Capítulo 15

Acordei com o despertador tocando. 

Apoiei-me com a mão na cama, mas logo a retirei, estava muito dolorida. Levantei e olhei ao redor vendo a bagunça que eu havia feito na noite anterior. Dona Maria teria um treco quando entrasse ali. 

Tomei banho e fui para a cozinha tomar café. Ninguém tocou no assunto do dia anterior, o que eu achei ótimo.

— Sua mão está meio roxa, Alex. – Mamãe falou reparando. — Talvez seja melhor te levar ao hospital, pode ser que tenha quebrado alguma coisa aí.

— Eu estou bem, ela só está dolorida. – Mamãe suspirou e não voltou a insistir.

Quando cheguei à faculdade, Kimi já me esperava e parecia ansiosa.

— Até que enfim você chegou, eu preciso te contar uma coisa, Alex. – Kimi me olhou um pouco assustada. — O que houve na sua mão?

— Eu me engalfinhei com o Júlio ontem no elevador. – Sorri e Kimi balançou a cabeça em negativa.

— O que ele fez dessa vez?

— Me provocou. Mas consegui tirar sangue dele, pelo menos isso. – Ri.

— Você é maluca, sabia? – Mais uma me chamando de maluca.

— Tá, mas me conta... O que queria falar comigo? – Vi o semblante de Kimi se tornar sério.

— Eu não sabia se contava pra você...

— O quê? Fala Kimi? – Pedi já impaciente.

— Quando fomos visitar a Brenda... Ela me contou um pouco sobre "Ele". A mãe dela tinha saído do quarto, nos deixando sozinhas.

— Como? Espera aí, porque não me contou?

— Eu não sei, você estava tão mal ontem e eu achei melhor não te contar.

— O que ela te disse? Quem é "Ele"? – Perguntei.

— Ela não quis dizer, eu até tentei fazê-la falar. Mas ela disse que ele faz coisas ruins, desde quando ela era criança. Que abusava dela, maltratava, ameaçava se ela contasse pra alguém... E ainda ameaça.

— Eu sabia que era o pai dela, tinha certeza. – Falei convicta.

— Alex, nós não temos nenhuma prova. Pode ser qualquer um da família dela... Tios, primos, ou até mesmo o pai... ou a mãe, sei lá.

— Não Kimi, eu tenho certeza que é o pai dela. Ele estava assustado naquele dia que eu o abordei.

— Para termos certeza disso, temos que fazer a Brenda falar. Sem isso, não temos nada. – Kimi encerrou a conversa.

Depois que Caio chegou, contamos a ele o que Kimi havia me contado. Ele também foi da mesma opinião que ela, teríamos que fazer a Brenda confessar.

— Mas pra gente ela talvez não conte. Vamos esperar ela sair da clínica e você tenta conversar com ela, Alex. – Caio falou.

— Pode ser que dê certo. – Kimi falou.

As aulas transcorreram bem... chatas, mas bem. Quando estávamos saindo da sala após a última aula, Lígia me puxou. Algumas pessoas nos olhavam curiosas, inclusive o Flávio. Kimi e Caio trataram de sair o mais rápido possível, não querendo atrapalhar.

— Alex, eu preciso muito falar com você, por favor? – Ela me encostou na parede.

— Lígia, por favor, não faz isso comigo... – Pedi. — Não vê que sempre sai alguém magoada? Porque não deixa as coisas como estão?

— Por que... – Vi seus olhos se encherem de lágrimas. — Porque eu não consigo tá legal? – Ela se afastou e passou as mãos no cabelo, jogando-os para trás. — Alex... Eu não durmo mais, não consigo comer mais... Eu não paro de pensar em você. Sabe o que isso significa? – Fiquei olhando-a em silêncio, esperando que continuasse. — Você conseguiu a única coisa que ninguém nunca conseguiu. – Ela agora parecia desesperada andando de um lado a outro. — E logo eu, que tinha tudo sob controle... sempre.

— Eu não entendi. – Falei.

— Por favor, volta pra mim? Não me deixa, Alex. – Lígia segurou meu rosto com as duas mãos e me olhava nos olhos. — Eu sei que você quer mais de mim, que você me quer inteira. Eu sei que você me ama.

— Lígia... – Olhei ao redor e vi o Flávio um pouco mais afastado, nos encarando com um sorriso safado. — Vamos sair daqui? – Propus e Lígia concordou.

Saímos do corredor e fomos para o estacionamento fechado que ficavam os carros dos funcionários e professores, há essa hora já estava um pouco mais vazio. O carro da Lígia estava parado mais ao final. Assim que chegamos perto do carro, reparei em uma coisa.

— O que houve com o seu carro? – Perguntei.

— Eu bati. – A olhei surpresa. — Eu não conseguia parar de pensar em você e olha o resultado. – Lígia apontou a frente do carro toda amassada. — Não vi o carro na minha frente... Só via você. – Achei aquilo que ela falou muito fofo.

— Você se machucou? – Perguntei logo em seguida, preocupada e fazendo carinho em seu rosto.

