Capítulo 7 - O jantar
A água quente escorria pelo me corpo, enquanto eu enxaguava meu cabelo. Fechei a torneira e me encostei na parede, as gotas escorriam pelo cabelo caiam na minha face enquanto eu deslizava em direção ao chão. Devagar as lagrimas começaram a cair pela minha face, a água começou novamente a cair pelo meu corpo. Minha mão foi de encontro à parede e houve um pequeno estrondo.
- Ninguém nunca mais vai me fazer de idiota. - sussurrei para mim mesmo. - Nunca mais...
Deixo que a água caia no meu rosto e lave minha face, fecho novamente a torneira, pego a tolha e seco meu corpo. Paro em frente ao espelho e olho para a minha face quando ouço meu pai do outro lado da porta.
- Guilherme? Esta tudo bem filho?
Era Jhosua. Pelo tom de sua voz ele estava preocupado, deveria ter ouvido o soco que dei na parede do banheiro. Respirei fundo, coloquei um sorriso no rosto e respondi:
- Estou pai, estou quase saindo. Algo de errado?
- Não. Devo ter imaginado alguma coisa. Não demore, já esta quase na hora e seu namorado deve esta chegando.
- Tudo bem pai, não demoro.
Olho para meu reflexo mais uma vez, dou um sorriso e saiu do banheiro. Vou ate o guarda roupa e pego uma calça jeans azul marinho, visto uma camisa branca de mangas longas e dobro-as ate que elas fiquem próximas aos meus cotovelos. Coloco um colete preto sobre o mesmo e o fecho. Calço meu All Star e olho para o espelho avaliando quando ouço a voz dele.
- Você esta lindo.
Math estava parado na entrada do meu quarto. Ele estava com uma calça jeans um tom mais claro que a minha, estava com uma camisa branca e por cima desta havia uma camisa xadrez vermelha de mangas longas que assim como a minha estava dobrada ate o meio de seu braço, em seus pés All Star vermelhos.
- O que você faz aqui?
- Seu pai deixou que eu subisse.
- Será que é pedir de mais que eles prezem pela moral e pelos bons costumes, o básico pelo menos. Em que mundo os pais mandam o namorado por quarto do próprio filho?
- Os seus pais... - disse ele rindo.
- Claro, é a mesma coisa que dizer aos seus pais que você gosta de outro garoto.
Silencio.
- Seus pais não sabem que você... - digo o olhando atentamente.
Ele abaixa a cabeça e levanta ela levemente não me olhando diretamente nos olhos.
- Isso não deveria me surpreender. Agora se hipoteticamente nos fossemos ficar juntos, você contaria ou namoraria comigo às escondidas?
Paro próximo dele suficiente para poder ouvir sua respiração, seus dedos começam a brincar entre si.
- Foi o que imaginei. - disse por fim, passando ao seu lado, mas ele segura minha mão, e o olho confuso.
- Eu arranjaria forças para enfrentar tudo e todos, faria qualquer coisa para ter você comigo, mas eu preciso ter a certeza de que você seria meu... - ele me olhou com urgência.
- Math eu realmente não sou o garoto certo para isso.
- Mas você acabou de dizer...
- Hipoteticamente, Math... Eu não vou amar você. Essa é a verdade.
- Esta dizendo para desistir de você?
- Não. Se você quer algo vai ter que correr e fazer tudo o que esta ao seu alcance para chegar aonde você deseja, mas os sentimentos e o sofrimento são seus.
- Eu...
- Vamos Math. Esta na hora de você fazer o que veio fazer aqui... Fingir. Isso é o mais próximo de um namoro que você vai ter comigo.
Segurei sua mão e beijei seu rosto.
- Ainda odeio você, mas de alguma forma acho que gosto de você. - disse dando um largo sorriso o puxando em direção à sala de jantar.
Todos estavam à mesa quando nos aproximamos, Math passou seu braço em volta do meu corpo e me beijou a testa. Meus pais conversavam com meus avos que nos olharam quando sentamos-nos à mesa. A mesa estava cheia de guloseimas feita pela minha avó. Um peru assado era apresentado majestosamente no meio da mesa de vidro, arroz a grega e outros delicias feita por ela.
A conversa durante todo o jantar foi animada, Caleb fazia varias perguntas a Math que respondia sempre com muita segurança. Ele inventou todos os momentos que nunca tivemos juntos, e quando eu derrapava em algum momento ele me sinalizava segurando a minha mão e com a forma de me olhar.
A noite passou rapidamente e o relógio começou a soar onze da noite, estávamos todos na sala. A lareira estava a todo vapor quando Math me abraçou forte e disse que precisava ir. Apenas acenei com a cabeça e o levei ate a porta. Ele parou na minha frente, segurou meu rosto e se aproximou devagar.
Seus lábios tocaram os meus, eles eram doces e macios. Os beijos eram longos e calmos, seus braços envolviam meu corpo e deslizavam sobre a extensão das minhas costas. Quando a voz de Caleb ecoa atrás de nos.
- Não esta na hora de ir Math? - dizia ele em meio a um sorriso.
- Claro. - disse ele envergonhado, esbocei um sorriso - Ate amanha amor.
- Ate... - eu disse.
Fechei a porta e meu pai ainda estava ali parado.
- Ele realmente é bom rapaz.
- Eu sei que é. - disse dando um largo sorriso satisfeito que eles tenham engolido a mentira.
- Mas... - disse meu pai me olhando, juntando as duas mãos e levantando apenas os indicadores, colocando em sua boca fazendo com que os mesmos fossem apoio um do outro enquanto os outros dedos estavam curvados.
Merda - eu pensei.
- Ele não é seu namorado. Acredite que eu quase cai no seu truque filho, mas eu sou um pouquinho mais esperto.
- Fora que foi feio nos enganar filho. - disse Jhosua aparecendo atrás de Caleb e postando sua cabeça em seu ombro.
- Mas... Como?
- Isso não interessa, mas sim o seu castigo por nos enganar.
- O que vai ser dessa vez?
- Algo que você vai odiar... - disse Jhosua com um sorriso de felicidade.
Aquele sorriso não era nada bom.
- Você vai namorar com aquele garoto por seis meses, esse é o seu castigo.
- Vocês estão de brincadeira?!
- Você decide. Ou prefere ficar sem celular, televisão, computador pelos próximos dois anos.
- Pai! - olhei para Jhosua pedindo socorro.
- Não me olhe assim filho é ele quem manda. - disse rindo, se afastando.
- Então o que me diz? - disse Caleb me estendendo a mão. - Vamos fazer esse acordo?
lwP~
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