"As brigas são como o ensaio de um grande amor."
—  Júnior Medeiros
— Bravo👏 — ouvi uma voz feminina dizer, era Judith, me sentia um pouco tonta e completamente envergonhada.
— Se saíram muito bem, meus parabéns meus jovens, assim terminaremos a aula de hoje, foi mais para que eu conseguisse entender se poderiam ou não começarem com as aulas práticas, irei me aprofundar nos passos e no que me mostraram hoje, mas posso adiantar que será um resultado bem positivo.
Ela sorriu.
— Estão dispensados — ela falou e percebi que rapidamente, todos foram se retirando, eu acabei por procurar por minha bolsa e ir até ela, assim que me abaixei para pega-la, alguém foi mais rápido estendendo-a para mim, dei de cara com dois olhos verdes me encarando.
— Obrigada Andy — disse sorrindo amarelo, estava meio tensa sobre ele desde o acontecido a alguns minutos.
— Disponha.
Ele também sorriu mostrando seus lindos dentes brancos alinhados, dei um aceno me virando para sair mas sua voz me parou.
— Er Mia...
Percebi com horror que basicamente não havia ninguém mais na sala, me virei para ele.
— Tudo bem Andy, não precisa desse constrangimento entre a gente, o que aconteceu a alguns minutos foi apenas.
Nem eu sabia o que era.
— Nos deixamos levar pela melodia — disse e vi ele ficar da cor de tomate, era realmente muito tímido.
— Eu só queria saber se....você gostaria que eu lhe mostrasse a cidade hoje a noite.
Ele sorriu desajeitado, eu não queria dar um fora nele, mas muito menos me envolver logo agora, acabei de chegar em Londres, não quero ter um envolvimento romântico.

— Andrew....sabe o que é...
Fui interrompida pelo barulho de meu celular tocando, uhuu, salva pelo gongo, era minha mãe.
— Er, Andy eu tenho que ir, nos vemos por aí.
Ele abriu a boca para dizer algo mas eu fui mais rápida saindo da sala, atendi minha mãe.

— MIAAA?
Tirei o telefone da orelha, puxa como minha mãe era escandalosa.
— Oi mãe — respondi andando na direção do meu dormitório.
— Mia porque você não me ligou? Estou desesperada, igual uma louca aqui em casa imaginando o que aconteceu e esperando para saber se seu avião caiu ou...— a interrompi.
— Credo mãe, para de falar bobagens, desculpa não ter ligado antes é que cheguei aqui muito cansada e logo dormi, depois acordei corri para as aulas, e acabei de sair de uma aula prática de tango — disse sorrindo sozinha, por mais envergonhada que estivesse foi esplêndido dançar.
— Ah minha filha então me conta como está sendo? Está gostando? Conheceu alguém aí? Gatinhos.
Revirei os olhos, minha mãe era uma figura.
— Mãe não poderia ser melhor, estou a cada dia mais apaixonada por Londres e Ah, tem um cara.
Senti meu rosto se avermelhar.
— Ah eu sabia, me conte TUDO.
Afastei o telefone do ouvido novamente, minha mãe sempre foi assim e, quando me preparei para dizer que não era nada assim, que eu só estava ali a dois dias e que era só o Andrew...
— Mia?
Paralisei, me virei e era Andrew, o que ele estava fazendo aqui?
— Er mãe, depois te ligo..
Sabia que ela iria protestar, mas desliguei antes de ouvi-la.
— Oi Andrew.
Sorri, ele ainda parecia desconcertado, mas levantou uma de suas mãos, que mostrava um caderno, espera era...o meu caderno?
— Você esqueceu — ele replicou.
— Oh, minha mãe costuma dizer que só não perco a cabeça porque é grudada no pescoço.
Dei um sorrisinho sem graça e peguei o caderno.
— Obrigada Andy, você me salvou de diversas formas nesses dois dias, nem sei o que faria se não te conhecesse aqui.
Sorri para ele que sorriu de volta.
— Lembra que eu te disse que lhe provaria que existem amizades entre homem e mulher? Tô fazendo isso — ele disse mais sério dessa vez e eu praticamente me bati
" bem isso ficou bem provado na dança ao qual praticamente nos beijamos, que amizade" pensei, mas claro que não disse.
— Bem vamos ver ner.
Dei outro sorriso amarelo e ficamos se encarando igual dois idiotas, quando estava prestes a quebrar esse silêncio e dar outra desculpa, ele o fez.
— Vai fazer algo hoje?
Me surpreendeu ao perguntar, se eu vou fazer algo? Bem eu tinha imaginado que sairia para conhecer um pouco de Londres logo depois de fazer os deveres que recebi hoje, não deixaria nada acumular, mas não tinha nada em mente.
— Não sei ainda porque?— questionei e o vi ficar vermelho, já havia percebido que ele era um pouco tímido.
— É que hoje a noite eu e meus amigos vamos fazer uma festa da fraternidade, para comemorar o primeiro dia de aula, nada muito grande é algo mais íntimo e já que é nova aqui, seria bom para se enturmar, venha comigo? — ele pediu, não acho que seria uma boa idéia, eu não conheço ninguém, além disso ele disse que seria algo mais íntimo e ainda tem a Angelina.
— Mas Andy, eu não conheço ninguém, além do mais sua irmã não vai muito com a minha cara...
Ele me interrompeu.
— Você será a minha convidada de honra Mia, além disso não ligue para minha irmã, sei que ela é mimada, mas pode ser legal as vezes, além disso é só uma fase — ele falou me fitando profundamente.
— Eu não sei não.
Nem sei se teria uma roupa adequada, e se eu não gostasse? Não estou acostumada com festas, as únicas que já havia ido, sempre dava alguns problemas.
— Vamos fazer assim, me passa seu número e eu te mando mensagem daqui algumas horas para saber se já se decidiu pode ser?
Assenti apenas para não decepciona-lo.
— Ok, espero que vá, tenho que ir, te mando mensagem mais tarde ok?
Assenti novamente, ele me deu um beijo na bochecha e saiu "E agora? Preciso de uma desculpa" decidi ir para meu dormitório, fazer meus deveres e depois decido melhor sobre isso, e foi o que eu fiz, passei a ultima hora fazendo os deveres e logo depois mandei uma mensagem de texto para meus amigos, hum, de repente me bateu uma saudade de NY, não, eu estou em LONDRES, " e sozinha" não acredito que tive esse pensamento, estou ótima sozinha, não preciso de ninguém para ser feliz, só então vi as mensagens de Ash.