 Esqueci completamente de que ainda estava magoada com ela. Acho que era o destino mesmo que nos queria juntas. Eu já estava morrendo de saudades dela inteira.

— Não, foi só o susto mesmo. – Ela sorriu para mim.

Assim que entramos no carro, tratei de falar:

— Vamos conversar numa boa? – Perguntei e Lígia concordou. — Olha Lígia, precisamos deixar algumas coisas claras entre nós.

— Eu sei. – Ela falou.

— Primeiro que eu não gostei de você ter falado naquele dia que a Brenda poderia me oferecer coisa melhor do que você.

— Alex, eu falei aquilo sem pensar, ok? Eu ainda estava completamente assustada com tudo o que eu estava sentindo e por medo de me machucar acabei falando isso. – Lígia abaixou a cabeça. — Achei que se você se afastasse de mim, esse sentimento acabaria. Mas não é verdade. Esses dias que você esteve afastada de mim foram... Insuportáveis.

— Pra mim também. – Confessei e Lígia sorriu ao escutar. — Segundo, se você ficar comigo, vai ter que dar um jeito no Júlio. Não quero você pela metade, Lígia.

— Eu também quero você inteira, só para mim. – Lígia passou a mão na minha bochecha. — Alex eu quero fazer a coisa certa dessa vez, mesmo que cause a ira do Júlio. Você estando ao meu lado me dá forças para travar essa batalha.

— O que quer dizer com isso? – Perguntei.

— Não é nada. – Ela sorriu e desviou os olhos. — Agora eu quero fazer algo do qual eu estava morrendo de saudade.

— Ah é, e o que seria?

Lígia me puxou e me beijou. Como eu estava com saudades dela. Ficamos nos beijando durante um tempo, matando a saudade uma da outra.

Sem que eu esperasse, Lígia colocou a mão dentro da minha blusa e foi direto ao meu seio direito.

— Lígia... – Tentei falar, mas ela me calou com um beijo.

Lígia retirou a blusa dela e logo o sutiã, me deixando com a imagem de seus belos seios.

— Ficou maluca? – Olhava-a espantada. — Alguém pode ver. – Falei olhando ao redor do estacionamento.

— Ninguém vai ver.

Ela encerrou a conversa sentando em meu colo, no banco do passageiro. Minhas mãos estavam em sua cintura e seus seios a altura da minha boca. Aquilo me levou a um estado de excitação extrema e nem liguei para onde estávamos. 

Passei a chupar um de seus seios com vontade enquanto ela enroscava seus dedos em meus cabelos e suspirava jogando a cabeça para trás.

— Eu estava com tanta saudade de você. – Falei com dificuldade.

— Eu também. – Lígia falou com a respiração alterada.

Continuei chupando seu seio e com a outra mão acariciava o outro seio, brincando com o biquinho durinho.

Lígia me fez parar e retirou a minha blusa. Ela arranhava meus ombros e beijava meu pescoço, me dando mordidas que me deixavam enlouquecida.

Retirei sua calça, juntamente com a calcinha, tamanha era a minha pressa de possuí-la. Acariciei seu sexo já inchado e fiquei brincando, fazendo leves pressões em seu clítoris. Lígia se agarrava aos meus ombros me arranhando cada vez mais e gemia lindamente.

— Alex...

Penetrei-a com dois dedos e Lígia gemeu mais alto. Passei a fazer movimentos lentos de vai e vem e Lígia passou a rebolar nos meus dedos. Ela me encarava e fazia uma cara sexy enquanto mordia o lábio.

— Olha pra mim. – Segurei seu rosto, fazendo-a me olhar quando ela fechou os olhos.

Quando percebia que ela ia gozar, retirava meus dedos dela e voltava a brincar com seu clítoris, fazendo uma leve pressão. Provoquei-a bastante, sem deixá-la gozar.

— Alex... me deixa gozar, vai? – Lígia falou sensualmente enquanto rebolava nos meus dedos.

Acelerei os movimentos. Lígia preenchia o carro com seus gemidos altos e sensuais.

— Eu estava com tanta saudade de você, minha menina.

— Olha pra mim. – Pedi mais uma vez vendo que ela começou a estremecer com o orgasmo que chegava. — Quero que olhe pra mim enquanto goza.

— Que delícia! – Lígia falou e foi sacudida por espasmos fortes.

— Meu Deus! – Falei com a respiração ofegante enquanto esperava ela reestabelecer-se.

— Ainda não acabou. – Lígia falou com um sorriso. Colocou a mão do lado do banco e o deitou. 

Ela retirou meu sutiã e passou a chupá-los, dando mordidinhas. Enquanto chupava meus seios, colocou sua mão dentro da minha calça e passou a me penetrar com dois dedos, vendo que eu já estava pronta para recebê-la dentro de mim. Comecei a rebolar em sincronia com seus dedos.

— Rebola pra mim, amor. – Lígia pediu.

