Abri um documento novo no aplicativo de escrever do meu celular,
Mesmo sem ter história alguma para contar.
Fazer isso já era um costume, como se estivesse viciado,
Era como se a escrita, para mim, fosse como a droga para um drogado.

Apenas fiquei olhando para a tela e para a barrinha piscando
Solitária no infinito branco, enquanto eu ficava apenas olhando.
Impaciente, ela esperava que meus dedos começassem a digitar,
Mas o tempo foi passando, passando e nada de eu começar.

Coloquei uma música para criar um clima
E pensei em contar uma história com rima,
Mas ficar rimando parecia algo tão brega e ultrapassado,
Que acabei ficando novamente desanimado.

Lá estava eu novamente sem ter ideia alguma do que redigir,
Pelo visto iria apenas fechar o aplicativo e desistir,
Mas quando me dei conta, quase que milagrosamente,
Essa poesia apareceu na minha frente.

Já escrita, preenchendo o papel com com maestria,
Como se as palavras tivessem autonomia,
Ela simplesmente brotou do nada,
Talvez estivesse impaciente para ser contada!