Ashley: E aí amiga? Me conta tudo já chegou na tão sonhada terra dos reis e rainhas?
Ashley: Amiga porque ainda estou sem notícias suas? Atende esse celular, to começando a ficar preocupada
Ashley: MIA TURNER O QUE ACONTECEU? Foi capturada pelo tráfico de mulheres e está sendo escravizada agora? OMG!

Meu Deus que amiga exagerada eu tenho.

Mia : Amiga calma, desculpa não ter te ligado antes.

Mandei e logo apareceu Ashley está digitando...

Ashely: Só perdôo se o motivo for você ter se perdido aí e ter sido resgatada pelo Ed Sheeran, ou quem sabe se deu de cara com Harry Styles.

Pois é minha amiga é louca com o Ed( o que eu entendo) mas também é completamente apaixonada pelos One directions, em especial um certo Style.

Mia : Não amiga não topei com nenhum famoso, AINDA NÃO rs, mas cheguei muito cansada aqui e acabei por dormir, acordei e fui direto para aula, aconteceram tantas coisas e só cheguei agora...

Ashley : PODE COMEÇAR A CONTAR ESSAS COISAS, quero saber de tudo, cada detalhe

E assim eu a contei tudo desde o momento em que conheci o Andrew, da Angelina, da dança, e infelizmente da festa.

Ashley: Como assim não vai? Mas é óbvio que você vai Mia...

E assim começou todo aquele falatório de sobre eu ter de ir, que acabou me convencendo, urgh, Ash até em outra cidade consegue me convencer de fazer coisas as quais não quero, respondi outras inúmeras mensagens no whatzap, de colegas de danças, professores, amigos da escola e até do Josh também, bem o Josh é aquele meu amigo que me beijou no aeroporto, depois de ver as notificações no meu Facebook, Instagram e Twitter .

Josh: Ei princess, e aí como foi a viagem? Já sinto sua falta :(

Ele sempre foi muito carinhoso comigo e eu gosto muito dele, mas sabe quando você sente que não tem nada haver? Tipo como se fosse um irmão? Era assim que me sentia sobre ele.

Mia: Oi Josh, foi boa estou amando aqui.

Não disse que também sentia, não queria alimentar algo que não existe, Josh está digitando

Josh: poxa foi super fria comigo, foi por causa do que houve no aeroporto?

