Capítulo 3 - Ele

- E quem mais seria?

- Seu irmão. - disse sarcasticamente. - O que você faz aqui?

- O que você acha que vim fazer?

- Me comer é que não vai. - digo arqueando a sobrancelha e dando a língua como uma criança.

- Você esta me dando um fora?

- Quer que eu desenhe Arxos? Ou você é surdo mesmo?

- Você não pode me dispensar? Eu não sou meu irmão.

- Bingo! Meu coração pode ate palpitar ainda, mas não é por você meu caro. Agora se me der licença...

Sinto sua mão se fechar em meu pulso, ele me puxa para mais perto dele.

- Você não vai me dispensar Guilherme. - insistiu ele.

- Algum problema? - a voz grave ecoou em meus ouvidos e me senti aliviado.

Arxos soltou meu pulso ao ver o dono da voz, ele estava em pé com parte do corpo do lado de fora do carro da policia. Kal tem vinte e quatro anos, dono de um metro e oitenta, olhos castanhos, cabelo liso que dava pequenas ondas, possuía barba rala que desenha o formato de seu rosto, sem bigode, sua pele era alva, mas bronzeada. A farda mostrava seus músculos definidos pela pratica de vôlei. Havíamos nos conhecido no meu primeiro incidente na cidade.

Kal desceu da viatura e caminhou ate a minha direção, olhou nos meus olhos e esboçou um sorriso por me ver, então ele segurou meu braço e olhou para o vermelho em meus pulsos.

- Quem é você? - disse olhando para Arxos e se aproximando.

- Arxos Albuquerque.

Kal curvou seu corpo em cento e vinte graus, seus dedos se fecharam na palma de sua mão, seu braço esquerdo se elevou e em uma fração de segundo Arxos estava no chão com a mão em seu rosto, grunhia como um animal.

- Não me importa quem você é ô mauricinho. Então é melhor você vê como se comporta por essas bandas. - ele cuspiu em cima de Arxos e se agachou - e na próxima vez que eu ver você agarrando "meu" - ele enfatizou essa palavra - eu vou da um jeito para que essas mãos nunca mais toquem nada.

- Quem você pensa que é?

- Eu sou a lei aqui cowboy, então é melhor ter cuidado onde pisa. - ele deu um sorriso camarada - Seja bem vindo a cidade. E você... - ele olhou para mim se levantando - Você vem comigo.

- Não sou obrigado.

- Claro que é, quer que eu ligue para seus pais?

- Você não faria isso. - disse duvidando.

Kal pegou o celular e ativou o modo viva voz, o auto falante do aparelho começou a chamar.

- Alô - a voz de meu pai Jhosua ecoou em meus ouvidos.

- Ok! - sussurei.

Ele riu e desligou o telefone. Fechei a cara e segui para a viatura policial. Kal estava rindo enquanto verificava que Arxos ainda estava no chão e olhou para mim que já o esperava no carro.

- Pode ser agora ou ta difícil? - gritei, ele sorriu e caminhou em minha direção.

Eu estava esparramado no banco do passageiro, ao lado de Kal. Estava com os fones de ouvido, ele não havia pronunciado uma única palavra desde que havíamos saído do pátio da faculdade. As imagens passavam com uma calmaria pela janela de vidro enquanto eu olhava para as pessoas que iam e viam pela rua.

Todas as vezes que eu entrava naquela viatura eu voltava a ser o velho Guilherme. Ele sabia que eu não queria conversar dentro daquele carro então me deixava afundar em meus pensamentos. Era irritante ter Kal no meu encalço e que possuísse o telefone de um dos meus pais e desde que ele descobriu que eu era filho de Jhosua ele cuida de mim, se é isso que posso dizer.

