56. Não é o ciclo do retorno, mas um ciclo de desavenças e cobrança de dívidas
As ruas de Qingshui foram silenciadas. Durante o período noturno, um toque de recolher foi dado para todos em nome do mestre da cidade. No entanto, curiosas, aquelas pessoas espiavam pelas frestas das janelas de suas casas o que acontecia nas ruas.
Uma comitiva. A carruagem discreta estava à frente e havia muitos servos atrás da carruagem. O vento passava entre eles, uma lufada de ar fresco em meio ao desconforto. Todos eles pareciam nervosos. Alguns, o suor escorria pela testa e outros, tinham as costas molhadas. A pressão que vinha de dentro daquela carruagem era muito grande para eles e sequer sabiam qual pessoa estavam escoltando!
Se fosse somente um nobre arrogante, os mestres da cidade não se sujeitariam a isso e, se fosse um cultivador, qual a necessidade de mortais e cultivadores de baixo nível o protegendo?
Eles percorreram pelas ruas principais até chegar ao centro da cidade, onde abrigava o portal de teletransporte. Era uma grande estrutura circular, num arco majestoso feito de pedra branca, cravejada por runas da era antiga que brilhavam com uma luz suave. No centro do arco, o espaço estava sendo distorcido, como um véu de seda sendo puxado num vórtice de luzes coloridas girando em espiral.
Um barco voador estava ao lado, sua madeira era tão branca quanto a cor do portal e quase se camuflava perto daquele lugar. E, devido à altura do portal de teletransporte, pelo menos vinte vezes maior que o barco voador, ele parecia tão pequeno.
À frente do barco, um pequeno grupo de pessoas aguardava a chegada da carruagem. O movimento suave e constante parou e o tilintar dos sinos de jade verde pendurados nas bordas do teto. Ela parou a uma distância razoável, fazendo uma pessoa daquele grupo. A porta se abriu, fazendo o dragão esculpido na madeira abaixo da pequena janela desaparecer da visão.
Uma pessoa saiu de dentro da carruagem e respirou o ar puro. Sua mão foi até o chapéu e o retirou. Cai Xing saltou da escada para o chão enquanto guardou o chapéu na manga.
Xi Zi apareceu na frente de Cai Xing. Seus olhos estavam inchados e avermelhados. Ela segurou os braços de Cai Xing, sua voz estava muito rouca.
— Onde está Xie Yan?
Então, ele abriu caminho para sua cunhada.
— Shizun está com ele lá dentro.
A garota passou por ele e entrou. Enquanto isso, Cai Xing avistou algo interessante. De repente, ele estava ao lado de Xi Ze. Um sorriso indiscreto subiu em seus lábios e ele imitou a postura do líder de Tian Cang com as mãos à frente do corpo, as costas retas e olhando para frente.
Xi Ze, ao contrário de um Cai Xing bem-humorado, sentiu uma inquietação. Um pressentimento estranho se apossou dele. Olhou para o mais novo com um leve receio, as pessoas ao lado, servos pessoais de Xi Ze, estranharam a reação dele.
— Foi inteligente enviar Murong Fan para me vigiar. — Não olhou para o outro, mas viu Shen Zhengyi sair com Xie Yan nas costas e sua nora ao lado, conversando com ele.
O líder de Tian Cang não esperava que esse rapaz, embora muito inteligente, descobrisse isso tão rápido e, ao descobrir isso, ser tão direto e abusado quanto.
— Vigiá-lo? — Fingiu ignorância. — Será que o discípulo Luo merece tanto?
A expressão de Cai Xing, para aqueles que viam de fora, de repente, mudou, como se Xi Ze tivesse lhe dado uma boa notícia. Seu corpo girou e colocou a mão no ombro do outro.
— Mas, você já sabia, não é, florzinha delicada?
