dulce gela sobre a voz de Nevrah. — Não passa de um ser insignificante, humana.

     Dulce abaixa sua cabeça e aguarda até que outro Arcanjo fale.

— Reconhece alguém aqui, mulher? — Um homem de cor negra se manifesta.

     "Ouse tentar falar mais do que permito e sentirá minha ira sobre você, pequena humana."

— N-Não. — É claro sua mentira. Todos esperam que ela olhe, ao menos, de relance para algum Arcanjo mas ela continua a encarar o chão.

     Dulce não deve olhar para ninguém quando mentir.

     Naquele silêncio, um Arcanjo abriu suas asas e aproximou-se de Dulce. Ele era negro e alto, tinha enormes olhos dourados de águia destacado e maravilhosa asas brancas, cujo final das penas era dourado.

     Ele toca no queixo de Dulce e mantém-se quieto, observando a beleza da humana. Pele branca, olhos e cabelos castanhos mel, não muito alta e um corpo comum. Bonita e cheirosa.

      Mas o cheiro de seu próprio sangue oculta o cheiro de sua origem.

— Serei o primeiro a experimentá-la. — Dulce não entende as palavras de seu idioma, diferente dos demais homens.

     Como sempre, Nevrah mostrou-se indiferente ao que o ser faria com Dulce, mesmo que morresse em suas mãos. O Arcanjo é negro e os humanos são racistas preconceitos.

     Dulce foi arrastada daquela sala por ele e levada até um quarto onde foi brutalmente jogada na cama e teve o ser em cima de si.

— Hora da brincadeira. — Um sorriso macabro surgiu em seus lábios. Era a chance dele.

      Dulce estava tão assustada, que não teve outra reação exceto chorar, temendo o pior.

— Por favor, não faça n-nada comigo!

— Ei, ei! — Ele acaricia sua cabeça. — Por que acha que faria algo com você? Tenho que devolvê-la intacta.

      Dulce estava assustada. Ele podia ver claramente isso. Apesar de arrumada, ela tinha olheiras nos olhos, indicando um longo período sem sono. Ela deveria estar a mais de 25h sem um sono decente para um humano.

— Está com sono, pequena? — Dulce não respondeu. Ela fungava em medo. — Então faremos um acordo, permitirei que durma e, quando acordar conversamos.

     Ele beija sua testa, de forma semelhante a Nevrah e afasta-se. Esse era um de seus primeiros testes, avaliar seus horários de sono. Ele precisava que ela dormisse, presa a um sono profundo para iniciar.

     Ele a deixou sozinha naquele quarto e reuniu-se novamente aos Arcanjos que discutiam a primeira impressão da humana; uma linda vadia.

     Uma humana assustada, mas com peculiaridade posta para dormir, sem muitas perguntas. Mas as palavras de Nevrah a impediam que o cansaço a envolvesse em um sono.

     Dia e noite, Dulce não teria paz. Qualquer um poderia visitar seus novos aposentos e puni-la caso negue algo.

     Nevrah não iria intrometer-se e, caso desejasse, participaria. Ele já tinha o que desejava, sua virgindade. Nada mais nela parecia importar a ele.

     Tais palavras feria os sentimentos de Dulce. As palavras do Arcanjo a humilhou completamente na noite anterior, junto com suas atitudes. Seu corpo ainda dói ela se sente imunda por ter entregado sua virgindade a ele, decorrente do desejo que passou a sentir desde que o conheceu.

     Cada toque, cuidado e olhar despertava algo oculto nela. Sua nudez apreciada por seus olhos de águia. O cuidado que ele tinha a banha-la. Nevrah a encantava sem perceber.

     Porém, "bastou ficar menstruada com os hormônios a flor da pele para me dar essa bucetinha virgem". Cada palavra de Nevrah feriu seu orgulho e causam sufoco em seu peito.

     Ela sente como se fosse usada. E foi.

