Capítulo 16
Gustavo e Denise se casaram no civil quando Verena tinha 4 meses. Fizeram um almoço, para a ocasião.
Marcus não foi ao cartório, mas pouco antes da comemoração na pousada, ele chegou. E só por Estela ter pedido que ele fizesse companhia a ela, ficou.
Claro que Gustavo aproveitou um dos momentos e se aproximou, comentando que estava surpreso de vê-lo ali, mas que agradecia a presença. – "Me veja com o seu amor" - depois voltou para perto de alguns de seus amigos que estavam presentes, enquanto Denise estava dançando com o irmão.
"Agradece porra nenhuma, "cê" tá é se gabando. " – Marcus pensou e quase riu do cinismo na cara de seu rival. Se bem que nem era mais um rival, afinal, ele conseguiu o quis.
Marcus nem tinha dormido naquela madrugada, e se cochilou teve pesadelos sobre o casamento. Tinha esperanças de que ela pudesse voltar atrás. Ela sorria quando ele lhe dava um doce, uma flor, mesmo ela "noiva" de Gustavo. Pensava que ainda tinha chances, mas oficializado, desistiu ou ao menos era o que dizia a si.
Durante o jantar naquela noite, Marcus comunicou a irmã e ao cunhado, que iria morar por um tempo com seu amigo Robert. Marcela, que já tinha escutado sobre o assunto mais cedo, encheu os olhos d'água e ele novamente disse que não era um adeus, que mesmo não estando ali, sempre estaria atento a ela.
Ela sabia que o irmão estava fazendo aquilo por constatar que a chance se foi, e entendia, mesmo estando triste pela distância. Por alguns segundos ao ouvir, aquela raivinha que sentiu de Denise voltou, mas respirou fundo, e orou mentalmente que ele encontrasse alguém melhor.
No dia seguinte ele levou parte de suas coisas para o apartamento de Robert, Pierre foi com ele, e dois dias após foi para o Rio de Janeiro, e de lá voltou para os Estados Unidos.
*
Uma semana antes do compromisso, Marcela novamente conversou com Denise, como uma amiga preocupada, mas a moça se manteve firme, disse que teria mais problemas se desistisse. A cunhada até que entendeu em certo ponto, afinal o cidadão brigaria para levar a criança, mas eles seriam fortes para lutar por ela, até César ajudaria, porém, o argumento não funcionou. Marcela sabia que no fundo, ela estava apaixonada mesmo não admitindo, mas não conseguia esquecer Marcus, dava para perceber como ela olhava para ele.
Ainda assim, a cunhada tentou — Mas ele te trata bem quando a gente não tá? Eu vejo ele tentando ser agradável quando todo mundo tá perto. Só que eu não esqueci o que ele fez.
— Olha, agradeço a preocupação, mas, pode esquecer isso por favor? As pessoas erram, ninguém é perfeito. Ele tá tentando até hoje consertar a situação. Eu sei que você queria que eu estivesse com seu irmão, mas não quero que fique sempre achando que tem algo errado. Eu já perdoei e é o que importa.
Marcela percebeu que estava sendo entendida de modo errado, e prometeu a si não mais dar palpites. — Me desculpe, só estava preocupada com você. Claro que não tô torcendo que dê errado. Mas, não vou mais te incomodar com isso.
— Agradeço. É chato ficar sendo julgada, eu já perdoei ele, vamos seguir.
— Não estou te julgando, pelo contrário, estou dizendo que caso quisesse tentar outro caminho, te apoiaríamos muito também, pois sei como olha para ele. – levantou as mãos como quem pede calma — Mas, assunto encerrado, prometo.
*
Gustavo em algumas conversas já tinha dito que "a espera estava matando ele, pois era homem e precisava de conforto feminino", segundo suas palavras.
Mas ela não se sentia à vontade durante a gravidez, e só queria fazer novamente depois de casados. Mesmo depois do resguardo após o nascimento, ele tentou, mas ela se manteve firme, e então ele disse que ela não se aborrecesse caso ele tivesse "alívio" com outra na rua.
Nas semanas seguintes do nascimento de Verena, ele ia até a pousada para ver a filha, falava com Denise o necessário, mas não a tocava ou beijava como antes da última vez que tentou se deitar com ela.
