Capítulo 10

Cheguei mais cedo hoje por motivos de: não há motivos. Apenas cheguei cedo.

2K já, obrigada gente, estou realmente animada com esse livro e o apoio de vcs significa muito. Muito obrigada 💜

Capítulo pititico de novo mas bem fofo só para vocês!!

***


David Cooper

O dia havia começado estranho, meu pai estava em casa falando sobre o quanto estava chateado com a minha mãe. No telefone, era minha mãe reclamando com o quanto estava chateada com o meu pai. Tudo estava um gigante caos desde o acontecido no restaurante com Isabel e seu ex-chefe.

Ela obviamente ficou machucada com tudo o que ouviu, mas dizia estar pouco se fodendo. Tentou de todo modo ter seu talento reconhecido sem mostrar seu sobrenome de certo peso, mas agora não estava nem ai. Iria usar e abusar de seu sobrenome e jurava que iria provar que era boa o suficiente para todos. Eu honestamente não duvido disso, ela é capaz de tudo e ten talento.

Meu pai não concordava muito, mas minha mãe achava que ela tinha razão e que iria apoia-la. Desde então os dois entraram em pé de guerra, e quem tem que pagar o pato sou eu.

Como já era de se esperar, eu ignorei toda a reclamação dos dois e disse para que eles se resolvessem logo sobre isso. Afinal, hoje eu tinha um compromisso importante e não podia adiar.

A algumas semanas atrás, a governanta de William Evans e Bárbara Portilho entrou em contato comigo querendo contratar meus serviços como chef para uma festa de aniversário de casamento. Eu pensei muito a respeito mas no fim, eu aceitei. Minha mãe era uma grande fã de Bárbara, e se eu tentasse pegar um autógrafo pelo menos já a faria feliz.

Eu só não imaginava que ao chegar na casa que ocorreria a festa, encontraria justamente Kiera Evans. Assim que ela me viu, sua surpresa foi muito maior pois a fez derrubar um bolo que segurava no chão.

Eu diria que não estava surpreso, mesmo que nas últimas semanas ela tenha melhorado bastante seu desempenho no restaurante, ainda era Kiera: a desastrada. Mas ela estava extremamente desesperada com o acidente envolvendo o bolo.

— Merda! Merda! Merda! – ela exclamava encarando o bolo, ou o que restou do bolo no chão. — Merda, Kiera! Burra! – deu três tapas na própria testa.

— Hey, calma! – digo pela primeira vez fazendo-a me encarar. Foi então que notei que ela tinha lágrimas nos olhos. — Por que o desespero?

— O bolo, não consegue ver? – perguntou chorosa. — Está tudo destruído. – respondeu deixando as lágrimas caírem. — Eu estraguei tudo! – exclamou agachando-se no chão próxima ao bolo.

Pude notar que ela vestia roupas mais despojadas, como uma jardineira jeans que deixava a mostra suas pernas bem torneadas. O cabelo cacheado e volumoso dessa vez estava úmido e preso a um coque.

Afastei meus pensamentos irrelevantes para o momento e me aproximei dela.

— Não, precisa desse desespero. Podemos salvar o bolo. – digo a fazendo me encarar.

— Como?

— Kiera, você não é uma chef de cozinha? – ela não responde. — Sentar e chorar quando algo da errado não é a solução. – ela encarou o bolo e depois me encarou.

— Tudo bem, você está certo. – enxugou as lágrimas e se colocou de pé. — Eu vou tentar dar um jeito nisso, mas não acho que vá ficar tão perfeito como este. – disse encarando o bolo.

— Acredite no seu potencial, você consegue. – ela me olha e sorri. Mas então seu sorriso some e sua expressão se torna confusa.

— Calma, o que é que você está fazendo aqui?

— Me ligaram contratando meus serviços como chef. – dei de ombros.

— Você? Mas me disseram que era um bu... – se interrompeu e fechou os olhos soltando um suspiro. — Phoebe! – exclamou o nome da governata. — Aquela atrapalhada deve ter feito confusão de novo. Era para ter contratado um bufê e não um chef de cozinha. – ela grunhiu frustrada.

— Devo dar meia volta? – questiono.

— Não! Fique, por favor. Já está aqui mesmo. – disse mordendo o lábio inferior.