SIM!

Mia: Claro que não, Podemos esquecer aquilo?

Josh: Eu não quero esquecer Mia

Ah não, sério isso?

Mia: Josh, tenho que ir depois a gente se fala

Eu sei que estou sendo covarde, mas o que eu poderia fazer? Em meio a pensamentos meu telefone toca, é um número desconhecido, estranho.

— Ei ruiva.
Só uma pessoa me chama assim, sorri.
— Oi Andy.
Mas logo fechei o sorriso, assim que lembrei o motivo dele estar me ligando.
— Então se decidiu?
Respirei fundo, sei que vou me arrepender disso.
— Tem como negar algo a você?
— Bem podemos discutir isso, mas quer dizer que vai?— perguntou eufórico.
— Sim, eu vou— disse por fim.
— Serio? Que maravilhosa notícia, vamos nos divertir a noite, prometo, passo no seu dormitório as  8:00 PM para te pegar pode ser?
Assenti mas logo lembrei que ele não poderia me ver.
— Ok Andrew, nos vemos mais tarde.
— Até mais ruiva.
Desligou e eu me obriguei a escolher uma roupa decente, mesmo com uma impressão estranha sobre hoje a noite, me assustei com as horas, o tempo passou muito rápido enquanto eu mexia na internet, eram 5 para as 7, por estar frio escolhi um vestido preto de manga comprida, ele era um pouco brilhante o que o fazia ser para uma festa, mas ao mesmo tempo era simples, um pouco rodado, até quase aos meus joelhos, com um cinto vermelho na cintura, uma meia calça branca, e uma bota cano baixo com uns 4 cm de salto, penteei meus cabelos e os deixei soltos por minhas costas, passei um batom neutro, apenas um lápis nos olhos e um pouco de rímel, apertei minhas bochechas que por eu ser muito branca davam um pequeno avermelhado, peguei uma bolsa preta e nela coloquei meu celular, o lápis caso eu precise retocar junto com meu batom, e voialá estava pronta e ainda faltava 10 minutos para as oito, chequei se eu não estava esquecendo algo e fiquei atoa no facebook enquanto esperava-o chegar, exatamente 10 minutos depois ouvi uma pequena batida na porta, guardei meu celular na bolsa, dei uma última olhada em meu espelho e abri a porta, estranhamente não possuía ninguém no corredor, sai do lado de fora, olhei para os lados e para frente, eu ouvi alguém bater estaria louca?
— Andrew?— chamei e uma brisa forte bateu em meu rosto me fazendo encolher-me, para meu desespero a porta de meu quarto bateu me fazendo pular de susto, meus olhos se arregalaram é uma sensação ruim me tomou, antes que eu pudesse reagir senti uma mão em meu ombro que me fez pular e gritar.

— Ei calma, sou eu.
Andrew estava parado bem a minha frente com uma blusa preta e um calça cinza, estava casual e lindo, seus cabelos estavam cuidadosamente penteados, seus olhos pareciam brilhar mais ainda que o normal, eu ainda estava assustada meu peito disparado.

— Você bateu na porta?

— Acabei de chegar Mia.
Respirei fundo.
— Alguém bateu e quando abri não tinha ninguém.
Ele sorriu.

—Voê está no dormitório da universidade, bem vinda aos trotes.
Será? Antes que eu pudesse pensar em outra coisa, seu olhar me percorreu completamente, mas ainda assim era um olhar educado, ele abriu um sorriso envergonhado e finalmente me olhou nos olhos.

