Capítulo 40 - O Que A Noite Traz

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Os olhos de Artur tinham dito tudo. Ela tinha errado. Ela sabia no seu coração que cometera o pior erro da sua vida. Ao assumir o casamento com Ricardo não era apenas um matrimónio em jogo, mas sim uma vida inteira de tristeza. Dizendo isto apagaria para sempre as hipóteses de ficar com Artur, de poder sequer estar com ele.

Naquele momento ela só queria agarra-lo e pedir desculpa por tudo o que tinha feito, por ter existido na sua vida.

Ele estava agora à sua frente, a sua expressão uma incógnita, os seus sentimentos um mistério. Ela queria tanto deitar os seus lábios nos dele, na escuridão da noite que os rodeava e assim o fez. Sozinhos, nada podia separa-los além do anel que os condenava. Ao beija-lo ela sentia as suas lágrimas a escorrerem pelo seu rosto.

-Porque fizeste isto?

-Eu estava fora de mim, Artur. Tenho razões tão fortes para não poder estar contigo, e vendo-te ali, a assinar o teu futuro deixou-me doente. É o meu pior defeito, eu digo coisas sem pensar, não o consigo controlar. 

Artur colocou-lhe uma mecha do seu cabelo solto por detrás da sua orelha e sorriu-lhe tristemente. A sua outra mão descansava na sua cintura, as de Oceana rodeavam o seu pescoço e o seu olhar cruzava o seu enquanto trocava silenciosos sussurros de súplica com os seus lábios.

-Vai mesmo casar com Mafalda?

-Não tenho opção, Oceana.

-Peço desculpa, mas não entendo, Artur. Um dia e está solteiro, outro já usa um anel no seu dedo.

-Não foi minha escolha, mas também não lhe posso dizer o porquê. Só lhe iria trazer confusões. Prefiro que viva na ignorância de uma mentira abafada.

-Artur. -  Oceana pegou nas suas mãos e elevou-as no meio dos seus peitos. - Eu sei que só o esconde para me proteger, mas não faça isso, acredite que a única pessoa que sofrerá é o Artur. Mesmo que eu me magoe, nunca será tanto como ao Artur. As minhas feridas vão sarar, as suas não.

-Dizes-me que não sou assim tão importante para ti?

-Não, não! - apressou-se a dizer e a procurar o seu olhar em explicação  - Peço desculpa se me fiz entender mal, mas Artur eu tenho razões para lhe estar a dizer isto.

-Quais são?

-Eu não lhe posso contar. - a sua expressão esmoreceu-se e encarou o chão em que parecia assentar toda as suas tristezas.

-Então também compreende que não lhe possa contar as minhas razões. - Artur beijou suavemente as mãos dela e de seguida o seu pescoço fazendo-a estremecer. Largou as suas mãos e afastou-se deixando-a no lugar a que ela estava presa. A que ela se sentia presa. Ás portas de Ricardo. À mercê de Ricardo. O pior é que ela sabia que tinha sido e era uma escolha sua.

-Adeus, Oceana.

-Adeus, Artur.

- m -

Os dias seguintes mostraram a Oceana a eternidade que ela teria de enfrentar. Ela não queria aquela vida.

Não queria acordar todos os dias sabendo que nunca mais veria Artur.
Não queria acordar sabendo que o dia iria ser igual ao anterior sem ver o seu sorriso.
Não queria acordar e saber que ele nunca seria seu.

Acordar e saber que tudo não passaria de uma utopia, que tinha sido uma ilusão e que viveria para sempre sabendo que fora impossível, sabendo que nunca ia poder mudar o que esteve destinado a acontecer.

Naquele momento, ela só queria adormecer e nunca mais acordar. Ela não pedia Artur. Ela pedia para não sofrer, para acabar com aquela dor que a assombrava a cada olhar nos seus olhos mel. Pedia a única coisa que nunca poderia ter.

Deitar-se todos os dias com Ricardo, fazendo os possíveis para que os seus braços se assemelhassem ao toque inconcebível de Artur nos seus. Pensar que cada beijo que Ricardo lhe dava seria melhor a qualquer um que Artur lhe pudesse conceber. Talvez até fosse, se ela nunca tivesse provado as dádivas dos lábios do lorde humilde.

