C A P Í T U L O 04
Em raiva, ele derruba a mesa, tal como tudo que estava sobre ela. Algo estava acontecendo com os lobisomens e ele nada fazia ideia.
Desde que havia começado a conquista por territórios entre as terras humanas, escravizando e expandindo seu império que cada vez mais faz afronta com seu maior rival; os lobisomens. O feiticeiro sabe que a intolerância de ambas as raças está tornando-se mais fraca desde a noite do cometa a aproximadamente 25 anos atrás. Falta pouco para uma guerra e ele não faz nenhuma questão de evitá-la.
Conseguiu trazer a besta para fora de seu império e deixar as alcateias Genuínas em alerta. O feiticeiro sabe que as feras da noite estão em movimentação constante, agressivas e exitante. Mas o que se passa em seus respectivos territórios e realmente sem sentido.
Em ordem sem sentido, uma alcatéia por vez, deixa de ser cautelosa para tornar-se agressiva e extremamente ativa. Há uma condenação clara entre os membros, principalmente entre os guerreiros e caçadores. O próprio Alpha parece estar participando desta movimentação confusa. E mesmo com a calmaria, uma nova alcatéia mostra a mesma agitação que contagia as demais.
É frustrante! Algo está acontecendo e ele sabe que não poderá agir. Pode ser uma armadilha, afinal, lobisomens não são feras sem irracionais e sim criaturas que vivem em uma hierarquia rígida e dominante, tendo total controle de sua selvageria. Um confronto despreparado contra um lhupus resulta em morte. Agora, lidar com uma alcatéia inteira, por mais simples que seja, já é algo a ser bem preparado já que cada membro é perfeitamente bem adaptado às suas habilidades individuais, desde os jovens até os adultos mais experientes.
Uma alcatéia é definido e aproveitado ao máximo as habilidades de cada indivíduo. São treinados desde criança para aperfeiçoar e melhorar. Cada macho treina arduamente sua força, ferocidade, violência, tática e habilidades de confronto. E gostam. Fazem isso por puro ego, orgulho e charme desde a infância. Sempre procuram se superar ao ponto de sempre desafiar o mais forte. O próprio líder, sempre luta contra seus indivíduos, mostrando a todos que é o mais forte, feroz e dominante. Apesar das fêmeas não serem participativas neste lado, são talentosas. Estão sempre quietas e avaliativas. Preferem um dia relaxante com quase nada a fazer do que lutarem entre si.
Mas não devem ser subestimadas…
A típica beleza e aparência de mulher frágil que necessita ser protegida é uma armadilha que muitos caem e antes que percebam, estão estraçalhados na floresta. Lobisomens são puro perigo completamente adaptáveis a qualquer situação. Exigem preparo, tempo e estratégias para lidar com tais bestas.
Lidar com a Supremacia da raça que não apenas mantém o equilíbrio, mas afeta toda e qualquer alcatéia por mais inimigas que seja, sem cuidados resulta em massacre. Apesar da selvageria, são um dos povos mais respeitados e harmoniosos que existem. São altamente intolerante, no entanto, extremamente protetores. Cada passo deve ser bem preparado, prevendo o máximo de suas futuras ações. Qualquer mal entendido resultará em uma imprevista guerra banhada em sangue onde o vencedor é indefinido.
O feiticeiro sabe disto. Conflitos passados são uma clara recordação do tão cruel e intolerante são estas criaturas. Cada atitude deve ser bem planejada assim como foi com seus antepassados. Mas como fazer algo com estas criaturas agindo de forma completamente confusa.
Talvez fosse algo individual ou um conflito de alcatéias. Mas uma ameaça maior fez e sempre fará as alcatéias mais inimigas se aliarem. Klaus gosta de comparar as alcatéias como um imenso grupo de irmãos. Sempre brigando mas ligados com fortes histórias. Por mais forte que a rixa seja, ainda são irmãos e protegerão um ao outro. A Supremacia garante estes laços que se tornam mais fortes em grandes conflitos. Se fosse uma rixa entre alcatéias, com certeza haveria mortes, porém, tudo o que tem são movimentações bem planejadas embora confusas entre os territórios.
