Capítulo 20
Mateo
- Se Lina não se casar dentro de quinze dias, sua herança será passada para seu pai. - Dylan explica. - Ela precisa se casar antes de completar vinte seis anos.
- Por que sua mãe faria algo desse tipo? - Pergunto.
- Talvez ela tenha sido enganada pelo marido.
- É a única explicação. - Falo.
Tenho certeza que sua mãe não iria fazer algo para prejudicar a filha, então provavelmente tem o dedo de Thomas nessa história.
- Se ele precisa que a filha não se case, por quê quis que ela namorasse comigo?
- Ele deve estar planejando algo grande. - Dylan fala. - Ficaria com a herança da filha, e tentaria colocar a mão no seu dinheiro depois que estivessem casados.
- Também pensei nisso. - Digo. - Ele deve estar planejando algo grande.
Thomas só não imagina que também tenho alguns planos para por em prática. Ele deve achar que sou uma presa fácil, mas no final das contas ele sairá perdendo tudo o que conquistou as custas dos mais fracos.
Não tenho nenhuma intenção de ter misericórdia, o farei pagar pelo que fez a minha família, custe o que custar.
- O que vai fazer agora senhor? - Dylan pergunta.
- Tenho que convencer Lina a se casar comigo o mais rápido possível.
- E se ela não aceitar?
- Ela precisa. - Suspiro alto.
Essa será a minha primeira oportunidade de conseguir minha vingança. Thomas deve estar desesperado por esse dinheiro, caso contrário teria dito a Lina, ou talvez ela saiba, e seja mais um dos planos dos dois.
Thomas ficaria um passo atrás, então seria questão de tempo para perder tudo.
Meu celular toca, então o pego sobre a mesa e atendo a ligação.
- Oi mãe.
- Olá querido. - Ela fala. - Tudo bem?
- Tudo bem e a senhora?
- Estou ótima. - Diz. - Quando irá trazer Lina para me visitar novamente?
- Em breve.
- Ela parece ser um moça decente.
Minha mãe é tão inocente que acredita que todos a sua volta são pessoas decentes. Ela nem imagina que Lina é a filha do homem que levou meu pai a morte, e mesmo que soubesse não faria diferença alguma, ela tem um bom coração.
- Você escolheu bem meu filho, tenho certeza que serão felizes.
- Serei sim. - Minto.
Se ela imaginar que Lina faz parte da minha vingança, é capaz de ela acabar com tudo. Minha mãe acha que desisti do meu plano, e que irei casar e ser feliz para sempre, e para falar a verdade preciso que ela continue pensando assim, ou estaria tudo perdido.
- Quero netos, então se case logo. - Ela ri.
- Vá com calma dona Elisabeth. - Reviro os olhos.
- Acho que vou arrumar um namorado também.
- Mãe...
- É muito solitário viver sozinha nessa casa.
- Vou me mudar amanhã mesmo. - Digo.
- Estou brincando seu bobo. - Ela gargalha alto.
Sou um filho ciumento, mas não tentaria impedi-la se minha mãe quisesse se casar novamente. Na verdade acho que seria bom, assim ela teria companhia e não viveria tão sozinha, mas ela nunca namorou ninguém depois da morte do meu pai.
- Se a senhora quiser namorar eu apoio. - Falo.
- Onde está meu filho? - Ela pergunta. - O que fizeram com ele?
- Estou falando sério. - Reviro os olhos. - Sei como deve ser difícil viver sozinha.
Eu me sinto solitário todos os dias, mas meu desejo de vingança é maior do que ter uma companhia ou amor, então escolhi viver dessa forma.
- Já me acostumei. - Ela diz.
- Ninguém se acostuma com isso. - Retruco.
Acho que ninguém se acostuma a uma vida solitária, apenas aceita porque talvez não tenha outra opção.
- Preciso desligar filho.
- Se cuida. - Me despeço. - Eu te amo.
- Eu também te amo.
Minha mãe finaliza a ligação, em seguida coloco o celular sobre a mesa.
- Conseguiu encontrar algo sobre o segurança Dimitri? - Pergunto para Dylan.
- Ele está limpo. - Ele fala. - Dimitri serviu o exército, e foi liberado com honra após um ferimento grave.
