Questionamentos

º Visão de F. Knox º

– Como foi a aula de vocês? – meu pai pergunta, enquanto comemos juntos o café da tarde. 

Ele gostava disso, pra se sentir próximo dos filhos, como se isso fizesse com que parecêssemos pessoas comuns. 

– Normal, a escola está sob controle. – é o que Yohan responde. Eu continuo comendo, em silêncio. Sabia que aquela pergunta não era pra mim. 

– E você? Se meteu em algum problema? – meu pai questiona. Essa pergunta sim era pra mim. 

– Entrei pro time. – respondo. Tinha feito um teste rápido de controle de bola, nada muito complexo e todos já tinham se interessado no que eu poderia fazer em quadra. 

– É uma ótima notícia. Se lembra do que conversamos? – ele pergunta. 

Desde meu incidente nenhum assunto era apenas uma conversa comum. Sempre vinham muitos questionamentos e pedidos para relembrar regras, ordens e rituais. Nunca tinha uma conversa apenas sobre algo corriqueiro, trocando informações, era sempre com algum fundo de interesse em tentar colocar uma coleira em meus comportamentos. 

– Pai, nunca mais vai acontecer o que houve. – respondo, olhando em seus olhos. – Aprendi bem a guardar meus impulsos, pode ficar tranquilo. 

– Ótimo, porque semana que vem temos a visita. – é o que ele diz e a comida passa a rasgar minha garganta, enquanto como. 

– Tudo bem. – é o que respondo. 

Jovens valentões não merecem empatia, não são humanos. Na verdade eles merecem apanhar até a morte, pra provar do próprio veneno e servirem de lição. Se você espanca um, os outros ficam com medo de que aquilo ocorra com eles também. Essas foram algumas das coisas que ouvi, depois de espancar um adversário no basquete de rua – ele não apanhou pelo basquete, mas era um cara que eu convivia quando estava jogando. 

Por meses depois do que aconteceu, me perguntei quem eu era e se eu era quem as pessoas falavam na cidade. De repente o apelido de um "Bad Boy" da NBA atribuído ao menino de 15 anos do Bronx se tornou mais popular que qualquer outro. Por causa desse acontecimento e por ele estar em coma até hoje, meu pai surtou. Ele quase bateu na minha mãe, por ela dizer que eu precisava de ajuda e não de exílio. Ele chamou ela de coisas que ela não suportou, coisas que ecoaram por anos em sua mente, até o fim de seus dias. 

Às vezes eu me pergunto se algum dia vou poder contar o meu lado da história, ou se sempre vou carregar o título de animal violento que ganhei no tribunal – as pessoas que falam que a história é contada por quem vence, nem sempre estão certas. Eu venci e sigo há 3 anos em completo e absoluto silêncio – julgo que só irei falar sobre o assunto se cair em alguma peneira, porque as pessoas precisam conhecer o Knox de verdade em algum momento. Uma coisa que eu sei de fato é que meu pai me cobra todos os dias o valor que gastou nos advogados, para que eu não ficasse preso. Essa minha dívida é extensa e não me refiro a dinheiro. 

– Ele está estável? – pergunto, torcendo para que ele estivesse sofrendo. 

– Como sempre, mesma coisa. – é o que meu pai responde e eu volto a comer, em completo silêncio. Se eu pudesse voltar no tempo teria batido mais. 

Todos os anos almoçamos com os pais do cara que eu deixei em coma. É uma forma que meu pai achou ter encontrado, para fazer com que eles me conhecessem e talvez compreendessem que um momento não dita toda a minha existência. Bem, o que sei é que eles me cumprimentam, meu pai conversa com eles e depois vamos embora. O olhar deles é o pior. Às vezes acho que é um castigo extra. 

Bem, não sei se posso culpar meu pai por querer esfregar minha cara nas consequências dos meus atos, mesmo que pra muitos isso seja cruel. O que funciona pra mim, hoje, é ficar em silêncio e aceitar o que escolherem de bom grado, apenas satisfeito por estar livre. As pessoas só conhecem o valor da liberdade quando a perdem. 

