Capítulo 12

- Você está o quê?! - Lu grita.

- Estou namorando com o Mateo. - Repito.

- Devo estar sonhando. - Ela dá um tapinha no próprio rosto.

- Não está sonhando.

Seguro sua mão para que ela não dê mais nenhum tapa no rosto, e a puxo em direção ao sofá.

- Eu sabia que estava escondendo algo de mim. - Ela aponta o dedo para mim.

- Me desculpe. - Peço.

Lu nem imagina que o que estou escondendo é ainda pior do que namorar com Mateo.

- Deveria ter me contato.

- Eu sei. - Suspiro alto. - Mas esperei que tudo fosse certeza.

- Mesmo assim. - Fala. - Deveria ter me contato.

- Me perdoe. - Faço carinha de cachorro sem dono.

- Não. - Ela vira o rosto.

Começo a fazer cócegas em Luane, então ela pede ofegante:

- Pare!

- Então diga que me perdoa.

- Está bem. - Revira os olhos. - Eu perdoou.

Mesmo que quisesse não poderia ter dito nada para ela, então não tive e não tenho outra opção a não ser fingir em sua frente.

A única alternativa que achei foi pedir um tempo para Mateo para apenas namoramos. Talvez nesse meio tempo ele perceba que não se sente atraído por mim, ou que jamais irá me amar então não vai querer se casar comigo.

Meu pai não poderia me acusar de não querer me casar, porque Mateo iria me deixar.

Por um lado eu espero que aconteça, eu amaria ver a cara do meu pai ao ver seus planos sendo arruinados bem na sua cara, mas por algum motivo acho que seria interessante me casar com ele.

Em alguns momentos da nossa conversa senti que Mateo não estava sendo sincero, mas acabei deixando isso de lado, provavelmente estou vendo coisas onde não tem.

Tenho que admitir, fiquei extremamente surpresa ao ver um lado um pouco romântico nele. Tinha certeza absoluta que Mateo seria o tipo de homem frio e que não demonstra carinho.

Estava errada sobre isso, e para falar a verdade eu gostei de conhecer uma parte dele que ainda não havia visto.

Posso dizer com toda certeza que não o amo, mas também posso afirmar que isso não seria tão difícil de acontecer. Mateo sabe me deixar sem palavras em alguns momentos, ele me faz me sentir mulher, e isso jamais havia acontecido antes.

Mas tenho que admitir que tenho muito medo de começar amá-lo, e esse sentimento não ser retribuído da sua parte.

Eu odeio me sentir em um beco sem saída, me odeio ainda mais por criar esperanças em vão. Eu deveria odiá-lo com todas as minhas forças, mas para minha infelicidade isso não está acontecendo.

- Desde quando estão namorando? - Luane pergunta.

- Já faz duas semanas.

- Tudo isso?

- Sim. - Sorrio fraco.

Estava criando coragem para contar para Lu, eu não sabia em como tocar no assunto, e para falar a verdade estava morrendo de medo dela ficar brava comigo.

- Preciso ter uma boa conversa com ele. - Ela cruza os braços.

- Vai falar o quê?

- Vou ameaça-lo é óbvio. - Ela sorri maléfica.

Não quero nem estar por perto quando Luane pegar Mateo para dar um sermão. Posso imaginar o escândalo que ela fará, pois é o meu primeiro namorado.

- Vai assustar o coitado. - Sorrio abertamente.

- Tenho certeza que minhas ameaças não fará diferença alguma. - Ela diz. - Mas vou fazê-las do mesmo jeito.

Quando Luane coloca algo na cabeça é impossível fazer ela mudar de ideia, então nem perco meu tempo. Deixo ela fazer o que bem entende, e talvez seja até divertido ver Mateo sofrendo um pouco na sua mão.

- Você o ama Lina? - Ela pergunta seria.

- Não. - Assumo.

- Então por quê está namorando com ele?

- Ele foi gentil comigo, me ajudou quando eu precisava, então acho que posso amá-lo com o tempo.

