XXVI - Uma Nova Descoberta
Gustavo
Nesse último mês depois que contamos a verdade para o Matheus, pois é ele pediu para que todos nós o chamassemos assim, tudo parece que se aquietou, nenhum sinal de vida dos nossos novos desafetos, nem o nosso conselheiro não apareceu mais no hospital, Vânia voltou para casa e para o hospital, eu não sei se eles terem desaparecido é algo bom ou ruim, um pressentimento me diz que ainda teremos surpresas, mas o que importa é que com isso fora dos pensamentos do meu doce namorado ele pode se aproximar ainda mais de Cláudia e Patrício, que se mostraram pessoas incriveis, nunca deixando de nos ajudar com ele, já que por algum motivo ele preferiu ficar na casa da minha mãe. Outra coisa boa que aconteceu foram que as sessões de fisioterapia intensas surtiram um excelente resultado e agora Matheus de equilibra por mais tempo sobre suas pernas e com um pouco mais de esforço daqui um ou dois meses ele estará caminhando com o auxílio de moletas. Estou muito confiante que no dia do nosso noivado ele estará em pé ao meu lado.
Isso é outra coisa que nossas mães juntas resolveram, minha mãe ja havia deixado claro que nos casaria o mais rápido possível e vindo de quem veio eu jamais duvidei. Matheus está a flor da pele com todo o glamour que elas estão preparando para o "evento do ano", segundo minha sogra. No começo eu também surtei, mas depois que me explicaram que era mais como um plano para que minha imagem voltasse a ser como era antes me acalmei um pouco, elas estão preocupadas com o dia do julgamento do concelho, elas querem que neste dia eu já esteje casado, segundo as pesquisas das duas isso influenciará na decisão do juiz, já que não era apenas coisa de momento. Eu tenho medo de ser obrigado a parar de clinicar, mas tenho mais medo de perder Matheus, e se para poder ficar com ele eu tiver que parar de fazer o que nasci para fazer eu paro sem pensar duas vezes, meu amor por ele é maior que o mundo inteiro, mas enquanto temos chance de vencer nós vamos lutar.
- Oi. - Saio dos meus pensamentos quando escuto yma voz que gostaria de nunca mais ouvir.
- Eu só posso ter jogado pedra na cruz! - Falo e vejo Natália revirar os olhos para mim.
- O que você quer agora? - Pergunto e vejo ela se sentar na cadeira a minha frente, não sei pra que sentar, não pretendo ter uma longa conversa com ela mesmo.
- Olha eu realmente não quero brigar, mas preciso conversar com você e seu namorado ainda hoje. - Ouço o que ela diz e não sei como reagir. Não sei o que esta cobra possa falar que interesse a mim e ao Matheus. Pra dizer a verdade não sei, e não sei se quero saber, já que descobri que a Vânia era meio que espiã das forças do mal, não consigo ver mais ninguém como cem por cento amigo. E mesmo sabendo do motivo por trás do que ela fez, ainda sim fico com o pé atrás, ela merece todo nosso apoio, porque no fim mesmo sabendo dos riscos que ela tem de perder de vez seu bebê ela nos contou toda a verdade, mas essa pessoa parada a minha frente não pode ter nada que nos interesse saber.
Saio dos meus pensamentos quando ouço batidas na mesa para chamar minha atençao.
- Eu não te quero perto dele e também não há nada que você possa dizer que nos interesse. - Digo e vejo ela bufar.
- Olha, eu sei que errei em tudo com você, mas o que tenho para contar é algo muito importante e no final ambos irão me agradecer, e eu prometo que assim que eu deixar tudo resolvido eu vou embora. - Pondero sobre suas palavras e chego a conclusão de que eu preciso encerrar essa parte da minha vida de uma vez por todas.
