Capítulo 12


Autora trouxe capítulo, ebaaa, vamos votar!

😍🌹



Denise chegou da rua e Marcela estava esperando por ela na porta da cozinha. Era quase fim de tarde, e em algumas poucas horas Anthony chegaria. A cunhada disse que precisava falar com ela.

A moça estava até um pouco pálida, se sentiu mal novamente aquela tarde, mas como da outra vez, não comentou. Achou que fosse alguma doença que pegou depois do carnaval, como falaram que acontecia geralmente em Salvador, devido aos muitos visitantes que a cidade recebe nesta época.

Elas se sentaram, e Marcela começou dizendo que gostava muito dela, e que se preocupava. Denise estava tão sem jeito, ainda mais pela discussão que que teve anteriormente com o Gustavo, que nem se deu ao trabalho de ficar chateada pelo questionamento que viria... na verdade, ela sabia sim que a cunhada gostava muito dela, e sentia falta de conversar com alguém que de fato iria ouvi-la.

Como se tivesse adivinhado, a cunhada lhe disse outra vez que poderia confiar nela, contar o que estava acontecendo pois não estava ali para julgá-la. Que tanto ela, quanto Soraia, queria ser amiga dela, e que sabia que algo estava acontecendo.

Denise começou a chorar e Marcela a abraçou. Ela então disse que tinha conhecido um homem, através de Laura, e que acabou conversando com ele algumas vezes, viu que estava gostando muito dele, e que um dia, ele pediu que a provasse o quanto gostava, e ela aceitou se deitar com ele.

Marcela sentiu vontade de perguntar onde estava o juízo dela, mas se lembrou da conversa que teve com Marcus na festa no dia anterior, onde foi aconselhada que não a criticasse ou então iria ficar de fora do assunto, resolveu só continuar abraçada a ela. Quando a cunhada se acalmou, ela então disse que era muito possível que ela estivesse grávida, pois, uma pessoa havia dito, e essa pessoa nunca errava.

- Quem disse? - Denise perguntou quando saiu do abraço, limpando as lágrimas do rosto.

- Então... é que desde pequeno, ele sempre acertou quando tinha alguma mulher grávida, não sei explicar, mas Marcus sempre acerta. - e vendo a expressão dela preocupada, explicou. - Não se preocupe, ele só falou comigo e pediu pra eu conversar com você. Me disse ontem no churrasco. - "Menina, o que tu fez? E agora meu Deus... Se segura Marcela... se segura. Vontade de dizer umas boas, mas eu não sou mãe dela, só vai trazer discórdia"

- Eu não pretendia isso, só aconteceu, me deixei levar pelo momento.- "E pela conversa... Meu Deus meus pais vão me matar. Eles vão ficar tão decepcionados, o Anthony vai ficar decepcionado".

- Quem é esse homem que fez isso com você? Anthony vai querer falar com ele, e Marcus também. - "Os homens dessa casa vão te defender, aposto".

- Nós discutimos hoje, pois fui lá e quando cheguei tinha uma mulher saindo da casa dele. Eu disse que estava passando mal, e que estava atrasada, mas ele falou que não era problema dele, que já tinha problemas demais, e só estava preocupado com o pai dele que estava internado com o risco de morrer.

Marcela começou a desconfiar que já tinha visto o "tal cara", e não gostava muito dele, apesar de não o conhecer pessoalmente. Mas as poucas vezes que o viu, próximo a Laura, não sentiu uma boa sensação, e o "ar de cafajeste" a deixava mais desconfortável ainda. No fundo, ela torceu que não fosse ele. - Minha querida, a gente precisa falar com Anthony quando ele chegar. - "Não quero confusão, não quero ele em brigas, mas é preciso que ele saiba".

- Meu irmão vai me matar. Eu não vou aguentar ver o olhar de decepção.

- Realmente ele vai ficar decepcionado. Inclusive meu irmão, ele gosta muito de você, achei até que fosse dar uma chance a ele, vocês se divertem tanto juntos, sei que ele às vezes não para, pois tá sempre correndo atrás de algo que ajude a crescer, mas quando tá aqui, os olhos dele estão em você.