Aquela palavra me deixou completamente fora de mim. Não demorou muito para que eu gozasse. Lígia retirou seus dedos de dentro de mim delicadamente e depois os lambeu, me beijando a seguir.

— Agora sim podemos sair daqui. – Lígia me presenteou com um sorriso lindo.

Ela passou para o banco do motorista e começou a se vestir enquanto eu fazia o mesmo.

— Passa à tarde comigo? – Ela perguntou.

— Lá em casa? Ou na sua? – Fiz uma careta.

— Nem um nem outro. Eu pensei em um motel, o que acha? Sei que não é o lugar mais romântico do mundo, mas quero passar à tarde com você, me perdendo no seu corpo. – Ela viu que eu não respondi de imediato e completou. — Sem brigas, sem mágoas, sem rancor... só nós duas, na paz.

— Tudo bem. – Sorri.

Ela arrancou com o carro saindo do estacionamento. Fomos para um motel bem chique e caro... muito caro. 

Lígia já havia reservado o motel e eu fiz questão de pagar a metade, não me importava, eu estava feliz. E ela estava toda sorrisos para mim, me deixando cada vez mais apaixonada.

Eu nunca estive em um motel antes e me surpreendi com o quarto, como disse antes, ela já havia reservado e pediu alguns mimos. Espalhadas por todo o chão do quarto tinha pétalas de rosas, um champanhe dos mais caros que notei logo depois, estava em uma bacia com gelo na mesa ao lado da cama. E o que mais me surpreendeu foram as palavras escritas com pétalas de rosa em cima da enorme cama: Eu te amo.

Olhei abobalhada para Lígia e sorri, ela me puxou delicadamente e fez carinho em meu rosto.

— Eu te amo. – Ela declarou e depois me beijou.

Eu estava sem palavras, mas na verdade não havia necessidade de palavras nesse momento... eram totalmente desnecessárias.

Lígia foi me beijando e me levando até a cama, se deitando por cima de mim.

— Quero que essa tarde seja perfeita. – Ela me encarou e depois passou a me beijar. 

Entre beijos e carícias mais ousadas, fomos ficando excitadas. Sem dizer nada, Lígia se levantou com um sorriso safado, remexeu na bolsa dela e trouxe uma cinta Strap-On.

— Uau. – Falei espantada.

Lígia me ajudou a colocar a cinta e depois uma camisinha. Eu nunca havia usado uma cinta dessas, mas era um desejo que eu tinha há muito tempo e com ela seria ainda mais perfeito.

Lígia ficou de quatro, pronta para me receber dentro dela. Ao mesmo tempo em que eu estava excitada, também estava receosa de machucá-la.

Fui penetrando-a lentamente até encaixar o pênis por completo e senti Lígia gemer.

— Está te machucando? – Perguntei preocupada.

— Não. – Lígia respondeu. — Me come, Alex. – Ela falou de forma sensual e passei a penetrá-la.

Assim que peguei o jeito, acelerava e diminuía os movimentos levando Lígia à loucura.

— Mais forte amor. – Ela pediu com a respiração acelerada.

A essa altura já estávamos na terceira posição. Ela deitada na minha frente, seu braço esquerdo segurava a minha nuca e eu segurava sua perna esquerda no alto enquanto a penetrava cada vez mais. Coloquei minha mão em seu sexo e passei a fazer movimentos circulares, Lígia já não sabia mais se arranhava minha nuca, se puxava o lençol da cama, se gemia, se rebolava... Senti Lígia começar a gozar e acelerei os movimentos enquanto ela me presenteava com seu gozo e seus gemidos maravilhosos. Esperei Lígia se recompor e retirei o pênis de dentro dela devagar, ela suspirou me dando um sorriso lindo.

— Você é perfeita sabia? – Ela me disse.

— Você também é. – Beijei-a, deixando transparecer todo o amor que sentia por ela.

Ainda usei a cinta mais uma vez. Encostei Lígia na parede, segurando-a pelo bumbum enquanto suas pernas enlaçavam minha cintura e suas mãos seguravam firme ao redor do meu pescoço. Fizemos amor durante à tarde inteira e um pouco da noite, só paramos às dez da noite, pois dez e meia teríamos de entregar o quarto. 

Tomamos banho e fomos embora. Dentro do carro estava um clima de romance, Lígia me olhava toda hora e sorria e eu por outro lado estava mais besta que tudo, lhe acariciando a mão quando ela não passava a marcha e passando a mão em seu rosto. Chegamos ao nosso prédio e ela estacionou.

— O que acontece agora? – Perguntei.

— Vamos com calma. Eu preciso ver direitinho como farei com o Júlio. – Concordei.

— Vai se divorciar dele?

— Quero e vou. – Lígia falou decidida. — Quero ficar com você Alex! – Sorri ao escutar aquilo.

Saímos do carro e pegamos o elevador. Antes de ela sair eu ainda roubei um beijo dela.

Quando abri a porta de casa, vi minha mãe e meu pai sentados no sofá. Minha mãe levantou preocupada.

— Onde você estava Alex? Estávamos preocupados. – Mamãe falou brava.

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