     Dulce ainda é capaz de senti-lo acariciar seu cabelo como na noite anterior e afirmar:

— Beleza geralmente é perigosa. Usamos a nossa para atrair nossas vítimas e conseguir o que almejamos. — É como se ela voltasse no passado, naquele exato momento apenas para escutar aquelas palavras e sentir seus lábios beijarem sua cabeça. — Só bastou um pouco de bondade e chame para atraí-la para mim, princesa.

— P-Por quê? — No travesseiro da cama, Dulce chora e relembra o momento em que olhou em seus olhos, vendo-os indiferente e neutros a sua vergonha.

— Para ter o que almejo. E exatamente por tal motivo, você tornará-se meu pequeno e frágil brinquedinho que acatará minhas ordens acima de tudo. — Ele morde seus lábios com seus afiados dentes laterais antes de esboçar um sorriso malicioso. — Para que nossa brincadeira seja divertida.

     Dulce teme sua brincadeira. Seu corpo ainda dói com o, segundo ele, uma insignificante amostra da brincadeira de ontem.

     É nessa dor, desonra e humilhação em meios as lágrimas, que Dulce finalmente cai em um profundo sono. Ela preferia nunca mais acordar.

     Um suspiro sai dos lábios de Henna ao virar-se na cama e encarar as costas da grande poltrona onde seu companheiro encontra-se sentado em frente a janela, observando a paisagem. É final de tarde e Rômulo não deitou-se ao seu lado.

      Com o corpo relaxado, taças de vinho ao lado, sobre o calor sol que aos poucos diminui, Rômulo estuda os mapas. Por ser o melhor analista, além do Supremo, ele observa os papéis tentando encontrar possíveis caminhos pelo qual levariam a Ômega. Mesmo sua companheira não gostando, ele tenta corrigir o erro dela, enquanto a pune.

      Desde a conversa com o Supremo, Rômulo está mais rígido e dominante. Ainda é carinhoso, mas diferente de antes, não a mima. Ele está bravo com sua companheira e evita sua presença, mesmo estando grávida.

     Ele buscou ocupar sua mente naqueles mapas. Enquanto traçava caminhos possíveis pelos sequestradores, ele observava uma ligeira mudança de deslocamento na população humana. Algo não estava certo.

Rômulo? — Chama Henna, despertando a atenção de seu companheiro.

Deveria estar dormindo. — Repreende-a.

— Não consigo dormir. — Informa em tom manhosamente baixo, conseguindo mais da atenção de seu companheiro. — Não consigo dormir sem você.

— Tenho trabalho a ser feito. — Afirma sem olha-la. — Dormirei quando achar conveniente o descanso de minha mente.

     Henna suspira fundo e olha para sua barriga, acariciando a mesma. O amor de ser mãe a domina de forma semelhante ao amor que sente por seu companheiro, Rômulo. Ela sente-se ansiosa por carregar seu filhote em seus braços. Rômulo também sente a mesma emoção, no entanto sabe que vai demorar para seu primogênito nascer e prefere manter a calma, por enquanto.

      Um novo suspiro deixa os lábios de Henna, que levanta-se da cama e caminha, com sua natural doçura, até seu companheiro. Vendo no que ele tanto olha, Henna sente-se incomodada, mas ignora. Ficando em frente ao seu companheiro, ela senta-se no chão, apoiando suas mãos sobre o joelho direito de seu amado, sentando na poltrona.

Henna, vá para cama. — Ordena ao tentar concentrar-se no mapa.

     No entanto, invés de sua bela companheira obedecê-lo, ela simplesmente coloca seu queixo sobre suas mãos em cima do joelho de seu amado. Uma expressão calma, delicada e inofensiva é adquirida em seu rosto ao ignorar o comando do lhycan.

     Todo lhycan sente-se encantado pelo charme de sua predestinada companheira. A beleza e delicadeza combinada com um charme a base de sedução e vulnerabilidade sempre chamou a atenção dos homens lhycantropicos.

     Até mesmo para um lobo tão analítico acostumado a jogar com a mente como Rômulo, é vulnerável ao charme de sua amada. Chega a ser irônico. Rômulo, o Bhetta do Supremo Alpha, é quem joga com a mente, no entanto, seguindo o instinto, é Henna quem faz sua lógica não fazer sentido.