— Está....completamente.
Ele parecia nervoso.
— Maravilhosa.
Sorri para ele também .
— Que exagero Andrew, você que está um gato.
Elogiei-o, e acho que já me sentia mais calma, talvez eu precisasse relaxar, vi-o corar, mas logo ele sorriu e levantou a mão em minha direção como um perfeito cavalheiro.
— Podemos ir? — ele perguntou e eu assenti.
— Claro.
E assim ele me deu um braço, neste momento eu me sentia em um conto de fadas, mas era isso que a Inglaterra era, e bem os britânicos nem preciso comentar que faziam jus ao país dos príncipes, ele me levou até seu carro que era um Audi, para meu alívio e surpresa Angelina não estava com ele, entramos e eu não me controlei.
— Sua irmã não vai com você? — perguntei e ele se virou para mim.
— Não ao que parece ela está saindo com um cara e vai com ele.
Assenti, bem talvez com o namorado ela esquecesse de me incomodar, andamos pouco, tão pouco que nem vi a necessidade de ir de carro, paramos em frente a um lugar que mais me parecia uma casa.
— É aqui? — perguntei.
— Sim, aqui é a fraternidade onde três amigos meus moram, vem vou apresentá-los a você, entramos e eu escutava a música, não era muito alta como nas boates, mas também não muito baixa, fiquei supresa por estar aberta, o Andrew não teve que chamar ninguém para abrir, e assim que entrei demos de cara com alguns jovens, alguns sentados no sofá, outros dançando e outros se pegando, na verdade não eram muitos como uma festa, eu diria umas 30 pessoas, Andrew pegou minha mão e me guiou para os que estavam em uma espécie de roda perto do sofá.
— Oi pessoal.
Ele os chamou e vi que se viraram para olhar Andrew, havia um cara loiro de olhos azuis, bem forte, sabe aquele típico popular do time da universidade? Então ele se parecia bastante com eles, uma garota morena de olhos claros sentada no colo dele, ao lado tinham duas garotas praticamente idênticas, a única coisa que mudava eram a cor do cabelo, uma tinha o cabelo azul e a outra verde, e ao lado delas mais dois caras, um era negro e usava dread, seus olhos verdes me atraíram, eles se destacavam em sua pele escura, ao lado dele tinha um cara de cabelos vermelhos, e os olhos...amarelos? Parecia até um vampiro, mas com certeza era lente, ao seu lado, um moreno que estava sorrindo para mim, seus dentes cintilavam de tão brancos, percebi várias tatuagens ao redor do seu corpo .
— Essa é a Mia.
Ele me apresentou e eu sorri, a garota de cabelos azuis que se parecia bastante com a de cabelos verdes se levantou e veio em minha direção.
— Nossa você é linda, eu sou Marlee, mas todos aqui me chamam de Lee.
Estendeu sua mão.
—  Prazer Mia.
Apertei sua mão.
— Obrigada pelo elogio, você é muito bonita também.
Ela sorriu, todos me encaravam estranhamente e aquilo estava me incomodando.
— Mas ela é tão parecida com...
A menina de cabelos verdes que se parecia com Marlee começou a dizer mas todos da roda a olharam.
— Uau Andrew não sabia que a sua namorada era tão bonita assim.
Disse o cara de Dread que sorriu para mim, vi que Andrew ficou vermelho de vergonha.
— Ela não é minha namorada, somos ami...
Ele me olhou e deu um sorrisinho de lado.
—  Colegas.
Completou, uh ele se lembrou da minha teoria sobre não existir amizade entre homem e mulher e bom assim foi, todos se apresentaram, a garota de cabelos verdes descobri ser irmã gêmea da Lee, ela se chamava Meredith, acho que ela não foi muito com a minha cara, porque ficou me encarando de forma estranha, o cara que parecia jogador da universidade se chamava Brad e a mulher ao seu colo Christyna, o cara de Dred se chamava Edgar, o o moreno de tatuagens era Emmet, o de cabelo vermelho que parecia um vampiro era o Robert, percebi que Angelina não estava ali e acho que o Andrew também.
— Vocês sabem da Angelina?— ele perguntou, vi Lee fazer uma careta e Emmet abaixar a cabeça, senti o clima meio tenso? Mas quem respondeu foi Meredith a irmã gêmea da Lee.
— Ela está no show do namorado dela, mas ela disse que o tentaria convencer de vir até aqui.
Show do namorado dela? Como assim? Andrew também não pareceu entender.
— Show com o namorado né? Que você quis dizer?
Meredith revirou os olhos.
— Não o namorado dela é cantor.
Andrew a olhou sério
— Quem é esse cara afinal?— Ele questionou.
— Eu vou pegar uma bebida para mim — falou Emmet parecendo abalado e não entendi.
— Pergunta para ela.
Meredith apontou a cabeça para a porta, Angelina estava ali e sozinha, Andrew olhou para mim.
— Pode ir lá.
Sorri e ele saiu indo falar com ela.
— Vamos dançar Mia? — perguntou Lee, porque não? Eu amo dançar, era eletrônica, começamos a dançar e era como se nada mais estivesse em volta, me senti bem mais leve e tranqüila.
— Uau, você dança bem — disse Lee, e eu sorri para ela.
— Você faz faculdade de dança também ?
Assenti e engatamos em uma conversa, ela faz também faculdade de dança, mas está um ano adiantada de sua irmã, conversamos até que eu vi Andrew discutindo com a irmã dele, Lee também reparou que eu olhava.

