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1 dia para o casamento 
8h45

Olivia dormia um sono tranquilo quando a amiga foi lhe chamar. A mulher havia ficado de dormir na casa do casal de amigas, já que teria de passar o dia "longe" do futuro marido.

— Liv, acorda! — Anna mexia na amiga — Já tá quase na hora do seu compromisso. 

Olivia, ainda no processo de acordar, sentiu o corpo arrepiar e o coração bater mais forte ao lembrar que dia era. Era o dia que antecedia seu casamento e o dia que ela iria de fato tratar do presente que iria dar a Tom. 

Se bem que o presente era bem para os dois... Mas está completamente válido, assim como a casa que ele comprou para que morassem. 

A mulher se espreguiçou e sentou na cama tendo seus movimentos seguidos pelo olhar da amiga. Gabriela ainda dormia no quarto do casal, já que ainda não sabia do tal presente.

Sim, Olivia havia decidido que primeiro pediria um conselho da esposa da amiga, e assim o fez. Anna lhe aconselhou e sentiu uma certa culpa por ter que esconder isso da esposa, mas era por uma boa causa.

— Fico muito feliz com a decisão que tomou, sei que ele irá adorar. — Anna diz a olhando e sorrindo — Vocês dois, no caso. — riu.

— Nem acredito que estou fazendo isso! Foi algo tão inesperado! — riu — Meu Deus, será que foi assim que Tom se sentiu ao comprar a casa? 

A mulher sentiu a animação e a ansiedade tomar conta do seu corpo, o que lhe deu um certo alerta para que tratasse de ir se arrumar para resolver tal pendência. 

[...]

14h28

— Meninas, cheguei! 

Olivia chega do apartamento das amigas com a bolsa pesando mais devido há um certo número de papéis a mais que havia deixado ali. Papéis importantes.

— Deu certo? — Anna foi a primeira a chegar na sala e falar com a amiga.

Ela não precisava de resposta alguma. O sorriso de Olivia ia de orelha a orelha.

— Já vi que sim. — sorriu e a abraçou — Agora se prepara, minha esposa tá cheia de cremes pra cuidar de você até amanhã.

Elas riram. O dia passou rápido e calmo, logo a noite já havia chegado trazendo uma carga de ansiedade no peito das três mulheres, pesando em dobro no da noiva.

Ainda teve que fazer e atender algumas ligações a respeito de minuciosidades do casamento, o que só a deixaram mais ansiosa ainda.

Já deitada para dormir, ouviu o celular acender e vibrar no criado mudo indicando que havia uma nova notificação. Afastou o aconchegante, fofo e cheiroso lençol azul que lhe cobria e pegou o aparelho. Era uma mensagem.

Tom

22h34

 Falta apenas um dia. Quer dizer, bem menos de um...

Espero que não tenha desistido. Te vejo na igreja...

Saudade.

A mulher terminou de ler o recado e sorriu levando o celular ao peito como se quisesse guardar aquelas palavras no coração. Fechou os olhos imaginando que logo se veriam e se encontrariam na melhor forma possível. O respondeu e logo tratou de dormir, pois amanhã seria um longo dia. Um longo, importante e inesquecível dia.

Dia do casamento

De frente para o espelho, Tom avaliava a si mesmo. O terno azul escuro o deixava totalmente elegante e romântico. Suspirou três vezes, passou a mão pelos cabelos cortados e pela barba recém aparada e sorriu. 

Está acontecendo mesmo.

Continuou se encarando e sentiu um famoso frio na barriga que lhe vinha sempre ao pensar nesse momento. Desde criança Tom sonhava com esse dia, o homem sempre foi muito romântico e idealizador, quando ia para o casamento de amigos e familiares sentia algo muito bom, sempre parando para perceber a felicidade sendo comemorada e realizada por todos... Ficava encantado com a celebração de um jeito muito especial e desde sempre almejou encontrar uma pessoa que amasse reciprocamente para casar-se e logo então montar sua família. E esse dia havia chegado, e ele não podia estar mais feliz.

Apertou as mãos e passou a mão pelo cabelo novamente sendo interrompido pela chegada de Diana, sua mãe, no recinto. Pôs as mãos nos bolsos e virou-se para recebê-la com um sorriso.

— Como estou? 