— Calma, e você? O que faz aqui? – perguntei. Mas foi então que o sobrenome dela veio em minha cabeça e eu a olhei com os olhos arregalados. — Você é uma Evans? – ela sorri.

— Sim. – disse dando um suspiro. — Meus pais é quem estão dando uma festa de aniversário de casamento. – ela diz me pegando de surpresa.

— Está me dizendo que é filha de Bárbara Portilho e William Evans? – perguntei em choque.

— Eu sei, não parece. Mas sim, eu sou filha deles! – disse parecendo ofendida.

— Não, por favor eu não estou surpreso por isso. – me apresso em me explicar. — Digo, minha mãe é completamente fã da sua. Eu só aceitei vir aqui hoje com a intenção de conseguir um autógrafo, e de repente descubro que você estava tão perto o tempo todo.

Ela fica um momento séria mas depois ri.

— Você é um grande interesseiro, Sr. Cooper! – ela diz me fazendo sorrir.

— Vai me dizer que não faria algo do tipo pela sua mãe, Srta. Evans. – ela para um pouco para pensar.

— Na verdade já fiz algo pior que isso por ela, mas não vem ao caso. – suspirou encarando novamente o bolo. — A hora está passando e sinto que não vai dar para fazer o bolo que eu planejei. Se eu não fosse uma anta idiota!

— Escute o que eu digo: vai dar sim! Vamos limpar isso aqui bem rápido e colocar as mãos na massa. – ela me olha e sorri afirmando.

— Vou pegar as coisas para limpar. – diz se afastando.

Estou realmente surpreso e ao mesmo tempo me sentindo burro por não ter associado ela a tal tão rápido. A elegância dela, o carro novo, tudo em Kiera é refinado embora na maioria das vezes não pareça.

Ela voltou com produtos de limpeza e com isso cuidamos rapidamente da bagunça. Com isso ficamos frente a frente próximos do largo balcão cheia de utensílios e ingredientes usados por ela.

— Me diz, o que pretendia fazer? – questionei. Ela hesitou por um momento mas depois começou a falar.

— Minha mãe me chamou para fazer o bolo da festa. Então decidi fazer um bolo que eu estava pensando a algum tempo chamado... Floresta Negra. – ela diz me pegando totalmente de surpresa mais uma vez no dia.

— Floresta Negra? Você diz, o bolo de origem alemã? – ela afirma.

— Eu pretendia fazer só que de uma forma diferente. – disse encarando os dedos.

— De que forma, Kiera?

— Uma forma um pouco diferente da original. Digo, eu ia usar um modo meio brasileiro de fazer. Iria conciliar as duas culturas. – abri a boca sem saber exatamente o que dizer.

Era uma grande ideia!

— Eu sei, é uma ideia meio idiota. – disse.

— Muito pelo contrário, achei uma ideia incrível. – ela me olha desconfiada.

— Está falando sério? – eu afirmo. 

— Então vamos colocar as mãos na massa, o que precisamos fazer? O que pensou? – perguntei entusiasmado.

— Bem, eu só resolvi trocar alguns ingredientes. Mas eu usei tudo, precisamos de mais. – ela diz apontando para os ingredientes.

— Então vamos buscar. – digo e ela ri.

— Você está maluco? Você precisa começar a preparar as comidas para a festa. Eu já te atrasei de mais com o bolo, pode deixar que eu dou conta.

— Eu disse que iria te ajudar, eu vou. – digo sacando o celular do bolso e discando o número de Victor.

— Fala, Dave. – ele diz logo ao atender.

— Preciso de uma mão, na verdade alguns pares de mãos. – digo enquanto Kiera me olha sem entender.

— Pode falar.

— Tem uma festa acontecendo e preciso preparar um bufê em menos de... – encarei meu relógio de pulso. — Em três horas.

— Já estamos a caminho. Manda o endereço.

— Tudo bem, obrigado. – digo logo finalizando a ligação. — Tudo resolvido, vamos?

— Não acredito que vai realmente fazer isso por mim! – ela diz ainda descrente.

— Não só por você como pelo seu bolo. – ela sorri e afirma.

— Vou pegar minha carteira. –disse antes de sair da cozinha.

Isso com certeza seria algo diferente, mas estava animado em fazer algo do tipo.

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