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- Merda. – Resmungou o garoto "ruivo".

- Você é um garoto bonito, mas é trabalhoso pintar seu cabelo bagunçado. – Dizia Devin ao dono dos belos fios bagunçados.

Devin, um garoto de cabelos curtos e rosados, com pele clara e olhos incrivelmente bonitos de cor esverdeada, pintava no quintal da casa de uma amiga.

- DEVIN! EU FIZ CACHORRO QUENTE!! – Uma voz feminina foi ouvida de dentro da casa.

- JÁ 'VOU, STELLA! – Gritou o garoto sujo de tinta.

Devin se levantou do pequeno banco de madeira que estava sentado, tirou seu avental de pintura e o deixou sobre o banco. Respirou fundo ao ver sua pintura quase completa, o garoto de 17 anos, tinha o costume de pintar pessoas que apareciam em seus sonhos. Desta vez, um garoto de cabelos escuros e de olhos pretos que refletiam neutralidade e ao mesmo tempo a morte.

- DEVIN, CATARINE VAI COMER TUDO! – Gritou novamente.

- O CARALHO, EU JÁ TO INDO – Retrucou Devin enquanto caminhava até a casa

O garoto costumava pintar no jardim, o mesmo costumava a dizer o trazia mais paz e tranquilidade para se concentrar.

- Pronto, pronto.. já estou aqui– Disse o garoto adentrando a cozinha.

- Ih, tarde, Catarine já comeu todo o molho. – Riu Stella, uma garota de cabelos castanhos longos, de olhos azuis e de belas curvas.

- Mentirosa. – Disse a outra garota de cabelos roxos em um coque.

- Nossa, os de verdade eu sei quem são, os de mentira eu desconheço. – Brincou o mais novo.

- Então, Devin.. como vai a pintura? – Catarine mudou rapidamente de assunto após olhar para o quadro lá fora. – Ela parece estar ficando boa.

- Sim, mas que garoto difícil de pintar.. – Resmungou Devin. - E eu juro que ele acabou com toda a minha tinta marrom.

- Aparentemente, ele nunca viu um pente de cabelo. – Todos no cômodo riram da péssima piada de Stella.

- Não fale assi–

Devin foi cortado de sua frase ao se olhar no espelho da cozinha.

- Minha senhora, meu cabelo está ROSA? – Se espantou com seu próprio reflexo.

- Bom, é o que parece, né? – Comentou Catarine com a boca cheia.

- Faz um tempo desde que você não pinta seu cabelo? – Stella.

- Só algumas semanas, como descoloriu tão rápido?! – Disse Devin.

- Talvez seja o constante calor que resulta em constante banho que resulta em constante retirada de tintura? – Explicou Catarine

- Deve ser isso, bom.. irei comprar mais tinta de cabelo, a minha acabou. – ele fez uma pausa e continuou – alguma das duas pode guardar meu quadro? Volto mais tarde! – Disse Devin pegando seus carteira no criado mudo ali na sala.

- Certo! Não se perca em qualquer loja de bichinhos de pelúcia, em! – Gritou Stella ao ver o garoto sair de casa.

- Esse Devin.. suas pinturas são extremamente lindas – Disse Catarine comendo um cachorro quente que preparou a pouco.

- Sim, é são tão perfeitas quanto o seu rosto de irritada toda vez que roubo a sua comida. – Disse Stella pegando o pão das mãos de Catarine

- Stella.. – Disse Catarine em um quase sussurro

- Vem pegar, passiva. – Riu Stella correndo escadas acima com o cachorro quente de Catarine.

- STELLA!! ME DEVOLVA! – Catarina seguiu Stella.

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- Como assim não tem tonalizante vermelho?! - Repetiu Devin.

- Meu jovem, eu já disse.. o último cliente acabou de levar. - Disse a moça aparentemente cansada. - Temos rosa, azul, laranja e preto.

- Moça, quando que chega o próximo lote de tinta?! - Devin estava um pouco desesperado, não gostaria de manter o cabelo rosa por muito tempo.

- Daqui a duas semanas. - A moça começou a contar o dinheiro do caixa, praticamente ignorando Devin ali.

"Duas semanas é o tempo que eu vou levar pra terminar aquela pintura!" - Pensou Devin.

Ao pensar na pintura, Devin rapidamente lembrou do cabelo bagunçado do garoto e como ele estava bonito no contraste entre as árvores.