A lua estava cheia no céu sem nuvens, haviam poucas estrelas naquela noite. havia um aglomerado de alunos da Waststanford na viela de mão única que ia dar no píer da cidade, haviam vários carros, paredões de som emitiam um som alto enquanto algumas garotas dançavam como putas e outros transavam enquanto dançavam. A pintura do meu volvo reluzia com a luz da lua e entrava em contraste com o Fox vermelho de Julio. Eu estava encarando o garoto magro de um metro e sessenta que usava óculos. Um típico nerde se ele não fosse um dos mais populares da escola, não pelo fato de ser um bonito ou outra coisa, ele era filho do prefeito e tinha regalias e eu as queria para mim.

- Então vai amarelar pivete?

- Eu não sou pivete seu viado.

Meus olhos se focaram no garoto, minha sobrancelha se arqueou e me aproximei do garoto. Meu porte era maior do que o dele e eu poderia quebrar a cara dele sem sujar minha camisa branca de sangue.

- Repete quatro olhos. - segurei a gola da sua camisa. - Repete.

Seus olhos se desesperaram. Eu dei um largo sorriso.

- Não borre as calças garoto. Então vai ou racha? Ah... Você não tem escolha. - o joguei no chão e ri com a cena.

- Podemos começar meninos? - perguntou Graziele que me beijou a boca.

Grazi é uma garota morena de olhos verdes, cabelos longos e compridos, possuía um corpo escultural e vestia um short jeans e uma blusa preta que realçava seus seios além de estar usando um escarpin preto. Cursava psicologia na Waststanford. E não eu não gosto de mulher, mas ela gosta de pegar gays.

- Por mim tudo bem.

Entramos nos carros e Grazi pegou uma fita vermelha e ficou entre os dois carros, a musica alta era a trilha sonora que fazia ela rebolar enquanto indicava a contagem regressiva. Meus olhos se focaram na rua estreita e no ponto de chegada no final do píer onde outra parte dos alunos nos esperava.

Três...

Dois...

Um...

Ela se agacha e acelero o carro, em poucos segundos estou a cento e oitenta por hora. Julio havia ficado para trás, mas um cachorro estava no meio da rua, a pata estava machucada. Ele não conseguiria fugir e eu não iria mata-lo então em um rompante desvio do animal e bato o carro em um latão de lixo e...

- Como ele esta?

- Ai... - retorqui ao abrir meus olhos devagar e ver o para medico me examinando enquanto um policial estava atrás dele.

- Vai ficar bem, não foi nada grave. - disse ele em meio a um sorriso camarada se levantando e nos deixando sozinhos.

- O que você tem na cabeça garoto? - dizia ele em tom de autoridade.

- Você não é meu pai. - retorqui. Minha cabeça doía como se eu estivesse me embebedado a noite toda, não que isso fosse uma mentira ate porque eu havia bebido mesmo.

- O que você acha que eles vão pensar quando souberem disso? Onde esta a sua carteira?

- Procurou ali? - apontei para o carro de lataria amassada.

- Olha como fala comigo garoto.

- Bláblábláblááá.... Será que posso ir agora?

- Não. Quero saber quem são seus pais... Mas você me tem um rosto muito familiar.

- Me desculpe, mas você não conhece meus pais garanto. Ate porque eu sou adotado.

- Um garoto mimado, ah que dó. - disse ele tirando sarro.

- Você é sempre tão irritante? - fechei a cara.

Toco nos meus bolsos a procura de meu celular, mas não o acho.

- O que esta procurando? - o ignoro. - É isso aqui?

O olho rapidamente e o vejo com meu celular na mão e no instante seguinte ele começa a tocar. Na tela a imagem dele aparece e o seu nome.

Papai ligando....

Ele me olha com um sorriso de satisfação e atende a ligação.

- Guilherme?

- Não senhor aqui é Kal o delegado da cidade e estou com seu filho.

- Mas o que houve? - eu podia ouvir a voz de meu pai em alto e bom som.

- Chegamos. - disse ele me tirando dos meus devaneios.

O olho vagamente e suspiro.

- Porque me trouxe aqui?

- Será que podemos ao menos conversar Guilherme?

- Sobre...

- Nós dois.

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