Capítulo 27
Geraldo voltava para casa desolado, não sabia o que pensar e as palavras ditas pelo médico que cuidava de Cristal não saíam de sua cabeça:
" Dona Lídia, senhor Geraldo, a filha de vocês foi diagnosticada com um câncer na garganta."
- Por que isso tinha que acontecer justo agora? Minha filha, minha única filha, a única pessoa que me fazia sorrir de verdade. Você não pode me deixar aqui.
O pai de Cristal ia para casa, porém mudou sua rota, parou em uma praça, as poucas pessoas no lugar não perceberam o que havia em sua mente. Naquele momento precisava de um ombro amigo para chorar, mas, não tinha ninguém: não queria incomodar Vitor, pois, já era tarde da noite e provavelmente o irmão já estaria dormindo, não queria incomodar Josefa, pois, sua mãe já estava com uma idade avançada e provavelmente não conseguiria o auxiliar, pelo contrário, ela precisaria de auxílio ao receber a notícia.
Ele parou em um bar:
- Boa noite senhor. Eu posso ajudar?
Perguntou o atendente.
- Não, não precisa me dar nada, eu só estou dando uma volta.
Disse Geraldo.
- Então senhor, acontece que só faltam cinco minutos para o meu expediente acabar e daí eu fecharei o bar.
O atendente explicou.
- Olha moço, eu não tenho para onde ir, se não ficar aqui vou ficar vagando pela cidade até amanhecer.
O homem olhou para o pai de Cristal com muita pena:
- Eu sinto muito senhor. Eu posso te ajudar com alguma coisa?
- Eu sei que não devia me abrir com um completo estranho, mas, se eu não me abrir com alguém, eu vou "explodir"
Geraldo confessou.
- O senhor é quem descide se quer conversar, se preferir não dizer nada, eu respeito e entendo.
Lhe confortou o atendente.
- É que a minha filha de dessete anos foi diagnosticada com câncer e eu não sei nem o que pensar.
Não consigo nem imaginar o que vai ser se minha filha morrer de forma tão precoce e tão inesperada.
- Óh senhor, eu sinto muito, muito mesmo, espero que sua filha melhore.
Disse o atendente.
- Pode fechar o bar, eu vou parar de te atrapalhar.
Respondeu Geraldo se levantando.
- Senhor, eu conheço uma pessoa que com certeza poderá te ajudar.
Disse o homem do bar.
- Nesse momento, aceito a ajuda de qualquer pessoa.
Disse Geraldo.
- Que bom. Ele é um ótimo psicólogo, se chama Daniel Mendonça. Vou anotar aqui o nome do hospital onde ele está por meio período, e na parte da tarde ele trabalha na clínica dele, na rua Paraíso das pedras.
O homem dizia e anotava o endereço, e Geraldo se controlava para não sair dali.
- Aqui está!
O funcionário do bar estendeu o papel para o pai de Cristal.
- Obrigado! Eu vou procurar esse psicólogo e conversar com ele.
Disse o pai de Cristal e logo depois de sair de se despedir do homem amassou o papel, mas, antes de jogar o papel no lixo decidiu:
- Se bem que eu posso marcar uma consulta com esse tal de Daniel e tentar descobrir se ele e Lídia estão juntos ou não. Mas, agora já está tarde. É melhor ir para casa e amanhã resolvo isso. O pai de Cristal voltou para casa:
- Mãe?
Ele chamou e ao não obter respostas percebeu que Josefa já dormia.
Geraldo foi para seu quarto e deitou na cama, ele tentava dormir, porém o sono não vinha, seus pensamentos estavam apenas em sua filha, na dor que ela poderia estar sentindo naquele momento, e ele não estava lá do lado dela para auxiliá-la.
Geraldo rolou de um lado para outro até conseguir dormir.
No dia seguinte, ao acordar, pegou o celular e discou o número da clínica de Daniel, onde uma recepcionista o atendeu:
- Bom dia. Clínica do psicólogo Daniel Mendonça. Em que posso ajudar?
- Bom dia! Me chamo Geraldo Ferraz e gostaria de marcar um horário para com o doutor Daniel. Seria possível?
- Olha senhor, a poucos minutos atrás nos recebemos uma ligação informando uma desistência.
Eu vou me informar e se a vaga ainda estiver disponível eu marco seu horário.
- Tudo bem, eu espero.