- Eu confesso, gosto dele também, mas eu fiquei confusa, não sei o que deu em mim. - choramingou - Não sei dizer, eu me deixei levar, também gosto do Gustavo, por isso aconteceu. Foi minha primeira vez. - "Marcus é sempre tão doce comigo, mas eu me senti sozinha algumas vezes, e Gustavo passou a me enxergar, eu não sei nem dizer a mim mesma..."

Marcela sabia que Anthony já diria que estava decepcionado, então resolveu não dar um sermão, porém disse novamente que daquela noite não passava, e que teriam de ter aquela conversa. Abraçou de lado a cunhada, e ela ficou um tempinho assim, como se estivesse recuperando as forças.

*

Anthony ficou abismado com o que ouviu de Marcela. Estavam sentados à mesa da cozinha, e pairou um silêncio absurdo enquanto ele somente olhava para a irmã, que de tão sem jeito (e até então não tinha dito uma palavra) abaixou o rosto, e ele perguntou olhando para Marcela, mesmo sabendo que não era direcionado a noiva. - O que ela tem na cabeça? Ela não pensou nas consequências que poderiam acontecer e aconteceu? - levantou e começou a andar de um lado para o outro.

- Me desculpa. - Denise disse num tom baixo.

Ele continuou falando como se fosse com Marcela. - Que decepção ela ter feito isso desse modo. - "Eu não tô acreditando que minha irmã fez isso. Ah meu pai vai adorar esfregar isso na minha cara, a vida dela "destruída" debaixo do meu nariz. E nem tô chateado por ele virar isso para mim, e sim por ser verdade... O que você fez com sua vida, garota? E esse miserável enganando uma moça? Você é tão esperta... ou pelo menos eu achei que fosse" - nesse momento, ele a encarou.

- Me perdoe irmão, por favor. Fui imprudente. - pediu em inglês, e emendou com um começo de explicação.

Ele bateu as mãos na mesa e depois esbravejou - Em português. Não estamos nos Estados Unidos, e não me enrole.

Se ela não tinha visto direito decepção antes, ali estava.

A raiva que ele estava sentindo, nem era a maior parte por ela, e sim pelo cara ter se aproveitado. Engravidou alguém, e claramente não queria ter compromisso, ele já previa. Afinal, se quisesse, teria vindo a família dela antes de agarrá-la por aí, pelo menos seria o certo.

A expressão de Marcela dizia "Calma..." e foi o que o fez respirar fundo. Então ele viu Marcus.

*

Marcus conseguiu ouvir a voz de Anthony desde que chegou no pátio. Estava com dor de cabeça, se sentia desanimado desde que percebeu que Denise estava grávida.

Sabia que o cunhado procuraria o rapaz, e que logicamente ela se casaria com o infeliz que a iludiu.

Quando ainda estava na rua onde moravam, refletiu -"Seja lá quem for, o desgraçado a convenceu que seria uma coisa boa. Eu deveria ter ficado mais vezes aqui. Eu já tinha compromissos marcados há tempos, já estava terminando, eu ia passar mais tempo aqui, talvez ela passasse a gostar de mim. Eu fui tão burro, a perdi. Queria que ela visse que eu não seria um zé ninguém, estava juntando grana para leva-la a outro lugar que não fosse um sorvete na outra rua"

Abriu o portão da entrada da pousada.

"Realmente é uma coisa ótima, mas ela não merecia que fosse tão à toa como deve ter sido, se eu tivesse a chance, a faria ver como era especial. Mas, eu mal tive tempo aqui, sempre uma correria, no fundo eu senti que ela estava vendo alguém, e não consegui fazer nada. Ela deve estar se sentindo tão impotente..."

Foi quando chegou ao pátio e ouviu. Pensou em deixá-los a sós, conversar entre eles, mas acabou se aproximando da porta.

Anthony fez sinal que entrasse, ele disse que iria deixá-los conversando, e o cunhado falou que ele também era da família. - Venha.

Denise olhou para o irmão, como quem diz "Não, por favor". Pensou - "Que vergonha, que vergonha".