O ruivo apenas respirou fundo e disse;

- Qual o valor da tinta preta?

- 59,99. - Respondeu a moça com um semblante entediado.

- Puta merda! 60 'pila em uma TINTA? - Reclamou Devin ao sentir seu peito doer pelo preço.

A mulher apenas o encarou com um semblante enjoado.

- Ok, ok.. - Disse Devin entregando para a moça uma nota de 50 e uma de 10 reais.

- Obrigado, aqui está. - Respondeu a mulher entregando uma sacola com a tinta e logo recolhendo o dinheiro.

Devin sem ao menos responder, deu as costas e saiu com sua sacola.

"Eu juro que deixei meu fígado lá!" - Reclamou em seus pensamentos.

Devin caminhava tranquilamente pelas ruas daquela pequena cidade, enquanto andava via crianças brincando na calçada, adultos apressados e idosos apenas relaxando.

Devin não tinha muito tempo naquela cidade, acabara de se mudar junto de Stella e Catarine. Seus pais supostamente queriam que seu filho fosse mais independente e ao invés de mandar ele para outro internado – e evitar uma possível expulsão –, decidiram por fim, apenas o deixar viajar.

O rosado esperava pacientemente o sinal abrir, para assim retornar e ao tentar atravessar uma rua, uma garotinha de cabelos escuros e longos caminhava junto a um rapaz um pouco alto e de cabelos castanhos.

Devin encarava o rapaz e a garotinha, ambos pareciam um tanto apressados com suas sacolas. O mesmo observou atentamente até o momento que os dois passaram por si e por um pequeno momento, Devin sentiu o conhecer de algum lugar. Sem o garoto notar, o sinal acabou abrindo.

- Espera.. o que? – Dizia um pouco bravo para a luz vermelha no grande semáforo. – Vá se fuder.. – reclamou.

O ruivo normalmente esperaria ali até o sinal abrir, caso não tivesse notado a grande loja de pelúcias atrás de si.

- Hm.. vai ser rápido.. afinal, o sinal não vai ficar fechado para sempre. – Riu e logo correu para dentro da loja.

A venda de pelúcias era tão grande! Tão repleta de todos os tipos de animais! Tinha desde porquinhos a sapinhos de pelúcias.

"Eu vou falir aqui" – Riu de si mesmo enquanto olhava um porquinho rosa. – Você é tão lindinho.. me lembra o Alfredo.

Devin costumava a jogar um jogo bem conhecido pelos adolescentes da atualidade e lá o mesmo criava um pouco chamado Alfredo e outro chamado Antônio.

Uma chamada de emergência tirou Devin de sua hipnose pelo porco, era Catarine.

"DEVIN!!" – Gritou a garota pelo telefone

- Diga, prostituta. – Disse enquanto tocava o pequeno porco.

"Então meu lindo, tu foi contratado." - Catarine.

- Espera, o que? – perguntou um tanto confuso.

"Você foi contratado naquela cafeteria que eu entreguei o seu currículo." - Catarine.

- Calma, você entregou o meu currículo?! – Devin se espantou um pouco, pois ainda não tinha pensado em trabalhar.

"Sim, 'pra você largar de ser vagabundo e começar a comprar as suas tintas com o *seu dinheiro*..." – Catarine começou a dar uma leve bronca em Devin.

Devin apenas escutava com uma cara de quem odeia levar sermão. O menor optou por levar o porco médio.

O pegou e o levou para o caixa, pagou e começou a caminhar até em casa com um pôr do sol e uma graciosa amiga lhe xingando por gastar muito no telefone.

Quando já estava perto de sua casa, Caroline desligou em sua cara e de relance avistou o rapaz de mais cedo e a garotinha entrando na floresta densa..

A garotinha sorria e conversava animadamente com o rapaz, mas o rapaz trazia um sentimento estranho e desconfortável para Devin.

Devin ficou preocupado com a garota e logo teve que escolher entre seguir seu caminho e seguir os dois.. não que seja da conta do ruivo falso, mas mesmo assim decidiu ir atrás.

"Pode ser um sequestro.. ou quem sabe um assasinato.. OU TALVEZ UM MATADOR DE CRIANÇAS." - Pensou Devin que já estava em desespero por pensar na última opção..

E lá estava o ruivo, seguindo duas pessoas enquanto carregava seu porquinho na sacola.

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