Capítulo 19
Sem enrolação hoje! Bora para o capítulo que eu já cheguei atrasada.
Aproveitem 🔥
***
Kiera Evans
Desperto sentindo os raios de sol bantendo levemente em meu rosto. Abro os olhos e encaro o teto por alguns segundos antes de me recordar do acontecimento da noite passada e dar um pulo na cama.
Puta merda, eu beijei David Cooper!
Será que eu sonhei? Não! Eu definitivamente o beijei e isso com certeza foi a maior loucura que eu cometi. Mas como já disse antes, não me arrependo nadinha. Só tenho medo da droga do destino que não vai muito com a minha cara.
Me esparramo toda na cama antes de abrir um sorriso com a lembrança. Um suspiro escapa e arregalo os olhos. Por Deus, não!
Não estou apaixonada pelo meu chefe. Isso seria a maior loucura de todas, não. De jeito nenhum, não, não, não!
Não que ele não seja um cara apaixonavel, claro que ele é! Ele é o cara mais tudo que já tive o prazer de conhecer mas ainda é meu chefe e eu prometi a Angelique que a minha vida jamais seria uma adaptação dos romances eróticos que ela lê.
Falando em Angelique, eu preciso jogar isso na cara dela.
Me estico até a mesinha ao lado da cama, pego o celular já carregado e me surpreendo com duas novas mensagens. As duas são de David.
Quando abro-as, encontro as fotos que tiramos no dia anterior e um sorriso se instala pelo meu rosto. Nós somos lindos, com certeza faríamos um casal incrível. Eu deveria fazer um mural com essas fotos e colar na parede do meu quarto?
Kiera do céu! Para de ser tão emocionada, foi só um beijo!
Nego com a cabeça e me concentro na conversa com Angelique. Tiro uma foto dos meu lábios e na legenda da foto escrevo: "Esses lábios tocaram os lábios de David Cooper." Logo em seguida envio e sorrio.
Me coloco de pé e entro no banheiro, porém o toque do celular me impede e retorno notando novas mensagens de Angelique.
[Angel]
O QUE?????????
VOCÊ ESTÁ ME DOZENDO
COMSOMO ASSIM MENSJIA
Gargalhei já esperando por uma reação do tipo. Por isso tudo o que respondo é com um emoji sorrindo de cabeça para baixo.
Novamente, antes de entrar no banheiro, uma batida na porta me impede. Meu coração já bate descompensado e por alguns segundos eu hesito.
E se for ele dizendo que tudo foi um erro? Ou dizer que estava bêbado? Que foi efeito do álcool? Ou uma carta de demissão com uma passagem de volta para Atlanta?
Nego com a cabeça espantando os pensamentos e caminho em direção a porta. Ao abrir, dou de cara com Christopher.
— Hey, Chris! – exclamo abrindo um sorriso grande. — Está bonito hoje, um gato na verdade. O que devo a honra da sua visita? – ele franziu o cenho.
— O que há com você? Por que está sendo simpática?
— Eu sempre fui simpática.
— Não, você sempre foi simpática comigo. Mas isso aqui é ser super iper mega simpática. – cruzou os braços sobre o peito enquanto me olhava desconfiado. — Isso por acaso é por conta do beijo que eu vi ontem? – arqueou as sobrancelhas.
— Shhhh! – disse quase tampando sua boca e olhando desesperadamente do lado de fora. — Fala baixo!
— Por que? – me olhou confuso enquanto segurava o riso.
— Não queremos uma cena constrangedora a uma hora dessas. – suspiro. — Mas o que veio fazer aqui, achei que hoje não tinha nada para fazer.
— Na verdade houve mudanças de planos, preciso que esteja lá em baixo em vinte minutos. – foi a minha vez de franzir o cenho.
— Por que? Onde vamos? – perguntei curiosa.
— Tem um lugar para levar vocês. Esteja pronta em vinte minutos. – e com isso ele acenou e se afastou.
Bem, David Cooper, se você tinha planos de me evitar, sinto em dizer mas não vai ser dessa vez.
Fecho a porta e caminho diretamente para o banheiro. Tomo um banho rápido e ao mesmo tempo relaxante, lavo meus cabelos e logo depois me coloco para fora. Visto o roupão de algodão e vou até o armário onde estão minhas roupas.
O clima lá fora não parece quente nem frio. Por isso opto por um conjunto cinza de moletom fino. A blusa tem mangas compridas e até capuz mas mostra um pouco da minha barriga. Já a calça é soltinha e confortável.
Visto o par de tênis branquinhos, finalizo meu cabelo com o secador deixando-o com certo volume que me deixou satisfeita. De cara limpa, pego o celular e um casaco fino e saio do quarto. Para a minha surpresa David também estava saindo do seu.