— Tudo bem eles sempre discutem, Angelina odeia ser mandada e o Andrew é muito protetor.
Sorri entendendo e fiquei com sede, ela me ofereceu bebida mas eu achei melhor não, para minha sorte ela disse que tinha água e me serviu com um copo, decidimos voltar e nos sentar, Andrew e Angelina já estavam lá, e nem preciso dizer a cara que a Irmã dele fez ao me ver.

— Vamos jogar? — perguntou Angelina dando um sorrisinho para mim.

— Angelina...— Andrew falou para ela.

— Ah qual é irmão, estamos aqui para divertir.

— Você sabe o que aconteceu da ultima vez — ele falou.

— Ela teve o que merecia e...

— Cale-se — rosnou para ela, nunca vi o Andrew tão nervoso e eu estava totalmente boiando.

— Ela te traia, pelo amor de Deus!
Vi Andrew ficar vermelho, mas dessa vez foi de raiva, segurei a mão dele para ele ficar calmo, ele me olhou e tentei passar pelo olhar.
— Eu acho que seria uma boa idéia, Angel tem razão Andrew, são águas passadas.
Quem disse foi Emmet.
— Que jogo é esse afinal?— perguntei eu não estava entendendo, Angelina bufou.
— Chama-se jogo da verdade, funciona assim, cada um faz uma pergunta para outra pessoa e ela tem que responder a verdade, se a pessoa não quiser responder ela tem que cumprir um desafio.
Já tinha ouvido falar desse jogo porque o Andrew não gostava? O que aconteceu?
— Vamos Andrew joga com a gente — foi Christhina quem disse.
— Tudo bem — ele disse simplesmente
— Ok Vamos começar.
Bateu palmas Meredith animada.
— Eu quero perguntar para Angelina—  disse Edgar e ela o olhou, ele disse algo baixo para o Emmet e perguntou.
— Quem é seu "namorado" afinal?
Fez aspas com com o dedo.
— Se não quiser responder beija o Emmet.
Todo mundo ficou em silêncio claro que ela não ia beijar o...
Me calei quando Angelina se levantou, foi até o Emmet e o beijou, mas...ela não tinha um namorado? Olhei para o Andrew que fazia não com a cabeça em reprovação ao ato, depois disso foi um perguntando uma coisa ao outro e eles respondendo, ou fazendo o desafio, Meredith teve que tirar o short, Brad beber um Shot, a Lee teve que beijar o Edgar e Christhina foi o mais difícil na minha opinião, ela teve que correr nua na rua, tudo porque não quis responder uma pergunta ou talvez porque quisesse fazer o desafio mesmo, quando chegou minha vez eu não sabia o que falar.
— Ahn...para o Emmet.
— Qual foi sua primeira tatuagem? E porque a fez? Se não quiser falar se declare para uma pessoa que você goste, ou ame.
Ta, eu estava sem criatividade, Angelina murmurou um "sério isso?" Emmet olhou para ela e entendi que era ela a pessoa que ele gostava.
— Foi essa — ele mostrou uma tatuagem de pássaros.
— Fiz porque na época eu queria ser livre como eles.
Era um bom argumento, as perguntas continuaram até que Angelina resolveu me perguntar urgh...
— Para a ruivinha ali.
Ela me olhou com desprezo.
— Com quantos anos perdeu a virgindade? Se não quiser responder tire o vestido.
Ela disse, espera O QUE? Ai...meu...Deus... o que eu faço? Eu não posso responder essa pergunta porque...mas também não vou tirar meu vestido.