— Oh, meu filho! Você está belíssimo! Belíssimo! — a mulher sorria emocionada.

Tom havia decidido que ficaria esses dois dias longe de Olivia na casa de seus pais, assim estava menos sujeito a não surtar sozinho, por assim dizer. 

Sentou na sua antiga cama e suspirou. Diana, atenta aos movimentos do filho, percebeu que tamanho era seu nervosismo. 

— Você está bem, querido?

O homem saiu de seus pensamentos que rondavam o passado, o presente e o futuro-do-presente das próximas horas e anos: Eu me casarei. Formarei uma família. 

— Sim, mamãe. Só um pouco nervoso e pensativo... — disse pensando em Olivia.

Quando a conheceu sabia que para ela pouco importava esse papo de relacionamento, ainda mais casamento... Tanta coisa mudou. 

Para melhor.

Sorriu para ela e viu seu pai adentrar ao quarto os chamando para saírem para a Igreja.

Na casa de Anna, as coisas não estavam tão calmas e pensativas.

— OLIVIA, O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO? — Gabriela gritou com a amiga ao vê-la muito bem sentada a mesa enquanto comia um doce.

— Eu estou com fome, oras!

A loira respirou fundo e tentou não perder a paciência.

— Levanta daí e vem se vestir a.g.o.r.a ou chegaremos atrasadas — Disse entredentes.

Com um pouco de receio pela cara que a amiga fez, deixou o doce de lado e tratou de ir se vestir, pois estava quase pronta. Quase.

O cabelo estava solto com um penteado delicado que prendia duas mechas atrás da cabeça, onde colocaria a presilha que seguraria o véu. As pontas das madeixas estavam levemente onduladas de uma forma que parecia deixar tudo natural.

A maquiagem, que ela insistiu em dizer para a maquiadora que desejava ficar natural-romântica-saudável ressaltava sua beleza de forma delicada, dando a cada traço de seu rosto uma atenção especial. Só faltava vestir-se.

Eu hein. Achei que se atrasar fosse algo cultural de toda noiva... Olivia pensava enquanto começava a se vestir.

Vestida e totalmente pronta, a mulher encarava seu reflexo frente ao espelho enquanto tomava coragem para sair do quarto. Estava ansiosa, animada, com medo, feliz... estava tendo uma overdose de emoções. Respirou fundo, pensou que logo veria o homem que amava e tratou de se recompor. Saio do quarto e deu de cara com as amigas lhe esperando.

— Olivia! — Gabriela segurava o choro — Você... — apontava para o corpo da amiga — EU ESTOU SEM PALAVRAS!

A mulher riu agradecendo e segurou o choro.

— Você está incrível, Olivia.

— Suspiro — Obrigada, obrigada. Agora, vamos? Quanto tempo estou atrasada?

— 5 minutos, daqui até a igreja são mais 10. Mas relaxa, é normal.

E as três saíram em direção a igreja.

Minutos depois, no local da cerimônia, Tom não estava muito relaxado. Já havia se passado 15 minutos e nada de Olivia aparecer.

A igreja já estava cheia com seus convidados e ele já estava no seu local. Andava de um lado para outro pensando no que poderia ter acontecido. Suas mãos suavam e ele sentia os pés frios dentro dos sapatos.

— Pai, e se ela tiver desistido? — cochichou apreensivo quando o homem mais velho se aproximou.

— Thomas, ela é noiva, é normal se atrasar! Ela já deve estar chegando. — disse voltando para o lugar.

Tom sentia borboletas fazerem furacões em seu estômago, e estava tão ocupado pedindo segurança com o olhar para sua mãe, que não se tocou quando Gabriela e Anna entraram na igreja. O homem suspirava e via sua mãe lhe pedir para ter calma.

De olhos fechados enquanto tentava regular a respiração, Thomas sentiu seu coração parar e voltar a bater por um milésimo de segundo ao ouvir o iniciar da música da noiva.

Ela veio. Ela veio. Ela está aqui. Ela não desistiu.

Seu peito ardia e por segundos ele achou que qualquer um ali poderia ver seu terno mexer ritmado às batidas de seu coração. Os olhos do loiro não perdiam tempo piscando enquanto ele encarava de longe a porta da igreja que escondia sua tão amada Olivia.

