Capítulo 3
Olha o voto...
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Assim que o olhar de Anthony encontrou o dela, ele sorriu.
— Desculpa a demora. – ela sorriu de volta. — Que bom que te encontrei, assim a Ana Paula não precisa ficar perdendo o tempo dela, fazendo companhia. – "Vontade de dar na cara dela, mas quero mostrar que sou educada. Ela morre quando eu sorrio como se não tivesse acontecido nada. "
— Minha querida. – a outra sorriu. — Ele já tá comigo, a gente ia dançar agora. – pôs a mão no braço dele.
— Na verdade, senhorita... – Anthony tirou a mão dela do braço dele. — Eu estava procurando por ela, esperando por ela. – seu olhar se fixou no de Marcela.
— Por ela? - Ana Paula se viu em momentos em que escutava Marcela sendo elogiada por professores no colégio, ou em algum encontro com colegas e eles diziam que era "bonita demais para aquele lugar, ou a mais bonita das moças". Sendo que ela não via o motivo. Se lembrou também de quando tentou conquistar Marcus, mas ele disse que não estava interessado.
Ainda em contato visual, e admirando o sorriso singelo formado pelos lábios unidos e o olhar dela que fazia ele sentir paz, respondeu a intrusa — Sim, percebi que toda a minha vida foi um caminho para encontrá-la. – enfim olhou pra Ana Paula, para então falar — Boa sorte para encontrar uma pessoa. Precisamos ir. – gesticulou um "tchau" e deu o braço para Marcela usar de apoio.
Ana Paula bufou de raiva vendo o casal se afastar, e seguiu na direção contrária.
Anthony perguntou se ela aceitaria dançar com ele, como tinha prometido. Ela então brincou que seria uma honra para ele dançar com ela, pois nem todos que tentavam, conseguiam.
Depois que falou isso, ela sorriu. Nunca tinha dito aquilo a ninguém, e parece que deu certo, ele se sentiu orgulhoso.
— Quando a segunda banda entrar, dançaremos. – e lá estava aquele alinhar de lábios, num sorriso singelo, mas de muito carinho.
Anunciaram a banda de abertura, e o público respondeu o cumprimento do vocalista.
Eles ficaram perto de outra barraca, que vendia pipoca. Anthony comprou um pacotinho para ela, depois ele foi comprar refrigerante – daqueles que vinham no saquinho - e ficaram degustando enquanto apreciavam a apresentação.
Quando ela avistou a banda entrando no palco, segurou a mão de Anthony e o guiou para o público à frente.
— Hora da nossa dança. – disse, mentalizando que Sara seguisse o plano, de tocarem a música que ela pediu primeiro.
O locutor anunciou a banda e Sara cumprimentou o público. De cara já foram ovacionados, pois a moça era muito bonita e comunicativa. E os primeiros acordes foram dados pela banda.
Menino do rio – que ainda estava nas paradas de sucesso – e ela amava quando conseguia ouvir no rádio.
Dois dias antes, ela pediu a Sara (e seria um segredo delas) para trocar a ordem das músicas para que fosse a primeira, e poder dançar com ele. Como ela tinha combinado e ele sempre estava no horário marcado, caso ele fosse, daria certo dançar exatamente aquela.
Ela queria o disco, porém Marcus ainda não tinha conseguido nas viagens com Daniel. E até quando ela foi a Salvador com eles, também não encontrou. Era vendido rápido, por fazer parte da trilha de uma novela chamada Água Viva, sucesso no ano anterior. Não conseguiram nem o da novela, nem o da cantora.
Lá estava, dançando a música que gostava muito, com o rapaz que estava ocupando seus pensamentos em poucos dias de contato, mas que pareciam se conhecer há mais tempo.
Ele a aproximou um pouco mais, ela encostou a cabeça nele, e ele pôde sentir mais ainda o cheiro bom que vinha dos cabelos dela.
Marcela pensou na resposta que ele deu a Ana Paula, sobre esperar por ela, pensou em outras coisas que tinha escutado dele, e um pequeno texto, parte de um poema de autor internacional, que ele pôs num papel de carta e lhe entregou com outra rosa.