O irmão não se importou. - "Agora você está pensando? Não pensou antes? " - Precisamos de toda a família para resolver esse assunto. Mas sei que cabe mais a mim, vocês são um importante apoio. - olhou para ele e pediu que se sentasse, mas continuou de pé.

Marcela nesse momento olhou para o irmão, depois disse que passaria um café.

Marcus entendeu que o olhar, era um pedido de ajuda, para acalmar a situação.

Anthony continuou sussurrando que "não sabia onde tinha errado", que havia conversado com a irmã sobre os caras tentarem se aproveitar. - Grávida aos 18 anos... - ele deu aquele risinho de nervoso. - se sentou, apoiou os braços na mesa, as mãos na cabeça baixa.

Denise não teve coragem de olhar para Marcus, e ele, percebendo, não tentou encará-la.

*

Mais tarde naquela noite, Marcus saiu de seu quarto pensando em ir até o pátio, queria olhar as estrelas, pensar em como falar com seu cunhado sobre ele assumir a criança e Denise. Não comentou logo pois sabia que Anthony estava com a mente cheia, então cedinho falaria com ele. Comentou com a irmã, então possivelmente ela iria sussurrar para o noivo.

Desceu as escadas, pois os quartos ficavam no segundo pavimento, tanto acima da cozinha (onde ficava o de Marcela e Anthony) quanto na lateral direita do lugar, e acima da recepção.

Quando chegou ao pátio, Anthony estava lá, sentado num dos bancos próximo às flores, olhando o céu.

Nem precisou explicar que não conseguiam dormir, preocupados com ela, e Marcus lhe ofereceu um cigarro.

Sebastião e dona Eleonora tinham o costume de fumar o que chamavam de pacaia, e na morte dos dois, Marcus foi para a perto do rio e fumou. Duas situações que quase lhe tiravam o juízo. Tinha em sua mente que não teria esse vício, porém a situação ali o pegou de jeito, e pela terceira vez na vida, ele estava com um cigarro na mão.

Anthony aceitou e prometeram que seria só por aquele momento.

Marcus aceitou um pouco da cachaça que o cunhado estava bebendo, e então, após uns minutos de silêncio, ele disse - Me caso com ela, sabe que cuidaria dos dois. Esse cara não foi um homem correto.

Anthony fechou os olhos, pensativo, adoraria que aquele plano fosse feito. Mas, o que diriam seus pais? Ele nem estava preocupado com a reação sobre ele, pensava nela. O pai era capaz de não olhar mais para Denise, e isso acabaria com ela. Talvez se casar com um homem bom como Marcus, acalmaria os ânimos, mas até isso precisava ser pensado, o cunhado não tinha nada a ver no que ela fez.

- Sabe que com muito gosto queria ver você ao lado dela, sei que você estava correndo atrás de grana, para mostrar a ela que seria um homem provedor, te conheço. - inspirou o ar como quem buscou forças - Mas os dois que acertem o que fizeram. O pior é que não entendo, não entendo mesmo, pois sei que ela também gosta de você. Como ela foi cair na conversa dele? Eu conversava tanto com ela, sobre os caras aqui tentarem isso, ainda mais por ela ser de fora. - tragou o cigarro e soltou a fumaça, olhou para baixo - No mínimo ela gosta bastante dele pra ter feito isso. Viu como ela pediu que eu não fosse sozinho? Que esperasse por ela pra falar com ele?

Outro silêncio se formou.

Os olhos de Marcus estavam cheios d'água, se falasse alguma coisa, o cunhado perceberia.

Quase um minuto depois, Anthony jogou o que sobrou do cigarro no chão, e disse ao cunhado - De qualquer forma, não custa falar com ela sobre você... Dá pra ver o quanto gosta dela de verdade. - levantou e tocou de leve o ombro do cunhado -Mas não é certo com você que faça isso, o pai tem de ter responsabilidade, não é? - deu passos - Nos vemos pela manhã.

*

Quando Marcela e Denise voltaram do posto de saúde, encontraram Anthony e Marcus na cozinha.