Xi Ze apertou os punhos. Um calafrio perturbador agitou sua espinha, o fazendo perder o controle da própria respiração. Suas costas ficaram, a cada segundo, mais molhadas pelo suor. Havia somente uma pessoa no mundo que o chamava assim. Ele estava prestes a se virar quando sentiu a ponta de uma lâmina nas suas costas.
Os servos iam dar um passo na direção deles, mas Xi Ze ergueu a mão, os impedindo de se aproximar.
— É melhor não fazer isso. — Cai Xing falou. — Nunca se sabe quando a vadia da minha espada pode enlouquecer. — Riu e fez uma pequena pausa antes de continuar: — É assustador, sabe? Sei que Shen Zhengyi realmente o odeia. Depois de tudo que você fez a ele... fico me perguntando como o prende a esse lugar e você.
— Nossos assuntos não interessam a alguém de fora.
— Isso é verdade, florzinha.
Xi Ze ignorou a última frase e engoliu a seco. Cai Xing era uma das únicas pessoas que o deixavam nervoso. Esse homem, uma vez, o torturou. Um tipo de tortura humilhante que o deixou sem face na frente de muitas pessoas.
— Ele sabe?
— Você acha que ele sabe? — Cai Xing guardou a espada e continuou a andar, parando do lado direito dele. — Vamos, pense... o que acha que shizun faria se soubesse que sou Cai Xing? Vou lhe dar uma dica, ele acertou a Matadora de Demônios em meu coração.
— Sei que vocês dois tinham uma relação nojenta. — falou, com uma expressão de nojo. — Fiz o necessário.
— Claro, covardia é seu melhor talento. — Ironizou.
O mais velho revirou os olhos.
— Ele não seria tão estúpido para não saber. É mais nojento o fato de que ele o queria como discípulo porque vocês dois se pareciam... no final, é realmente você!
A voz de Cai Xing flutuou com o vento, tão baixa, apenas para que Xi Ze fosse capaz de escutar.
— No entanto, o importante é que a florzinha saiba que, assim que possível, vou cobrar sua dívida com ele.
— Como se você fosse capaz. — Ele zombou e, pela primeira vez, virou o olhar, encontrando o de Cai Xing. — Não sou alguém, que você poderá tocar facilmente, Cai Xing.
Uma trovoada fez os céus estremecerem, seguida por uma risada maligna, quase cômica, eclodiu do fundo da garganta de Cai Xing.
— Não se superestime, florzinha. Um rato sempre será um rato, não importa se ele está na sua casa ou no trono dos céus.
Shen Zhengyi estava próximo, Cai Xing baixou a voz e sussurrou, usando energia espiritual para falar.
— Fico curioso para saber quem mais sabe sobre mim.
— Isso não lhe diz respeito.
Os olhos de Cai Xing formaram uma lua crescente.
— Claro que não. Isso não me diz respeito!
Xi Ze sabia, sabia a crueldade que viu naquele sorriso e mais daquele sentimento ruim e que o sufocava a cada vez ao encontrá-lo. Ele era mais poderoso, sua posição era muito elevada e de prestígio no mundo marcial, uma reputação excelente o cercava, tinha o homem mais poderoso e influente ao seu lado. Não lhe faltava nada.
Porém, tinha esse sentimento perturbador, como uma sombra muito escura e profunda em seu coração. Obviamente, como alguém de estima muito elevada, nunca deixaria que a outra parte soubesse dessa sombra ou a deixasse a usar de tal forma para prejudicá-lo.
Portanto, assim que Shen Zhengyi estava perto o suficiente, Xi Ze foi até ele, trazendo Xie Yan para seus braços, buscando outro assunto mais relevante.
— Como isso foi acontecer? — De repente, estranhou a falta de Murong Fan. — E o ancião Murong, onde ele está?
— É difícil saber, apenas com Yan'er se recuperando completamente saberemos. Entretanto, o Culto tem algo relacionado a isso. — Shen Zhengyi ajeitou sua postura e olhou Xi Ze, diretamente nos olhos. — Murong Fan era nossa toupeira, ele fugiu.
