Capítulo 14

Atrasei o capítulo mas calma que já cheguei com ele.

(Por favor me perdoem se houver algum erro, o calor me deixa completamente fora dos eixos, vcs não têm noção. Revisei o capítulo praticamente desmaiada aqui.)

Aproveitem 💜

***

David Cooper

"Você está namorado a filha de Bárbara Portilho?"

"Vocês vão viajar juntos?"

"Estão namorando não estão?"

Foi o tipo de pergunta que eu tive que aturar durante o fim de semana. Depois de dar a minha mãe o presente que Kiera havia enviado a ela, pronto! Minha mãe estava eufórica como nunca havia visto na vida.

Quando eu soltei que iria viajar com Kiera, as coisas só pioraram. Não só minha mãe começou com a paranóia, assim como Isabel e meu pai. Isabel estava animada já que o foco tinha saído dela, e sem pudor algum ela demonstrava que estava amando aquilo e colocava mais lenha na fogueira.

Depois de conhecer um pouco mais do lado pessoal de Kiera, comecei a ter outra visão dela. Ela era uma grande mulher!

Não uma mulher do qual eu devo levar para o lado pessoal da coisa, ela é bonita, extrovertida e tudo. Mas eu não sei se estou pronto para um relacionamento, Karen é a prova disso. Saímos naquele dia para tomar uma bebida, e mesmo ela demonstrando cem porcentondo interesse dela por mim eu não soube retribuir.

Para a minha surpresa, ela é uma mulher bem resolvida com sigo mesma e por isso aceitou ser apenas minha amiga. Até mesmo está saindo com o cara da cobertura, somos bons amigos e por mim isto basta.

Não tenho muito amigos, pelo menos sei que tenho Christopher na Alemanha. Este é alguém que posso contar sempre.

Mas voltado a Kiera, ela parece alguém interessante demais para se envolver com um cara problemático como eu. Considerando aquele ex babaca dela pelo qual eu tive o desprazer de conhecer, acredito que ela mereça algo muito melhor.

Estamos criando uma amizade também, e isto para mim também basta.

Já é segunda-feira de manhã e falta menos de uma hora para embarcamos para Munique, Alemanha. Kiera ainda não chegou e isto está me deixando apreensivo considerando o fato dela ser meio doidinha e poder dar para trás a qualquer momento.

Cinco minutos mais tarde após minha reclamação, avisto a figura de Kiera ao longe puxando uma mala maior que ela. Ao chegar em mim, ela respira cansada como se tivesse corrido uma maratona.

— Tudo bem. – ela começa. — Pode me chamar de fútil, superficial e o que quiser mas eu tive que trazer meu closet inteiro. Me desculpe mas eu sou compulsiva com roupa, se eu não entro em um consenso sobre o que colocar na mala, eu coloco tudo ou não coloco nada! – desabafou.

— Ao menos me diz que trouxe roupa de frio. – digo e ela sorri.

— Trouxe, eu consultei a previsão do tempo por lá e me disseram que está frio. Coloquei todas as roupas possíveis aqui dentro, não se preocupe. – sorrio para ela.

— Certo, estou mais tranquilo agora. – ironizo.

— Não use ironia contra mim. – adverte. — Essa sou eu, não há o que fazer. Minha mãe biológica deve ter tentando me devolver para a maternidade mas não devem ter aceitado devolução. – riu mas depois ficou séria. — Certo, essa foi pesada.

— Vamos despachar sua mala, ou seu closet. – resmunguei puxando a bagagem dela sentindo-a realmente pesada. — Eu não vou te julgar nem nada mas, nós só vamos ficar uma semana.

— Eu sei, agora diz isso para minha mente e vê se ela te escuta. – disse antes de soltar um suspiro. Fizemos o check-in dela e despachamos seu closet com rodinhas. Sentamo-nos sobre um dos assentos para esperar o nosso vôo ser chamado.

Não sabia bem o que dizer e nem mesmo ela. Era estranho.

— Sabe, eu acho super bacana você sortear seus funcionários para irem para a Alemanha com você. – ela solta.

— Eu também acho. – digo a fazendo sorrir levemente. — Eu achei que seria uma boa forma de fazer com que todos se familiarizassem com a cultura, com a comida.

— Você deve sentir um carinho imenso por lá, né? – afirmei sentindo um pequeno aperto no peito.

— Assim como você tem com o Brasil. – ela ri.