Meu Deus, isso foi muito rápido! Eu esperava ensaiar um preparo psicológico no elevador.
— Oi. – ele diz me sorrindo sem graça quando me aproximo.
— Oi. – respondo. — Ah, seu carregador. Obrigada. – estendi a ele.
— Não foi por nada. – pegou-o e guardou em seu bolso. — Vamos? – afirmei e com isso ele chamou o elevador. Ficamos em silêncio por algum tempo. — Sabe, eu estava pensando sobre nós.
O encaro.
— Eu também. – ele me olha surpreso.
— Então pode falar.
— Não! Pode falar você primeiro. – digo e ele coça a nuca hesitante.
— Eu realmente não sei exatamente o que dizer sobre o que pode vir a acontecer. Mas preciso que seja sincera comigo. – me olhou sério. — Isso – apontou para nós dois. — é uma simples atração ou há algo mais forte que você sinta por mim?
Me pegou desprevinida de novo.
Vamos lá, o que eu sinto por David Cooper? Nada mais que atração, certo? Eu o beijei ontem e quero beija-lo agora também. Isso é atração. Certo? Tudo segue normal.
— Ahm, atração. É claro, atração. – respondi rindo um pouco nervosa. — Por que a pergunta?
— Porque eu também me sinto atraído por você. – coração bate com calma, se continuar nesse ritmo ele vai ouvir.
— Isso é bom, certo?
— Sim, muito bom. – concordou. — Temos mais um dia aqui e eu estive pensando se não deveríamos... como posso dizer sem soar ridículo?
— Saciar nossos desejos mais sórdidos? – perguntei fazendo-o me olhar espantado. — Se for isso, concordo plenamente.
— Está falando sério? Não acha que isso está sendo... errado? Uma loucura? – paro para pensar.
Sim, é uma completa loucura! Mas quem realmente se importa?
— Acho, mas ao mesmo tempo eu quero aproveitar. – fui sincera. — Não precisamos levar isso para Atlanta. – ele arqueou as sobrancelhas.
Sinto vontade de raspa-las toda vez que ele faz isso.
— Talvez você esteja certa. Mas veja bem, eu sou um cara certinho que nunca fez algo do tipo. Acho que estou enlouquecendo. – confessou me fazendo sorrir.
— Certinho? – foi a minha vez de arquear as sobrancelhas.
— Você entendeu. Isso é novo para mim e vou ficar com a sensação de que estou fazendo algo muito errado. – resolvi me aproximar dele.
— Se arrepende do beijo de ontem? – ele fita meus lábios e sorrri.
— Jamais. – quase sorrio mas evito mordendo o lábio inferior. — E você?
— Jamais! – repito com sinceridade.
Até parece que eu iria me arrepender de beija-lo. Meu nome é Kiera Evans, jamais me arrependo das coisas boas.
— Podemos fazer isso parte da viagem. – sugeriu se aproximando de mim.
— Concordo. – digo olhando-o nos olhos.
— Podemos continuar até a viagem acabar. – continuou fitando meus lábios.
— Sim, podemos. Não me importo, é só mais um dia. Depois disso, acabou.
— Sim, depois acabou. – finalizou encarando meus lábios. Não aguentando mais, pulo em seu pescoço colando meus lábios nos seus em um beijo fervoroso. Ele me aperta contra sí mas o barulho do elevador faz com que nos separemos.
Um casal de idosos sai do elevador e com isso entramos, ficando um em cada lado e devidamente comportados. Assim que as portas se fecham, voltamos a nos beijar.
— Por que não pensou nessa solução mais cedo? – questiono contra seus lábios.
— Porque sou idiota. – respondeu fazendo-me rir.
— Sim, você é. – digo beijando-o.
Dane-se, já dizia o ditado: "Se a vida te der limões, faça uma limonada." Bem, é o que eu estou fazendo!
O elevador para novamente e com isso nos separamos ofegantes e com os lábios levemente inchados. Saímos do elevador e caminhamos lado a lado logo encontrando Christopher e Sabrina.
— Estão cinco minutos atrasados, vamos chegar lá de noite! – Christopher quem diz.
— Onde vamos? – questionei.
— Surpresa. – David diz me deixando surpresa antes da hora.
— Eu sou curiosa, me diz. – peço fazendo minha melhor cara de sofrida.
— Problema seu. Vamos antes que cheguemos lá de madrugada. – David diz saindo na frente.
— Ogro! – berro frustrada. — Nem parece o mesmo cara que só faltou pedir minha mão a dois minutos atrás e me dizer para fazer amor fofiinho e inocente com ele. – resmunguei fazendo-o me olhar incrédulo. — E eu menti? Para me levar para cama é todo fofo, parece um gatinho assustado. Mas depois volta a ser um ogro. Interesseiro! – ele para de andar e me encara.