Tinham passado duas semanas desde o dia em que anunciaram o seu casamento e Oceana analisava todas as suas oportunidades para escapar, correr e nunca voltar, mas seria ela capaz de abandonar Artur? Sabendo que nunca mais o veria? Vivo...

Oceana percebeu a sua fraqueza neste momento. Era o amor. Era Artur.

Com o passar dos dias, os olhares dele sobre si a cada refeição que tomavam ou a cada momento que os seus corpos não estavam separados por paredes densas tornavam-se mais intensos, mais suplicantes. Oceana só queria correr para os seus braços e dizer-lhe que estava tudo bem, que esperaria o tempo que fosse preciso, porque ela tinha todo o tempo do mundo...literalmente.

Assim, Oceana refugiava-se na biblioteca do palácio escrevendo ou galopando em Hefesto embora preferisse Adónis.

-O que traz consigo, menina Helena? - a voz de Artur atrás de si fê-la tremer instantaneamente e olhar para o objeto que trazia nas mãos.

-Apenas mais um livro para me fazer companhia, Lorde Artur.

-Anda a sentir-se sozinha? - Oceana dirigia-se aos aposentos de Ricardo, ele de certo estaria à sua espera ou encontraria o seu quarto vazio. Artur seguia-a não importando o destino que ela tomasse. Estavam a voltar ao lugar onde tudo tinha supostamente acabado... e começado. Onde queria ele chegar com aquilo?

-Não, ora essa claro que não. Aqui no palácio há imensas coisas para fazer, imensa gente com quem falar.

-Por vezes estar rodeado de pessoas não significa que não nos sintamos sozinhos.

-É um facto, mas garanto-lhe que está tudo bem. Este é um dos livros preferidos de Lorde Ricardo, vou levar-lho para lho ler.

-Fico feliz em saber, espere, vai ler o livro ao meu irmão?

-Sim, Artur. Existe algum problema?

-Não, só acho estranha a situação.

-O quê? Ler um livro?

-Não, Maria Helena - fez uma pausa olhando em redor - a maneira como o lê, quando o lê.

-Todos nós temos as nossas particularidades, Lorde Artur. Devia ser mais compreensível com Lorde Ricardo. De certo que Artur também não é perfeito em tudo.

-Em tudo não, mas tenho a sorte de ser perfeito em algo, e esse algo está reservado apenas a uma pessoa. - Artur olhou nos olhos de Oceana com o olhar mais insaciável e suplicante que ela alguma vez vira em si. Ela não o podia negar, sentia o mesmo fervor ou ainda mais por ser imortal, mas nada podia fazer.

-Fico feliz por ser tão fiel a Mafalda, Lorde Artur. - Oceana fez o sorriso mais feliz que pôde, e também o mais mal interpretado de sempre, virando-se para rodar a maçaneta da porta dos aposentos de Ricardo. Artur impediu-a colocando a mão sobre a sua num gesto rápido e fazendo com que ela se virasse, a sua respiração acelerasse a um ritmo alucinante pela proximidade a que os seus lábios estavam dos de Artur. Cada centímetro que faltava era mais um choque no seu corpo eletrificado pela magia que a sua presença lhe dava.

-Artur...- o seu tom era triste e por detrás do deixa-me que ela pronunciava, estava um não me largues que gritava mais alto por ser ouvido.

-Oceana...

-Artur...não me faças esperar nem mais um segundo.

Ele selou o ar com os seus lábios suplicantes finalmente sobre os seus, desesperados, e mergulharam novamente na história que só eles sabiam, na viagem em que só eles voavam, na realidade em que só eles viviam.

Ambos estavam mais sedentos que de todas outras vezes em que tinham estado juntos tornando o momento muito mais intenso e ardente.

Para eles já nada do que os rodeava importava, Oceana só pensava nos contornos do corpo de Artur que ansiava sentir desde o primeiro dia que o vira. Artur só desejava possuir a rapariga maravilhosa que tinha nos seus braços, pegá-la ao colo e anunciar a todo o condado que ela era sua, dizer a todo o mundo que a amava e nunca mais a largar.

As mãos dela nos seus cabelos fazendo-o suspirar e procurar ainda mais paixão segurando-lhe na cintura fina e sedutora que Oceana tinha. Os seus pensamentos à velocidade da luz que o amor nos faz pensar, os movimentos rápidos e sem fôlego faziam com que a porta atrás de Oceana fosse a única coisa que os impedisse de se afundar...