Ela falou que gostou que ele pôde estar ali, e teve a resposta que ele a deixaria feliz em muitas outras coisas na vida deles. Marcela pensou: "Olha ele de novo, jogando conversa de futuro... será que ele está mesmo falando verdade? ".
Foi então ele que disse — Caso eu continue vivo depois da festa.
— Não entendi.
— Daniel, e um outro rapaz estão olhando para nós de lá do palco. É o seu irmão, certo? – "O mesmo rapaz que eu vi saindo com você, do seu trabalho".
— É sim. Você vai conhecer já, já.
Ele não entendeu o "já, já", ela explicou e ele agradeceu. — Tem muitas coisas novas para aprender a falar. – encostou no ouvido dela — Mas tenho muitas para te mostrar, no tempo certo.
Marcela se arrepiou, e antes mesmo de olhar para o rosto dele, sabia que o rosto ganhou um tom corado, mas levantou o rosto, até tentou, porém, somente sorriu e abaixou o olhar.
Na última música, Marcela disse que estava com sede, eles saíram de perto das pessoas que estavam dançando em frente ao palco, e ele pediu para ela aguardar e ela foi até um muro, onde tinha algumas pessoas observando a festa, mas estava muito mais espaçoso do que o povo a frente.
Ele voltou com dois refrigerantes, e ela bebeu um pouco do que ele entregou. — Eu ia conseguir para nós.
— Deixa eu cuidar de você, princesa. Sei que você dá conta, tem cuidado de você e do seu irmão, mas estou aqui e cuidarei de você.
— Sou sua princesa, é...
— Espero que um dia seja, minha rainha. – "Será minha esposa".
— Você diz cada coisa...
Ele disse novamente que ela estava linda, que era um vestido bonito, assim como a presilha na lateral do cabelo.
Marcela pensou que ainda teria um tempo, pois eles ainda arrumariam os equipamentos, então era bom ir preparando-se para o encontro.
Ele se encostou no muro, ao lado dela. Contou sobre parte da família ter de voltar em alguns dias para os Estados Unidos, mas que a mãe dele ficaria, e que fazia questão de conhecê-la.
— Ela quer me conhecer? Será que ela vai gostar de mim? – "Não me ilude cabra, eu já estou pensando demais em você, não quebre meu coração".
— Com certeza. – ele tocou o rosto dela. Não sabia contar a quantidade de vezes que se segurou para não beijá-la, mas, como conheceria a família dela, a beijaria naquele dia. Estava tentando de tudo para ganhar a confiança dela. Tinha a noção de que certamente era cobiçada, então não queria dar motivos para ela se afastar, achando que ele brincaria com ela e descartaria.
Ele disse em inglês que ela era linda.
Marcela sorriu de canto de boca — Tá dizendo que sou bonita, né? – "Se me lembro bem, que ele disse nas duas vezes que falou assim".
Anthony fez um sorriso parecido com o dela, e gesticulou a cabeça afirmativamente. Foi se aproximando mais...
Escutaram um pigarrear próximo a eles.
— Marcus, o irmão dela. – disse estendendo a mão, e estava com a expressão séria, mas não como quem estava de mau humor, era "coisa de irmão mais velho".
Anthony ergueu a postura como quem recebeu "o desafio" indireto que o irmão dela estava "propondo", cumprimentou-o apertando a mão estendida à sua frente. — Anthony Denver. Parabéns pela apresentação, gostei muito.
— Obrigado. Apesar de mal olharem pro palco, vamos dizer que acredito. – semicerrou os olhos ao falar.
— Menino! — Marcela o cutucou, e deu aquele sorriso como quem diz: "Pare com isso, vá".
Anthony segurou o riso, colocou o braço ao redor dela. — Não se preocupe, minha querida, eu sei que ele só está preocupado com você. É o certo. Também tenho irmã, sei como é.
