Capítulo 15
Quase que atrasei mas aqui estou.
Aproveitem 💜
***
Kiera Evans
Estava dormindo tranquilamente, praticamente esquecendo do mundo e de tudo ao meu redor quando batidas frenéticas na porta me fazem despertar. Confusa solto um suspiro pesado e me coloco de pé cambaleando em direção a porta que está sendo basicamente esmurrada por alguém.
Ao abrir a porta, dou de cara com David.
— O que? – pergunto antes de bocejar.
— Já são onze horas da manhã! – ele diz apontando para seu relógio de pulso. Franzi o cenho.
— Impossível, eu deitei na cama agora pouco e era cinco da tarde.
— Você dormiu todo esse tempo. – ele diz.
É ai meu cérebro lento começa a funcionar e lembro onde eu estou e para que estou e o que aconteceu.
— Tudo bem, o fuso horário me deixou confusa. – digo soltando um suspiro. — Vou me vestir, me dá vinte minutos.
— Dez. – ele diz.
— Com dez minutos não da nem para eu colocar os pés no box do banheiro. Vinte e não se fala mais nisso.
— Nós vamos perder o dia se você continuar enrolando.– ele diz impaciente. Rolo os olhos.
— Prometo que não vou demorar. – prometi antes de fechar a porta e correr para o banheiro sem lhe dar chances para retrucar.
Entro no banheiro e já vou logo me despindo e me enfiando debaixo do chuveiro. Tomo um banho rápido, prendo meu cabelo em um grande coque e saio do banheiro com a toalha presa em meu corpo.
Abro a mala no chão mesmo e procuro por uma roupa para vestir. Com isso, optei por vestir um conjunto da Adidas preto junto do tênis esportivo.
Eu nem sei onde é que eu vou mesmo. Como disse antes, não tenho senso de moda.
Pego o celular e no mesmo momento ele toca mostrando-me uma chamada de Angel.
— Pelo amor do bom Deus, me diz que você está viva! – ela exclama sem nem mesmo eu ter dito "alô".
— Estou super viva, o que foi?
— Você não deu notícias, fiquei preocupada. – ela diz me fazendo sorrir.
— Me desculpe, eu apenas dormi de cansaço e esqueci da vida. Eu estou bem, a viagem está bem e estou saindo agora para fazer alguma coisa. – respondi enquanto saia do quarto e chamava o elevador.
— Eu estou profundamente aliviada, Kiera. Não imagina o quanto, vou até mandar mensagem para a sua mãe.
— Por favor diz a ela que eu peço desculpas por deixa-la preocupada e que eu vou ligar para ela mais tarde, tudo bem?
— Tudo bem, eu faço isso. Mas antes precisa me dizer como foi passar nove horas ao ladinho de David Cooper. – sinto o sorriso perverso dela do outro lado da linha e reviro os olhos enquanto entro no elevador. — Depois de você ter se dado conta de que quer o corpo dele nu também, eu preciso de informações!
— Não foi isso que eu disse! – exclamei.
Ter confessado para Angelique que havia sim uma certa atração da minha parte por David, com certeza foi a pior coisa. Foi uma semana inteira dividindo o tempo dela entre discutir com o acessor e teorizar sobre minha relação amorosa inexistente com o meu chefe.
Eu apenas a ignorei, já estava sendo pressionada por meus pais sobre essa viagem. Eles acham que é algum tipo de namoro, e como se não bastasse o idiota do Austin ficava afirmando as coisas que eles insinuavam.
Estou sem entender até agora de onde eles tiraram esse absurdo, eu só disse a Angelique que David é um homem que com certeza me deixa fora dos eixos. Não disse que estou perdidamente apaixonada por ele ou que pretendo dormir com ele. Isso seria loucura e já até fiz uma "aposta" com ele dizendo que vou provar que não sou nenhuma louca.
Ou seja: esse tipo de *loucura* está fora de cogitação.
— Angelique, coloque o que eu vou te dizer de uma vez por todas nessa sua cabeça oca: nunca vai existir algo entre eu e ele! – quase berrei mas controlei minha voz afim de evitar escândalo. Por pura sorte, estou sozinha no elevador.
— Nunca diga nunca, meu amor.