Algo está havendo e alguém tão experiente como Klaus não será idiota ao ponto de arriscar-se com estas feras, afinal, apesar de tudo, são criaturas completamente imprevisíveis. Tudo que tem a fazer é esperar, enquanto observa e espera por alguma atitude do Supremo.
Porém, mal sabe o feiticeiro que o Supremo está divertindo-se com a situação. Ele de fato, não esperava que a pequena Ômega fosse sobreviver tanto tempo, ainda mais agora com várias alcatéias a caçando.
Ela viaja de território em território, metendo-se em confusão mas sobrevivendo. Ele mesmo perdeu as contas de quantas vezes a loba havia sido capturada e fugido de formas cada vez mais imprevisíveis. Os Alphas estão furiosos com ela e ficando cada vez mais impaciente para tê-la.
E ele, o Supremo, nada faz para interferir. Isso está deixando os feiticeiros exitantes e confusos. Suas movimentações cessaram, dando mais tempo a ele para encontrar sua autêntica prometida antes que uma verdadeira matança comece, além de preparar seu povo para o inesperado. A Ômega acaba sendo útil na distração, permitindo a ele, avaliar os mais imprevisíveis pontos fracos e claro, uma ótima diversão.
Como Supremo, ele sabe de tudo o que acontece em cada bando e território e a dedução de que a fêmea está ficando cada vez mais arisca e difícil de capturar já havia sido notado desde sua segunda captura pela antiga alcatéia que a caçava. Ele lembra-se da sensação que sentiu quando soube que ela havia sido capturada por pelos caçadores de uma alcatéia onde havia enfiado-se. Estava ferida, cansada e extremamente desnutrida. A alcatéia baixou a guarda e, foi questão de tempo até ela fugir e ser capturada novamente pelos caçadores do bando que havia rejeitado.
Novamente ela fugiu, aproveitando a mais inesperada das brechas quando os machos distraiam-se com seu corpo. Mal pode ele acreditar que caçadores tão experientes vindo de uma alcatéia Genuína possa ter perdido a Ômega. Foi quando a inteligência da mesma começou a ser percebida.
Ela, mais do que qualquer outra, aparenta ser frágil e vulnerável. Apesar de ser alimentada ainda estava desnutrida e cansada. Ela percebeu a movimentação da alcatéia para cuidar de seus ferimentos e alimentação devido a importância de status que representa uma Ômega nascida sob uma alcatéia. Os caçadores a queriam viva e fingir desmaio e uma exaustiva canseira exatamente como estava ao ser capturada pela primeira vez deixaria o grupo apressados para uma caça e cuidados e alimentos já que estava distante do território de origem. Em meio ao desespero do bando para nutri-la, ela fugiu.
E desde então, vem ganhando experiência. O Alpha na janela, observando o dia que começa amanhecer vem percebendo a experiência que a loba vem tendo entre a floresta. Não sabe caçar, mas aprendeu a roubar; Não sabe rastrear, mas aprendeu confundir e esconder os seus rastros; Não sabe defender-se, mas aprendeu a usar o perigo de uma alcatéia ao seu favor, tal como o dia que incentivou uma briga entre grupos distintos de caçadores para fugir. A Ômega está tornando-se cada vez mais arisca e, de pouco em pouco, vem ganhando seu interesse.
Já fugiu para terras onde seria morta apenas por ser uma loba e aprendeu a usar as alcatéias e seu individual interesse ao seu favor. Está machucada, disto ele sabe, mas este ferimento parece dar uma vantagem a ela.
Pode ser uma Ômega submissa e impura, impedida de argumentar e apenas obedecer como uma boa cadela, mas é esperta. Isso é fato. Esperta e arisca… Ela está desenvolvendo seu instinto de sobrevivência e deixando as alcatéias malucas.