     Rômulo é perdidamente apaixonado por Henna, independente do que ela apronte. Afinal… ela é sua predestinada companheira. Porém, ela aprontou e merece ser punida. 

     Mas como resistir esse olhar brilhante e fogoso que sua amada lança contra ele?

     Sentada no carpete de pele de urso, apoiada no joelho direito de seu companheiro sentado em confortáveis e quentes mantas sobre uma confortável poltrona em frente à vela paisagem do mar, é uma visão tentadora. Henna só quer a atenção de seu companheiro e age por instinto ao escolher ficar de tal modo e olhá-lo fixamente, analisando cada detalhe de seus olhos. Um olhar embriagado de sedução e inocência. Um olhar pidão que não quer nada além da atenção de Rômulo, que logo não resiste sua companheira.

     Tão linda e delicada. Tão bela e sedutora. Tão… dele!

     É quase inevitável não levar a mão até o rosto de sua amada, acariciando sua macia bochecha enquanto observa-a fechar os olhos querendo sentir mais de toque.

  Tão perfeita…

     Sua vontade é de largar o mapa, beijá-la, leva-la até a cama e cumprir todas as suas vontades e luxúrias, porém sabe que tem obrigações e sua companheira, atualmente não tem moral para impedir e muito menos para ser mimada.

     Ela deve continuar sendo punida até o momento em que ele achar necessário enquanto ele busca pela Ômega que sua amada ajudou a raptar. Não tem tempo para seguir suas vontades, mesmos as mais… injustas como deixar Henna sair em pune.

     Rômulo estava quase mandando-a novamente para a cama quando surpreende-se com as palavras firmes e convictas de sua fêmea:

Desejo falar com o Supremo Alpha!

     Seu olhar não era mais o mesmo manhoso de antes, focado em ganhar atenção de seu companheiro. Henna nem ao menos olhava em seus olhos para seduzi-lo. Seu olhar era fixo no mapa nas mãos de Rômulo.

     As suspeitas do Bhetta estavam certas. Havia algo de errado no território. Henna, como sua Lhuna, pressentia isso.

     Mas Rômulo, como seu companheiro e pai da criança que ela carrega em seu ventre não permitirá que ele aproxima-se do Alpha em tal estado.

     Ainda mais sendo lua cheia…

     O lhycan simplesmente estava furioso como uma besta sanguinária que é. Já havia esquartejado 4 humanos apenas ultimas duas horas as quais não conseguia dormir. Já havia matado 17 humanos no último dia.

     O Alpha estava estável na última conversa, mas bastou Henna retirar-se para dormir e suas atrocidades reiniciarem. Neste entardecer, o Alpha não estava no castelo e Rômulo duvidava que voltasse antes da lua cheia partir.

     Ele está tão enfurecido que, para evitar incidentes contra sua própria alcatéia, vaga em sua forma lhupus sobre os penhascos de seu território carregando em sua boca uma mulher desmaiada.

     Ela seria sua quinta vítima nas últimas duas horas.

     Mordendo seu braço totalmente ensanguentado ele arrasta-a até o pico de um penhasco onde a solta e deita-se sobre sua presa ainda viva. A cena não era uma das melhores, no entanto, o momento conseguia ser ao menos agradável para a fera negra que passa a olhar a floresta de seu território. 

     Morte. Era o que conseguia acalmá-lo, porém, ele não parava. Quer sempre mais e mais rasgar as humanas em suas garras e saborear o sentimento de elas não serem nada perante a ele. Diferente dela.

     Embora houvesse arrancado a cabeça de homens, as mulheres eram seu principal alvo pois ele simplesmente estava furioso com elas.

     Sua Peeira, nhyara estava presente quando o viu quebrar a coluna da humana com sua força ao cavalga-la. Conforme seu ápice aproximava-se, ele arranhava-a e até mesmo esquartejava-a. Antes mesmo de chegar a sua luxúria e liberar-se, a cabeça da mulher havia sido puxada, arrancada e jogada longe enquanto em sua barriga havia um rasgo enorme provocado por suas garras fazendo com que suas tripas, intestino e sangue saltassem, sujando a cama de Nhyara. A humana nem ao menos tinha um dos braços.