-Artur...- Oceana cessou o seu beijo com um outro no seu pescoço sorrindo ao ouvi-lo suspirar novamente. - Eu não consigo suportar ver Mafalda, todos os dias, a teu lado e deitar-me todas as noites pensando no que estarás a fazer com ela.

-Oceana, o que hei eu de pensar em relação a Ricardo? Achas que não me mata por dentro saber que ele possui a única pessoa, mulher que realmente amei? Que realmente amo. - o seu olhar demonstrava um consentimento por aquilo que ela afirmava e confirmava o que ela suspeitava. Ele tinha dormido com Mafalda. Ela sabia que iria acabar por acontecer, mas uma coisa é supor, outra é saber. Deveria ela ficar chateada com ele? Não. Ela não tinha esse direito. Ela própria o fazia com Ricardo e por isso conseguia imaginar o sentimento de Artur. Não seria justo. Mais uma vez, onde estava a antiga Oceana? Tinha ela mudado? Ou teria ela nunca existido?

-Não podemos falar mais. Alguém ainda nos ouve. Já tivemos esta conversa Artur. Não podemos estar juntos.

-Oceana eu não aguento a minha vida se não puder estar contigo.

-Porque não me contas porque estás a fazer isto?

-Oceana é uma escolha entre o amor da minha vida e o sonho da minha existência.

-O quê?

-Eu não te posso contar. Desculpa. No entanto também não te posso perder só pelo facto de um papel inútil nos separar.

-Nada nos vai separar, Artur. Nada. Nem um papel, nem uma aliança, nem um quarto, nem um reino, nem uma vida, nem o tempo. - se o oceano se criasse novamente m terra, Oceana seria a sua criadora. A tristeza era tanta que doía como ela nunca sentira no seu coração. Ela nunca pensara sentir aquilo. Ela pensara numa vida calma, com tudo o que ela quisesse, sempre ao seu dispor. Nunca pensara sofrer, e sofrer por algo que não podia ter. Ela nunca pensara em sentir dor. Artur pareceu não perceber a veracidade das suas palavras em relação a um reino, a um tempo, a uma vida, mas nada disso importava. - Alguém ainda nos vê, Artur. Por favor, vai.

-Como o desejares. A luz da lua na praia é o consolo dos teus pecados.

Oceana sorriu percebendo o que ele queria dizer-lhe. Beijou-o mais uma vez e entrou no quarto de Ricardo que para sua sorte...ou azar estava vazio.

-m-

A mesa de jantar estava disposta apenas com quatro lugares prontos. Ricardo, Artur e Mafalda já estavam à mesa esperando que Oceana chegasse. A sereia tinha ficado perdida novamente na biblioteca, cada livro da terra era mais interessante que os do mar. Mentes diferentes e sabias reinavam naquele lugar e ela teria a sorte de poder acompanhar as suas gerações. Esta era a parte boa da imortalidade, ou assim ela pensava para se esquecer que o homem que lhe sorria com tensão no olhar e que estava naquele momento a pensar nos seus lábios era o mesmo homem que ela nunca poderia ter, que iria casar, ter filhos, viver uma vida normal e morrer um dia. Nada dessas coisas lhe estavam reservadas.

-Tem passado tanto tempo na biblioteca, Maria Helena, não se cansa de fazer sempre o mesmo?

-Quando o mesmo é algo que me apaixona não, menina Mafalda. - Oceana sorriu o mais que podia, aquela era uma verdade incontestável - Além disso cada livro conta uma história diferente, não é como se repetisse uma mesma vida em todos os livros.

-De facto, ler é uma viagem, princesa Mafalda. - Artur levou mais um pedaço de carne á boca sorrindo para Oceana e claramente despertando uma curva sinistra nos lábios de Mafalda.

-Se Artur o diz então terei de fazer dessa atividade um hábito. Farei tudo para agradar ao meu amável marido. - Mafalda, sentada a seu lado, beijou-o nos lábios, Oceana desviou o olhar para o prato e sentiu os olhos pesados de Ricardo em si. Todas as noites, todas as refeições que tomavam, Mafalda fazia a mesma coisa e embora Oceana tivesse a necessidade urgente de o esquecer, simplesmente, não conseguia.