- Tem certeza?
- Sim. - Confirma com a cabeça. - Depois de se recuperar ele começou a trabalhar como segurança, e foi contratado pelo Thomas faz dois anos.
Lina parece ser bem próxima dele, então decidi investigar sua vida para ter certeza que ela é um homem de confiança, ou talvez eu tenha feito isso apenas porque não gostei da amizade entre os dois.
- Ele parece ser um homem decente. - Dylan diz. - Dimitri não participa dos esquemas sujos do patrão, ou sabe se esconder muito bem.
- Não posso confiar até ter certeza que ele realmente seja de confiança.
Quem vê Thomas e a filha, não imaginam que são como cobras traiçoeiras, então não confio facilmente em alguém, para evitar dor de cabeça.
Lina
- Entre.
Dou espaço para Dimitri entrar no apartamento, e fecho a porta em seguida.
- Queria me ver? - Ele pergunta curioso.
- Sim. - Me sento no sofá e ele se senta ao meu lado.
- Aconteceu algo?
- Meu pai não tentou fazer algo com você? - Pergunto. - Depois de saber que somos amigos.
- Não.
- Tem certeza disso? Não mentiria para mim não é?
- Não estou mentindo. - Ele sorri abertamente.
- Que alívio. - Suspiro alto.
Fiquei com medo do meu pai demiti-lo ou tentar agredi-lo de alguma forma. Ele não faria isso pessoalmante, mas mandaria alguém fazer o trabalho sujo.
- Fique de olhos bem abertos. - O aconselho. - Por ele não ter dito nada, não quer dizer que não planeja alguma coisa.
Meu pai não pode me ver feliz, ou fazendo novas amizades que sempre acaba com tudo. Parece que ele tem prazer em me fazer sofrer dia após dia.
- Não precisa se preocupar. - Ele diz. - Se algo acontecer, darei meu jeito de me virar.
- Não me perdoaria se algo acontecesse com você por minha causa.
Minha visão se turva pelas lágrimas, e as deixo rolarem. Estou tão cansada de viver dessa forma, quando penso que serei feliz, que algo está dando certo na minha vida, surge meu pai para acabar com tudo.
Ele só não tentou acabar com meu relacionamento com Mateo por ele ser rico, caso contrário ele teria se intrometido.
Sempre vivi fugindo das pessoas por medo do que ele seria capaz de fazer a elas se se tornassem minhas amigas, então vivia solitária e para falar a verdade ainda vivo, mesmo tendo Dimitri, Mateo e Luane do meu lado.
- Não chore Lina. - Ele enxuga minhas lágrimas.
- Será que eu conseguirei ser completamente feliz algum dia?
- Você será. - Ele pega minha mão e aperta de leve. - Confie em mim.
- Você foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida há anos. - Sorrio abertamente. - Obrigada por sua amizade.
- Eu que agradeço. - Ele retruca.
Quem vê Dimitri tão sério, não imagina o quão bom é o seu coração. Realmente tive muita sorte em encontrá-lo, e por isso tenho que agradecer ao meu pai.
- Você deve ter percebido o interesse da Luane por você. - Falo.
- Sim, mas não pretendo ter um relacionamento no momento.
- Eu falei para ela, mas Luane parecia bem disposta em fazê-lo mudar de ideia. - Falo. - Tenho que admitir que nunca vi ela demonstrar interesse por alguém dessa forma.
Dimitri não diz nada e fica pensativo, então pego sua mão e aperta de leve.
- Não sei o que se passa na sua cabeça, e não vou dizer para tentar algo com Luane ou com qualquer outra pessoa. - Falo. - Mas não se torne um homem solitário por medo ou receio do amor, eu sou a prova viva de que isso não faz bem para ninguém.
Talvez Dimitri só não esteja preparado para então em um relacionamento, ou talvez ele tem medo. Mas alguma coisa me diz que é a segunda opção.
- Por que nossa vida precisa ser tão complicada? - Encontro minha cabeça no seu ombro.
- Para nós deixar mais forte talvez. - Ele diz e aperta minha mão levemente.
A porta do apartamento é aberta, e de longe meu olhar se encontra com o de Mateo, e ele parece bem irritado.
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