Capítulo 3 - O Garoto que Canta
O sol brilhava naquela manhã de sábado, as nuvens dançavam no céu azul. O vento balançava a copa das arvores enquanto eu saia de casa vestindo uma bermuda leve e uma camiseta que deixava a mostra meus braços que diziam as pessoas serem musculosos, mas eu francamente nunca me importei com isso. Peguei meu celular e os fones que estavam nos bolsos da bermuda. Liguei o player e me alonguei enquanto caminhava pela calçada da rua ainda vazia as oito da manhã.
Como de praxe eu sempre me perdia em pensamentos, nada fora do comum. Minha mente viajava durante os acontecimentos da semana e eu sempre esboçava um sorriso quando me lembrava de algo engraçado, mas então a lembrança dele tomou minha mente. Meus pés se movimentaram mais rápido e inicie minha corrida.
À primeira vista o professor Marxos agiria como qualquer outro professor daquela faculdade. Ele foi grosso e rude e por alguma razão ele do nada se tornou cordial. Fiz minhas pesquisas durante a semana. Professor Marxos Julio Albuquerque somente lecionava no Elite a matéria de calculo uma vez por semana por também da aulas no Sigma Hight. Ele não era casado, mas havia sido noivo de Angelina Cyrus, mas hoje em dia ambos são bons amigos. Marxos havia perdido os pais e não tinha nenhum parente vivo.
Ai você me pergunta: Onde raios eu encontrei tanta informação sobre meu professor? O Google é um grande aliado só não me deu CPF e RG porque enfim, mas tudo fica mais fácil quando se é um homem rico e ainda tem o estranho habito de lecionar calculo. Quem diabos iria trabalhar sendo rico?
Mas essa não era a parte que me incomodava. Eu estava pensando nele, mas do que deveria e isso não é bom, ele é tipo meu professor, ele pode ser bonito, atraente, sexy, mas definitivamente não seria gay. Alias esse é outro problema. Como contar aos meus pais que sou gay? E se eu for expulso de casa?
Bem um problema de cada vez, e não estava nos meus planos falar nada para os meus pais tão cedo, mas pensar no professor de calculo dessa forma pode me prejudicar e não quero mais nenhum problema na minha vida. Então para afastar tais pensamentos indevidos continuei correndo sem prestar muita atenção, quando esbarro em alguém e caiu para trás atordoado.
- Oh! Desculpe-me eu sou tão distraído.
Meus olhos se focaram na forma que estava a minha frente. Seu rosto tinha um largo sorriso, seus braços estavam apoiados no chão fazendo com que sua musculatura ficasse mais evidente. Ele usava uma camisa regata preta e uma bermuda leve de corrida, seus olhos pareciam estar brilhando.
- Isso parece uma perseguição. — disse ele em meio a um sorriso enquanto se colocava de pé.
- Eu sinto muito professor — disse envergonhado enquanto ele estendia sua mão para me ajudar a me levantar.
- Pode me chamar de... — ao segurar suas mãos ele me puxou e meu corpo foi de encontro ao seu corpo suado, seus braços me envolveram — Marxos.
Suas mãos me soltaram lentamente enquanto ele ainda estava com aquele sorriso em seu rosto e eu completamente vermelho como um pimentão ou pior.
- Eu não sei o que dizer... — disse por fim tentando esconder o rubor em meu rosto.
- Tudo bem — dizia ele apertando meu ombro forte.
- Eu não sabia que corria por aqui... — tentei mudar de assunto.
- Bem, na verdade não, mas mudei para um apartamento aqui perto. — disse ele em meio a um sorriso — E você o que faz por essas bandas?
- Eu moro há algumas quadras daqui...
- Interessante. Então a musica é boa?
- Musica? — falei em entender.
- Você estava cantando uma musica tão animado que fechou os olhos e consequentemente caímos no chão — disse ele rindo como se aquilo fosse algo bonitinho de se ver.
Não. Não. Não. Ele esta sorrindo de mais. E eu não gosto disso. Minha mente processava a informação às vezes de uma maneira que não condiz com a dura e cruel realidade, porque afinal nem tudo o que parece é e é claro que eu tinha medo do que poderia vir dela, fora o fato de que eu estava cantando alto. Claro isso é normal para mim, mas porque logo ele tinha que me ver cantando?
Então uma mulher loira que estava parada a alguns passos de nos veio em nossa direção. Ela usava uma legue cinza e uma blusa cavada branca, seus cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo e seus olhos azuis pareciam atravessar meu corpo. Ela estava sorrindo de algo que eu não entendia.
- Marxos... — disse ela.
- Ah... — disse ele dando um tapa na testa — Desculpe Angelina, eu... — ele me olhou de uma forma diferente, seus olhos brilhavam e o sorriso estava mais largo — Estava falado com Guilherme.
Ela estendeu a mão e sorriu e eu a cumprimentei.
- Vamos se não você vai se atrasar. — disse ela sorrindo e olhando para mim e logo depois para ele. — Depois o convide para jantar.
Vermelho.
Ele riu.
- Ate amanhã Guilherme — disse ele me abraçando forte.
Logo depois me soltado ele voltou a correr com Angelina ao seu lado e ele virava para me olhar a cada cinco metros ate sumir na esquina e eu como sempre continuava ali parado tentando processar o que minha mente já tinha como certeza.
- Oi amor... — a voz dele ecoou em minha mente.
- Merda Matheus avisa! — disse colocando a mão no peito.
Definitivamente ele era a ultima pessoa que eu queria ver no mundo, o que dirá num pleno sábado de manhã.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top