— Sim, mas nunca fui ao Brasil. Conheço muito pouco, tudo que sei sobre a culinária de lá é o que eu pesquisei e pelos restaurantes brasileiros que já visitei.

— Por que ainda não foi? Digo, você tem condições.

— Porque nunca me senti preparada. – deu de ombros. — Mesmo que eu não saiba minha história, o Brasil faz parte dela. Ir até lá seria algo tão grandioso. Eu só não tive coragem.

— Entendo, também fiquei assim no início. – confesso. — Mas depois ganhei um pouco de confiança e decidi enfrentar meus medos. E aqui estou eu! – ela sorri.

— Parabéns, eu te admiro. – sorriu fazendo um positivo com o dedo. Com isso achei que seria uma grande chance de provoca-la.

— Falando nisso, aquele dia na sua casa o seu irmão disse algo como eu ser o seu ídolo. – ela revira os olhos. — Tem algo a me revelar, Srta. Evans?

— E eu achando que já tinhamos passado da fase do senhorita. – resmungou antes de me encarar. — Austin é um babaca! – ela exclama. — Jamais dê ouvidos ao que ele diz, ele não tem cérebro. Não sei como conseguiu ser juíz. – a olhei surpreso.

— Seu irmão é juíz? – ela afirma.

— O pior juíz de Atlanta. Ele simplesmente é impiedoso quando o assunto é lei. – ela diz parecendo orgulhosa. — Mas só eu sei o que há de baixo daquele terno e gravata e a cara de impiedoso. Aquele demoniozinho desgraçado. – disse fazendo-me rir levemente.

— Você realmente o ama. – fui irônico.

— Amor e ódio caminham lado a lado, sabe como é. – deu de ombros. 

"Passageiros do vôo 837 com destino a Munique, por favor se dirigir ao portão doze!"

A voz da aeromoça soou me chamando a atenção.

— É o nosso vôo. – digo me colocando de pé.

— Ótimo, pelo menos vou conseguir dormir um pouco. Me revirei a noite toda na cama de tanta ansiedade. – ela diz animada. Caminhamos lado a lado em direção ao tal portão doze, com isso não demoramos a entrar no avião e nem a nos acomodarmos em nossos assentos.

Eu fiquei na ponta e ela na janela observando tudo. Aproveitei para analisar seu perfil, o rosto perfeitamente desenhado, os lábios levemente grossos e os cílios longos. Kiera é definitivamente uma mulher linda.

O modo brusco pelo qual ela fechou a cortina da janela, me fez sobressaltar e fingir que não a estava encarando.

— Eu não gosto de aviões. – ela começou. — Não me pergunte o motivo, nem mesmo eu sei.

— É normal, é um medo comum. Não tem nada de errado.

— Eu sei que não tem, mas as vezes a minha paranóia fala mais alto. – eu ri fazendo-a me fitar e rir nasalmente me deixando confuso.

— O que foi?

— Sorria mais vezes. – franzi o cenho. — Você faz isso poucas vezes, seu sorriso combina com você. – a olhei um tanto surpreso.

Ela realmente elogiou meu sorriso? Como foi que chegamos aqui?

— Obrigado?

— Leve como um elogio. É meio impossível controlar minha língua quando vejo alguém bonito. – riu mas depois arregalou os olhos notando o que disse. — Não que eu te ache bonito. – riu novamente. — Digo, você é bonito. Mas não... é melhor eu calar a boca. – finalizou após um supiro.

Tive vontade de rir mas me contive. É incrível como Kiera me desperta uma vontade imensa de rir.

— De qualquer forma, muito obrigado pelo elogio. – ela não respondeu e apenas afastou a cortina para olhar o lado de fora.

O vôo não demorou a partir, com isso a aeromoça começou passar de lugar em lugar perguntando se estava tudo bem.

— Eu preciso de um copo com álcool. – Kiera disse me fazendo olha-la. — O que? Avião é entediante, eu preciso ficar bêbada para ignorar esse fato.

— Ninguém aqui vai ficar bêbado. – eu digo antes de olhar para a aeromoça. — Não vamos querer nada, obrigado. – ela afirma e se afasta.

— Isso é injusto! – Kiera exclama.

— Kiera, com todo respeito, você sem álcool já é meio louca, com álcool então em um avião no céu, fechados por nove horas, não quero nem imaginar. – disse sendo sincero. Ela abre a boca surpresa com a minha declaração e depois faz a maior expressão de indignação.