Respondeu o pai de Cristal. Um tempo depois a recepcionista do consultório disse:
- Senhor Geraldo, agendei o seu horário para hoje as quinze horas. O senhor poderá comparecer?
- Poderei sim!
Disse o homem.
- Ótimo! Então está marcado para hoje as três horas da tarde!
- Muito obrigado!
Agradeceu o pai de Cristal.
- Por nada senhor.
Respondeu ela e a ligação foi interrompida.
- Agora eu tenho que pensar em como vou descobrir sobre Lídia e o tal do Daniel.
Geraldo tomou seu café da manhã e já ia saindo de casa quando Josefa chegou até ele:
- Bom dia meu filho!
Ela cumprientou.
- Bom dia mãe!
Respondeu o pai de Cristal.
- Onde você estava ontem? Eu não vi quando chegou.
- Mãe senta. Eu tenho que te contar uma coisa...
Disse o filho de Josefa e a mulher sentou assustada:
- O que está acontecendo?
- Mãe, ontem o médico que está cuidado de Cristal chamou a mim e a Lídia sobre o resultado do novo exame que foi realizado...
- E o qual foi o resultado do novo exame?
Perguntou Josefa impacinte.
- A Cristal... A Cristal está com câncer mãe. Com um câncer na garganta.
- Quê?! Meu filho, não diga uma coisa dessas nem de brincadeira.
Josefa disse com o coração disparado.
- Eu queria que fosse mentira mãe. Infelizmente não é.
- Ela sabe?
- Não, aliás eu estou indo até o hospital, por que eu e Lídia vamos contar para ela.
- Pode ir meu filho!
Disse Josefa e logo depois, Geraldo já estava indo em direção ao hospital. Enquanto isso, Cristal acordou um pouco mais disposta. Lídia ainda dormia, coisa que não acontecia a alguns dias. Sempre que Cristal acordava sua mãe já estava acordada, mas, naquele dia ela não estava. Cristal percebeu o que naqueles últimos tempos a mãe estava cansada:
- Eu te amo tanto. Nem que passe a minha vida toda agradecendo tudo que já fez por mim não seria o suficiente.
Ela beijou o rosto da mãe que continuou a dormir tranquilamente.
- Queria sair desse quarto um pouco, nem que seja por cinco minutos, mas, não quero acordar mamãe. O que eu faço?
Ela sentou na cama com dificuldade, mas, pensou:
- Deve ser o efeito de ficar tantos dias deitada sem me levantar para quase nada a não ser tomar banho. É só me levantar com cuidado.
Ela mal colocou os pés no chão e ficou tonta, perdendo assim o equilíbrio de seu corpo:
- Ai... Que droga!
Tentou se levantar antes de Lídia acordar, porém, mal se moveu e a mãe já estava lá a ajudando:
- Minha filha, o que deu na sua cabeça para levantar assim sozinha?
- Eu só queria caminhar aqui no quarto por um minuto, mãe, eu não queria te acordar. Você está muito cansada.
- Não... Não minha filha, é impressão sua. Eu estou bem, não estou cansada. Vamos lá fora por alguns minutos. Só espera o café da manhã chegar e a gente vai.
Disse Lídia. O café da manhã chegou, Cristal só pegou duas bananas. Ela mordeu um pedaço e Lídia percebeu a dificuldade que a filha teve para engolir a fruta.
Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas, ela se controlou para não assustar a filha:
- Quer para você mãe?
Ela disse estendendo a fruta.
- Eu não quero mais, está doendo para engolir.
- Deixa aqui, mais tarde tenta comer de novo. Vamos lá fora.
Lídia disse e estendeu a mão para a filha:
- Mãe, pega uma cadeira de rodas, eu não estou conseguindo me equilibrar direito.
- Claro minha filha.
Lídia disse e ao ouvir aquela frase da filha, não conseguiu controlar as lágrimas que havia segurado até o momento.
Ela pegou a cadeira de rodas e logo depois estava saíndo do quarto com Cristal.
"- Minha filha não pode estar morrendo!"
Disse Lídia em pensamentos.
Uma sequência de capítulos tristes😢💔. Espero que estejam gostando da história! Não se esqueça de deixar seus votos e comentários para eu saber o que estão achando e que acham que vai acontecer mais para frente! Me sigam por favor! Aqui, no spirint (mesmo user) e insta de obras @samira_rocha_books
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