Os dois explicaram que tinham ido até a casa de Laura, e pediram que ela o chamasse. Denise nesse momento sentiu a sensação de que o corpo estava "gelando".

Marcela percebeu e a fez sentar.

Anthony falou que discutiram, que o cara se recusou a ter qualquer responsabilidade e que o soco que tentou dar nele não o alcançou pois Marcus o impediu.

Nesse momento ela olhou para Marcus, mas novamente não conseguiu manter o contato visual, se sentia horrível.

Marcus disse - Mas depois eu mesmo fiz, pois ele insinuou que você poderia ter feito com qualquer outro também.

Denise viu a repulsa dele ao repetir.

Marcela se aproximou do irmão - Meu Deus, vocês brigaram?

- Estou bem, ele nem encostou em mim. Não podia deixar ele falar daquele jeito.

Anthony emendou que o cunhado gostava muito dela, e tinha uma proposta a fazer, e esperava que Denise escutasse e entendesse. Chamou Marcela e saíram.

Marcus disse a ela que Gustavo havia se recusado a aceitar a situação. Ela sentiu os olhos encherem d'água, mas não sabia dizer se pela informação ou por ele, que era tão carinhoso com ela, estar presenciando aquilo.

Ele estendeu a mão para ela tocar, e assim que ela fez, ele disse - Não precisamos contar aos seus pais sobre Gustavo, se não quiser. Eu serei pai da criança, cuidarei de vocês. Não tenho um lugar só meu agora, estou estudando ainda, mas podemos vencer. - "Se os dois me vissem falando isso, diriam que eu estava errado, que aqui também é meu lugar, mas não estou ajudando para isso, aqui é deles".

Ela estava escutando, enquanto as lágrimas rolavam, se dando conta de como aquele tão perto dela, parecia a amar tanto, mesmo com ela tendo feito algo que não era para ter acontecido.

Marcus prosseguiu - Vamos fazer assim... Você aceita sair comigo? Um encontro de verdade, pra que eu possa te pedir em namoro de um jeito melhor que esse. Eu vou te levar para jantar, você merece. É uma princesa, não deveria ser tratada como menos. Não dá pra te pedir em namoro na cozinha e você com o rosto todo molhado. - os dois riram quando ele terminou a frase, e ele lhe disse o quanto ela ficava mais linda ainda ao sorrir.

***

Gustavo Moraes


Quando ele nasceu, a família já não tinha mais a herança de seu bisavô, pois seu avô (pai de seu pai) havia perdido tudo em apostas de jogos de mesa.

O pai tinha de trabalhar o dobro, pois a esposa após o nascimento de Gustavo, ficou mais doente do que antes, e não pôde mais trabalhar para ajudá-lo. O que fazia com ele sempre descontasse a frustração no filho, dizendo o quanto o garoto era inútil e só trazia problemas.

A mãe dele faleceu quando o garoto tinha 10 anos. O pai, só falava com ele o necessário, e quando fazia, o lembrava de ser ambicioso, para que pudesse ao menos dar uma velhice boa para ele. Ensinou alguns truques ao filho, para ganhar em jogos, como seu pai havia ensinado, pois ele ia muito bem antes da fase do azar onde perdeu tudo.

Gustavo aprendeu nas ruas a sobreviver, observar, por isso entendeu que tinha de ao menos fingir que era da elite para ter acesso a eles.

O pai ganhava dinheiro vendendo produtos de porta em porta, e Gustavo dizia a si mesmo que aquilo "não era vida", que não ficaria de sol a sol, de porta em porta, para tentar ter um trocado. Mas as vezes em que foi com ele, também aprendeu um pouco sobre convencer as pessoas.

Aos 16, aceitou trabalho de ajudante, auxiliar, num restaurante mais luxuoso, o que foi bom pois estudaria como os ricos se portavam.

Depois de alguns meses, trabalhou em mais dois lugares como aquele. Usava o dinheiro para comprar roupas boas, e poder entrar em certos ambientes, fingindo pertencer a família de posses.