— Que absurdo, eu não sou louca. Sou agitada, são coisas completamente diferentes. – argumentou.

— Foi exatamente por isso que eu disse 'meio' louca. – respondi. Estranhamente provoca-la virou um hobbie para mim. Embora algo dentro de mim diga para me afastar e não fazer isso. 

— Isso é um profundo absurdo! – voltou a exclamar. — Pois irei te provar nessa viagem que eu sou uma pessoa normal. – eu ri.

— Essa eu realmente quero ver. – arqueei minhas sobrancelhas.

— Pois irá ver. Vou te provar que não sou nenhuma louca.

— Como quiser. – dei de ombros.

— Mas não pense que vai ser de graça. – ela sorriu. — Quero um prêmio se eu conseguir provar. – cruzei meus braços sobre o peito a encarando.

— Que tipo de prêmio? – ela pareceu pensar e por um vasto momento me arrependo de desafia-la.

— Você vai ter que fazer algo que eu decidir. Vai ter que me atender um pedido seja ele qual for. – me olhou desafiadora. Cerrei meus olhos sobre sí considerando a oferta.

O que eu tenho a perder?

— Tudo bem. Mas se não conseguir me provar, eu também terei direito a um pedido.

— Feito! – estendeu sua mão.

— Feito! – apertei sua mão enquanto nos encaravamos desafiantes.

Pode ser que eu tenha acabado de assinar minha sentença de morte, mas não me importo. Quero ver onde isso vai dar.

As primeiras três horas foram cansativas, eu pegava no sono e acordava. Mas no fim, consegui dormir o restante do vôo assim como Kiera. Acordamos os dois com a voz da aeromoça avisando que já iriamos aterrizar.

Vinte minutos mais tarde, estávamos caminhando entre a multidão do pessoal de Munique no aeroporto. Ao longe avisto Christopher e aceno para ele.

Assim que paro em sua frente lhe dou um pequeno abraço.

— Finalmente, cara! – ele diz rindo e me dando um tapinha no ombro. Depois nota Kiera ao meu lado. — Oh, você deve ser a sorteada da vez. Prazer, Christopher Fisher. – ele estende a mão simpático e ela retribui.

— Prazer, Kiera Evans. – respondeu com um sorriso sonolento.

— Vocês devem estar cansados, vamos para o hotel. – Christopher diz. — Eu ajudo com a mala da donzela. – Kiera riu e afirmou.

Christopher é um grande amigo, é filho de pai americano e mãe alemã, mas nasceu nos Estados Unidos. Estudamos juntos durante o ensino médio, e logo depois ele veio para a Alemanha fazer turismo. É um cara galanteador, faz qualquer um se apaixonar facilmente por ele.

Do lado de fora do aeroporto, ele colocou nossas malas no porta malas de um carro de grande porte e ainda abriu a porta traseira para Kiera que agradeceu com um sorriso envergonhado. Incrível como até ela irá cair na dele.

Entrei no carro bem no banco do passageiro enquanto ele nos guiava.

— Os últimos meses têm sido cansativos, o número de turistas por aqui só aumenta. – ele diz durante o trajeto. — Mas como vão as coisas no restaurante? Seus pais, Isabel.

— Tudo normal, tirando Isabel que de normal não tem nada. – respondo o fazendo rir.

— Sabrina está na mesma. – ele solta um suspiro. — Por que elas crescem?

— Eu não sei. – digo rindo mesmo estando tenso por dentro.

Sabrina não era exatamente a pessoa que eu estava ansioso para ver.

Não demoramos a chegar no hotel, assim que pulamos para fora do carro, funcionários do hotel vieram nos recepcionar. Christopher nos entrega chaves cartão e se afasta com um aceno.

Kiera encara o hotel e depois me encara.

— Ele é dono do hotel? – questionou ela surpresa.

— A mãe dele é. – respondo e ela não diz nada. Entramos no hotel e fomos direto para o elevador, eram duas suítes no mesmo andar e uma ao lado da outra. — Qualquer coisa, me chame.

— Como quiser, chefinho. – ela me sorriu antes de acenar e entrar em seu quarto logo em seguida e eu no meu.

Não sei exatamente no que isso vai dar, mas aposto que será interessante. Na verdade, tudo o que envolve Kiera Evans é interessante. Apenas vamos ver no que vai dar!

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