- Isso não é motivo para namorar alguém. - Ela revira os olhos. - Se sente agradecida e nada mais.

- Talvez seja só isso, mas acho que estou realmente gostando dele. - Falo. - Não o amo ainda, mas gosto dele.

Nem eu entendo o que está acontecendo comigo. Mas de um coisa tenho total certeza, nunca me senti assim com um homem. 

- Gosta tanto a ponto de namorar?

- Sim. - Confirmo com a cabeça.

- Estou perguntando porquê não quero que se precipite e acabe se machucando.

- Eu não vou. - Digo confiante.

Apesar de ser um homem sério e parecer frio as vezes, não acho que Mateo seria capaz de me machucar.

Tenho certeza que por trás daquela carranca existe um bom coração que deseja se aflorar. Basta ele querer mudar, e se dar uma oportunidade de ser um homem melhor.

Talvez isso aconteça através de mim, ou talvez estou criando expectativas demais. Eu seria a pessoa que irá fazê-lo mudar? Mateo seria meu meio de me libertar do meu pai por definitivo?

Não quero me apegar a ele como uma tábua de salvação, mas ao mesmo tempo eu o vejo como isso. Tenho medo que eu confunda meus sentimentos por esse motivo.

- Ainda não consigo acreditar que Mateo está namorando com você.

- Por quê? - Pergunto. - Sou tão sem graça assim?

- Não coloque palavras na minha boca Lina. - Ela diz séria.

- Me desculpe. - Peço.

Sei que perto das beldades que ele já namorou sou sem graça. Não preciso que ninguém me diga isso, eu mesma já percebi sem a confirmação de alguém.

- Estou surpresa porque você é boa demais para ele. - Luane fala. - Ele sempre namora com mulheres vulgares, totalmente ao contrário de você.

- Talvez ele tenha se cansado delas. - Falo.

- Não tem outra explicação. - Lu diz pensativa. - Ele deve ter percebido o quão incrível você é.

- Eu? - Aponto para mim mesma.

- Sim. - Ela sorri abertamente. - Você é uma mulher maravilhosa, então ele tem muita sorte em namorar você.

- Está exagerando. - Falo.

- Você sabe que não estou.

Não tem nada de especial em mim, então não vejo o porque ele teria sorte em namorar comigo. Mas tenho que assumir que sou um bom partido.

- Seu pai sabe disso?

- Impossível ele não saber.

Ele é o motivo de eu estar nessa nessa situação, o motivo de tudo de ruim que acontece e já aconteceu na minha vida.

Não sei se Mateo contou ao meu pai, mas no mesmo dia que começamos a namorar ele me ligou e me deu parabéns pelo namoro.

O único motivo de tanta felicidade é porque está conseguindo o que quer, e não porque se importa se a filha namora ou não.

Tenho certeza que meu pai irá querer dar paltipe em tudo, mas acho que talvez ele não consiga. Não parece que Mateo irá baixar sua cabeça para ele e fazer suas vontades. Na verdade acho que seria interessante ver ele quebrando a cara dessa vez, espero que eu esteja certa e Mateo o coloque no seu lugar.

- Estou ficando triste. - Lu diz de repente.

- Por quê?

- Se você se casar vou ficar sozinha.

- Arrume um namorado também. - Sorrio de canto.

- Se fosse tão fácil. - Ela suspira alto. - Não tenho tempo, e se minha chefe descobrisse que tenho uma vida fora do trabalho me mataria.

- Já passou da hora de enfrentar aquela mulher Luane. - Digo seria. - Ela não pode interferir na sua vida pessoal.

- Isso não acontece só comigo. - Fala.

Não é de hoje que aquela megera faz da vida de Luane um inferno, já falei para ela se demitir e arrumar outro trabalho, mas ela não me escuta.

- Quem será? - Lu pergunta ao ouvir a campainha tocar.

- Vou ver. - Me levanto do sofá.

Caminho em direção a porta e a abro.

- Mateo?

- Sentiu minha falta?- Ele sorri lindamente.

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