Em meio ao dia que surge entre as montanhas, ele pergunta-se onde a loba deve estar escondendo-se para seu sono, a menos que decida continuar a jornada pelo calor do dia. Embora os machos lobisomens possam ficar até três dias acordado, dia e noite até chegar momento de dormir, as fêmeas são bem menos resistente. Dificilmente encontra-se uma fêmea que não durma a cada um dia.
Como criaturas noturnas, sempre aproveitam o calor do dia para aquecer-se durante o sono senão retirar-se para o covil da alcatéia. Já a Ômega não pode dar-se ao luxo de ficar ao ar livre. Provavelmente deve ter metido-se na caverna de algum predador de cheiro forte para dormir, aproveitando a ausência ou, após ter percebido que é fácil intimidar os predadores locais com seu tamanho e ao mostrar-se feroz.
O lobo suspira e decide retirar-se para dormir. Trabalhará muito quando a noite cair e adiar seu sono apenas atrapalhará seu bom desenvolvimento e preparação.
Será frustrante ter Nhyara como fêmea, sendo que nem mesmo Henna parece aceitá-la apesar das semanas de convivência. A fêmea prefere retirar-se para os braços de seu amado e passar a noite com ele, do que aventurar-se com Nhyara pela floresta. Ele não gosta desta rejeição, porém, se sua fêmea não aparecer até a Lua de Sangue, Nhyara governará ao seu lado.
E a lua aproxima-se…
Muitos sentem sua aproximação. A mudança da Lua de Sangue é única. As fêmeas tendem a ficar mais fogosas e os machos mais agressivo. Há uma clara mudança de humor e intolerância na raça que passa a ser notada semanas antes.
Mesmo para um humano, a mudança de seus aliados é notável. Como um Alpha, Dylan é um dos mais afetados. Sua intolerância aos humanos deixa o rei cauteloso. Nem mesma a princesa Celest, prometida a casamento a ele, consegue aproximar-se dele. Apenas sua presença o irrita, diferente de Ella que parece acalmá-lo.
Fazia semanas que o lobo observa a humana a distância. A sua curiosidade e uma escondida — quase imperceptível — vontade de aventurar-se na floresta. Sua frequência ao ficar no jardim brincando com um cachorro até o momento de recolher-se. Já havia percebido pequenas desobediência como sair de seus aposentos apenas para observar a noite. Ela tem desejo de liberdade e não apenas ele, mas seus guerreiros perceberam.
Para seres agressivos que preferem a presença de humanos longe, são mais tolerantes a Ella do que qualquer outra humana. Nem mesmo a prometida de seu Alpha ganha tanto respeito, mesmo a humana ganhando cada vez mais o interesse do primogênito do rei. Erick havia retornado a pouco tempo e parece determinado a ter Ella como sua esposa, embora a donzela não demonstre interesse amoroso.
Mas tal interesse por parte do príncipe parece cada vez mais incomodar o Alpha que, ao cair da tarde, os observa. O loiro conta de suas aventuras a jovem enquanto caminham pelo jardim. Dylan não gosta da forma como ele a olha tão pouco de seu toque. Arrancaria a mão do humano em um descuido apenas para que manter-se longe da mesma.
Ele arranha a sacada da varanda em raiva. Ella não pertence a ele, então, por tanto, tudo relacionado a ela não diz-lhe respeito. Mas quem ele quer enganar? Ela o atrai fisicamente. Sua natural e jovem inocência pura mostra ser uma humana de honra. Qualquer lobisomem poderia cortejar-la com intenção de honrá-la como sua companheira. Basta marcá-la ou convencer seu Alpha a induzi-la como loba na alcatéia e será uma fêmea honrada como qualquer outra, adaptando-se a novos costumes.
Ella é muito mais do que uma arya — como geralmente é chamado às humanas — ela tem desejo de liberdade. O cortejo do princípe apenas entrega que não importa o ouro e poder, se ficar com ele, será apenas mais uma esposa submissa que o mesmo logo irá enjoar conforme os anos e a velhice chega. Ela quer ser mais do que mais uma. Quer ter direitos e isso é claro em leves indelicadezas da leide.