Depois de comer fui pro meu quarto, ler. Fiquei lá por um tempo, lendo Blade Runner. Eu não sou um cara com muitos amigos, ou que sai pra muitos lugares, então com o passar do tempo os livros se tornaram uma parte fundamental da minha vida, para não me sentir tão só. Só assistir pra mim não basta, preciso ler cada detalhe, imaginar, fechar meus olhos – e às vezes nem preciso fechar – e sentir como se estivesse em cada universo que já li. 

Blade Runner era meu 5º livro do ano, porque eu tinha começado a usar como escape para absolutamente todos os momentos que precisava lidar com a minha mente. Era mais fácil do que me olhar no espelho e perceber que tudo que me causava repulsa estava ali, em mim. 

– Tá podendo conversar? – Yohan pergunta, entrando de fininho no meu quarto e eu o observo de canto de olho. 

– Não, suma. – respondo, mas Yohan entra mesmo assim. 

– Primeiramente, aqui sua fita verde, obrigado. – ele coloca uma fita fina, verde, que eu tinha emprestado pra ele fazer algumas coisas, de volta na minha escrivaninha – Em segundo, você e o Tyler não brigaram mais, né? 

– Não e nem quero que seu boyzinho chegue perto de mim. – respondo. – Ele tem cara de imã de problemas e eu tô evitando ficar preso de novo. Ficha com problema arranca minhas chances de conseguir entrar pra liga. 

– Deveria sair do time de basquete. – ele comenta do mais absoluto nada e eu fecho meu livro, me sentando na minha cama. 

– O que? – pergunto. Aquele assunto era muito suspeito, tinha medo de onde ele queria chegar. 

– Eu ouvi os caras do time de futebol americano falando de você. Que joga muito bem, tem um bom controle de bola e muito potencial. – ele começa a falar. 

– Ótimo, não viram nada. – respondo, abrindo meu livro novamente. 

– Simon disse que vai te denunciar por ter destruído a porta do banheiro da casa dele. – abaixo meu livro novamente, olhando nos olhos do meu irmão. – Erick disse que era melhor ele fazer isso antes de todos te conhecerem, porque ia tirar a popularidade do time de futebol americano e ele não quer perder o reinado. Zach concordou em ser testemunha e dizer que foi ele que disse onde ficava o banheiro, disse que você estava transtornado. 

– E o seu amigo? – pergunto. 

– Tyler não ouviu, quando eu escutei isso saí correndo enquanto eles foram pros chuveiros. Se eles te denunciarem... – ele começa, mas para na metade e eu fico relativamente confuso. 

– Você vai contar que eu fiz pra te salvar, né? – pergunto, mas meu irmão desvia o olhar. – Yohan... – o chamo, mas ele não me olha. 

– Papai não pode saber. – é tudo que ele diz. 

Pra mim, ouvir aquilo do meu irmão era absolutamente inacreditável. Era como levar uma facada brutal, que atravessasse o meu crânio. 

– Prefere me ver preso do que reconhecer que bebeu demais, caiu de barriga pra cima, vomitou e estava se engasgando com o próprio vômito? Eu salvei sua vida! – grito, jogando meu livro na minha escrivaninha. 

– Pai não pode ter outra decepção. – é o que ele diz, pra dentro, com medo, assustado. Claramente era difícil pra ele aceitar que sim, eu era uma decepção. Me levanto, pego minha jaqueta e saio andando. – Knox! – ele me chama, mas eu não paro de andar. Desço as escadas e vou até a porta. 

– Knox! – meu pai grita, mas abro a porta para sair, rapidamente. 

Esbarro com Tyler, que ia bater na porta no momento que abri e passo por ele rapidamente. Ele não diz nada, apenas fica parado, olhando. Coloco meu capacete, ligo minha moto e quando meu pai e meu irmão saem de casa atrás de mim, arranco, depois de cortar giro sem querer. 