— Eu não vou responder isso — disse o sorriso dela se alargou.
— Então pode ir tirando o vestidinho.
Ela sorriu.
— Angelina..
Era o Andrew, ela revirou os olhos.
— Como imaginei nem um jogo você consegue cumprir.
Que garota....tudo bem sinto muito mas tentei gostar dela tentei mesmo mas...olha como ela age? Todos da roda me encaravam, tudo bem eu não preciso ter vergonha de falar isso, respira.
— Eu...não perdi minha virgindade — falei e acho que eles começaram a me encarar mais ainda com a minha resposta, Angelina me encarou confusa, mas no segundo seguinte ela gargalhou e Meredith seguiu ela, eu não ia continuar aqui para ver eles rindo da minha cara, me levantei imediatamente para sair dali.
— Mia...— ouvi Andrew me chamar, mas continuei a andar até sair daquela fraternidade, "para mim chega" " Sabia que não era uma boa ideia vir" tais pensamentos tomaram conta de mim, até que uma sensação entranha me tomou, como se algo me abraçasse, algo sombrio, um arrepio foi me percorrendo, porém quando abri a porta para sair acabei caindo e batendo em uma pessoa que iria entrar no mesmo momento que eu " Droga"  a pessoa me segurou, e quando me virei para agradecer a ela dei de cara com dois olhos lindos, uma cor que eu nunca vi antes, eram de um castanho com mel, tão profundos e tão claros que eram meio puxado para o verde, ele me encarou pelo o que pareceram horas, parecia chocado, como se eu fosse um fantasma, queria perguntar se ele estava bem, no entanto ele foi mais rápido.
— Ei garota devia olhar por onde anda.
Bem ele poderia ser bonito mas era bem mal educado, me soltei dele e percebi que tinha algumas tatuagens ao redor de seus braços descobertos e seus cabelos também castanhos eram jogados para trás naturalmente.
— Desculpe.
Falei, urgh quero sair daqui, ele revirou os olhos mal humorado.
— Tanto faz — ele falou, que grosseria, o que tem de bonito tem de irritante, ouvi a voz de Andrew atrás de mim e simplesmente abri a porta para sair, quando finalmente sai e respirei um ar fresco, me aliviei, sabia que não seria uma boa idéia essa festa.
— Ei Mia a onde vai?— Andrew me perguntou.
— Embora.
Nem me virei para olhá-lo.
— E vai sozinha?
— Vou.
Comecei a andar pela rua.
— Espera Mia.
Ele me segurou.
— Eu te trouxe, minha obrigação te levar de volta.
— Não precisa Andrew a universidade é do lado
— Mas está frio e de noite é perigoso, vem entra no carro.
Me virei para ele, ele parecia estranho.
— Tudo bem.
Ele abriu a porta para mim, eu entrei e ele deu a volta, e entrou ao meu lado, o carro começou a andar e ele falou.
— Desculpa por hoje — ele falou, e senti meu rosto esquentar.
— Não tudo bem, você não fez nada — disse.
— Mesmo assim a Angelina não devia ter perguntando isso...
Não quero falar disso.
— É um jogo, se pergunta o que quiser e eu sabia disso quando comecei a jogá-lo — falei e me virei para a janela, percebi que tínhamos chegado, para você ver como era perto.
—  Muito bem obrigada.
Agradeço e ia descer mas ele me impediu.
— Ei não, eu te acompanho.
— Não precisa eu já cheguei.
— Eu insisto
— Tudo bem.
E assim ele me levou até o dormitório.
—  Desculpa por hoje de novo — ele falou quando estávamos na porta do meu "quarto" eu me virei para ele e me assustei com a nossa proximidade.
— Tá, tudo bem — murmurei e ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, chegou mais perto de mim a ponto de poder sentir sua respiração, ele ia me beijar? Eu queria que ele me beijasse? Não saberia responder, ele simplesmente colou os lábios nos meus e uma sensação gostosa de borboletas no estômago se apoderou de mim, mas não durou mais que isso, ele se afastou de mim levemente corado, e deu um pequeno sorriso.

— Boa noite Mia.
E simplesmente saiu me deixando com um sorriso idiota na cara.