- Tudo bem, mas essa será a última vez que vou querer olhar para sua cara. - Digo e já me levanto para sair. Tenho que aproveitar cada minuto que me resta com meus pacientes antes que tentem me tirar daqui. Não confio em mais ninguém daquele Conselho e nem mesmo nos funcionários, isso é exaustivo as vezes, você ter medo de deixar seu paciente nas mãos da enfermagem. Eu sei que a Vânia sempre cuidou muito bem do Matheus, mas o medo me corrói, a dúvida me corrói e se isso acontece mais vezes do que eu possa imaginar?
Minhas consultas terminam por volta das dezessete horas, estou cansado, mas também muito realizado. Meu paciente de dez anos que levou o tiro saiu hoje do seu coma e está respondendo bem aos estímulos, sabemos que vai levar ainda um tempo até ele voltar para casa, mas a pior parte já passou.
Arrumo minhas coisas e sem demora deixo o hospital, mesmo não estando com muita vontade de olhar para a Natália eu dei minha palavra. Vou para minha casa e quando chego dou de cara com uma mulher usando minha cozinha, nunca a vi na vida e quando ela me olha abre um enorme sorriso.
- Olá doutor Gustavo, sua mãe mandou que eu viesse aqui preparar alguma comida e congelar para o senhor. - Ela fala e tenho vontade de estrangular minha amada mãe.
- Não precisava, agradeço pelo que já fez, mas pode limpar as coisas e sair. Avise minha mãe que não preciso de comida em casa, afinal vou comer lá todos os dias. - Falo e vejo a senhora tampar a boca para esconder a risada que não consegue esconder.
- Dona Bárbara sabe mesmo suas reações. Mas ela mandou avisar que você não manda em nada, já que você terá visitas nos próximos dias. - Ela fala e eu fico perplexo com a ousadia de minha mãe, porque afinal não estou sabendo de visita alguma.
- Ok!ok! Vou tomar um banho e resolvo isso com a própria dona Bárbara. - Falo e vou me arrumar.
Tomo um longo banho e faço minha barba que já está me incomodando, visto uma roupa confortável e vou ao meu escritório pegar alguns papéis que preciso entregar ao meu pai. Quando desço as escadas olho em direção a cozinha e vejo a senhora totalmente concentrada nos seus afazeres e isso me lembra que preciso questionar minha mãe do porquê de tanta comida.
Saio de casa e vou direto a casa onde cresci e hoje meu anjo chama de lar, apesar de ter um com seus pais. Todos estamos bem com as decisões tomadas por Matheus, afinal ele precisa saber que ainda está no controle de sua vida.
Chego na casa dos meua pais e logo na entrada vejo a Natália parada no portão e ao seu lado tem uma linda princesinha, estranho por que ate onde sei ela nunca teve filhos e nem sobrinhos.
Saio do carro e quando olho em seus olhos seu olhar está sofrido, como se ali ela estivesse fazendo um grande sacrifício. Antes de falar qualquer coisa com Natália me abaixo na frente do lindo anjinho de olhos tão azuis quanto os meus.
- Oi princesinha, tudo bem? Me chamo Gustavo e você? - Faço as perguntas e espero ansioso pela resposta, já que ele se esconde atrás das pernas de Natália, como se estivesse se defendendo de mim, e essa atitude me deixa ainda mais curioso para saber quem é essa garotinha, já que na época em que namoravamos ela afirmava categoricamente que jamais teria filhos. Mas quando olho em sua direção ela está fazendo sinal de positivo para a menina.
- Me chamo Melissa. - Ela fala e estende a pequena mãozinha em minha direção e meu Deus ela é um encanto. Faço nossas mãos se encontrarem e vejo um lindo sorriso nascer em seus lábios, o que me faz derreter por essa bonequinha.
Volto meu olhar novamente para Natália que também está com um sorriso nos lábios e posso ver muita sinceridade é amor nele, o que para dizer a verdade me surpreende ainda mais e com isso me lembro do porquê dela estar aqui agora.
- Vamos entrar Natália, eu não falei nada para Matheus ainda, então possivelmente ele vai estranhar a sua presença e ainda tem minha mãe que vai querer te matar, então quando chegar o momento seja direta e não faça joguinhos. - Falo e ela concorda sem nenhuma objeção.