     A lhycan com certeza não esquecerá dessa manhã. O Supremo Alpha não havia sequer ejaculado e Nhyara foi quem que pagou o preço. O Supremo havia começado com a humana e terminado com Nhyara. Sobre o corpo decapitado da humana, a Suprema foi montada pelo Alpha que, assim como a humana, não conteve-se em sua selvageria.

     A lhycan havia quebrado a coluna e a perna. Os ossos de seu quadril quase foram esmagados e como consequência, nesse momento, ela está aleijada, com diversos hematomas e marcas de garras.

     O Supremo não estava apenas irritado, mas também furioso com o sexo oposto. Havia esquartejado e matado homens, no entanto, mal podia ouvir a voz de uma mulher e já irritava-se. Imaginava agarrando e arrancando sua língua pela fonte através da boca.

     Nenhuma das mulheres que estiveram em sua presença era sua Ômega. Isso o enfurecia e conforme o tempo passa, estava ficando pior. Até mesmo seu Bhetta, Rômulo, sentiu sua fúria e mateu distância, fazendo questão de comprometer-se a um trabalho que o faria isolar-se completamente para ter a atenção aos mapas.

     Mas essa noite era pior. Mesmo não pretendendo assumi-la como sua predestinada companheira, nada muda o fato de que a Ômega tem laços com ele. Sua fúria e apetite por sangue era tanta que faz exatos três horas que saiu de seu castelo com o intuito de não aproximar-se Nhyara, pois sabe que pode matá-la — algo que já teria feito se não precisasse dela.

     A idéia de que ela, como aleijada, será tão inútil que nem ao menos poderá dar-lhe prazer, quanto mais liberar seu poder como Suprema Peeira faz com que seja tentador não caçá-la e brincar enquanto a mata. Mas seu raciocínio ainda faz controlar-se, afinal, Nhyara recupera-se e logo voltará a andar.

     Mas nesta noite de lua cheia, ele estava no limite de inquietação. Seu corpo estava tenso e ele estava excitado. Seu membro lhupino coçava enquanto seus músculos ficavam cada vez mais tensos. Pode jurar que será capaz de gozar apenas se ver sua Ômega nua.

     Mas esse não era o motivo pela sua excitação. Ele não excitou-se querendo sexo. Ele excitou-se querendo derramar sangue!

     O sangue de Nhyara era sua preferência e ele estava controlando-se para não voltar ao castelo e rasgar sua insignificante vida ao desmembrá-la. Essa noite, mais do que nunca, ele está agitado e todos sabem que apenas a Ômega pode acalmá-lo.

     As lhycans que participaram do sequestro estavam todas grávidas e não tiveram coragem de seus companheiros com medo de que a próxima vítima seja uma delas. Toda a alcatéia está em tensão. As lhycans que engravidaram na última Lua de Sangue dormem agarrados aos amados, pois sabe que o Supremo não contém filhotes e pela raiva, pode matá-los ainda no útero.

     Seus Bhettas sabem que pode defender-se dele e defender sua fêmea. Henna também está entre seu alvo. Está grávida e foi uma das que mais tiveram voz no sequestro de sua Ômega. Mas sabe que Rômulo não permitiria que seu Alpha aproxime-se dela e nem ela dele. Mesmo evitando a violência, Rômulo ainda é seu Bhetta e pode encará-lo em uma luta.

     Ele não evitou de ficar em alerta e dar sutis sinais de ameaça, preparo para atacar o menor movimento que julgava ser uma ameaça quando sua companheira dialogou com seu Alpha. Nesta lua cheia, quanto mais longe Henna estiver dele, melhor.

      Mas seus Deltas não são tão fortes. Se o Alpha decidisse descontar sua fúria em algum lobo comum de sua alcatéia, tal lhycan seria morto. Por tal fato, essa noite, o Supremo Alpha, o mais perigoso e poderoso lobisomem do mundo representa uma ameaça a alcatéia que protege.

