Capítulo 51 ♡ Penúltimo Capítulo

- Ainda está preocupada? - Luane pergunta.

- Sim. - Confirmo com a cabeça.

- Eu acho que tem toda razão em estar desconfiada.

- É tão estranho o fato dele parecer tanto com Thomas. - Digo. - Será apenas uma grande coincidência?

- Para falar a verdade eu não acho isso. - Ela olha discretamente para o senhor Morgan. - Ele não para de te encarar, então provavelmente tem um motivo.

Acho que Luane está certa ao pensar dessa forma. O senhor Morgan está me encarando faz tempo, e o fato dele ter me chamado de May, me deixa ainda mais confusa.

Ele ficou assustado quando eu disse que não era a May. Sua afeição demonstrou surpresa e espanto, então eu devo ser muito parecida com essa mulher, ou o senhor Morgan está com a visão ruim.

Minha intuição diz que tem algo acontecendo, e eu pretendo descobrir o que é.

- Thomas nunca falou nada sobre sua família? - Luane pergunta.

- Não. - Nego com a cabeça. - Sempre disse que era apenas ele.

- Mas eu acho que ele estava mentindo. - Ela diz. - Ou seu avô teve uma amante, ou Thomas escondeu o fato de ter uma família.

Sei que existe pessoas que se parecem sem ao menos serem da mesma família, mas o senhor Morgan é muito parecido com Thomas, para ser apenas uma coincidência.

Thomas nunca foi um homem de confiança, então tenho certeza que ele mentiu sobre não ter uma família, mas também tem a possibilidade de ter sido verdadeiro, o que acho bem improvável.

Talvez eu esteja errada sobre o senhor Morgan, mas tenho a sensação que não estou.

Provavelmente minha família tem segredos que eu jamais soube, então nesse momento me pergunto se minha mãe sabia de alguma coisa, ou era inocente.

- Onde estão os rapazes? - Hilary vem até nós e pergunta.

- Também gostaria de saber. - Luane olha em volta.

- Saíram com um dos convidados e até agora não voltaram. - Falo.

- Tem tantas mulheres bonitas aqui, preciso ficar de olho no meu marido. - Luane olha em volta.

- Até parece que Dimitri iria olhar para alguma delas. - Falo.

- Disso eu sei, mas elas provavelmente vão colocar os olhos gordos no meu homem.

Mateo, Dimitri e Jeremy estão tão próximos, que parecem ser amigos de longa data. Fico feliz por ver meu marido fazendo amizades e deixando aquela vida solitária de lado.

Mateo e Jeremy já estão aceitando o fato de serem meio irmãos, e fico extremamente feliz por ver que os dois decidiram deixar a diferenças de lado e fazerem as pazes.

- Você conhece a filha do senhor Morgan? - Lu pergunta para Hilary.

- Não. - Ela nega com a cabeça. - Acho que poucas pessoas conhecem ela, pois ela raramente vem até a fazenda.

- Será que é por isso que ele vendeu para o Mateo?

- Provavelmente. - Ela diz. - Pelo que escutei, eles vão morar juntos na cidade, e ele vai usar o dinheiro da venda da fazenda para ajudar a filha a abrir um negócio. 

Pelo jeito o senhor Morgan é um pai muito atencioso, e isso me faz ter um pouco de inveja. Seria tão bom se Thomas tivesse sido um bom pai, mas ele sempre me maltratou, como jamais abriria mão de alguma coisa por mim.

Se não fosse pelos meus esforços jamais teria conseguido terminar a faculdade e arrumado um emprego. Ele nunca me ajudou em nada, pelo contrário, sempre dificultou minha vida em todos os sentidos.

Ter um pai presente e atencioso sempre foi meu sonho, mas infelizmente tive a má sorte de ter Thomas como pai.

Depois de toda maldade que ele fez não desejo seu bem ou sua redenção. O que acontecer com Thomas de agora em diante não me importa mais.

Passei muito tempo sonhando com o momento em que ele se arrependeria dos seus atos, mas deixei de sonhar com isso faz muitos anos.

Não irei sentir a falta de um homem mau e sem escrúpulos. Não irei sentir pena ou voltar a confiar em sua redenção. Mesmo que seja meu pai, eu quero que ele passe o resto da sua vida atrás das grades, pois só assim terei um pouco de paz.

- Vai continuar dando aulas Lina? - Hilary pergunta.