Deitei na cama e fitei o teto tentando entender o que havia acabado de acontecer, a gente se beijou? Na verdade o problema nem era o beijo até porque foi simplesmente um selinho, o problema era que havia sentimento naquele simples ato, e era tudo o que eu menos queria no momento, por mais estupefata que eu tivesse não pude evitar as estúpidas borboletas no estômago, droga eu não posso nem pensar em me apaixonar, não posso ficar como aquela vez, urgh pensando nisso de novo? Fala sério Mia você só tinha 10 anos... Realmente foi simplesmente uma paixonite minha pelo meu meu melhor amigo de dezesseis anos, mas eu fiquei tão obcecada com aquilo que a frustração simplesmente influenciava de forma ruim em minha vida, eu sabia que agora não era assim, sabia que seria diferente, que pelo que Andrew mostrava ele não era do tipo babaca, e mesmo sendo pretensão de minha parte eu sabia que seria recíproco, mas e se eu tivesse errada? Eu nem o conheço direito para dizer que ele não é do tipo babaca, lembro-me de Angelina " Ah pelo amor de Deus Andrew ela te traiu" quem seria ela? Eu simplesmente sei que era difícil de me apaixonar por alguém, mas eu também sabia que quando acontecia era muito intenso, e eu acabava sempre me machucando, bufei agora estou soando igual aquelas protagonistas de romances idiotas que tem pena de si própria e cheias de drama, talvez seja isso que eu seja uma pessoa dramática, "ah fala sério Mia, está fazendo tempestade em copo d'água simplesmente por culpa de um selinho? " Meu subconsciente estalou, e eu percebi que estava agindo como uma adolescente cheia de inseguranças, tentei dormir, mas acabei divagando por todo o resto da festa, senti meu rosto queimar ao lembrar da pergunta da Angelina ao qual tive que responder, ótimo agora um grupo de pessoas sabe que eu sou virgem, meus parabéns Mia turner, prêmio de idiota da semana, se eu continuar assim quem sabe eu não ganhe o Oscar de idiota? Ah Angelina, tentei mesmo gostar de você, mas não colabora, rolei o corpo pela minha cama e uma imagem quase esquecida veio em minha mente, o tal estranho que trombei na hora que eu iria sair daquele local, cara sem educação, mas ainda assim nada me tirava e enorme impressão de que eu já havia visto aqueles olhos castanhos mel em algum lugar, mas onde? Pensei, pensei e acabei caindo no sono sem nenhuma resposta.

Acordei sem o despertador estranho eu...

— Ahhhhh.
Foi essa minha reação ao saber que era 7:30 droga perdi a hora, maldita festa de ontem, como eu não escutei o despertador? Putz nem da tempo de tomar um banho, escovei os dentes, prendi meu cabelo e coloquei a primeira roupa que vi pela frente, conclusão? Perdi a primeira aula, percebi também que tinha esquecido meu livros, caminhei em direção ao meu dormitório já que teria de esperar a próxima aula.

— Mia?
Estou começando a achar que o Andrew anda me seguindo porque não é possível que sempre ele me encontre nos corredores da universidade, me virei, ele estava lindo e eu conseguia sentir o cheiro do perfume dele daqui, cabelo no lugar e a roupa também.

— Por acaso você está me seguindo?
Eu sorri para ele que ficou da cor de um tomate e eu achei super fofo a timidez dele, espera super o que? Eca que meloso...o que eu acabei de pensar.

— Er eu bem... Não eu vi que você se atrasou e eu..— ele começou a falar desconcertado.

— Tudo bem Andrew estava brincando.
Sorri para amenizar o clima e acredito que deu certo.

— Eu só queria lhe falar que a aula prática de hoje é balé e achei que você gostaria de saber já que...
Antes dele terminar a frase eu praticamente surtei.

— AH SÉRIO?
Parei de gritar quando umas pessoas ao meu redor me olharam feio e eu e o Andrew caímos na gargalhada.

— Sabia que ficaria feliz .
Ele sorriu.
— Será no andar 4 sala 2.
Eu devo ter feito uma cara muito feia porque ele continuou.
— Acho que você nem faz ideia de onde é né? Que tal almoçarmos juntos de novo e eu te levo!
Eu queria me afastar dele porque eu sabia que corria o risco de me apaixonar mas naquele momento ele parecia tão gentil que não consegui recusar.

— Claro, mas bem, agora eu vou tomar um banho porque sai tão as pressas que nem deu tempo para fazer isso, e saber que hoje tem balé me animou completamente.
Assim eu fiz tomei meu banho, peguei meu material correndo para próxima aula e quase me atrasei novamente, minha sorte foi que o professor me deixou entrar e assim passaram as aulas, logo chegou o almoço com Andrew que foi incrível, fiquei aliviada por ele não ter tocado no assunto do quase beijo, era fácil conviver com ele, praticamente muito tranquilo, ele era gentil, gentleman, carinhoso, qualquer mulher ficaria louca com ele em segundos, então por que eu? Vai saber...! Finalmente o almoço acabou, escovamos os dentes e eu vesti meu colan, saia e meia-calça, só que esses eram pretos, eu faltava saltitar corredor a fora por puro êxtase, enfim depois de três dias eu dançaria a minha dança....a única que me acalma, quando chegamos na sala Andrew disse:

— Te vejo depois?
Whats? como assim?