     Embora muitos não sabiam como acalmá-lo, há aqueles que sabem que apenas Arya pode trazer calma a ele.

     Frustrado, ele começa a alimentar-se da carne da humana, ainda viva. Ao qual desperta-se e começa a gritar e tentar escapar. Mas com as pernas quebradas, sabe que não irá muito longe. Pedindo socorro e clemência em gritos que são visto como canção ao Supremo Alpha, ela é lentamente devorada.

     Ella estava nervosa. Ela sentia que não poderia falhar. Dylan liderava um grupo de três lhycans pela parte mais densa da floresta onde a locomoção era mais fácil na forma humana.

     Ela teria que ficar calada e ser o mais silenciosa possível. Dylan exigia um excelente trabalho e a lhycan sentia que não poderia decepcioná-lo. Naquela noite, ela teria que matar. Dylan foi bem claro com as consequências caso não cumprisse sua ordem.

     Mas naquela noite de lua cheia, algo não estava normal no território.

     Ella estranhou quando Dylan parou e a colocou atrás de seu corpo, em uma forma de protegê-la enquanto encarava uma clareira a frente.

     Ele não a protegeu do estuprador e não a protegeu dos lobos. Mas aquela situação era diferente. Ele estava cauteloso e mandou um de seus lhycan tomar a dianteira.

     O comportamento de seu Alpha estava diferente. Dylan exigiu silêncio enquanto observava seu lhycan andar a frente. Nada aconteceu.

     O Alpha suspirou e relaxou.

     Lobos os atacaram.

     Foi tudo muito rápido para Ella. A fera gigantesca avançando contra o homem a frente e Dylan a empurrando contra uma árvore. A jovem cambaleou e caiu, tonta e assustada. Quando recobrou-se do susto, seu Alpha lutava contra um lobo sem mudar sua forma física.

     Um lobisomem.

     Ele não era da alcatéia.

    Dylan rosnou ferozmente como um Alpha, cravou suas garras no pescoço do lobo e o lançou contra a clareia que foi cercada por mais lobos, desta vez, da alcatéia de Ella. Em desvantagem, a luta parou dando liberdade a Dylan para checar o estado de Ella.

     Estava assustada. Escorria sangue de sua testa e seu coração estava acelerado. Ele tocou em seu sangue, avaliando o machucado que consistia em um corte não muito profundo.

     Seu olhar não era um dos mais agradáveis. Ella é a única mulher da alcatéia. A proteção com ela é forte, assim como a preocupação.

     Após constatar o estado físico de sua lhycan, Dylan volta sua atenção aos lobos. Em tempos de alerta a Supremacia, eles não matam uns aos outros por mais que a vontade seja grande.

     Dylan se contém e aproxima-se do trio de lobos. O terceiro era macho, cheirava a fêmea.

    Ele tinha o cheiro do sangue de uma fêmea aparentemente muito gostosa banhada em fertilidade.

    Se sua raiva não fosse grande por machucarem Ella, Dylan poderia facilmente ficar excitado com tal cheiro. Mas ele tem que conter sua ira, principalmente quando outros três lobos marcam sua presença.

     Um amarelo e dois avermelhado. O do centro tinha um porte maior, mais feroz e intimidante. Sua dominância bate de frente contra ao de Dylan.

    Mas ele não recua. O Alpha rosna em ameaça, pois aquele lhycan é a maior ameaça a todos naquele lugar. E sabe disso.

     Ele analisa detalhadamente cada lhycan naquela floresta com seu olhos de ferocidade. Ella arrepia-se inteiramente quando o olhar do lobo cai sobre ela. Eu uma sensação de vulnabelidade quanto a um poder como esse e afeta de forma assustadora, influenciando cada parte de seu corpo.

     Ele não é um Alpha, mas parece ser, talvez, mais forte, feroz e dominante que o seu Alpha.

     Dylan sabia disso. Ele tinha clareza de sua situação ao estar diante do mais violento e feroz dentre os quatro Bhettas do Supremo Alpha.

     O lhycan é o Supremo Bhetta de Sangue.

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