- Com toda certeza. - Sorrio abertamente. - Não pretendo parar de trabalhar nem tão cedo.

- Ótimo. - Ela também sorri. - Aquela escola é tão sem vida sem você.

- Falando nisso só tenho mais uma semana de férias. - Falo.

- Quem vai cuidar dos gêmeos? Você vai trabalhar, e provavelmente Mateo também irá começar a fazer algo em breve. - Luane pergunta. - Melissa cuidava deles, mas você vai se mudar.

- Eu ainda não tinha pensado nisso.

- Eu vou continuar cuidando deles. - Mel surge ao meu lado. - Deixe eles na minha casa quando for para a escola, e os peguem quando voltar.

- Tem certeza disso? - Pergunto.

- Mas é claro. - Ela fala. - Acha que eu iria deixar minhas crianças com estranhos?

Sou tão grata a Mel por sempre me ajudar, e fico ainda mais aliviada por saber que terei a ajuda dela mesmo que eu me mude de sua casa.

- Estou sempre abusando da sua boa vontade. - Sorrio abertamente.

- Eu agradeço por isso. - Ela pega no meu ombro. - Você me deu lindos netinhos, então pode abusar da minha boa vontade sempre que quiser.

- Pode se arrepender disso Melissa. - Luane fala.

- Cale a boca. - Lhe dou um tapa no braço.

Melissa fez muito por mim, e ainda continua fazendo, então sou muito grata a ela, mesmo achando que passo dos limites às vezes. Mel não tem obrigação de cuidar dos meus filhos, mas ela insiste em fazer isso, e eu acabo cedendo porque ela é uma das poucas pessoas que confio.

- Elisa está com as crianças? - Luane pergunta.

- Sim. - Mel responde.

- Essas mulheres são tão desconfiadas. - Hilary sorri.

Donna, Elisa e Mel não deixaram Melanie e os gêmeos sozinhos com as outras crianças e as babás, por medo e falta de confiança.

- Nós deveríamos estar cuidando das crianças. - Digo.

- Você tem razão, mas estou me sentindo de férias, então deixe Malanie com Elisa e a Donna. - Luane fala. - Em uma semana serei só eu novamente, então irei aproveitar esse momento.

- Que mãe desnaturada. - Digo.

- Eu amo minha filha não tenha dúvida disso, mas ela está me deixando cada dia mais velha. - Luane pega uma mexa do cabelo e olha. - Já estou com cabelos brancos.

- Você está reclamando enquanto tem só uma, eu tenho dois. - Falo.

- Você tem várias pessoas que te ajudam. - Ela retruca. - Eu tenho que cuidar da casa, da alimentação, e o mais difícil, Melanie e meu marido. 

- Nisso você tem toda razão. - Sorrio abertamente.

- Preciso de férias. - Ela fecha os olhos e suspira alto.

Minha boa vida está com os dias contados literalmente. Quando eu me mudar para a nova casa, não terei ninguém responsável por limpeza e alimentação, então tenho que aproveitar os últimos momentos que me restam.

- Se Mateo não contratar uma empregada você estará bem ferrada minha amiga. - Luana aperta meu ombro de leve.

- Por quê? - Pergunto confusa.

- Olhe. - Ela aponta para a casa.

Eu ainda não havia reparado, mas a casa é bem grande, então como Luane falou estarei bem ferrada.

- Obrigada por não ter me dado um apartamento gigante. - Ela sorri abertamente.

- Lina... - Hilary chama a minha atenção.

- Sim?

- Aquele não é seu marido? - Ela aponta em direção a Mateo.

- Sim. - Digo entredentes. - Ou melhor, era.

Começo a caminhar em direção a Mateo em passos largos, mas antes que eu chegue perto dele para lhe matar, a mulher que ele havia abraçado por trás lhe empurra e lhe dá um tapa no rosto.

- Por que essa vaca está batendo no meu marido? - Murmuro baixinho. - Só eu posso matar esse desgraçado!

- Você é louco?! - Ela pergunta.

- Mas... mas... - Mateo olha para ela confuso, em seguida olha para mim.

- O que pensa que está fazendo? - Pergunto entredentes. - Quer morrer Mateo?

Ignoro os olhares das pessoas sobre nós, pego o seu braço e me viro para começar a caminhar novamente.

Quando enfim vejo de frente a mulher que Mateo abraçou, solto seu braço e levo as mãos aos lábios.

- Quem é você? - Perguntamos ao mesmo tempo.

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