Capítulo 12

Olá, turo bom?

Conforme o prometido no domingo passado, dois capítulos só para vocês.

Espero que gostem 💜

***

Kiera Evans

Após tomar um banho relaxante e cuidar dos meus cabelos cuidadosamente, saio do quarto dando de cara com Angelique se maquiando em minha penteadeira. Ela me olha e me dá um sorriso perverso.

— David Cooper é realmente um Deus Grego. – ela diz me fazendo revirar os olhos.

— Não diz como se eu não soubesse. – suspiro sentando-me sobre a cama.

— Amiga, se eu fosse você eu ia fundo. – ela diz e a encaro como se fosse uma louca.

Como se fosse não, ela é louca!

— Eu não vou fazer isso, ele é meu chefe!

— E dai? Você está a quantos meses solteira? Quatro, cinco?

— Três meses, e não estou nem um pouco afim de me relacionar. – ela solta uma risadinha debochada.

— Amiga, olha para mim. – a olho prevendo a merda que virá a seguir. — Aquele homem quer o teu corpo nu.

— Não vou dizer que é improvável pois não é. – dei de ombros fazendo-a rir. — Mas não, não vou me envolver com ele. Não consigo nem imaginar o quão estranho seria namorar meu próprio chefe.

— Ele não é simplesmente o seu chefe, ele é David Cooper. O cara que você tem admirado a cegas por muito tempo. E vocês não precisam namorar, ou casar, ter oito filhos e um iate. Vai me dizer que não rola uma atração.

Parei para pensar por um momento e desde que vi David pela primeira vez, nenhum sentimento do tipo passou pela minha cabeça. Discutimos desde o dia em que nos conhecemos, de repente viramos tão íntimos a ponto de expor um ao outro sobre nossas vidas como foi feito hoje. Não vou negar que desde a última semana, temos nos dado razoavelmente bem. Na verdade, desde o dia em que ele me "ajudou" naquela situação horrível com o infeliz do Jason.

Volto a encarar Angelique que está com seus olhos verdes focados em mim.

— Atração é um termo muito forte para o que há entre eu e ele.

— E o que há entre você e ele? – arqueou as sobrancelhas.

— Amizade? – ela revira os olhos. — Vem cá, Angelique. Se você está tão interessada nele fique com ele!  – levanto-me e caminho até o meu closet.

— Eu não sou fura olho. – ela diz me seguindo. — Vamos lá, vocês super combinam.

— Tanto faz, a resposta ainda é não.

— Ainda? – arqueou uma das sobrancelhas. A ignorei e retirei a toalha que cobria meu corpo para poder vestir o vestido que eu tinha escolhido. — Veja só, olha o tamanho da sua bunda. Já viu o tamanho da dele? Vocês combinam até nisso! – ela diz e eu a encaro pasma.

— O que?

— Vai dizer que nunca reparou na bunda do seu chefe. – me olhou rindo.

— Não?! – exclamei com certa obviedade. De onde essa louca tira esses absurdos?

— Pois de agora em diante passe a perceber. Na verdade, é Impossível aquela bunda passar despercebida por alguém. – sorriu perversa enquanto mordia o lábio inferior.

— Dá o fora, Angel! – ela gargalha e sai do closet.

Dizer que eu sinto atração por David era... demais. Eu o acho extremanente gostoso, isso é fato. Mas não... não ao ponto de ir para a cama com ele, Angelique é louca!

Visto o vestido rosa bem claro e solto. Era justo do busto até o quadril e em baixo era soltinho, sem falar do decote pequeno em 'V' na frente. Visto as sandálias de salto alto prateado na cor dos meus brincos. Meus cabelos estão cumpridos, batem quase na cintura quando está molhado. Talvez seja o momento de cortar alguns dedos.

Deixo-o solto mesmo e saio do closet vendo Angelique com um vestido bege colado ao corpo de barbie dela, linda como sempre. Tudo em Angel fica lindo e elegante, as vezes esqueço se ela é atriz ou modelo.

— Vamos indo conquistar seu homem? – ela pergunta em tom de provocação. Quando ameaço tirar a sandália para bater nela, ela corre para fora do quarto rindo. 

A maquiagem em meu rosto está leve, o batom é nude, portanto não chama a atenção. Assim que descemos o último degrau da escada, cumprimentamos alguns conhecidos. A festa não é tão grande como eu imaginava, tem pouca gente. Mas pouca, obviamente para mim pois para quem não está acoatumado com esse ambiente provavelmente parece que tem centenas de pessoas.

