Capitulo 13 - Conversa de Amigos

O sol brilhava naquela manhã de sábado, as nuvens dançavam no céu azul. O vento balançava a copa das arvores enquanto eu saia de casa vestindo uma bermuda leve e uma camiseta. Peguei meu celular e os fones que estavam no bolso da bermuda. Liguei o player e me alonguei, enquanto caminhava pela calçada da rua ainda vazia às oito da manhã.

Como de praxe eu sempre me perdia em pensamentos, nada fora do comum. Minha mente viajava durante os acontecimentos da semana e eu sempre esboçava um sorriso quando me lembrava de algo engraçado, mas então a lembrança dele tomou minha mente. Meus pés se movimentaram mais rápido e inicie minha corrida. A corrida dura cerca de vinte minutos pelas ruas da cidade até que decido voltar.

Meus pais não estariam em casa, era quase um programa de sexta a noite eles sumirem e só retornarem no sábado à tarde, já estava acostumado a isso. Entrei e deixei a chave na tranca, o suor escorria pelas minhas costas, retirei a camisa e a bermuda e fiquei apenas de cueca indo em direção a cozinha, abro a geladeira e vejo que há uma jarra com vitamina de banana. Pego um copo e bebo um pouco da vitamina.

Vejo uma maçã que estava em cima da fruteira no balcão da cozinha, a pego e sigo para a escada para voltar ao meu quarto quando a campainha toca. Olho para a porta rapidamente e penso em atender ou não, a campainha toca mais uma vez, suspiro com a curiosidade e com a possibilidade de ser algo realmente importante, então sigo para a porta abrindo sem mesmo espiar pelo olho mágico, vai que era uma testemunha de Jeová.

Abri a porta e esperei por duas mulheres prontas para pregar a um homem suado e só de cueca comendo uma maçã, vendo por esse lado eu estava de adão, começo a rir com a ideia, mas ao abrir a porta dei de cara uma mulher loira que estava parada a alguns passos da porta com um singelo sorriso no rosto. Ela usava um vestido rendado branco com um colete florido, seus cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo e seus olhos azuis estavam focados em mim.

— Angelina! – disse surpreso.

— Porque sempre que venho aqui você está só de cueca?

— Mas fala a verdade eu sou gostoso não sou? – digo em meio a um sorriso.

— Não vou encher a sua bola. – disse ela entrando – E seus pais? Aquele par de Deuses gregos. – fala em meio a um pequeno sorriso.

— Programa a dois, desde ontem. E para de ficar secando meus pais...

— Querido quando os bonitos são gays o que nos resta fazer é olhar mesmo.

Gargalhamos. Fazia muito tempo que não nos víamos, ela havia ido para fora do pais e voltou recentemente para ver os amigos e eu é claro era um deles, apesar de tudo o que aconteceu, nos somos amigos. Ela já era de casa então se acomodou no sofá e começamos a conversar, expliquei o que havia acontecido nos últimos meses e o que havia acontecido entre Math e eu depois que eu acordei no hospital.

— Serio!? – ela disse abismada.

— Serio. – disse colocando o pote de sorvete na mesa de centro da sala. – Eu não esperava por isso. Fui pego de surpresa.

— Bem, não vamos culpa-lo não é mesmo?

— Eu sei disso, mas falar assim não é a melhor coisa a se fazer.

— Eu sei Gui, mas você já se decidiu?

— Sim, na verdade tomei a decisão hoje pela manhã enquanto fazia a minha corrida matinal, tinha acabado de chegar em casa quando você apareceu.

— Notei pelo uso de pouca roupa – disse ela apontando para o meu corpo – Garoto você malha? Porque você está saradinho para quem estava de cama em um hospital.

Gargalho acompanhado por Angelina. Eu nunca acreditei que fosse realmente forte, sempre achei que meu corpo não tinha nada de especial, tive complexo por ser magro de mais, mas então ele sumiu depois que me aceitei e devo dizer que vindo da Angelina não deveria ser mentira.

— Deve ser o universo trabalhando finalmente a meu favor. – digo em meio a um sorriso.

— Acho que ele está trabalhando até demais para o meu gosto. Mas você ainda sente alguma coisa?

— As vezes tenho dores nas costas, mas estou tomando uma medicação para diminuir a dor, eu sentia bastante dor de cabeça no começo, mas depois dos analgésicos a dores pararam.

— E Arxos. – disse ela se ajeitando esperando por algo inesperado olhando nos meus olhos. – Vocês se acertaram?

— Angelina... – disse me levantando e pegando o pote novamente de sorvete.

— Responda de uma vez Gui, não me deixe ansiosa.

— Você sabe o que aconteceu não é mesmo?

— Nem me diga, não sei quando parei de esfregar na cara dele a merda que ele fez. Mas vamos lá Gui, ele ama você, e você sabe disso. Ele ainda te ama.

— Mas ele esta começando algo com Math.

— Espera ai. – ela se levanta e pega o celular – Aquele canalha esta tentando ficar com o seu ex-atual-namorado ou seja lá o que seja!?

Começo a rir da situação, Angelina se senta e me observa com cuidado sem entender o que estava havendo.

— Sempre há essa confusão. – digo por fim me recuperando.

— Não estou entendendo.

— Existem dois Math's na minha vida. O primeiro Math é Matheus Casagrande. Ele foi um dos primeiros caras que eu namorei, mas sempre o chamei de Math. E temos ô Math, e esse é o nome dele mesmo, Math Leal. E Arxos esta interessado por Math Casagrande, Angelina. – começo a dar um sorriso contido.

— Por que esse sorrisinho. O que você sabe que eu não sei?

— Bem quero saber como eles vão se virar na hora H, sabe... – não consigo conter os risos.

— Meu Deus! – Angelina começa a rir da situação, após alguns instantes ela recupera o folego e me olha – Mas você não sente mais nada por Arxos.

— Angelina acho que você veio aqui para me confundir, poxa eu já tinha tomado todas as minhas decisões e você vem e me lembra de que sinto algo por Arxos ainda.

— Eu sabia! – disse ela animada.

— É complicado Angelina, você sabe que não posso apagar tudo o que os gêmeos fizeram.

— Eu sei disso, mas...

— Sim Angelina, eu amo Arxos, mas não da mesma forma que ele deseja.

— Bem se não há nada que não possa ser feito.

— Eu só espero que Arxos seja feliz. E por falar nele você já foi vê-lo?

— Não, ele não é uma prioridade. – ela ri.

— Olha só, e eu sou?

— Meu querido sabendo que nesse horário você ia esta só de cuequinha. Eu não ia perder essa visão por nada. – voltamos a rir.

Em uma fração de segundo meus pais entram em casa, chegando na sala vendo Angelina ambos a abraçam.

— Angelina que milagre você por aqui. – diz meu pai Caleb animado.

— Aceita uma xicara de café? – diz meu pai Jhosua.

Reviro os meus olhos e pego as roupas que eu havia jogado pela casa. Aceno rapidamente para Angelina informando que vou tomar um banho. Era bom estar em casa e saber o que realmente eu queria para a minha vida.

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