Acelero pela cidade, sem rumo, atordoado, com raiva, me sentindo traído. Acabo indo parar na Basílica de São Josaphat. O silêncio era ensurdecedor, mas pelo menos ali eu não teria que olhar na cara do meu irmão. Pra mim era inacreditável que pra ele, chatear o nosso pai era equivalente a eu ser preso mais uma vez – e por causa dele. 

De novo ali estava eu, pagando por um impulso. 

– Gosto daqui também, é bonita. – olho pro lado e vejo Tyler se sentando ali. 

– Como me seguiu? – pergunto.

– Seu pai disse onde estava e você sabe... não foi demorado chegar. – ele responde e eu sorrio. 

– Gosto de igrejas.

– Não sabia que era religioso. 

Penso um pouco. Pra mim, mesmo que igrejas tivessem todo o simbolismo da fé, crença e essas coisas, essa não era a parte mais imponente e impressionante delas. A parte mais incrível delas, era a paciência.

– Não é a religiosidade, é o silêncio e a beleza. Olha todos esses detalhes, imagina quanto tempo demoraram pra fazer esse lugar. Não tem um ponto que não faça sentido. Quem fez precisava amar esse projeto com toda a paciência que tivesse dentro do próprio ser, focando unicamente no final, em como ficaria quando pronto. – explico.  

– A única coisa que não faz sentido aqui é você. – o observo. – Um cara com uma personalidade tão forte sentado em uma igreja depois de ter fugido de casa. – sorrio. 

– Por que não ficou lá? Yohan ia ficar feliz de te ver. 

– Yohan não precisa de um amigo agora. – ele rebate, me deixando em silêncio por um tempo. 

– Nem eu. – corto aquele assunto. – Vivi minha vida inteira sem ter um babaca do meu lado em uma igreja vazia, não preciso de um agora. 

– Primeiro, xingar em igreja é desrespeitoso. Segundo, nunca ter tido um amigo não quer dizer que nunca vá precisar ter um e terceiro... não precisa dar o braço a torcer, pode continuar grosseiro, só vou ficar aqui em silêncio. – é o que ele responde, pela primeira vez me deixando sem palavras para responder. 

Assim permanecemos em silêncio por um tempo. Eu fiquei olhando a arquitetura do lugar, pensando no que falaria pro meu pai quando voltasse e como olharia para aquela cara de cachorro sem dono do meu irmão... mas só cheguei na conclusão de que eu ia sentir muito ódio dali por diante, mais uma vez. E mais uma vez iria dobrar e enfiar no bolso todo esse sentimento.

– Vai me denunciar também? – pergunto, depois de mais ou menos 40 minutos que ficamos ali, sem nos comunicar. 

– O que? Pelo o que? – ele pergunta de volta e eu olho em seus olhos verdes. 

Meus olhos eram verdes, mas não como os de Tyler. O verde dele tinha vida, era claro, quase translúcido, como se implorasse por atenção. No meio tempo que o observei, desci meu olhar pelas suas sardas, percebendo pela primeira vez uma sequencial de detalhes daquele rapaz que eu tinha evitado realmente ver, além de enxergar. 

– Ainda não sabe? Seus amigos vão me denunciar por quebrar uma porta pra salvar meu irmão. – falo.

– É claro que não, o Erick não faria isso. – é o que ele responde e eu sorrio pelo tom de inocência que ele disse essa frase. 

– Sei. Pergunta pra ele, certamente ele tem uma opinião diferente da sua. 

– Mas o Yohan... – Tyler começa a tentar falar do meu irmão, mas eu estava sem saco. Depois do que aconteceu no meu quarto, percebi que estava mais sozinho do que queria acreditar. 