Logo o Alpha perde a paciência e retira-se para seus aposentos disposto a descansar. Ella o irrita sem mesmo saber como.
— Muito gentil, alteza. — O príncipe não responde. Apenas senta-se ao seu lado.
— Diga-me, Ella. O que deseja?
Ella o encara sutilmente. Nem mesmo ela entende e sabe o que deseja. Mas sabe que quer algo.
— Isto não é de importância, alteza.
— Responda-me.
Como responder algo que Ella mal faz ideia da resposta? Ela deve responder. Respira fundo e opta por mentir:
— Desejo casar-me.
— Talvez eu possa cumprir este desejo. — O sorriso do príncipe a desorienta. A faz sentir-se desconfortável embora tente manter-se firme em sua postura. — Não gostaria de ser a rainha algum dia?
— Seria maravilhoso, alteza. Mas acredito que alguém como eu não tem postura para governar um reino. — Diz Ella em pura modéstia. Sente desejo de autoridade. Gosta quando perguntam a ela sobre sua opinião, embora não seja frequente. Governar algo faria dela uma autoridade respeitada.
Mas isto não seria apenas um sonho distante? Amenos que o príncipe deseje algo mais do que uma aventura. Mas qual preço ela pagaria por autoridade? O príncipe só respeitaria sua vontade quando desejasse.
— Acredito que tenha tal postura.
— Obrigada. — Ella sorri docemente enquanto procura formas de sair da presença do príncipe. Ela olha discretamente para os guardas do lorde que reside no castelo e os vê observando-a.
Está constrangida e deseja fugir. Quer ser deixada em paz mas não pode ser indelicada com sua alteza, o príncipe. Ela procura ser o mais curta possível em suas respostas até o momento em que sua alteza retira-se para seus afazeres reais.
Agora ela talvez possa respirar em paz.
Porém isto talvez não seja algo que o destino queira. O príncipe mal sai e Ella já ganha uma nova companhia. Um homem… com um robusto abdômen exposto ao clima um tanto frio da manhã, calça escura, bracelete de ouro e escuros cabelos curtos. Além das peculiaridades de sua vestimenta, a pintura um tanto tigrada rente ao cós de sua calça e em seu antebraço revela ser um dos guerreiros que veio junto ao lorde aliado do rei.
— Ella, certo? — A jovem olha para o rosto do homem. É duro, como os demais. Sério, observador e misterioso. Ao mesmo tempo que a intimida, também a atraí. A voz firme é de fato arrepiante!
— Sim… senh…
— Não há necessidade de formalidades. — A sombra de um leve sorriso forma-se em seus lábios quando ele senta-se no banco ao seu lado. Ella observa sua postura rígida. Parece que nada poderia surpreendê-lo
— Então… Em que posso ajudá-lo? — Ella não perde tempo com modéstia. "Não há necessidade de formalidades" ele disse.
— Venho, a um tempo, observando-a. Estou curioso.
— Acredito que não seja o único. — Uma nova e grave voz é ouvida pronunciando palavras complexas e completamente descompreendida pela jovem. Trata-se de um novo guerreiro. Desta vez, um loiro de olhos tão azuis que aparentam ser falsos.
O homem exala autoridade com seu olhar sobre Ella que nunca havia visto-o pelo castelo. De imediato ela levanta-se, sendo seguido pelo cavalheiro. Ela permanece calada, mas discretamente avaliativa. Como sempre, vestimentas escuras e pinturas peculiares. A desde homem, em particular, pinturas tigradas próximo ao cós da lateral de sua cintura esquerda e, as mesmas pinturas, mais fortes e intenção no seu ombro direito até próximo da metade de seu peito nu. Mas a pele bronzeada e firme parece chamar mais atenção do que a as linhas retas do corte de seus cabelos loiros.
Este homem, de fato, destaca-se dos demais. Seria ele um lode?