Ele lia sobre, e era inteligente, sempre teve boas notas na escola, apesar do pai achar que era caso perdido, mas isso se dava a não querer conhecer o filho de fato, pois tinha desgosto. Afinal, a esposa não poderia ter outro filho, o primeiro havia falecido e o médico alertou que ela poderia sofrer, o que aconteceu, pois ela quis ter outra criança.

Por ser bonito, ter aprendido a se portar como aqueles que observou por um tempo, ele conseguiu algumas amizades.

Quase sempre inventava que seus pais estavam fora do Brasil, e que por azar tinha de esperar eles voltarem para ter dinheiro, pois o que tinha na mão, "mal sobreviveria".

O pai começou a apresentar problemas de saúde quando Gustavo tinha 19 anos. Então parte do dinheiro que o rapaz conseguia com algumas mulheres que ele conquistava, era para remédios. Às vezes ele parecia melhor, outras não e foi passando o tempo.

*

Numa festa em que estava com alguns colegas que achavam que ele era rico também, ele conheceu uma mulher, herdeira de uma fortuna que ele logo pensou que seria a solução de seus problemas. Ela, educada, muito bonita, simpática, e com uns anos a mais que ele, acabou aceitando o contato que ele tentava fazer com ela.

Se davam tão bem, que ela quis fazer uma surpresa e um dia mandou o motorista dela seguir o táxi que Gustavo havia tomado (e claro, pago por ela) para enfim saber onde ele morava, pois ele sempre dava alguma desculpa.

Ela desceu do carro e observou a casa simples à sua frente. Ele tinha acabado de entrar, não a tinha visto, lógico. Aproveitando que uma mulher passava, perguntou se ela tinha visto o rapaz que acabara de entrar, e teve a resposta que sim, então perguntou se ele morava ali, e a mulher novamente respondeu que sim, e disse o nome dele.

A vizinha dele se ofereceu para chamar alguém da casa para atendê-la, e antes que ela pudesse recusar, a mulher já estava chamando. Ele abriu a porta e a viu na calçada. A vizinha explicou que a moça estava procurando, e ele aproximando do portão, disse um "obrigado" que mais parecia "já estragou tudo, agora se manda".

Gustavo, pálido, abriu o portão e perguntou o que ela fazia ali, já pensando que estava tudo terminado. Ela, com a paciência e educação que sempre teve, disse que não entendia, mas que poderia ouvi-lo.

Estava apaixonada, e ali ele confirmou mais ainda. Gostava dela, mas não era como aquela que ele já tinha dado o coração e foi proibido de amar, por não ter recursos para mantê-la.

A levou para dentro e lhe mostrou a vida de verdade que ele tinha, e seu pai na cama. Ela perdoou a mentira dele, dizendo entender, e prometeu que cuidaria do pai deles. Aos 23 anos, ele pensou ter encontrado a solução para ter uma vida boa, e enfim dar orgulho ao pai, fazendo por ele o que não puderam fazer pela mãe.

*

Regina conseguiu marcar a cirurgia, devido a alguns contatos, porém mesmo ela bancando, só poderia ser feita em alguns meses. Ela também bancou a carteira de motorista para ele, e quando se casassem (quando o pai estivesse recuperado) ele teria seu próprio carro, ou poderia sair com o motorista como ela fazia.

No aniversário dele, de 24 anos, ficaram numa fazenda, e ela pagou a uma vizinha para ficar com o pai dele em casa.

Na mesma semana ele conheceu Denise, uma moça que falava português, mas que "era de fora do Brasil". Linda, divertida, inteligente, e que ele notou querer atenção dele. Então porque não se divertir um pouco antes que ficasse amarrado de vez?

Sua futura esposa era linda e quase nos 30, então seria bom "uma despedida "com uma mais nova". E numa semana que não pode viajar com Regina, pois o pai não estava se sentindo bem, aproveitou que a avó de Laura tinha viajado para o interior, e combinou com a prima que naquele dia, convenceria Denise a se deitar com ele, já que a moça claramente o queria.

No dia da festa na pousada, Laura a chamou, e ela aceitou acompanhá-la pois "Gustavo estava preocupado com o pai, triste e queria o apoio dela".