— Eu não sou interesseiro e nem um ogro e muito menos um gatinho assustado! – exclamou. Lhe abri um sorrisinho cínico.
— Te irritei foi? – provoquei. — Estressadinho. Bom saber que você tem dois lados. O bom garoto e garoto mau. Gosto! – ele me olha boquiaberto.
— Kiera! – exclama em repreensão e dou de ombros. — Você quer realmente discutir isso aqui?
— Não, eu quero que me conte a surpresa. – ele revira os olhos e me guia para fora do hotel enquanto rio.
Isso definitivamente vai ser interessante!
Entramos no carro de grande porte de Christopher. Os dois idiotas foram na frente e nós duas atrás conversando um pouco.
Eu pertubei os dois por um longo momento conforme prometi, mas depois acabei pegando no sono. Quando acordei, me deparei com uma bela paisagem ao nosso redor. Havia montanhas altas e grandes pinheiros como uma floresta.
O carro entrou em uma pequena estrada mostrando a vista de uma pequena cidade, completamente linda. Paramos em frente a um hotel e assim descemos. Eu estava fascinada.
— Já pode me dizer onde estamos? – pergunto a David. Ele me olha e sorri.
— Seja bem vinda a Baden-Baden, o coração da Floresta Negra! – minha boca quase atravessa o chão.
Ele não havia feito aquilo, havia?
— E-Estamos na floresta negra? Tipo, a floresta que deu origem ao nome daquele bolo? – perguntei espantada. Ainda sorrindo ele afirmou. — Não acredito! – sorrio animada.
Christopher aparece de dentro do hotel.
— Já fiz as reservas. – ele diz e encaro David.
— Nós vamos passar a noite aqui? E você não me disse? Eu não trouxe roupa! – exclamei.
— É só uma noite, não precisa se preocupar. – ele diz tentando me tranquilizar.
— Vamos ou não vamos andar pela floresta? – Sabrina pergunta tão animada quanto eu. — Eu tenho instagram para atualizar!
— Ei, me passa seu user. Vou te seguir. – mudo de assunto puxando meu celular.
— Claro! – ela diz se aproximando e me passando seu user. — Vou te seguir de volta. – ela diz o fazendo e sorrio para as fotos dela.
— Uau, suas fotos são lindas! – elogio.
— Obrigada, as suas também são lindas! – ela me elogia.
— Obrigada. – agradeço.
— As madames vão continuar conversando ou podemos começar nosso passeio? – Christopher pergunta impaciente.
— Vamos, chatos. – Sabrina resmunga.
Entramos no carro e começamos a seguir por uma pequena estradinha, assim que passamos por ela é possível ver a quantidade de pinheiros verdinhos ao nosso redor. Passamos por vales até que parassemos próximos a uma montanha que serpenteia o local. Sabrina insistiu para que fizessemos uma pequena trilha pela floresta antes de seguirmos.
Assim que coloquei o pé na trilha, coloquei meu casaco. Estava bem frio e o fato das plantas estarem molhadas mostravam que a qualquer momento poderia chover novamente. David estava com a mão enlaçada na minha, segundo ele se eu soltasse poderia me perder.
Nem mesmo conhece Gerluza e já está falando como ela. Quanto absurdo!
O lugar era tão mágico que eu me sentia em um conto de fadas dos irmãos Grimm. Eu só não sabia que princesa ser, Tiana talvez? Considerando o sapo que eu tenho ao meu lado, talvez?
— Que princesa de contos de fadas eu pareço ser? – pergunto em voz alta.
— Tiana. – David responde de imediato me pegando mais uma vez de surpresa.
— O que? – ele me encara.
— Tiana, porque você é o tipo de princesa que não seria salva por um príncipe. É forte e independente. – ele diz dando de ombros me fazendo sorrir abobada.
— Continua me dizendo coisas bonitas e eu perco mais alguns dos meus neurônios e acabo grudando minha boca na sua. – ele ri. — Você assiste contos de fadas? – perguntei com os olhos brilhando.
— As vezes, Isabel me obrigada a assistir. As vezes parece que ela tem cinco anos de idade. – resmunga.
— Graças a ela você me comparou com uma das princesas mais lindas e admiráveis. – ele me olha. — Tenho que agradece-la.
— Nem comece. Devo manter as duas bem longe uma da outra. – faço uma careta.
— Sua irmã parece ser um amor, adoraria ser amiga dela.
— Se vocês se tornam amigas, o diabo sai do inferno para vir reclamar! – o olhei incrédula.
— Idiota, só por isso quero mais ainda amigar com ela. – ele resmunga algo e depois para de andar.
— Nem pense.