— Fugiu? — Arqueou a sobrancelha.
— Foi ele quem machucou Xie Yan? — Xi Zi perguntou, visivelmente aflita.
Shen Zhengyi colocou a mão no ombro dela e abriu um pequeno sorriso tranquilizador. Ele balançou a cabeça, negando a pergunta da jovem. Nesse meio tempo, Cai Xing havia passado para o lado de seu shizun.
— Dificilmente seria ele. O ancião Murong estava em Tian Cang quando Yan'er foi prejudicado. — Shen Zhengyi cerrou os dentes. — Liangyi já o examinou, entretanto, ele precisa do seu apoio e cuidado. Já enviei uma carta para as servas do pico, você pode ficar lá enquanto cuida dele.
— Sogro. — falou timidamente e deu um passo em direção à Shen Zhengyi, mas sua expressão mudou rapidamente, ganhando uma determinação. — Quando encontrar a pessoa responsável por isso, gostaria de estar presente. Quero ver o rosto desse desgraçado!
— Zi'er! Não é educado para uma dama falar tão rude! — O pai lhe chamou atenção.
— Que se fodam os modos, pai! — Sua voz se elevou e virou-se para o pai. — Essa pessoa machucou o meu noivo, eu quero arrancar os braços e as pernas dessa pessoa! Que o Dao Celestial proteja essa pessoa de mim!
Mestre Shen, mais uma vez, colocou a mão sobre seu ombro e suavizou sua voz.
— Zi'er. — Esperou ter sua atenção para continuar. — A pessoa que proporcionou esse sofrimento ao meu filho certamente irá sofrer seu carma. Serei esse carma. — Seus olhos, de repente, mudaram para Xi Ze e depois voltaram novamente à origem. — Mais do que tudo, desejo que cuide dessa criança que carrega em seu ventre. — O olhar de Xi Zi desabou. — Esteja ao lado de Yan'er quando ele acordar. — Ele viu os olhos daquela mulher encherem-se d'água. — Enquanto você protege as duas pessoas mais importantes em sua vida, estarei protegendo vocês.
Cai Xing, que apenas observava a cena, decidiu se intrometer:
— Não apenas Shizun, farei o possível também, cunhada. — Ele suspirou e inclinou suavemente a cabeça. — Dizem que o ciclo do carma é ainda mais poderoso que o ciclo do samsara.
Xi Zi não sabia se era devido à gravidez, mas o sentimento contido até aquele momento encontrou a vazão, derretendo-se em pequenas gotas escorrendo pelo rosto.
— Vem, vamos levá-lo para dentro.
Cai Xing ergueu a mão e, num movimento rápido, o corpo de Xie Yan deixou as costas do Líder Xi e flutuou no ar em direção ao barco voador.
Shen Zhengyi os observou até entrarem no veículo. Sua expressão facial mudou, ficando tão obscura e fria, que a temperatura ao redor dele e de Xi Ze baixou alguns graus. Os olhos cristalinos de Shen Zhengyi congelaram.
Os pensamentos de Xi Ze vagaram por um instante, esquecendo-se do perigo. Em toda sua existência, não sabia como alguém com duas raízes espirituais poderia ser mais talentoso que alguém com somente uma raiz espiritual, como ele. Sentia-se insultado por isso!
Pa.
A ardência no rosto veio tão repentina que fez Xi Ze dar dois passos para trás. Quando sua linha de visão se recuperou, estava tão surpreso que não conseguiu falar.
Se, para ele, Cai Xing era como uma sombra, Shen Zhengyi era seu medo real, materializado em sua frente. E essa pessoa, trouxe esse sentimento tão fervescente próximo a explodir.
— Se Xie Yan estivesse morto, mesmo que você destruísse minhas cinzas, queimasse minha alma e me impedisse de reencarnar, ainda daria um jeito de destruí-lo.