– O Yohan é o príncipe perfeito do nosso pai. Ele não bebe, não briga, não grita, não tira nota baixa, não é fichado, ele é o único filho que meu pai queria ter feito na vida dele. E se assim fosse, minha mãe ainda estaria viva. – meus olhos se enchem de lágrimas, lágrimas que escorrem pelas minhas bochechas, cortando minha carne com a precisão de um médico cirurgião.

Tyler coloca a mão no meu ombro e eu o observo, com as lágrimas saindo silenciosamente pelos meus olhos de forma descontrolada, mas sem expressar qualquer reação. 

– Eles não vão fazer nada contra você. – é o que ele diz e eu olho para frente novamente, respirando fundo. 

– Não promete pros outros o que não pode cumprir, cenoura. – é o que digo e ele começa a rir, fazendo com que eu ria também. – Não estourei a porta, porque quis. 

– O que rolou aquele dia? Os caras que falaram sobre não são confiáveis. 

– Quando cheguei naquela porta, chamei meu irmão e ele não abriu, nem expressou nenhuma reação ao me ouvir gritar seu nome. Meu irmão nunca fez isso na vida dele, é um ratinho acuado, não existe a possibilidade de ele me ignorar... então eu arrombei. Ele estava desmaiado no chão, com a barriga pra cima, engasgando no próprio vômito. Se eu não tivesse chegado, ele estaria morto agora. – explico e Tyler fecha os olhos, como se processasse tal informação.

Ficamos por mais algum tempo ali, em completo silêncio. Pra ele aquelas informações foram demais, tenho certeza. Em contrapartida, depois de 5 minutos sem resposta, deixei de esperar por uma. Acredito que ele tenha pensado, no final das contas, que eu estava rezando disfarçadamente ou algo do tipo, mas isso não faz meu estilo. Podia até fazer o da minha mãe, mas meu, não. 

 º 3 anos antes º

– O que está pedindo? – pergunto a ela, pois ela tinha ido me visitar na unidade prisional que eu estava aguardando julgamento. 

– Que Deus coloque juízo na sua cabeça. – é o que ela responde, depois de terminar. Minha mãe estava sentada diante de mim, esperançosa. 

– Acharia que eu sou completamente maluco se eu dissesse que ter deixado aquele cara em coma foi, pra mim, um favor que fiz pra humanidade? – pergunto e ela me observa com um olhar que eu provavelmente jamais esqueceria. 

Depois de um tempo percebi que aquele foi o olhar da decisão. Pra minha mãe eu era uma criatura, porque aquele tipo de olhar não é direcionado a nenhuma pessoa. Ela olhou ao redor, para saber se os guardas tinham me escutado e depois disso se aproximou de mim. 

Minha mãe era branca, como eu. Cabelos pretos, cumpridos, cílios grandes e olhos expressivos, como os meus. Ela era tão bela que mesmo com a face da depressão ainda era incrivelmente hipnotizante. Se eu tivesse puxado a beleza da minha mãe, certamente alguém se encantaria por mim desde a primeira vez que me visse. 

– Tem que parar de falar essas coisas absurdas, Felix. Espancar uma pessoa não é uma coisa boa. – é o que ela responde. 

– Todos aqui sabem o que eu fiz. – digo, me referindo aos guardas e companheiros de cela. 

– Todo o estado sabe. NY é imensa e mesmo assim foi bastante noticiado, não só no Bronx. Estava conversando com seu pai que talvez, ir para Wisconsin, morar com ele em Milwaukee seja melhor pra você. Lá pelo menos conseguiria ter uma vida menos exposta. – ela fala e eu nego com a cabeça. 

– Não. Quando sair daqui, mãe, não vou mais te dar problemas, mesmo que eles me persigam às vezes. – ela segura minha mão com força. 

– Rezo a Deus todos os dias implorando por isso, filho. – é o que ela diz, sorrindo em seguida. 

Essa foi a única vez que minha mãe teve forças para ir me visitar e nunca me esqueci. Esse tipo de coisa marca uma pessoa que ainda possui alma ou algum tipo de humanidade, mesmo que distante. 

