Capítulo 14 - A verdade

Olá meus amores, como todos sabem não costumo postar avisos antes dos capítulos, mas estou aqui para avisar que estamos na reta final de I'm Bad este é o antepenúltimo capitulo deste romance, espero que gostem. 

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Meus olhos se abriram devagar, eu estava preso em uma cadeira, amarrado e amordaçado. Uma luz intensa amarelada caia sobre a minha cabeça. Eu estava desorientado, olhei para uma imensa escuridão enquanto erguia minha cabeça, meu pescoço doía. Olhei para meu corpo e me vi amarrado com cordas, automaticamente tentei me desvencilhar das amarras que me prendiam, mas não tive sucesso.

Então um clarão iluminou Marxos que estava preso em uma cadeira, amarrado e amordaçado como eu, ele me olhou com urgência. O que estava acontecendo, porque nos dois estávamos amarrados ali. O desespero começava a tomar conta do meu corpo, quando uma lâmpada é acessa entre Marxos e eu.

Ele estava serio, ele olhava diretamente para Marxos. Ele parecia não estar feliz em vê-lo. Seus punhos se cerraram, mas ele respirou fundo e caminhou ate ele. Sem dizer uma única palavra ele tirou a mordaça abruptamente da boca dele e caminhou em minha direção, ele se agachou na minha frente e me olhou nos olhos.

- Me desculpe por isso, eu não pedi que fizessem isso com você. Eu realmente sinto muito. Deixa eu tirar isso – suas mãos foram de encontro a mordaça, ele a retirou com cuidado e depois seguiu para as amarras em minhas mãos.

- Por que esta fazendo isso? – perguntei. Meu corpo mesmo sendo libertado estava preso em um estado que eu não conseguia me mover daquela cadeira. As amarras eram desnecessárias.

- Eu preciso que me ouça, as coisas não são o que parecem ser.

- Seu desgraçado! – Marxos esbravejou. – Quando eu me soltar você vai pagar por isso.

- Cala a boca Marxos! – ele gritou de volta. Então olhou para mim e suspirou. – Quero que você saiba de toda a verdade. E não é o que ele disse a você. – ele apontou para Marxos.

Soltei um sorriso nervoso de escárnio.

- Que maravilha. Como vou saber que você não esta mentindo?

- Espero que acredite em mim. Apenas isso. – disse ele se levantando e caminhando ate onde seu irmão se encontrava.

As luzes do enorme galpão se acenderam. Estávamos no centro rodeados de vários televisores em diferentes alturas, que formavam um cubo aberto nos cantos. As telas estavam cinzas e chiavam quando de repente as telas ficaram pretas e o silencio se instaurou no lugar. Arxos se sentou de frente para o irmão.

- Essa é a verdade...

- Ei – eu cutucava Marxos enquanto ele apenas se virava na cama. – Não estou com paciência para ser sua baba hoje Marxos, vai se atrasar pro seu... Como você chama aquilo? Ah... emprego.

- Não estou me sentindo bem Arxos vê se não enche.

Gargalho.

- Eu avisei para não comer os frutos do mar no jantar dos Alvarenga, mas você não me ouve. Esta interessado no Caio Alvarenga por acaso? – ele me olhou enquanto sentava-se na poltrona que ficava próximo a janela.

- Porque esta perguntando isso?

- Por nada, vocês sumiram por umas duas horas... Imagino que andaram se divertindo...

Gargalho novamente.

- Não enche.

- Claro. Esta agindo como um adolescente. Na verdade você sempre agiu assim.

- Pelo menos eu não vou trabalhar no lugar do meu irmão gêmeo fingindo ser ele.

- O que poso fazer – ele sorriu – É divertido. Mas levanta dai hoje é seu primeiro dia no ELITE se esqueceu? Professor de calculo.

- Tenho plena certeza que não vou trabalhar hoje, você poderia quebrar meu galho hoje.

- O que eu ganho?