O silêncio que se seguiu permitiu que Xi Ze se recuperasse parcialmente daquilo. Ele levou a mão ao rosto, massageando a área vermelha. Seus dedos, não tremiam, somente, pela sensação extrema de medo, mas de raiva, um ódio profundo e humilhação.
Por quê? Uma única pergunta. Por que ele era incapaz de se mexer diante dele? Mesmo o tendo na palma de sua mão?
Essa pessoa não disse mais nada. Aquele olhar intenso, capaz de congelar até a sua alma. Ele se lembrava. Lembrava dos tempos que ainda era discípulo de tal presença aterrorizante. Lembrava-se de quando cortaram os laços de mestre e discípulo.
O olhar era o mesmo, entretanto, havia uma fagulha óbvia de decepção. Do quão pequeno se sentiu diante dele. Naquela época, aos seus trinta e cinco anos, ele queria apenas ser reconhecido e, com um erro, que para Shen Zhengyi, se tornou grotesco, foi jogado para fora da seita como um mendigo.
— Você... — Xi Ze finalmente conseguiu articular, sua voz rouca e cheia de ódio. — Você se esqueceu do nosso acordo?
A cabeça de Shen Zhengyi inclinou, suave. Ele parecia considerar as palavras de seu ex-discípulo.
A mesma expressão patética no rosto dele depois de muitos anos. Naquela época, ele poderia tê-lo perdoado, entretanto, a atitude de Xi Ze, não se importando com a vida de seu irmão discípulo, colocando-o numa situação de vida ou morte e depois, se tornando um espião dos anciãos mais velhos da seita... não. Nunca poderia perdoá-lo por isso.
O desprezo, evidente parecia ser capaz de reduzir Xi Ze ao pó.
— Pelo contrário. Acho que você, está se esquecendo do nosso acordo. Não mexa com aquilo que me importa. O lugar que guarda meu pertence, a qualquer momento posso pegá-lo.
— Isso é impossível! — retrucou.
Xi Ze cerrou os punhos com força. Seu cérebro o mandava gritar, atacar e destruir o homem que estava sempre o humilhando. Entretanto, ele obedeceu seus instintos. Algo naquela pessoa, uma aura que o fazia parecer intocável parecia zombar dele: "Tente. Veja o que acontece."
— Se algo acontecer ao meu discípulo enquanto eu estiver fora, não vai importar se o mundo queimar sob meus pés. — Uma pequena pausa, respirou fundo e cuspiu suas últimas palavras. — Fique quieto onde está e faça seu papel.
Como se tivesse perdido a razão, Xi Ze riu.
— Isso não vai acabar assim, você não sabe com quem está mexendo, Shen Zhengyi!
Shen Zhengyi não respondeu, apenas um sorriso zombeteiro ao abrir os braços. Ele apenas virou de costas, como se a presença daquele outro homem não merecesse sua presença. Enquanto caminhava para longe, a energia fria começou a se dissipar de onde estava, caminhando junto com sua origem ao deixar um rastro de gelo para trás.
— Shen Zhengyi! — ele gritou por fim, e respirou fundo, engoliu seu orgulho e depois falou: — Recebemos um chamado de Chengdu!
Ele não virou para trás, mas sabia que Xi Ze estava parado, encarando-o com ódio. Apesar de suas ameaças serem pertinentes, era apenas um blefe. Ainda não tinha confiança suficiente para enfrentar tudo o que precisaria. Xi Ze era somente seu peão, um cachorro que apenas valia algo por sua posição e por ter aquilo.
"Gostaria tanto de matá-lo..."
Olhou para o barco voador. Tinha confiança de que não moveria um dedo para seu discípulo mais novo enquanto sua própria filha estivesse perto.
"Preciso reajustar tudo novamente."