No enterro dela eu sequer consegui chorar. O olhar de reprovação da minha família em me ver ali era tão pesado que eu não consegui demonstrar fraqueza na frente daquelas pessoas. Sabia que eles queriam saber se eu estava sentindo o sabor daquela perda, então decidi não dar essa resposta a eles e por isso fui ainda mais julgado. 

Meu avô comentou com meu pai que talvez uma internação de segurança máxima me ajudasse a ter limites, mas meu pai não quis. Ele disse que minha mãe acreditava que eu poderia me tornar uma pessoa melhor, então ele seguiria o último desejo dela. Não sei, de certa forma sempre percebi ou acreditei que eles se amavam bastante... as coisas só chegaram em um local que não tinha mais ponto de retorno. 

º Agora º

– Bonita sua moto. – digo e ele sorri. 

– A sua também, é difícil ver muitas superesportivas por aqui. – Tyler comenta. Não sabia se ele era muito rico, mas se fosse julgar pela moto, apostaria que sim. 

– Eu nunca tinha visto uma H2R pessoalmente, nem em NY. – comento, observando detalhes da moto dele. 

– Era de NY? – pergunta. 

– Sim, morava no Bronx com a minha mãe. Depois que ela morreu eu vim morar com meu pai e meu irmão. – explico. 

– Como era lá? 

– Chato. – respondo. A cidade inteira ainda lembrava da minha cara e do meu nome. Não era como ser mais um invisível na cidade que nunca dorme, era como ser uma carta marcada de vermelho em um baralho completamente limpo. 

– Penso em ir embora daqui. Acho essa cidade pequena demais. – ele me conta, de forma impulsiva, quase como um desabafo. 

Era curioso isso pra mim, porque Tyler sempre estava com muitas pessoas. Sejam seus amigos, colegas de turma, colegas de time ou até mesmo meu irmão... então por qual motivo agora ele parecia estar falando algo que nunca tinha dito a ninguém? 

– Também quero ir embora. – respondo e ele me observa. – Texas, quem sabe. Tem pessoas com a minha personalidade, eu conseguiria jogar nos Mavericks, pelo menos não seria olhado torto o tempo inteiro por ter um jeito mais violento de jogar. 

– Não manjo nada de basquete. Meu pai até tentou me levar em um jogo dos... esqueci o nome... – ele fala e eu sorrio. 

– Bucks? 

– É. Não é pra mim. 

– Seu papo é com futebol americano, né? – pergunto e ele dá de ombros, parecia meio perdido nesse campo também. 

– Sim. Mas não necessariamente por amor, como você claramente fala do basquete. É minha chave pra sumir daqui. – explica por cima. 

– Você tem dinheiro, é só ir. 

– Disse o cara que tem uma CBR650 novinha. – rimos. – Minha mãe perdeu meu irmão há um tempo... não é tão fácil como parece. Pra eu sair de casa sem que ela faça uma loucura, precisa ter um motivo bom. Tão bom que ela se sinta mal de me privar dos meus sonhos por causa do luto dela. – ele explica, travando por um tempo. – Desculpa, desabafei, eu acho. – Tyler abaixa a cabeça.

– Não precisa se desculpar. Apenas não me prense contra um armário do nada amanhã. – peço e ele sorri, me olhando brevemente e confirmando com a cabeça, com um sorriso tímido nos lábios. 

– Não vou. E vou resolver essa situação, de verdade. É injusto te julgarem dessa forma por salvar seu irmão, embora eu saiba que estão fazendo isso, por causa do pó. – o observo.

– Que pó? – pergunto.

– O governador achou alguns pinos em casa, quando chegou. 

– Que barra pros riquinhos. Quem diria que eles cheiram... – ele me observa. 

– Vou tentar achar quem levou. Mas segundo os caras não tinha nada demais na embalagem, nenhuma identidade visual, nada. Só estava reforçada com uma fita verde. – encaro Tyler por alguns segundos. 

– Como é? – pergunto. 

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