— Angelique, se sentir atraída por uma pessoa não significa que eu necessariamente deva pular em cima dele e fazer filhos bonitos. – digo saindo do elevador. — Eu posso me sentir atraída por ele sem fazer isso, sabia?
— Ai já é burrice sua. – reviro os olhos. Não muito longe de mim avisto David e o amigo gato dele.
— Eu preciso desligar agora. Nos falamos depois.
— Tudo bem, tenho uma reunião com a minha empresária. Tchau e aproveite sua viagem. – e com isso finalizamos a ligação.
Ao me aproximar noto que David está com um conjunto idêntico ao meu. Meus olhos se arregalam de imediato e quase dou meia volta, mas Christopher me nota estragando meus planos.
Ambos os homens me fitam, Chrostopher sorri já David franziu o cenho encarando a própria roupa e a minha.
— Juro que é pura coincidência. – fui a primeira a dizer. — Quando chegar em casa vou ligar para a marca e manda-la fazer um modelo exclusivo para mim todo cor de rosa e brilhante.
— Não é para tanto! – David exclama. — Mas se um dia precisarmos discutir sobre isso, vamos deixar claro que eu vesti primeiro.
— Eu não notei isso. Eu estava bêbada de sono para notar a roupa que você estava usando. – argumentei em minha defesa.
— Estou me sentindo um pouco excluído. – Christopher começou. — Por que não me chamaram para usar um também? Eu quero! – eu ri.
— Nós não temos tempo para isso. – David quem diz encarando o relógio de pulso. — Já que perdemeos o café, vamos andar um pouco e depois almoçar. – arregalei meus olhos.
— Vocês não tomaram café por minha causa? – perguntei fazendo os dois se encararem.
— Eu tinha planos para te levar para tomar café em um lugar que eu gosto aqui, mas não quis ir e deixa-la. – minha boca se abriu com certa surpresa. — Eu já conheço tudo aqui e você não, seria injusto ir sem você. – tentei evitar um sorriso mas acabou escapando.
Ele esperou por mim.
— Tudo bem, então vamos andar. – Christopher quem disse parecendo notar que eu fiquei fora dos eixos.
— Vamos, estou ansiosa para conhecer tudo! – exclamei animada acompanhando-os para o lado de fora do hotel. Foi então que percebi o quanto era tudo lindo do lado de fora, as ruas, as casas. Era tudo muito lindo.
— Onde devemos ir primeiro, Christopher? – David questiona.
— Você conhece essa cidade tão bem quanto eu mas ainda assim eu te ajudarei. – Christopher diz animado. — Vamos começar pelo coração de Munique, a Marienplatz no Centro Histórico.
E foi por ai que começamos, era um local fascinante. Ficamos por um longo tempo andando por esta área enquanto Christopher explicava a história de cada lugar. Pelo que conversamos ele fez faculdade de turismo, ajuda na administração do hotel da mãe e é metade americano e metade alemão.
Christopher definitivamente é um homem muito bonito. Bem alto, olhos azuis, cabelos louros escuros e tinha um físico legal. Sem falar do senso de humor e da animação dele.
Visitamos também os arredores da praça, local chamado de Cidade Velha, está coluna de Maria, ou Mariensäule como é chamado.
Subimos até a torre da igreja São Pedro e fiquei maravilhada com a vista da cidade logo de cima.
Assim que descemos de lá, meu estômago estava roncando. Eu estava morta de fome e nem podia reclamar muito.
— Vamos almoçar no mercado Viktualienmakrt. – Christopher diz.
— Saúde! – digo os fazendo me encarar. — Desculpe. Ignorem, vamos almoçar nesse lugar. – os dois continuaram a me olhar sem entender. — Olha gente, vocês têm que entender que mesmo eu sendo de uma boa família eu não sou bilíngüe. Eu sei um pouco de português, francês, italiano e espanhol. Não esperem que eu entenda alemão também.
— Você está bem? – Christopher questiona rindo.
— Eu não sei, deve ser o fuso horário que me deixa assim. – respondo confusa.
— Agora tudo é culpa do fuso horário, cansou de me culpar pelas coisas e vai culpar o pobre do fuso? – David pergunta em tom de provocação.
— Você ainda está com essa história? Faz mil anos! Supera. – digo passando por ele e encarando seu amigo. — Vamos logo comer nesse tal visionichiki, eu estou com fome.