- Serio que esta falando isso pra mim? Não somos mais crianças Arxos.

- Que seja, mas você me deve uma e vou cobrar.

- Que seja. Será que você pode ir agora.

- Claro, claro. Já estou indo.

Definitivamente não era um problema usurpar o lugar do meu irmão, eu agia como ele e não haveria como levantar suspeitas, mas esta era a primeira vez que eu iria ser professor de calculo. Fizemos os mesmos cursos, as mesmas faculdades e ao contrario dele não sou tão formal.

A rua estava tranquila, os carros iam e viam pela via expressa, o Elite não ficava muito longe do centro da cidade, era uma grande área verde com vários prédios. Estacionei o carro de Marxos na vaga que era destinada a professores. Peguei a maleta dele e sai do carro.

A maleta pendeu um pouco e xinguei mentalmente ele por não ser tão organizado quanto parece, a fivela da maleta parecia estar a ponto de explodir e eu esperava que não explodisse, seria horrível ter vários papeis voando pelo lugar e a dor que seria explicar para Marxos sobre como eu perdi cada precioso documento dele e definitivamente eu não queria ouvir sermão logo hoje.

Eu estava deixando a cidade, iria fazer algo diferente, algo que não iria fazer com meu irmão. Estava de partida para Portugal, faria uma pós graduação em Arquitetura e nada iria me desanimar ou me fazer mudar de ideia.

Eu estava subindo as escadas distraído com as imagens dos vários adolescentes sentados conversando ou se encaminhando para as suas salas quando sinto meu corpo se chocar com alguém.

A mala que estava na minha mão foge os meus dedos e uma chuva de papel começa a cair. Meu corpo vai de encontro ao chão e automaticamente as palavras saem pela minha boca quando vejo o borrão de um garoto no chão ao meu lado.

- Não enxerga por onde anda moleque? – gritei levantando-me do chão.

Meus olhos buscam pela face do desastrado e algo inesperado aconteceu.

- Me desculpe – ele conseguiu dizer enquanto juntava os papeis que podia.

Sua face estava ruborizada, meus olhos ficaram presos aos dele.

- Tudo bem eu vinha distraído. – falei mais calmo enquanto pegava algumas folhas e desviava meus olhos daqueles olhos castanhos.

Ele olhou para mim e disse:

- Você não é um vampiro ne? Tipo Edward e talz?

- O que? - comecei a rir.

Sua face ganhou um tom carmesim e no instante seguinte o vi correndo pelo corredor de um jeito desengonçado. Peguei os papeis que ainda estavam no chão e os coloquei de volta na maleta. Por alguma razão aquele garoto me chamou a atenção e a minha surpresa foi maior ao vê-lo na classe em que eu daria e quando nossos olhos se encontraram eu senti um misto de felicidade e desejo enquanto ele me olhava com aqueles grandes olhos âmbar.

Quando o dia terminou e retornei para casa Marxos estava deitado com Caio ao seu lado.

- Que merda Arxos! – exclamou ele aos sussurros.

- Então essa era a sua doença? – disse em meio aos sorrisos.

- Isso não é da sua conta. Como foi no trabalho?

- Muito bem.

Contei a Marxos tudo o que havia ocorrido naquele dia e ele me ouviu atentamente quando dei ênfase ao garoto chamado Guilherme de sua turma de calculo. Marxos não parecia interessado então eu decidi tomar outra abordagem.

- Porque não me deixa da as aulas no Elite, tire esse semestre de folga.

- Hahaha! Você acha mesmo que vai enganar o Gui assim Arxos?

- Você não muda mesmo Marxos.

- Você não aguenta perder não é maninho?

- Calado! – os punhos de Arxos tocam a face de Marxos e sangue espira no chão.

Eu continuava estático, uma sensação de enjoou parecia me dominar. Fiz menção em abrir minha boca, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, meu corpo pesou e mais uma vez me perdi em meio à escuridão.

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