Capítulo 6 - Flores vermelhas

Peço desculpas pela minha falta de postagens mas meu TCC consome de mais de mim e fico sem tempo fora o trabalho. Mas aqui esta mais um capitulo para vocês.

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Sabe aquele momento que você não acredita em como as coisas fugiram do controle? Eu me sinto assim nesse momento. Eu estava com meus pais me olhando com um sorriso "debochado" no rosto. O que aconteceu com a moral social e os bons costumes? Tá sei que não sou nem um pouco moralista, mas não é essa a hora em que sou espancado e expulso de casa, ou apenas apanho e mudo de cidade e guardo meus sentimentos pra mim?

Seria pedir de mais algo clichê?

Eu estava sentado e preso no meu mundinho quando percebo que meu pai esta todo entrosado com Marxos, ambos olhavam pra tela da televisão e viam o jogo, parecia ate que se conheciam e eram amigos há muito tempo, dava pra acredita nisso? Era algo que eu não esperava ver.

Ta quem esperar um filho de um casal gay reclamar? Santo Deus o que eu sou? E enquanto eu olhava incrédulo para aquilo tudo meu pai Jhosua me olhava com um leve sorriso, ele levantou uma das sombra celhas e se virou, aquele sinal indicava que ele queria falar comigo, aquele sempre foi um código para o tipo de conversa que me confortava e me tirava de certas duvida com relação ao que eu deveria ser e fazer.

Sem ser notado caminhei ate o corredor que dava acesso a escada e ao hall de entrada da cozinha, Joshua pegava uma jarra de suco na geladeira e pegava um copo longo de vidro e o enchia com suco de manga, em seguida ele se sentou na bancada e olhou para mim, me aproximei dele e me aninhei em seu corpo.

Ele pousou suas mãos em meu ombro e o acariciou, olhei para seu rosto vagamente e ele sorriu largamente, por alguma razão meus olhos se encheram de lagrimas e elas começaram a cair devagar, meu pai me puxou e me abraçou forte. Ele sempre foi bom em me confortar eu tinha tantos medos e ele sempre me ajudou com todos eles desde o começo.

Ao contrario do que a maioria pensa eu não sou um bebe de proveta ou de barriga de aluguel. Nem muito menos era pequeno, quando fui adotado tinha meus quatorze anos, eu sempre fui um garoto rejeitado. Mas no entanto quando ele colocou os olhos em mim em um canto solitário decidiu que iria me dar um lar. Claro que antes eles se aproximaram de mim, sempre iam me visitar. Levavam-me nos feriados e cheguei a viajar com eles para a França, antes de ser finalmente adotado. Todas as vezes que eu tinha medo ou me sentia sozinho ele sempre me abraçava daquela forma. Ele não precisava falar para dizer que estava comigo porque eu sabia que ele estava.

- Então vai me explicar? - disse ele devagar acariciando meus ombros.

- Eu não sei por onde começar...

- Que tal pelo seu medo? - ele me olhou.

Abaixei a minha cabeça por vergonha.

- O que eu falei a você filho? - ele levantou o meu rosto.

- Que eu jamais abaixaria minha cabeça novamente por vergonha de algo que eu não sei... Mas é que isso é diferente, sempre pensei que esperassem uma garota na sua sala e não um marmanjo ainda mais meu professor de calculo na faculdade. E muito menos esperava uma velha fofoqueira.

Ele riu.

- Sabe que ela não fez por mal. E isso me alivia pensava que ia ficar para a "titia" - falava rindo.

- Paaai! - eu resmungava em protesto.

- E me deixa triste ao pensar que não aceitaríamos você do jeito que você é. Você tem dois pais e sempre falamos que o que você escolhesse não seria um problema para nós.

- Eu sei pai...

- Então não fique com essa cara, seu pai parece que gostou dele.

- Parece? Você notou que nenhum dos dois percebeu que saímos da sala. - estreitei os olhos e cruzei os braços.

- Quem disse isso - disse Marxos entrando na cozinha com meu pai do lado, ele se aproximou e mim e fez menção ao olhar meu segundo pai que deu apenas um meneio de cabeça, fazendo que imediatamente ele me puxasse para junto do seu corpo.

- Seu pai disse que eu poso namorar com você. - disse ele sorrindo.

Olhei para o meu pai e arregalei os olhos. Ele olhou para outro lado.

- E eu fui ao menos consultado?

- Não creio que precisava filho, vocês estavam se agarrando na rua. - disse Caleb meu segundo pai.

Caleb ao contrario do meu pai Joshua é moreno, bronzeado pelo sol, seus cabelos são negros e curtos de um jeito espetado. Como frequenta a academia com regularidade tem um bom porte físico. É mais alto que meu pai Joshua. Seus olhos são de um castanho claro.

Então abruptamente a porta se abre e vejo Matheus adentrar pela porta da cozinha com um ramalhete de flores vermelhas.

- Sogrão cheguei! - anunciou aos gritos.

- Mais que raios você faz aqui Matheus?

Sem saber o que se passava, ele abaixou o ramalhete que lhe cobria a face e olhou para todos. Automaticamente senti Marxos me puxar para mais perto e me prender em um abraço forte, meu corpo foi movido por milésimos de segundo para ficar parcialmente atrás do seu corpo.

- O que ele faz aqui? - guinchou ele com os olhos estreitos jogando as flores no chão.

- Eu que deveria saber o que você faz aqui seu idiota! - berrei.

- Acho que você não deveria estar aqui. - disse Marxos.

Sua voz estava pesada e grave. Pude sentir que Matheus mudou suas feições e se aproximou de mim intencionalmente.

- E é você quem vai me fazer sair daqui professorzinho?

Então a mão de Marxos se levantou automaticamente, seu braço pegou impulso e se flexionou e em um movimento rápido, me desloquei de trás de seu corpo e me pus na frente de Matheus esperando pelos dedos apertados fortemente contra a pele de sua palma indo em direção a minha face.

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