Denise se sentiu importante, e ao encontrá-lo, ouvir o papo- e ele era muito bom na lábia- e que "só ela poderia estar ali com ele, dar-lhe um sorriso no rosto", se entregou mesmo com dúvida se gostava mais dele ou de Marcus.

*

Quando Denise falou que nos últimos dias não se sentia bem e estava "atrasada", ele logo viu seu plano com Regina ir por água abaixo se aquilo continuasse, então recusou qualquer possível ideia que Denise tivesse deles ficarem juntos. Apesar de saber que a família dela era dona da pousada ali perto, tinha noção que com Regina ele conseguiria mais rápido. Aproveitou que o pai tinha voltado ao hospital um dia antes e estava mal, e foi a desculpa perfeita para não estar com cabeça para o que ela dizia.

*

Denise contou a Laura que estava grávida, e que seu irmão tinha conversado com Gustavo e ele recusou, contou também que havia possibilidade de Marcus ajudá-la, que a amiga estava certa ele era mesmo apaixonado por ela, e ela gostava muito dele também, iria aceitar.

Laura não gostou de escutar aquilo, mas disfarçou, pois, queria Denise fora do caminho para ela chegar a Marcus (como se algum dia pudesse ter chances) teria de fazer alguma coisa para que o primo fosse obrigado a ficar com ela.

*

Poucos dias após, ele estava dobrando a esquina para chegar até o ponto de ônibus, quando viu na pracinha, Marcus e Anthony, dando apoio a uma mulher. Ao observar melhor (de longe) viu que era Regina, e ela não parecia bem, chorava muito.

Quando pensou em ir até lá, viu o motorista dela se aproximando com água, depois a apoiando até o carro e a levou.

Ele esperou o ônibus, e no caminho já pensava no que diria a ela pois "Com certeza, eles contaram sobre Denise" pensou cheio de raiva. E ao chegar em frente à casa dela, o motorista o recebeu, dizendo o recado: "Ela não queria vê-lo nunca mais".

Gustavo gritou o nome dela por algum tempo, pedindo que saísse para falar com ele, mas, foi inútil. O motorista apareceu novamente, dizendo que havia chamado a polícia, e que a senhora disse novamente para ele nunca mais procurá-la, e entregou o bilhete:

"Sei de tudo, me esqueça, e cuide da criança que nascerá".

Ele tentou procurá-la três dias após, mas a casa estava à venda, e foi informado de que ela tinha se mudado para outro bairro, talvez cidade, a funcionária não sabia ou não quis dizer.

Naquele dia, o pai piorou, e por falta de grana para medicação que precisavam, ele faleceu no dia seguinte.

Ao voltar do velório, viu Denise e Marcus em frente a sorveteria. " Por culpa dele e do outro, Regina terminou comigo. Não pude salvar meu pai por falta de grana. A oportunidade de ter uma vida boa se foi... isso não vai ficar assim. Você não será feliz, vou tomá-la de você."

No dia seguinte, ele aproveitou o horário que Denise costumava comprar o pão (quando comprava) e implorou que ela conversasse com ele.

Começou dizendo que o enterro do pai foi no dia anterior, o que a fez parar de andar.

- Por favor, me deixe falar com você.

Foram até a praça ali perto.

Ele pediu perdão, disse que estava com a cabeça cheia preocupado com o pai, e acabou acontecendo o pior de qualquer forma. Que o que ocorreu o fez pensar melhor que poderia construir sua família, que sabia que ela seria uma esposa perfeita para ele, que o ajudaria a ser melhor.

Ela o encarou - Você disse que eu poderia ter me deitado com outra pessoa. Você não se preocupou nem comigo nem com o bebê.

- Eu não estava pensando direito, me desculpa. Muita coisa aconteceu de uma vez só. - ele a tocou. - Eu fui horrível com você, mas não é justo que a criança cresça sem mim, eu sou o pai dela. Ou você vai me dizer que Marcus...

- Você é o pai, eu não me deitei com outra pessoa. - ela levantou, já chateada novamente.