Entro em casae vejo minha mãe sentada no sofá e meu anjo jogado no chão vestindo um kigurumi não sei de que, rindo de algo que minha mãe concerteza deve ter dito. E mesmo com esta roupa estranha que ele tanto gosta, está lindo.
Olho para ele e quando me vê arqueia a sombrancelha ao ver que não estou sozinho e principalmente por quem está comigo. Mas quem fala primeiro é minha mãe.
- Gustavo o que significa isso? - Ela pergunta apontando diretamente para Natália e Melissa, e isso me causa um pequeno desconforto já que fui eu quem não avisou que teríamos visita.
- Calma mãe, ela disse que precisa conversar comigo e com Matheus. - Digo e vejo ele fazer sinal para que eu me aproxime. Quando chego perto ele pede ajuda para ficar de forma correta no sofá.
- Amor você deveria ter me dito que teríamos visitas, olha só como estou vestido? - Ele fala em tom de reprovação e isso me faz sorrir, já que ele nunca consegue ser sério o suficiente para demonstrar raiva.
- Calma anjo, ela vai dizer o que quer e vai embora. Não é mesmo Natália? - Pergunto e ela se aproxima mais segurando a mão da princesinha Melissa.
- Eu só quero esclarecer algumas coisas e como eu disse ao Gustavo, assim que o fizer vou embora para sempre. - Ela diz e juro que não havia entendido desta forma quando conversamos mais cedo.
- Então me dêem licença. - Minha mãe diz, mas ela a impede.
- Não Bárbara, você fica também é se Hector estiver em casa gostaria muito que o chamassem também. - Ela diz e vejo minha mãe ir em direção ao escritório do meu pai. O silêncio ficou sufocante, até meu anjo o quebrar.
- Hunnn, oi bonequinha! Vem aqui sentar ao lado do tio. - Ele fala e vejo Melissa pedir autorização a Natália que a induz a seguir enfrente. Ela caminha com passos pequenos até chegar ao lado do sofá onde Matheus está sentado, ela se senta ao lado dele e fico observando eles conversarem e quando meus pais retornam à sala, me surpreendo com um Marcus com cara de poucos amigos e uma das empregadas da casa seguindo eles.
Vejo minha mãe mandar a moça levar Melissa para fazer um lanche e ela vai sem muitos problemas, fico feliz por minha mãe ser uma mulher que saiba separar as coisas e não esteja descontando sua raiva de Natália na garotinha. Vejo Marcus de sentar bem enfrente onde Natália está e meu pai parece ter comichão já que está andando de um lado para o outro.
- Acho que você já pode nos dizer o que é tão importante para você vir me procurar. - Falo e todos concordam comigo.
- Você sabe que cinco anos atrás eu fui atrás de sua mãe pedir dinheiro para poder ir embora. - Ela começa falar e logo de cara já sou surpreendido pela revelação, já que para todos foi minha mãe quem a procurou e ofereceu dinheiro para se afastar de mim. Olho para minha mãe que abaixa a cabeça e faz sinal de negativo com a cabeça, então só aí eu entendi que ela se culpou para mais uma vez me proteger. Olho incrédulo para Natália e indico que continue.
- Quando eu fiz isso, eu tinha acabado de descobrir que estava grávida, mas não tinha certeza de quem era o pai, então preferi ir embora. - Ela termina aquela maldita frase e meu coração parece ter parado de bater no meu peito.
- Eu nunca gastei um centavo daquele dinheiro comigo, usei todo dinheiro para criar a Mel, porém alguns meses atrás eu fui procurada pelo Pedro que usou minha filha para me obrigar a voltar e te convencer que poderíamos ficar juntos novamente, mas quando eu voltei e tentei uma aproximação você me reprimiu, então fui procurar saber o que estava acontecendo, foi quando fiquei sabendo de vocês dois e não tive coragem de me envolver e estragar sua vida pela segunda vez. - Ela fala e agira minha vontade é de enforcá-la, mas ela continua ...