— Ainda bem que entende. – " Estou só pegando no seu pé, seu panga. Marcela tá quase dando um troço..."
— Em breve não precisará estar tão atento, verá que sou de confiança. – sorriu.
"Não é que o jeito de falar é diferente mesmo? " — Vá achando... – Marcus sorriu de volta. – "Eu sei, mas não posso deixar você tão leve, achando que tá em casa. "
Marcela ia comentar algo, quando o irmão mudou a direção do olhar e com uma expressão feliz, disse — Ah lá, meu francês favorito. – abriu os braços para recebê-lo, como se não tivessem se visto no palco, onde Pierre fez algumas fotografias na companhia de Ana.
A irmã perguntou — E você conhece outros? - "Oxente, vocês se conhecem? " – olhou pra Ana Maria, sem entender nada e a amiga fez a expressão "não sei".
Marcela e o pretendente trocaram olhar com uma óbvia pergunta em mente, já que Pierre foi muito amigável ao falar com ele, o que aumentou o questionamento.
— Meu grande amigo. – Marcus sorriu novamente, começando a explicar — Nos falamos todos esses dias, enquanto olhávamos vocês de longe. – olhou para Anthony — Achou que eu não ia procurar saber sobre o cara que tava dando rosas a minha irmã? E mais ainda, aquele que ela retribuiu a atenção? – fez a expressão como se dissesse: "Óbvio que não".
A expressão de Marcela era quase como se estivesse abismada. Mas foi quase, pois ela conhecia o irmão e não era muita surpresa ele fazer isso.
— Conversamos muito sobre você. Pierre, seu tio, Daniel e eu. – Marcus tocou de leve o abdômen de Pierre, como quem enfatiza o que diria — Mas o nosso amigo aqui, entregou mais sobre você, depois de beber.
Pierre fez uma expressão como quem diz "Desculpe".
— Sobre o que conversaram? – Anthony pensou que talvez por algo que ouviu, Marcus estava tão desconfiado. Mas não sabia o quê, pois confiava e conhecia bem o seu melhor amigo.
Marcus respondeu — Conversamos sobre muita coisa, até sobre a moça que você engravidou há dois anos e depois largou ela.
Marcela sentiu o coração acelerar.
Anthony sentiu "a alma sair do corpo" pensando que não havia motivo do amigo ter inventado aquela mentira.
Se ele não estivesse um pouco nervoso, por Marcus ter chegado com uma atitude tão desconfiada, ele teria sacado.
Pierre e Marcus caíram na risada, e o francês disse — Você tinha razão. Impressionante, você acertou que ele perguntaria, e o rosto dele quando ouviu.
O irmão de Marcela explicou melhor, ainda contendo o restante da risada. — A parte que fui saber sobre você é verdade. Isso que eu disse por último não. A gente tomou umas cachaças, mas ele não falou nada de ruim. Fica tranquilo homi, não vou pôr você pra correr. – deu um risinho, depois parou — Não ainda.
— Vocês me deixaram nervoso, confesso. – Anthony deu um risinho.
Marcela deu um outro risinho, se encostou no irmão dizendo — Vou matar você. – enquanto lhe deu um beliscão leve.
— Mata nada, você me ama. – sussurrou de volta, depois informou que foi buscá-los para ir à lanchonete, que o restante da galera iria depois de organizar as coisas no micro-ônibus.
Daniel cumprimentou Anthony e disse "estar de olho e que Marcus o informava".
O rapaz respondeu — Eu entendo.
Logo em seguida, ele foi apresentado a Sara Stefany, que recebeu parabéns dos dois. Depois ele foi apresentado aos outros da banda que já estavam chegando.
Pierre mostrou estar à vontade com todos, e algumas vezes achavam curioso o sotaque deles ao dizer algumas coisas.
Os dois aprenderam palavras novas naquele fim de tarde.
À noite, depois que a banda principal – conhecida na região - tocou, voltaram para o Bravo. Os dois acompanharam a banda, como Pierre tinha combinado com Marcus, por isso o tio deles nem se preocupou em buscá-los.
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