Observo minha mãe de longe bem ao lado do meu pai. Eles estão lindos e elegantes. O vestido de minha mãe é longo, branco e bem acentuado ao corpo dela. Seus olhos azuis se encontram com os meus e ela abre um grande sorriso caminhando até mim.

— Você está linda! – ela diz me beijando levemente no rosto. — Está uma verdadeira princesa.

— E você está uma rainha. – digo e ela me sorri. Meu pai se aproxima.

— Está tão linda que sinto que se eu te der um beijo, você se desmonta. – ele diz me fazendo sorrir.

— Eu sei pai, eu estou uma Deusa. – ele ri negando com a cabeça. — Mas pode me beijar, não vou desmontar. Essa perfeição é ilimitada.

— A falta de modéstia também. – Angel resmunga ao meu lado.

Papai se aproxima e me beija o rosto. 

— Tudo ótimo com o bolo? – mamãe questiona e afirmo.

— Tudo ótimo. – sorrio.

— Phoebe realmente mandou bem dessa vez, o bufê é simplesmente maravilhoso! – meu pai comenta. — Eu jurava que ela iria se atrapalhar mais uma vez e mandar para cá um confeiteiro ou algo do tipo.

Solto uma risadinha, ele nem imagina. Dessa vez eu vou passar Phoebe, assim ela fica me devendo uma.

— Olhe, Sra. Stivenson chegou. – mamãe diz apontando para a mulher atravessando a porta de entrada. — Ela trouxe o filho dela, se importa de fazer companhia a ele filha?

— A Sra. por acaso está jogando me jogando para cima de alguém? – questioneu cerrando os olhos. Ela bufa e desvia os olhos de mim.

— Você me pegou. – se rendeu. — Mas somente porque faz três meses desde aquilo com aquele babaca do Jason! – ela exclama. — Você merece alguém melhor.

— Esse não é o momento mamãe. – digo. — Olha, Austin está me chamando. – digo me desvicilhando da conversa e me afastando. Me aproximo do meu irmão que está conversando com uma mulher muito bonita.

Preciso me vingar pelo ocorrido na escada.

Me aproximo e passo o braço pelo pescoço dele lhes pegando de surpresa.

— O segundo nome dele é Mônica, ele usa cueca de ursinhos, já tentou me trocar por um boneco voltron na infância e tem uma mania esquisita de virar um mendigo durante uma vez por mês. Sem falar do bafo de gambá quando ele acorda, a última com quem ele namorou foi parar no hospital por inspirar gás tóxico por tanto tempo. – despejo tudo de um vez. A mulher o olha horrorizada e se afasta.

Abro um sorriso e encaro meu irmão.

— Você foi longe demais dessa vez! – ele exclama irritado.

— Você quem pediu, não tinha nada que dizer aqueles absurdos na frente do David! – rebati.

— Por que a preocupação? Aquele cara por acaso é seu namorado? – perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

Futuro namorado. – Angelique diz ao meu lado enquanto tomava um gole de champanhe.

— Calada! – exclamo.

— Oh, é mesmo é? Conte-me mais Angel. – sorriu em provocação.

— Tenta e eu espalho para todas da festa sobre suas cuequinhas com sapank me bordadas com gliter! – ele arregalou os olhos e tampou minha boca.

— Foi uma única vez e eu estava bêbado! – argumentou enquanto eu empurrava-o.

— Tira essa mão imunda da minha boca, eu lá sei onde você passou ela. – fiz cara de nojo enquanto limpava minha boca por consequência tirando quase todo meu batom. Ele por sua vez me abre um sorriso.

— E gostaria de saber?

— Idiota!

— Ridícula!

— Sabia que papai e mamãe te acharam dentro de um bueiro? – provoquei como sempre.

— Claro, eles gostaram tanto que voltaram lá para te pegar e ver se você era como eu!

— Por que toda vez que eu me reúno com vocês eu tenho um deja vú e parece que estou novamente no jardim de infância? – Angel resmunga se afastando.

Dou um último olhar raivoso para Austin e me afasto. Tomo algumas taças de champanhe, converso com alguns conhecidos e até mesmo o tal filho da Sra. Stivenson. Um rapaz legal, mas que não tem nada a ver comigo.

Um tempo mais tarde, meus pais resolvem por fim discursar, é então que peço para buscarem o bolo sentindo a ansiedade me percorrer.