Por trás da porta, a mulher estava tão nervosa que foi preciso Kevin, o cerimonialista, pedir para que ela soltasse o buquê ou acabaria o amassando e quebrando devido a força com que ela o segurava. 

O homem baixinho, vendo o estado dela, buscou um copo de água para só então deixar que iniciassem a musica. Não a deixaria entrar naquele estado, já presenciaria muitos casamentos com a noiva desmaiando no meio da igreja... Não iria deixar acontecer ali. 

Por um segundo Olivia desejou que seus pais tivessem ali... não para acompanhá-la, mas para ser exemplo de que existe amor... que a ganância e o interesse perdem feio para esse sentimento. 

Contou até três, respirou fundo e acenou com a cabeça para Kevin dando sinal de que podia abrir as portas para a entrada dela.

— Eu estou pronta. — afirmou para si mesma.

Tanto Olivia quanto Tom focavam no movimento das portas se abrindo. Ambos apreensivos, parecia que a ação estava demorando uma eternidade. Quando o primeiro feche de visão de dentro da igreja apareceu para Olivia, ela sentiu a garganta começar a pesar e o coração palpitar. Tom, quando conseguiu ver um pequeno pedaço branco aparecendo enquanto as portas eram abertas, ele não piscou por mais nem um segundo. Até que ele a viu.

A mulher da vida dele entrando lentamente e andando em sua direção... A respiração estava descompassada e as lágrimas já rolavam nos olhos de ambos. Tom queria correr até ela e pegá-la nos braços para que a cerimônia não levasse mais nem um segundo e ele já pudesse chamá-la de "minha esposa". Olivia queria furar as regras de etiquetas e andar o mais rápido possível até chegar ao homem que ela amava e dar-lhe um daqueles beijos que os deixavam sem ar.

Mas nenhum dos dois fez nada disso. No fundo queriam curtir tudo aquilo, toda essa emoção de estarem indo um ao caminho do outro. Olivia sentia as lágrimas descerem no seu rosto e via que os olhos de Tom já estavam um pouco vermelhos, os dois se encaravam e riam enquanto enxugavam suas lágrimas.

Quando Tom puxou um lencinho para limpar suas lágrimas, a mulher olhou para o lado esquerdo da igreja e viu vários rostos conhecidos sorrindo para ela. Olhou para o direito e assim também. 

A igreja havia sido enfeitada com flores brancas dentro de jarros próximos aos bancos. Em alguns bancos haviam uma espécie de pano da mesma cor fazendo uma rosa nas pontas, tendo algumas pétalas jogadas propositalmente fazendo um pequeno caminho por ali.

Quando já estava próxima de Tom, parou lentamente para que ele viesse até ela e juntos continuassem o caminho até o altar. Assim como o abrir das portas, Olivia achou que o curto caminho que o homem faria até seu encontro demorou uma eternidade. Antes entregando seu buquê para Gabriela que estava próxima de onde ela estava.

Assim que Tom chegou próximo a ela, os dois suspiraram e sorriram. Delicadamente, Tom tirou o véu que cobria o rosto de Olivia e, com todo cuidado, o passou para trás da cabeça dela sem tocar em seu penteado. Ambos ainda parados, cada um analisa milimetricamente o rosto do outro. Segurando o forte impulso de se beijarem, antes que voltassem a andar, Tom exclamou.

— Uau! Uau! — o homem disse soltando o ar e pondo a mão no peito enquanto encarava a noiva fazendo toda a igreja rir.

Ainda rindo e extasiado, Tom pegou a mão de Olivia e a beijou. A mulher estava gelada e sentia mais uma lágrima escorrer em seu rosto.

Tom lhe ofereceu o braço e ela passou com seu, agora os dois seguindo até seus postos.

— Você está magnificamente deslumbrante! Linda! Por Deus... meu coração parece que vai parar. — O homem falou baixinho próximo ao ouvido de Olivia, que como sempre havia ficado vermelha com os elogios do quase marido.

— E você está incrivelmente lindo! Você fica maravilhoso em tudo... mas terno... UAU! — disse no mesmo tom que ele o fazendo corar e rir um pouco.

No altar, o padre começou a cerimônia e os dois ouviram atentamente, vez ou outra se olhavam rindo e puramente felizes.