— Não sei o que foi isso ai que você disse, mas se está com fome vamos nessa. – Christopher me sorriu enlançando seu braço no meu. Sorrio e deixo que ele me guie até o lugar de nome estranho.
Ao chegar no lugar, quase infartei com a quantidade de barraquinhas com diferentes tipos de alimentos tão expostos ali a minha frente. Meus olhos deveriam estar brilhando de fascinação, pois David me olhava sorrindo compreendendo minha sensação.
Esse lugar é um colírio para meus olhos de princesa apaixonada por gastronomia.
Flores, frutas, carnes e queijos bem fresquinhos diante de mim.
Depois de passar por todas as barraquinhas, finalmente chegamos ao restaurante que iríamos almoçar. Era grande, espaçoso e as mesas ficavam grande parte ao ar livre. Deveria ser a graça de tudo isso.
Ao sentarmos, um rapaz veio nos atender e para a minha surpresa David falou com ele em alemão. Ele ficava lindo falando outra língua, se estivesse com o óculos de grau ficaria mais gostoso ainda e...
— E você? – ele me questiona me chamando a atenção para o mundo real.
— Eu o que?
— Quer que eu peça algo para você ou quer escolher?
— Vou confiar em você. – ele afirma e diz o nome do prato ao rapaz enquanto continuo admirando ele falar alemão. O rapaz anota tudo e se afasta logo em seguida. — O que pediu para mim?
— Um salada de salsicha branca. Muito famosa por aqui, a propósito.
— Você não serve isso no restaurante? – questiono mordiscando um pedaço de pão sobre a cestinha na mesa.
— Sirvo, mas há muitos outros tipos de pratos com salsicha. Você sabe, tem muitos outros que servimos lá. – ele explica e afirmo.
— Ah sim. – respondi observando as pessoas ao nosso redor.
A comida não demorou a chegar, e com isso eu me deliciei. Mônica tinha razão, provar a comida no próprio país era sensacional. Parece tudo mais vivo e mais gostoso e diferente daquilo que eu estava acostumada.
Depois de comermos, continuamos andando. Até entrarmos em uma galeria super linda e encontrar uma loja de chocolates. Meus olhos brilharam instantemente.
— Eu quero chocolate! – apontei animada fazendo os dois homens me olharem.
— Depende. – David diz se aproximando e me fazendo encara-lo. — Chocolate vai te deixar mais agitada do que já é? – encarei-o enfurecida.
— David, eu não sou uma criança. Chocolate não vai me deixar agitada ou bêbada. – respondi com obviedade. — Mas esse chocolate é capaz de me deixar bêbada? – arregalei meus olhos para a possibilidade.
Na infância mamãe dizia que eu era agitada e que açúcar me deixava pior a ponto dela me comparar com um furacão. Não que David precise saber disso, mas obviamente eu preciso me controlar se eu quiser vencer a aposta de não parecer uma louca.
Minha expressão fez David rir.
— Não, não é capaz. Vamos comprar. – lhe sorri abertamente e lhe segui animada até a entrada da loja.
David me ajudou a escolher os melhores chocolates, mal saímos e eu já estava comendo-os me sentindo nas nuvens. Quase exatamente igual quando me sento naquela poltrona da sala de David.
Andamos por mais longas horas, chegamos no hotel bem no início da noite e eu estava quase me jogando no chão do hall do hotel. Eu subi sozinha já que David e Christopher disseram que ainda iriam tomar alguma coisa juntos, até me convidaram mas eu neguei. Açúcar e Álcool não parecem combinar muito para Kiera.
Provavelmente irão encontrar alguma garota, ou uma tal de Sabrina pelo que ouvi os dois comentarem algumas vezes. Não que eu me importe, não. Claro que não! Mas com certeza eu tenho uma certa curiosidade em qual é o tipo de mulher de David Cooper.
Não me levem a mal, é apenas uma curiosidade de... fã.
Ao entrar no quarto, aproveito para enviar algumas fotos que tirei durante o passeio para minha mãe. Ela não demorou para responder com vários corações e beijinhos, com isso guardei meu celular e já comecei a me despir para tomar um banho.
O primeiro dia de viagem foi normal, isso significa que os próximos irei tirar de letra. Vencerei minha aposta e provarei que não sou nenhuma louca!
Hastag nada de loucura na Alemanha.
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