XII - Questões

                                  Bárbara

       Quando vi o número de Gustavo brilhar na tela do meu celular, não pensei duas vezes para atender. Eu sei que errei imensamente com ele no passado, mas nunca foi minha intenção fazê-lo sofrer por cinco malditos anos.

       Eu nunca ofereci dinheiro à Natália,como todos pensam, no dia em que fui procurá-la eu apenas iria sondar sobre sua vida e intenções. Mas quando cheguei ao nosso encontro ela nem me deixou falar, já foi relatando que nunca amou Gustavo, que ela queria dinheiro e prestígio, e finalmente me perguntou quanto eu estava disposta a pagar para que ela sumisse da vida dele. Eu realmente não pensei duas vezes e preenchi aquele cheque, ela não iria fazer mal ao meu tesouro e aquele dinheiro valia bem menos que a felicidade do meu filho.

       Então quando cheguei em casa, fiz meu papel de bruxa má e contei a história que seria mais fácil dele ouvir e aceitar. Não me arrependi por nem um minuto da decisão que tomei, mas agora ela está de volta e me procurou na maior cara de pau, como se nada tivesse acontecido.

       Eu sei que ela está escondendo algo, mas eu prometi a mim mesma que não iria me meter desta vez, se Gustavo a quiser de volta eu ficarei quieta e aceitarei, melhor que ver meu filho se acabando dentro daquele hospital. Eu sei que sua carreira e seubamor pela vida façam muito, mas se ele tivesse uma pessoa para quem voltar, talves esse tempo fosse menor.

       Atendo a ligação ao segundo toque, porque para ele estar me ligando é porque pensou em nossa conversa e quer ver aquela pessoa indesejável, mas fazer o que né?!

       — Alô ! — Digo com receio, pois só o que fazemos nos últimos anos é brigar.

       — Oi, mãe. — Ele diz essa palavrinha e meu coração da um sobressalto, porque há tanto tempo não ouço essa palavra sair de sua boca.

       — Oi meu filho, você pensou em nossa conversa? — Pergunto e espero a resposta, que demora um pouco para chegar.

       — Mãe podemos nos encontrar mais tarde? Preciso lhe contar uma decisão que tomei e deixar claro algumas coisas, para você e o papai. — Ele e sinto que essa conversa não envolve de forma alguma a megera.

       — Claro, pode ser onde você quiser. — Digo e posso ouvir ele inspirar profundamente do outro lado da linha.

       — Então nos encontramos as vinte horas na minha casa. Ate mais tarde! — Ele fala e desliga sem ao menos me dar a chance de confirmar ou me despedir, mas estou feliz por ele ter me procurado.

                               Marcelo

       Acordo e sinto falta do corpo de Gustavo ao meu lado, foi a primeira vez desde que acordei, que eu dormi em paz. Aquele beijo me tirou do prumo, e agora sinto dentro do meu coração que não posso ficar sem ele. É estranho, porque isso que está acontecendo dentro do meu coração só demorou alguns dias para se tornar importante e isso me assusta.

       Como eu preciso de ajuda para caminha, eu aperto o botão que chama os enfermeiros e logo chega um para me auxiliar a chegar ao banheiro. Uso o banheiro e faço minha higiene, ele também me ajuda num banho rápido, já que não consigo me manter de pé por muito tempo. Quando estou devidamente vestido, elw me coloca de volta à cama e pede meu café da manhã, ele sai e volta alguns minutos depois com minha medicação. Agradeço e espero meu café chegar, e assim que chega eu como tranquilamente.

       Minha mente está totalmente  vaga, não tenho ideia do que eu era ou gostava de fazer antes e ficar só deitado nesta cama não ajuda em nada. Continuo pensando e percebo que começar tudo do zero, estudo, trabalho, me conhecer. Será que vou manter esse nome que me deram ou a justiça me forçará a ter outro? São tantas coisas que me deixa tonto e isso me faz sentir falta da Vânia que até agora não apareceu por aqui e onde será que está o Gustavo que sumiu também.

       Já passa das dezesseis horas e cabei por saber na hora do almoço que a Vânia está de folga, e que doutor Gustavo está atendendo desde cedo seus outros pacientes. Todos por aqui dizem que ele é brilhante e como ele faz pequenos milagres, assim como fez comigo, aqui todos que conversei o admiram e respeitam e isso faz meu coração se aquecer, por saber que ele é um bom homem.