- Sabe Eu nunca fui uma mulher sem escrúpulos, eu te traí sim, de várias formas, mas eu estava confusa, perdida eu gostava de você, mas não era amor e eu sabia que apesar de tudo o que você sentia também nao era. Então peguei o dinheiro e fui embora. - Ela termina de falar e posso ver visivelmente tres pessoas perplexas na sala. Eu, Matheus e minha mãe, mas meu pai e Marcus estão tranquilos neste momento, diferente de minutos atrás quando vieram para a sala.
- Então quando eu decidi que não te faria mais mal procurei por seu pai e pedi ajuda e junto dele veio o marcus. - Ela diz olhando para o homem a sua frente e não sei se estou certo, mas pude ver algo como afeto ali.
- Eu contei tudo a eles é juntos eles me devolveram minha filha. Olha eu não sei até onde o Pedro está envolvido nessa história, mas eu sei que ele está envolvido com um homem que odeia muito vocês dois. - Ela fala como se aquilo fosse alguma novidade para os presentes ali na sala, mas não serei eu a lhe contar que já sabíamos. Sabemos quem são, temos provas das ameaças, mas não temos provas do estupro e da tentativa de assassinato.
- Olha Natália obrigado mesmo vir nos contar tudo isso, mas o que quero saber é o que tenho haver com toda essa história? - Pergunto, mas tenho medo da resposta. Vejo ela abaixar a cabeça e procurar por palavras, mas quem acaba respondendo é meu anjo.
- Amor, você é um homem esperto, sério que ainda não percebeu? - Ele pergunta e meu coração sabe a resposta, mas também tem medo dela então eu minto.
- Não percebi nada, então me diz o que estou perdendo que você já sabe. - Falo e vejo ele negar com a cabeça.
- Sogro se eu estiver errado me corrija por favor. Pelo que entendi quando ela foi embora grávida tinha cinquenta por cento de chances desse bebê ser seu. - Minhas suspeitas eram essas, mas enquanto as palavras não foram ditas eu ainda podia me segurar, mas agora como vou fazer?
- Pai, Natália me digam a verdade. - Como vou perdoar agora a mulher que talvez tenha levado minha filha para longe de mim?
- Amor basta você olhar direitinho, apesar do tom de pele, ela é todinha você, desde o momento que há vi já sabia. - Matheus fala e eu não sei porque sinto a necessidade de confirmar com meus próprios olhos.
Saio meu apressado em direção a cozinha e quando chego lá vejo ela sentada em um dos banco próximos a bancada, olho fixamente para ela, mas fico ainda mais confuso e tudo que faço é chorar.
- Ela é linda não é? - Ouço a voz do meu pai logo atrás de mim.
- Vocês não podiam ter escondido isso de mim. - Falo e vejo que ele trava as mãos, fico um pouco alerta já que essa reação ele só tem quando está com muita raiva.
- Me perdoe, mas não podíamos. Se contassemos a vocês ela correria ainda mais riscos e sei como você e sua mãe são, com certeza poriam todo o plano por água abaixo. - Ele fala e não posso discordar.
- Já foi arriscado tirarmos ela de lá sem a ajuda da polícia agora imagina com um monte de gente sabendo? Eu só fiquei triste por não acharmos no mesmo lugar a Bella. - Ele fala e posso entender seu sentimento, ela é só uma criança e não tem culpa pelo pai que tem.
- Eu não podia arriscar a vida dela. - Ele fala olhando para Melissa que agora levanta a cabecinha e nos vê. Ela sorri e vejo meu pai todo derretido por ela, então nesse exato momento tenho certeza que ela é minha filha.
- Pai você está me contando tudo isso porque já tem certeza, não é? - Pergunto e ele apenas afirma.
2718 palavras
Olá moranguinhos e aí? Surpresos?
Pois é, mas ainda bem mais bombas por aí...então até amanhã.
Beijos StramberyBlack💕💕
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