Assim que controlou seu humor, já estava dentro do barco voador. Não parecia mais aquela pessoa que estava prestes de destruir um dos homens mais poderosos do continente.
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Dias depois...
A rachadura no céu acima da cidade de Cheu chamou atenção de todas as pessoas. Elas olhavam para cima, esperando que algo muito poderoso saísse dela devido ao poder espacial que estava emanando. Mesmo o talismã de teletransporte mais poderoso seria capaz de abrir uma fenda como aquela.
Grande o suficiente para cobrir metade de um distrito, a matéria escura dentro dela, com o brilho imponente das estrelas causou uma mistura complexa de medo e admiração. Entretanto, devido as recentes ações dos cultivadores demoníacos, controlando e invocando fantasmas naquele lugar, ressurgiu como uma sombra infeliz.
Notícias vindo da Montanha Hua não eram as melhores. Diz-se que o Mestre de seita Qiao desapareceu depois da batalha contra o líder do Santuário Huang Quan. A maior parte do território principal de Xue Hua foi queimado. Havia um rio de sangue escorrendo pelas montanhas.
Hao Ran, junto com os discípulos, saqueou todos os tesouros da seita, sequestrando, principalmente discípulas femininas. A biblioteca de Xue Hua foi completamente queimada, deixada às cinzas. O fogo, naquela época, era tão alto que era possível ver da cidade.
Depois disso, ainda houvesse aqueles aventureiros em busca de espólios, pegando aquilo que restasse naquele lugar. Uma das maiores seitas do Jianghu havia caído da noite para o dia, sem deixar rastros. Portanto, mais uma agitação agora na cidade, traria seu fim.
O mestre da cidade, ao lutar com alguns cultivadores do mal, se sacrificou para proteger Cheu. Agora, o mestre da cidade por direito, era Gu Yuyang, entretanto, enquanto ele não retornasse, a cidade ficaria sob ordens do irmão mais velho do antigo mestre da cidade.
O desastre para Cheu, só não foi maior devido a proteção da Torre dos Ventos. Um grupo de anciãos rapidamente preparou uma formação mágica que repeliu a maior parte dos cultivadores demoníacos. Aqueles em nome da Torre dos Ventos, saíram das sombras para lutar contra aquelas coisas malignas.
O novo mestre da cidade saiu de sua residência para ficar nos céus, abaixo daquela fenda espacial. Embora seu corpo tremesse apenas de se aproximar, deveria ficar ali ou a família Gu encontraria seu fim ao perder totalmente sua carta!
Mas, o que eles esperavam, não aconteceu. O poder mamando daquela rachadura cresceu e quando estagnou, uma sombra alaranjada saiu dela em direção ao Monte Hua. Alguns segundos depois, quando a rachadura desapareceu todos puderam respirar e o Mestre da Cidade, finalmente pôde voltar à sede principal.
Enquanto isso, no Monte Hua, aquela sombra alaranjada pousou no topo da montanha principal. Essa pessoa, era Huo Liangyi e, ao seu lado, You Xiaolin tão branco quanto um fantasma. Era a primeira vez que usavam esse tipo de transporte, ao rasgar o espaço, ele estava muito assustado.
O fogo ainda queimava em vários lugares. Huo Liangyi ergueu a mão e espalhou seu poder espiritual até onde conseguia e suprimiu o fogo, apagando-o. As cinzas começaram a subir pelo vento.
Ele olhou ao redor, parecia procurar algo, até que parou numa direção.
— Olhe ao redor e veja se tem algum sobrevivente. — falou para seu discípulo. — Não vou demorar.
Então ele desapareceu da visão de You Xiaolin e foi para o leste.
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GLOSSÁRIO
啪 (pā): Essa é a palavra mais comum usada para descrever o som de um tapa, seja em uma pessoa, uma superfície ou até mesmo algo batendo contra outra coisa. Ela é bem versátil e pode ser usada em diferentes contextos.
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