Ele aproxima-se de Ella, examinando a humana. Há algo de diferente nela e ele pode sentir, mesmo tendo chegado a pouco. Os cabelos médios, o corpo começando a ganhar forma em baixo do nobre vestido e os olhos castanhos com um brilho fosco. Ela não intimida-se com a proximidade e não recua. Isso também é percebido.
— Onde ele está? — Novamente palavras incompreendidas e completamente desconhecidas deixam seu carnudo lábio. Ella, sem entender, olha para o cavalheiro que a pouco sentará ao seu lado, em uma forma silenciosa acreditando que o mesmo entendeu a pergunta.
— Nos aposentos. — Responde, ignorando Ella.
— Nos veremos novamente. — A jovem fica surpresa com a beleza de sua elegante fala e completamente desnorteada com a aproximação do mesmo em seu ouvido. — Pode acreditar nisto… Ella…
Antes que Ella pudesse perguntar como ele sabe seu nome sendo que nunca o viu, ele dirige poucas palavras ao cavalheiro que se retira, apenas piscando para ela.
Quem é este homem?
Completamente confusa, olha ao redor, encontrando o olhar dos guerreiros que o lorde trouxe. Alguns sorriem para ela e logo retirar-se, deixando-a sozinha. Ela respira fundo e tenta recuperar-se. Algo estava acontecendo com esses… estrangeiros.
Algo estava acontecendo e ela tinha a impressão de ser algo ainda mais forte do que imagina. Mas o quê?
Teria o homem as suas respostas?
Tanta confusão passava-se em sua mente e nenhuma resposta surgia. Ella sempre fora curiosa e odiava que a deixasse confusa. Mas estes homens conseguiam com facilidade isso.
Ao entardecer, Ella direciona-se a cozinha curiosa para saber o que comerá no jantar. Espera que seja algo com bastante vegetal, pois detesta carne. O cheiro de uma boa sopa de mandioca rodeia os corredores próximo a cozinha e a atrai de uma forma que mal percebe Dylan acompanhado de um homem mais de estrutura física semelhante no escuro iluminado apenas por velas no corredor a frente.
Mas dois homens robustos, altos com uma voz rouca pronunciando uma língua completamente desconhecida e, acima de tudo, deixa Ella cada vez mais curiosa sobre seu povo, jamais passariam despercebido — amemos que queiram — pela donzela. Um frio familiar insta-la sem sua barriga e a Leide repensar na possibilidade de voltar aos seus aposentos e esperar o jantar para beliscar algo, já que não vai a cozinha apenas por curiosidade.
Toda vez que sentia esse frio, algo sempre acontecia. Seus pelos se eriçam e Ella pode sentir o ambiente mais quente ao ponto de suar. E seu coração? O que está havendo com ele? Bate tão rápido que quase saiu pela boca quando chegou aos lordes, reverenciou-os e passou.
Nunca sentiu isso desde a primeira vez que, movida pela curiosidade, antes da apresentação, viu Dylan, acompanhado de seus guerreiros, entrando no salão de festa indo em direção ao rai. Ella pensou que não conseguiria fazer a apresentação já que ficou assustadoramente nervosa. Tinha a impressão de que dançaria para atiçar uma fera! Mais aliviada ela ficou quando viu que as princesas ficaram no mesmo estado.
É uma sensação de perigo que Dylan emana. O instinto mais profundo de sobrevivência acusa-o como ameaça. Sozinhos, em um corredor escuro onde há apenas caça e predador, ele, assim como seu Bhetta divertem-se com a situação de Ella.
— Ella? — Dylan chama, reparando na forma como seu frágil corpo ficou rígido com sua voz. O desespero irracional é toma conta de Ella e isso o atiça. — Venha aqui. Quero apresentar-lhe uma pessoa.
Apreensiva e tentando esconder o tremor em seu corpo, Ella vira-se e caminha até eles, sentindo própria perna falhar.
— M-Milorde…
— Estás nervosa, minha cara? — O olhar negro um tanto divertido atinge Ella que respira fundo e tenta recompor-se para enfim responder:
— Não, milorde. Apenas o estou com frio.