-É um privilégio ter tão leal esposa. - o seu sorriso contradizia o sentimento nos seus olhos, aquele que Oceana tão bem reconhecia, dando-lhe um aperto no coração por não o poder ter.

-Maria Helena, qual é o seu maior desejo? - a pergunta de Artur feita no meio de toda aquela gente deixou-a apreensiva, Ricardo estava a ficar visivelmente irritado com a situação de não estar a participar na conversa, já Mafalda media cada significado das palavras que a sereia dizia.

-Essa é uma pergunta com uma resposta muito difícil pois possuo tantos desejos. - fez uma pausa refletindo em tudo o que podia querer e em tudo o que não podia ter, esse sim seria o seu desejo mais profundo - O meu maior desejo é que a pessoa que eu mais amo seja feliz e que concretize todos os seus sonhos mais profundos.

Apesar das suas palavras deverem ser dirigidas a Ricardo, o seu olhar permanecia tenso em Artur. Era para ele aquele desejo, era para ele a sua felicidade.

-Brindemos então á felicidade dos nossos matrimónios. - Ricardo interrompeu finalmente o clima entre Oceana e Artur e levantou o copo com vinho, um gesto que todos imitaram, menos Oceana. Ela não podia brindar, iria molhar a sua pele.

-Não brinda connosco, Maria Helena? - Mafalda parecia mesmo ofendida com o seu gesto e Oceana procurava a resposta que não podia ter com o olhar fixo no seu.

-Não estou com disposição para vinho, lamento.

-Então tragam água. - protestou.

-Dará azar, princesa Mafalda.

-Espere, já percebi, a menina não quer brindar porque tem medo dos efeitos do vinho. - Mafalda riu alto, demasiado até, um riso forçado e que fez Ricardo e Artur sorrirem forçadamente também.

-Há que cuidar pela nossa saúde. - Oceana sorriu o mais sincera possível e conseguiu escapar...desta vez.

- m -
Os corredores do palácio eram ainda mais serenos durante a noite e parecia contraditório mas quanto mais depressa andava menos o seus passos se ouviam. Era uma vantagem, quanto mais depressa andasse mais depressa estaria com Artur.

Oceana tinha quase alcançado a porta quando chocou com Mafalda que virava na sua direção.

-Peço desculpa, menina Mafalda.

-Veja por onde anda Maria Helena. Olhe que a sua presença não é bem vinda em todos os lugares.

- Desculpe? - Oceana mostrou-se ofendida pelo tom acusador de Mafalda o que fez com que esta apenas sorrisse ainda mais.

-O que faz a pé a estas horas da noite?

-Apenas não consigo dormir. Pergunto o mesmo a Mafalda.

-Eu vim apenas beber um copo de água. Oh, nao me diga que a companhia do Lorde Ricardo não satisfaz os seus desejos. - se se pudesse espremer a falsidade daquela mulher entao toda ela seria dissecada. Oceana detestava-a, odiava-a por lhe roubar Artur e condenava-a por ser idêntica ao seu antigo eu.

-Claro que satisfaz menina Mafalda, se não...- Oceana ia continuar mas Mafalda cortou-lhe a palavra com um olhar terrivelmente ameaçador.

-Então afaste-se de meu marido. - depois de três segundos sem desviarem o olhar uma da outra numa tensão que parecia não ter fim, Mafalda recompôs-se no seu sorriso de ingenuidade habitual. - Tenha uma boa noite, Maria Helena.

Oceana continuou o seu caminho tentando abstrair-se das palavras de Mafalda. A maneira como ela a irritava era desconfortante e saber que ela se deitaria ao lado de Artur todos os dias era pior ainda.

Quando chegou à praia, Artur ainda não estava lá. O ar já quente de inícios de verão atribuía um clima aconchegante ao local e tornava a noite agradável. O cheiro da maresia de que ela tanto sentia falta, o ouvir das ondas a embater nos rochedos do Norte, a lua alta no céu a atribuir ao mar uma tonalidade mágica.

Poucos minutos depois, ao passar de uma brisa quente pelos seus cabelos lisos e livres, sentiu as mãos de Artur na sua cintura e o seu peito encostado a si.

-Não te posso esconder mais o meu segredo, Artur.

-Oceana tem tantos segredos que nunca saberei quando já mos contou todos.