       Estava absorto em meus pensamentos quando a porta do quarto é aberta de forma meii brusca por um homem que ainda não conhecia, ele está de terno escuro, cabelos pretos e olhos que não demonstravam nenhuma reação, mas como o policial ele não me passou uma boa sensação.

       Ele permaneceu ali, parado em pé apenas me observando, ele não dizia nada e isso está me deixando nervoso. Quando eu ia abrir a boca para perguntar se poderia ajudar em algo, um tal doutor bonitão apareceu para me salvar daquela situação no mínimo constrangedora.

      — O que você faz aqui Pedro?
— Ele pergunta e posso ver a tensão em seu rosto e raiva evidente na voz.

       O tal do Pedro não disse nada, apenas deu as costas e saiu. Fiquei sem entender nada, mas também isso não me importa, por que ele estava ali, parado na minha frente, ainda mais lindo donque ontem, Deus como isso pode ser humanamente possível?

       Ele caminha em minha direção e posso dizer que estou muito nervoso. Ele chega a mim e deixa um beijo próximo ao meus lábios, meu corpo tremeu todo e sinto minhas mãos molhadas de suor, e posso jurar que estou todo bobo. Eram sensações tão boas que não queria que acabasse jamais, mas como começou ele terminou, rápido demais.

       — Oi, como você está? — Ele disse assim que olhou em meus olhos e sorriu, um sorriso que iluminou toda minha alma.

       — O que aquele homem queria aqui? — Perguntei e ele se sentou na beirada da minha cama.

       — Bom aquele é o diretor do hospital e uma espécie de irmão emprestado. Hoje pela manhã eu contei a ele sobre nós dois e parece que ele não gostou muito, mas não precisa se preocupar que ele não vai mexer com você. — Ele fala e volto a sentir a mesma sensação ruim em meu peito, mas não faço nada, pois não quero ser chato e implicar com seu irmão.

       — Tudo bem ! — Digo e me viro com dificuldade, pondo os pés para fora da cama.

       — Será que você pode chamar algum enfermeiro para me ajudar a ir ao banheiro? — Pergunto mas ele não responde, apenas se levanta e começa a me ajudar, mas eu fico sem graça, acho que não quero que ele me veja tão frágil, mesmo sabendo que ele sabe de cor minha condição, mas sinto que agora é diferente.

      — Será que você pode chamar outra pessoa para me ajudar? — Pergunto e ele arqueia uma sobrancelha e faz cara feia para mim.

      — Por que eu não posso ajudá-lo? — Ele responde com outra pergunta e sinceramente não sei como responder a isso.

      —Eu acho que não me sentirei confortável com você me vendo em um momento... Seria constrangedor. — Falo e olho para baixo, pois não consigo encará-lo.

       Ele solta uma gargalhada alta e sinto seus lábios em minha testa. Eu sei que ele quer me confortar.

       — Anjo, você não precisa se sentir desconfortável comigo, eu sei das suas atuais limitações e estou aqui para ajudar no que for preciso. E não se preocupe que logo você conseguirá fazer tudo isso sozinho novamente, então por favor me deixe te ajudar como sempre fiz, ok? — Ouço sua pergunta e me sinto um verdadeiro idiota por agir dessa forma e apenas indico que sim.

      Chegamos ao banheiro e ele me dá privacidadd virando de costas para a parede. Me sinto muito envergonhado, mas se vamos ter isso, preciso me acostumar com ele pairando sobre mim.

       — Hoje eu não poderei ficar com você, tudo bem? — Ele pergunta ainda de costas para mim e faço um bico de desgosto, mas concordo.

       — Você não quer saber pm por que? — Ele pergunta e isso me deixa curioso, mas finjo que não.

       — Você não me deve explicações, mas de quiser me contar vou ouvir de bom grado. — Falo e aproveito para dizer que já pode se virar.

       Ele me ajuda a voltar para o quarto e me põe na cama de forma que eu fique recostado. Quando volto a olhar para ele, percebo que seu olhar está vago e acabo tocando em seu braço chamando sua atenção, ele volta a realidade dando um sorriso de desculpa.

                               1448 palavras

      Oi moranguinhos!

  Esta semana estou um pouco enferma e por isso não sei se conseguirei postar todos os dias, mas prometo tentar😊.

   Beijos StramberyBlack💕💕

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