— Presumo então que deveria estar em vossos aposentos. — É a vez do companhante de Dylan pronunciar divertindo-se com a situação embora aparente total seriedade.
— Ella, quero apresentar-lhe Fharlley, meu Bhetta. — Ella logo fica confusa, afinal… O que é "Bhetta"?
— É uma honra conhecê-lo… — Agora Ella questiona-se como deve-se tratar um… Bhetta.
— A honra é… — Farlley, com seu sedutor olhar, pega na mão de Ella e leva até os lábios, beijando-o. — … toda minha. — Pisca.
A jovem respira fundo e logo cambaleia e tropeça no tapete para trás. Suas pernas não respondem e teria ido ao chão se não fosse os braços do lorde que a puxou de encontro ao seu corpo não apenas robusto e definido, como musculoso. O loiro sorri com o susto de Ella, já que pode escutar seu coração em uma enorme velocidade.
— Cuidado… — Ella arrepiar-se por inteira ao ouvir a voz próxima de seu ouvido. Logo ela lembra do homem que encontrou pela manhã. O loiro que a deixou confusa.
Só então ela nota que é o mesmo homem de antes ao qual não apresentou-se e seguiu em direção às grandes portas do castelo junto do guerreiro. E… ela está em seus braços.
Suas bochechas coram e Ella sente-se ainda mais desesperada e precisonada a dizer:
— P-P-Perdão milorde.
Com pressa ela retira-se dos braços do lorde sentindo o frio da noite bater contra seus braços nú, surpreendendo-a com a temperatura do corpo homem. Provavelmente por isso vivem com o abdômen exposto. São tão quentes que nem devem sentir frio…
Seu corpo coberto apenas por um vestido de seda, reclama do frio e agradece quando o calor retorna, embora assuste-se com Dylan prensando-a na parede fria. Ela pode sentir seu coração mais acelerado e seu pelos arrepiados. Ela pode sentir suas pernas bambas e internamente agradece estar apoiada no mármore da parente, embora presa.
Dylan nada diz, deixando Ella nervosa em não entender o que está acontecendo. Seus olhos negros encaram cada feição de seu rosto, desde a sua escondia e pequena pinta rente ao ouvido, até a coloração exata de sua íris. Um castanho um pouco mais claro e assustado. Dylan repara também no movimento de sua pupila que dilata-se ao observá-lo e constrai-se com o leve desespero quando o homem abaixa sua cabeça em direção ao pescoço da adolescente consideravelmente menor que ele.
Seu tamanho é de fato intimidante perto de Ella, cuja altura bate em seu peito. O desconforto em abaixar-se tanto para alcançar o pescoço o faz desistir. Dylan apenas agarra o pescoço da moça e cheira seu cabelo. De fato ele não gostou do cheiro… humanos adquirirem hábitos nojentos e, por tanto, seus cheiros não são os mais agradáveis.
Por outro lado, Ella sente o perfume natural que emana de Dylan. Algo agressivo… bom. Lembra os cheiro ácido, amargo mas bom. Impossível descrever, mas logo a jovem se lembra da floresta.
Floresta tem cheiro?
— Penso em você, como minha Lhycan… — A voz do Alpha arrepia Ella ao mesmo tempo que a deixa confusa. O que é Lhycan? Cada vez mais perguntas se formam e nenhuma contém respostas.
"Quem é ele?"
"De onde vem?"
"Como é seu povo?"
"Por que não há respostas?"
A curiosidade do significado de "Lhycan" quase q faz esquecer sobre ele quere-la. Ella sente até sua cabeça doer com tantos pensamentos. Ele a quer, mas como sua lhycan. O que é lhycan?
Antes que Ella pudesse pensar ou perguntar mais alguma coisa, Dylan e seu Bhetta afastam-se e vão embora, sem pronunciar mais nada, deixando-a ainda mais confusa e… úmida?
O que aconteceu?
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