Foi quando ela desconfiou que ele havia se encontrado com outra já que não estava cobrando dela. Mas como não tinha certeza, preferiu deixar no esquecimento, achando que era loucura de sua cabeça, pelo que ele tinha falado. Mas, a suspeita esteve em sua mente. Claro, ele negou quando uma única vez ela perguntou.
Apesar de ter imposto essa regra de "depois de casar", Denise também sentia falta. Se lembrava do dia em que esteve com ele, de como ela foi desejada. Por várias vezes no curto namoro com Marcus se viu curiosa se seria a mesma coisa ou melhor do que sua primeira vez. O que ela tinha certeza, é que só havia sido beijada de modo apaixonado por um homem e não era seu noivo. Gustavo a tinha beijado com desejo, talvez por ela ser bonita.
Enfim chegou o dia do casamento, e naquela noite em um hotel, esteve com ele novamente. Não foi a noite perfeita como ela pensou, mas ao menos passou a vontade dos dois.
Na manhã seguinte, quando voltaram para a pousada, até para não ficar muito tempo longe da bebê que tinha ficado aos cuidados de Estela (e ajuda de Marcela) e dar de mamar a ela, Denise descobriu que Marcus tinha ido para o apartamento do amigo. Durante o banho no chuveiro, ela se pegou chorando, sentiria falta de vê-lo mais vezes, e o choro foi também por entender que ela era o motivo, ou seja, ele ainda gostava dela. E ela ainda pensava nele.
Talvez por isso não tenha se irritado com Gustavo como deveria, ao desconfiar que ele esteve com outra, pensou naquele momento.
***
Gustavo, começou a levar clientes para a pousada. Ficava no aeroporto, às vezes na rodoviária, e sugeria o lugar para hospedagem.
Para Denise, aquilo era uma demonstração de que ele queria ajudar a família, conquistar a confiança como ele mesmo havia dito que tentaria.
***
Alguns contatos de César, colocaram ele e Anthony em eventos de hotelaria, o que ajudou um pouco mais a entender sobre novos recursos e formas de atendimento. Aquilo também os fez conhecer outros donos de hotéis e pousadas, e dois deles se ofereceram para conhecer o lugar e indicar quando estivessem sem acomodações disponíveis.
Mesmo simples, o ambiente conquistou os dois possíveis "parceiros". A ideia de Marcus, de que os hóspedes escrevessem (caso quisessem) algumas palavras sobre o atendimento ao deixar o lugar, foi bem útil nessa visita. Antes de ir embora, um deles esperou o outro sair e contou que queria comprar um outro lugar, mas não tinha capital suficiente, pois tinha feito reforma.
Cesar marcou reuniões, depois que olharam o local. Discutiram como seria o acordo, os termos do contrato, responsabilidades entre outras coisas.
Então, com o que tinham reservado (inclusive o valor que Pierre havia deixado para investimento, guardado no cofre que deu de presente a Anthony) os amigos compraram uma nova pousada. Precisaria de reformas, porém bem menos do que fizeram na que já tinham, mas isso foi o que permitiu que comprassem por menos que valeria se estivesse pronta.
***
Anthony estava na recepção, olhando alguns documentos, separando as contas a serem pagas, quando viu um táxi parando na rua, logo em frente e um homem que não lhe pareceu estranho descer dele. Observando-o mais, reconheceu.
Ao se aproximar, notou a aparência cansada. — Pai? – perguntou, mais pela surpresa do que pela dúvida, afinal estava vendo.
Para sua surpresa adicional, Richard o abraçou, enquanto o taxista tirou a mala e deixou ao lado deles, esperando o pagamento. Anthony perguntou quanto custou a corrida, e o pai fez menção de pagar, mas ele disse que deixasse com ele.
Enquanto o filho acertava com o motorista, Richard olhou a fachada da pousada e ia dizer algo, foi quando Anthony, segurando a mala dele, o chamou para dentro, mas ao chegar na recepção parou. Se lembrando da carta, e confuso com o abraço que recebeu, perguntou em inglês o que ele estava fazendo ali.
O pai entendeu o questionamento, respondeu de forma rápida — Vim para me desculpar e resolver as coisas.
Anthony olhou para ele e disse — Que bom! Nesse caso, seja bem-vindo pai.
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