— Penso sim. – sorrio segurando seu rosto com as minhas mãos geladas fazendo-o se encolher. — Estou com frio, podemos voltar?
Christopher e Sabrina afirmam e com isso voltamos para o carro continuando a nossa tour.
Em um certo momento, nossos estômagos roncam nos fazendo parar em uma das cidades próximas e comer em um restaurante bem aconchegante digno de um conto de fadas.
Na volta para Baden-Baden já estava noite e minha bunda dolorida por passar horas e horas transitando dentro de um carro.
Quando chegamos no hotel, Sabrina e o irmão ficariam em um quarto e eu e David em outro. Isso me deixou em alerta, porque eu sabia que não haveria como evitar o inevitável.
Assim que entro no quarto, meus olhos brilharam mais uma vez.
Por que tudo aqui me lembra os contos de fadas que mamãe me contava na hora de dormir? Era tudo tão delicado que eu tinha medo de tocar e quebrar.
— Aqui é tudo tão lindo. – digo sentando-me sobre a ponta da cama.
— Aqui é mágico. – David diz sentando ao meu lado.
— Fez isso por acaso pensando em mim? – questionei olhando-o. — Digo, na minha ideia com o bolo.
— Fiz. – respondeu direto. — Achei que isso lhe ajudaria um pouco mais, não sei. – deu de ombros e eu ri passando meu braço por seu ombro.
— Obrigada, eu realmente fiquei muito feliz. A receita do bolo não é cem porcento original, é óbvio que deve existir várias versões por ai. Mas significa muito para mim.
— Só de você ter criado uma com a sua própria essência, significa muito. – ele diz olhando-me nos olhos. Passo as mãos levemente por seus cabelos.
— Você é um grande chefe, David. Me sinto muito sortuda por trabalhar com você. – digo sincera. Com um sorriso estampado nos lábios, ele aproxima seu rosto do meu e me beija levemente os lábios. Ele segura meu rosto aproveitando o beijo e com isso me dou liberdade de passar minhas pernas por cada lado dos quadris dele sentando em seu colo.
Quebramos o beijo e nos fitamos.
— Você realmente quer fazer isso? – perguntou baixo.
— Se eu não quisesse, eu não estaria aqui. – respondi sustentando seu olhar brilhante.
— Depois disto não tem volta.
— Cala a boca, David. Me beija logo! – exclamei impaciente. — Eu não cheguei até aqui para desistir. Eu te quero, tipo muito. Vou precisar desenhar? – um sorriso toma seu rosto e ele me responde com o beijo.
Sem preocupações, sem amanhã, sem Atlanta. Apenas o agora, da maneira que deve ser!
O beijo continua intenso, suas mãos exploram meu corpo sobre as roupas e com isso empurra meu casaco para o chão. Eu faço o mesmo com o dele e corto o beijo para puxar sua camisa para cima a retirando por completo. David beija meu pescoço e logo e seguida também se livra da minha camiseta.
Voltamos a nos beijar com mais intensidade e sinto todo tipo de descarga elétrica se apossoar do meu corpo.
— Eu também te quero, Kiera. – ele susurrou contra meu pescoço fazendo toda a minha pele se arrepiar. — Te quero de uma maneira que não lembro de querer alguém e isso me assusta. – ele se afasta e me fita.
— Por que está me dizendo isso exatamente agora? – perguntei.
— Porque não vou ter coragem de dizer isso em outro momento. – confessou. Enlacei meus braços ao redor de seu pescoço.
— Que bom que é recíproco. – respondi antes de voltar a beija-lo.
Sim, me assusta muito o fato de eu quere-lo tanto assim e no fundo me pergunto se ele vale o risco.
Em pouco tempo nossos corpos estão unidos em um só em uma perfeita sincronia que me tira os sentidos. A chuva cai firme do lado de fora servinso de trilha sonora enquanto tudo o que se pode ouvir do lado de dentro é o ranger da cama, nossos gemidos misturados um no outro e o som da paixão sendo saciada. Saber o tipo de cenário em que estamos fazendo isso deixa tudo cada vez mais mágico e consequentemente difícil de superar para mim.
Respondendo a minha pergunta anterior incômoda: Sim, David Cooper vale o risco.
O limite nos atinge, com a respiração ofegante não controlo o impulso em abraça-lo. Nossos corações batem na mesma intensidade.
Foi bem neste momento que constatei um fato importante: Não. As coisas entre nós dois definitivamente não voltarão a ser normais como antes.
***
Nota final: Há quem diga que autores não sofrem junto com os leitores e que escrevemos para assistir o surto alheio barra sofrencia. Mas tenho que dizer que isso é mentira, a cada linha que eu reviso é um surto diferente aqui em casa, vcs não tem noção.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top