— Espera você não faz aula comigo? — perguntei.

— Não, são diversas salas infelizmente hoje não fiquei com você, mas espero que se divirta.
Piscou um olho e eu fiquei atônita.

— Mas então como você sabia qual era minha sala?
Não adiantou minha pergunta, ele nem estava mais ali para responder, só me restou entrar na sala e assim que o fiz percebi que eu estava adiantada, mas tinha um professor, homem uhu, ponto para mim, não que a Judith fosse ruim, mas já comentei sobre minha má sorte com professoras mulheres? Me apresentei para aquele Deus britânico, porque sim ele era realmente um Deus putz, Oh amada london! Descobri que seu nome era Rick, me perguntei se não era um apelido, mas decidi que o chamaria assim, expliquei minha situação e ele assentiu dizendo que estava informado e que era uma honra me ter como aluna, pois ele sabia os troféus que eu havia ganhado em torno do mundo, corei e fizemos amizade logo, ele era um cara muito legal e de olhos azuis só para garantir, pela sua experiência devia ter em torno de uns 28-30 anos, mas apresentava menos com certeza, finalmente os outros alunos chegaram e a única pessoa que reconheci de minha classe foi Elena, sorri para ela que sorriu timidamente para mim, reparei que a sala era a típica sala de balé, completamente espelhada, com barras na parede e uma no centro, porém aquela era móvel, tinhas alguns cochonetes apenas.

— Bem entraram algumas novatas cheias de talento nessa turma este ano, gostaria de dar a chance delas apresentarem a vós sua experiência.
Rick olhou brevemente para mim e logo depois para Elena

— O que eu proponho é que cada uma escolha um tema do balé que já dançaram antes e coloquem em prática aqui, quem quer começar?
Ele fitou nós duas e vi que Elena se encolheu timidamente.

— Pode ser eu.
Levantei e Rick sorriu.

— E escolheu um tema Mia?
Pensei em um mais leve e menor, ah sim "Pássaro Azul" eu amava essa dança.

— Pássaro Azul — disse.

— Bela escolha, pessoal abram espaço para Mia.

Agradeci por Angelina não ser de minha classe naquele momento, não conseguiria se concentrar assim, eu fui até o centro, Rick foi até seu tablet procurar a música certa, levei meu pé direito a frente puxando ponta e o pé esquerdo atrás ficando em uma quarta posição do balé, fechei meus olhos e imaginei o pássaro azul, como se tudo desaparecesse e meu corpo incorporasse aquele pássaro, senti o início da melodia pousando em meu ouvidos, estiquei minhas mão em uma linha reta e bati meus braços suavemente como um pássaro, troquei novamente a posição de meus pés fazendo uma quarta posição invertida , colocando meus braços em um arabesque de terceira e então comecei, fiz um pequeno plier e dei impulso ao meus pés para levar minha perna direita as alturas, depois seguido de um burrê, fiz o mesmo movimento, e assim repeti, junto de vários outros movimentos, aquela melodia me fez esquecer todos meus problemas, minhas divagações e opiniões, era como se abrissem minha mente para o mundo, finalmente corri até a diagonal da sala para terminar a coreografia, rodopiei 5 vezes seguidas, levei minhas pernas ao alto, e ajoelhei-me colocando minha mão esquerda atrás da orelha levantando meu braço direito em meia lua e inclinei meu corpo para o lado esquerdo olhando para minha mão fazendo exatamente a pose final, o som da suave melodia foi interrompido com palmas, finalmente olhei ao meu redor e percebi realmente onde estava, levantei-me, levei minhas mãos a minha saia e agradeci fazendo duas pequenas reverências.

— Muito bem, muito bem Mia, realmente seu talento é incontestável, nem preciso fazer uma avaliação, está totalmente aceita nas aulas práticas de balé.
Mais uma vez bateram palmas, eu sorri e agradeci o professor.

— Muito bem, Elena? Escolheu seu tema?— ele a perguntou.

— Gisele — ela disse e ele assentiu pegando seu tablet novamente e Elena foi até o centro, dançou suavemente, era claro que ela sabia sim o balé, não era profissional mas sabia e o que deixava a sua dança esplendida era seu rosto de anjo e sua aura tranquila, com toda certeza ela é melhor no balé que no tango, infelizmente a aula acabou, o que eu achei estranho foi que assim que bateu o sinal Judith apareceu na sala.