— Antes de mais nada, gostaria de agradecer a presença de vocês. – meu pai começa. — É muito bom poder comemorar essa data tão importante junto de amigos. – sorrio e encarou minha mãe. — A trinta e três anos atrás descidimos por puro impulso que deveríamos nos casar. Eramos jovens, jovens demais para pensar em algo. Mas para nós, não havia nada de errado. Só queriamos amar um ao outro e poder passar longos anos um ao lado do outro. – mamãe sorri emocionada. — Só quero dizer que tudo o que passamos para ficarmos juntos, valeu apena. Não era um simples impulso. Não importava se era certo ou se era errado, aqui está o resultado dessa decisão. Trinta e três anos ao lado dessa mulher linda e talentosa, ao lado da mulher que me faz sentir vivo a cada dia que passa e que me faz feliz. Nosso amor é tão puro e divino que nos resultou em nossos dois presentes mais preciosos. – encarou eu e meu irmão. — Duas crianças em corpo de adultos, que brigam e puxam o cabelo um do outro mas que dois minutos pedem desculpas e já estão se amando novamente. – encarei Austin e ele me encarou. Sorrimos e ele me abraçou de lado. — Obrigado por fazerem parte desse amor, e obrigado por me dar esses dois presentes. Eu te amo! – disse para mamãe e assim ambos se beijaram recebendo aplausos.

— Eca! – Austin e eu exclamamos juntos.

Um funcionário entra com o bolo e todos exclamam em surpresa. E assim escuto elogios por todo lado sobre o quanto o bolo está lindo. Mamãe e papai cortam o bolo e logo depois começa a ser servido.

Olho no rosto de cada pessoa que come o bolo e quase choro de felicidade ao ver as expressões de satisfação no rosto deles. Peço um pedaço e corro para a cozinha. Mas para a minha surpresa, David não está lá, só o pessoal.

— Onde está o David? – pergunto.

— Ele já foi. – Victor quem respondeu. — Ele tinha dito que já havia feito o trabalho dele.

— Ah, ta. – sorrio um tanto decepcionada e saio da cozinha. Ao voltar para a sala minha mãe me sorri.

— O bolo está maravilhoso! – diz orgulhosa. — Claramente minha filhinha talentosa. – me abraçou.

— Obrigada mamãe. – sorrio e ela se afasta. Encaro o pedaço de bolo a minha frente.

Por que ele foi embora sem ao menos se despedir?

— Posso? – Angel brota do nada apontando para o meu prato.

— Você já comeu três pedaços!

— Estou no meu direito. Não vai comer, eu vou. – solto um suspiro e entrego para ela.

A festa não demorou a ter fim, e com isso os últimos convidados da noite já estavam saindo pela porta. Austin estava jogado no sofá com Angel deitada com a cabeça nas pernas dele praticamente desmaiada.

Meus pais se aproximam.

— A festa foi ótima. – papai diz. — Mas agora crianças, nós vamos ser obrigados a deixar vocês sozinhos.

— Nossa noite felizmente não acaba por aqui. – mamãe sorri recebendo um careta minha e de Austin.

— Desnecessário. – Austin diz.

— Nem parece que tem trinta anos. – mamãe reclama. — Não pode ouvir uma simples insinuçaozinha sobre sexo que já tem ataque. 

— Um coisa é eu ouvir insinuação de amigos meus, outra é ouvir dos meus pais. – ele argumenta.

— E como acha que foi feito? Com o dedo? – meu pai questiona fazendo meu irmão olha-lo incrédulo.

— Felizmente desse mal eu não sofro. – digo rindo. Minha mãe me olha feio.

— Você foi feita dessa maneira também Maria Kiera! – ela exclama.

— Para mãe! – tampo meus ouvidos. — Não quero saber.

— Essa conversa já deu, tchau para vocês. – mamãe diz, mas então lembro de algo.

— Mãe, espera! – a chamo. — Pode me fazer uma favor? – ela me olha. — O pessoal que cuidou do bufê hoje são meus colegas de trabalho, eles são muito fãs do seu trabalho. Você se importaria de ir dizer ao menos um 'olá'?

Ela me olha surpresa.

— Seus colegas de trabalho? – perguntou franzindo o cenho.

— Longa história. Pode? – ela me sorri e afirma.

— Claro que posso. Adoraria conhecer seus colegas de trabalho, principalmente seu chefe. Ele está junto? – ouço Austin e Angel soltarem uma risadinha baixa.

— Não, ele acabou tendo que ir mais cedo. Mas quem sabe uma próxima? – sorrio.

— Ah, que pena. Mas vamos nessa  quero conhecer esses garotos. – ela diz enlaçando seu braço no meu.

Minha mãe era um anjo com asas invisíveis, isso era fato.

E eu ainda me pergunto que diabos é esse incômodo no meu peito?

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