Ele a segurou - Eu não estou te acusando, estou dizendo que ele pode te convencer, mas eu tô aqui. Perdi meu pai, não quero perder um filho também. - naquele momento, ele por alguns segundos, disse a si que poderia ser verdade, que ele poderia ter uma família de verdade. Então algo que ela falou, o chamou de volta, mesmo não prestando a atenção. Ele fez uma expressão confusa.

Ela repetiu. - Eu disse que preciso ir. Mas sinto muito o que aconteceu com seu pai, ninguém merece passar por isso. Eu estava com você, te dando apoio quando ele voltou pro hospital, mas não tive apoio seu.

Gustavo se aproximou dela, segurou seu rosto. - Me perdoa, preciso de você. - lhe deu um selinho. - Você não pode namorar ele, sei que vocês estão saindo, mas pense que ainda temos chance de formar uma família direito. Seus pais não ficariam mais tristes do que já vão ficar, pois claro que eles queriam que fosse de outro jeito, mas aconteceu, e não foi à toa, era pra ficarmos juntos. - ele se afastou um pouco e falou - Pense na cara deles se viessem, soubessem a história e ainda te visse com um cara que não é o pai da criança? Eu to aqui, vacilei mas to pedindo chance, eu sou o pai. Vai querer dar mais desgosto a eles? - "Calma Gustavo".

Ela ficou em silêncio, olhando para outra direção.

Gustavo disse que o próprio Marcus havia dito a ele na discussão que tiveram, que ele não deixaria que os pais dela vissem ela sozinha. Então repetiu que era bem melhor ser vista com o pai da criança.

A ajuda de Laura a ele, com os argumentos, foi precisa por causa da conversa que teve com a amiga. Aquele último argumento sobre os pais dela e ela não ter de mentir, a pegou de jeito. Sua prima parecia estar ao seu favor.

Denise disse que iria pensar melhor, mas ele conseguiu até chorar um pouco e usou novamente a morte do pai, para dizer que só dependia dela para ele ter uma família novamente. - Eu errei, vou te reconquistar. Irei falar com eles quando quiser.

- Preciso pensar. - ela se afastou, seguindo o caminho e enchendo os olhos d'água. - "Eu me entreguei para você, e gosto dele também, não pensei que pudesse gostar de duas pessoas assim".

Ele falou mais alto - Princesinha, pode apostar que terei você de volta. Vou te mostrar que quero você. - sorriu.

Parte do plano que ele nem tinha montado direito já começava ali. O importante era conseguir entrar, depois enriquecer às custas do irmão dela, e atormentar o tal Marcus o fazendo ver que quem tinha ficado com ela, foi ele. E sua nova futura esposa era tão linda quanto Regina, ele não sairia perdendo tanto.

Só faltava ela aceitar ele se aproximar, e convencer a família a dar-lhe uma chance. Casaria com ela, e eles "pagariam pelo que fizeram com ele e o pai".

O que ele não sabia, é que não havia sido Marcus, nem Anthony quem contou a Regina. Foi outra pessoa, que não queria que Marcus ficasse com Denise, não queria vê-la viver o amor que ela sonhava ter com ele.

Sua prima Laura, quem fez com que Regina fosse lá, e depois que contou, deixou a mulher sozinha, chorando, pois sabia que o primo sairia de casa por volta daquele horário para ir ao ponto, e então seria confrontado e ela terminaria, e como ele sabia que Denise era da família da pousada, tentaria ficar com ela, o que afastaria ela de Marcus.

Por coincidência, os dois estavam passando perto e viram a mulher "que eles nem sabiam quem era" chorando e estava como quem passava mal. Se ofereceram para ajudar até o motorista voltar. Foi quando, para a sorte maior ainda de Laura, Gustavo estava olhando os dois ajudando ela.

****
08/02/25


Gustavo: Eu não consegui encontrar ainda imagem desse cara mais novo. Porém, ele teria esses traços após os 30.

Regina:
Lucinha Lins

Denise:
Adriana Esteves

Marcus: Imaginem ele mais novo rsrs e assim vai evoluindo. Rsrs

****

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top