-Existem segredos que podem permanecer guardados, mas a ânsia por revelar o meu maior segredo a si é deveras sufocante.

Oceana deu três passos em frente e olhou para Artur sorrindo. Ele estava confuso e mais deve ter ficado quando a viu entrar na água.

-O que estás a fazer Oceana? A água deve estar gelada, ainda estamos em princípios de verão! Sai da água, vais constipar-te! - a voz preocupada dele fê-la enternecer e olha-lo de uma forma mais ternurenta à que momentos antes apenas de parecia à de um cachorrinho abandonado.

-Não te preocupes. No entanto, se não vieres ter comigo não vais descobrir o meu segredo.

Artur não se moveu no momento. Franziu o seu sobrolho e pensando que tudo não passava de uma brincadeira, sorriu, tirou os sapatos e começou a desabotoar a camisola.

-Podes tirar tudo! - Oceana gritou em tom de brincadeira, mas com a sua expressão de sobrancelhas habitualmente sedutora em ação.

-Seria um prazer, mas corro o risco sério de me engripar e depois não posso explicar. - Oceana tinha o olhar fixo nos seus movimentos e no seu tronco forte e definido. Porque é que ela tinha tido tanta sorte? Ela de todo não merecia que alguém assim a amasse. Artur arrastava a água consigo e em menos de nada já estavam lado a lado. - Oceana o que estamos aqui a fazer? Espera, onde está o vestido com que mergulhaste na água? Eu posso ser maluco, mas lembro-me perfeitamente de o teres quando correste para a água.

-Artur, tem calma. Eu não te vou fazer mal.

-Fazer mal? Mas porque me haverias de fazer mal? Porque é que o teu cabelo está mais sedoso do que nunca, e a tua pele...o teu pescoço, o que são essas marcas no teu pescoço? Se foi Ricardo, eu juro que...

-Artur. - Oceana segurou-lhe nas mãos firmemente e olhou-o nos olhos para que ele se acalmasse. No gesto seguinte largou-as e mergulhou novamente na água para que ele visse a sua cauda. A mais linda do reino nas sereias.

Oceana estava à espera de todas as reações. Artur podia fazer tudo o que ela esperasse, ou não. Podia fugir e nunca mais querer vê-la, podia mandar caçá-la e começar uma guerra entre oceano e terra, mas o pior de tudo para si, podia perder o seu amor para sempre.

O seu olhar era profundo, ela conseguia ver algum medo nele, mas acima de tudo ela via algo que não esperava. Tristeza.

-Oceana, tu és uma...

-Sereia.

-Como é possível?

-É uma longa história.

-Eu tenho a noite toda. - Antes de lhe contar, ela ainda se questionou se aquele era mesmo o destino que ela queria tomar, se devia conta-lhe tudo ás claras. De certo que haveriam consequências, mas a culpa por lhe estar a esconder tanto incendiava-a de uma maneira que ela não conseguia conter.

-O meu pai conheceu a minha mãe quando ainda eram apenas crianças, eles apaixonaram-se, ela lutou pelo seu amor, mas no final não conseguiram ficar juntos. No entanto, eu nasci e pelo meu pai posso ser humana quando estou seca. Artur este é um dos meus maiores segredos. Eu estou a confiá-lo a ti...

-Eu não vou contar a ninguém. - Artur correu desajeitadamente na água e colocou as suas mãos no seu rosto. - O teu segredo está seguro comigo, tu estás segura comigo. Não vou deixar que ninguém te faça mal.

-Artur, ainda não acabou. - ele permaneceu calado mas sem largar as suas mãos se si o que lhe deu confiança - Eu sou a princesa do mar, o meu reino espera-me para sua sucessora. A razão pela qual eu vim foi o meu pai, eu não esperava conhecer-te e apaixonar-me desesperadamente por ti.

Artur beijou-a com mais paixão que nunca, ela nunca lhe tinha dado tantas provas de que o amava do que aquelas. Essa era uma verdade. Ela nunca tinha dito que o amava, mas não eram palavras que iam definir o quanto ela o amava. Ele sabia-o, e ela também o sentia.

***

Qual é o segredo da Marina? Como é que esta história vai acabar? Estamos a tão poucos capítulos do final e ainda existem tantos pontos por esclarecer...

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