—  [...] E então, agora vamos para as perguntas mais importantes — O padre iniciou virando sua atenção para Tom — ... Thomas William Hiddleston, você aceita, diante de Deus e destas testemunhas, receber Olivia Arraes como sua legítima esposa, para viver com ela, conforme as leis de Deus sobre o casamento?

 — Sim, eu aceito! Aceito! — disse pegando a mão dela.

Com o coração pulando de alegria, Tom repetiu o que havia no livro sagrado que o padre lhe mostrava e logo pegou a aliança.

— Eu Thomas William Hiddleston, recebo-te por minha esposa a ti Olivia Arraes, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida! — emocionado com lágrimas nos olhos, Tom finalmente pôs a aliança no dedo da mulher e beijou sua mão. Os dois sorriram em meio as lágrimas.

Agora o padre voltou sua atenção para Olivia para repetir a passagem.

— ... Olivia Arraes, você aceita, diante de Deus e destas testemunhas, receber Thomas William Hiddleston como seu legítimo esposo, para viver com ele, conforme as leis de Deus sobre o casamento?

A mulher sorriu enchendo o peito de ar enquanto olhava o noivo.

— Sim! SIM! — a igreja riu com a animação.

O padre com um amplo sorriso no rosto aproximou o mesmo livro para que Olivia lesse. E, assim como Tom, ela pegou sua mão e posicionou a aliança ainda sem colocá-la.

— Eu Olivia Arraes, recebo-te por meu esposo a ti Thomas William Hiddleston, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida! — A mulher pôs a aliança e beijou a mão do homem como ele havia feito com ela. Ainda de mãos dadas, eles observavam o padre terminar de ler algo. Olivia observou Tom enquanto ele olhava para o padre e soltou sua mão para secar uma lágrima que escorria ali. O homem sorriu.

Logo o padre terminou.

— ... E agora, a parte para que todos estamos ansiosos! — riram — Dirigiu sua atenção para o casal alternando o olhar entre os dois e disse as seguintes palavras que foram música para o ouvido do casal — Eu vos declaro marido — olhou para Thomas — e mulher — olhou para Olivia — O noivo pode beijar a noiva!

Tom puxou Olivia pela cintura e os dois deram o beijo que tanto esperavam. A cena foi comemorada com aplausos, risos e gritos de felicitações aos noivos.

Ao se afastarem, Tom segurou o rosto de Olivia com as mãos e se declarou.

— Eu te amo! Eu te amo tanto! — ele ria e chorava.

— E eu te amo mais ainda! Tanto que chega a doer! — a mulher disse o puxou para um abraço forte e demorado. E os dois continuariam abraçados por mais tempo se Kevin não tivesse os avisado que já estava na hora de seguir para onde aconteceria a festa, vulgo a casa dos dois, o que os deixou mais animados ainda para esse próximo passo.

O casal seguiu com as formalidades indo para fora da igreja quando sentiram leves chuvas de arroz nos dois. Os dois riram e comemoraram junto aos outros. Olivia pegou seu buquê de volta e os dois seguiram para o carro que os levariam até sua casa.

O casal ficou de mãos dadas a todo momento, não se soltavam por nada. Estavam sempre um olhando para o outro querendo ver a felicidade por esse momento estar acontecendo.

O carro que os levaria chegou e Olivia foi a primeira a entrar com Tom lhe ajudando com o vestido. Logo o homem entrou e ficou ao seu lado. 

A mulher viu o marido olhar para os lados conferindo o lado de fora e o pegou de surpresa sentando em seu colo meio sem jeito por conta do vestindo e lhe dando um beijo daqueles.

Sem ar e ainda no colo dele, a mulher segurou o gemido quando sentiu Thomas passar o braço sob sua cintura. Os dois se olharam com luxuria e sorriram.

— E se nós nos atrasarmos para a festa? — o homem falou em seu ouvido fazendo a mulher se arrepiar e rir.

— Infelizmente não podemos... mas aguarde... mais tarde iremos comemorar a dois. — sorriu.

Os dois se beijaram novamente, dessa vez com mais calma e trataram de aproveitar o trajeto até a festa.





cheirinho de reta final... ainda tem algumas coisas para acontecer, talvez mais dois ou três caps e acabamos! 


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