Nervosismo
º Visão de F. Knox º
– Ei! – chamo Yohan, que estava passando por entre as pessoas da festa de Erick.
– O que é?! – ele grita de volta, parando e praticamente batendo o pé como uma criança mimada que não tinha ganhado o doce que pediu aos pais. – Vai rir de mim, por ser um zé mané que não consegue nem sequer ser atraente pro cara que eu quero? – pergunta, eu nem sabia do que ele estava falando, mas pelo tom certamente se tratava de Tyler. Poderia chutar que eles tiveram aquela conversa.
Me chamava atenção a forma como Yohan acreditava ser o centro dos meus sentimentos, quando na verdade eu me preocupava com ele como irmão. Não queria ver ele em confusões, não por julgá-lo como incapaz, mas por entender que poderia ajudá-lo, já que éramos irmãos e isso deveria ser essencial, não? Por outro lado, ele tinha uma capacidade impressionante de deixar coisas escaparem – e eu era especialista em pegar peças perdidas. Crescer na rua tem suas vantagens.
– Cara que você quer? Não gosta do Tyler? – pergunto e o olhar de Yohan se fixa em mim, como se ele fosse o caçador e eu a presa. Pra infelicidade dele, no entanto, o último que tentou me caçar está "dormindo" até hoje.
Por incrível que pareça, esse olhar logo muda e se torna o olhar de um pequeno garoto indefeso novamente. Era como se ele usasse uma máscara eficiente a vida inteira. Era muito estranho.
– Cuida da sua vida. – é tudo que ele diz. – Vou dormir na Lisandra hoje, não vou aguentar olhar pra essa sua cara amanhã.
– O que eu tenho de ligação com a sua frustração? – ele não me responde, apenas continua andando.
Olho pro lado e vejo Tyler ali, parado, imóvel. Acho que não fui só eu que fiquei surpreso pela forma como Yohan lidou com a situação que eu acreditava ter acontecido. Acabei indo até ele e fazendo uma piada, pra tentar amenizar seus sentimentos e depois logo saí daquele lugar.
Eu ia embora pra casa. Na verdade, quase fui. Acontece que minha intuição me implorou pra ficar. Geralmente eu não nego um pedido vindo diretamente das profundezas de mim mesmo, então fiquei e ainda bem que fiquei. Uma confusão provavelmente começou, por causa da semente que eu tinha plantado em Beth outro dia, mas pelo menos pude fazer o mínimo que foi tirar Tyler do meio disso e amenizar os efeitos colaterais do meu jeito de lidar com as situações que via – e da minha incrível habilidade de me meter onde não fui chamado.
Acabou que naquela noite Tyler não foi só minha mochila, como a concha menor e depois meu travesseiro. Dormimos juntos e apenas dormimos naquela noite. Ele entrou em um sono aparentemente pesado quando deitou na minha cama e de manhã cedo eu fiquei observando-o por algum tempo.
Estava deitado com a barriga pra baixo, costas expostas. Não me lembro a última vez que beijei alguém, quem dirá que me relacionei de forma tão íntima. Pra maior parte das pessoas, íntimo mesmo seria se tivéssemos transado, mas pra mim não funcionava assim. Abri as portas da minha casa, do meu quarto, expus meus "gostos", onde durmo pra alguém... isso sim era intimidade. Era como se ele tivesse se aconchegado no meu lugar seguro e agora estivesse usufruindo disso, com a minha autorização.
Ali estava ele, confortavelmente posicionado, descansando onde eu descansava. E isso não me incomodava. Essa era a verdadeira parte complexa da coisa, a presença dele não me incomodava. Tyler tinha sardas por todas as costas, nada de tatuagens ou cicatrizes. Ele era praticamente da largura da minha cama, que era uma cama um pouco maior que a de solteiro comum.
Em seu pescoço ele parecia ter um escapulário, quadrado – não tinha reparado nisso, porque sempre ficava meio nervoso com ele ao meu lado – e seu cheiro natural me atraía. Veja bem, o cheiro da pele dele mesmo, não de qualquer perfume, creme ou sabonete. Sentir o cheiro natural dele, pra mim, era como usar um entorpecente, que tomava conta do meu corpo. Queria poder cheirá-lo mais, sem parecer estranho.
Depois de um tempo observando-o, me levantei, me vesti e fui escovar meus dentes.
– Dois capacetes? – meu pai pergunta, assim que desço. – Seu irmão veio contigo?
– Meu irmão não chega perto da minha moto, você sabe. – respondo e ele sorri, concordando com a cabeça. – Trouxe um amigo.
– Onde o conheceu?
– Na escola. Ele é uma das estrelas do time de futebol americano que o Yohan ajuda. – explico e meu pai sorri. – Ontem teve uma confusão na festa e ele perguntou se poderia vir, tem problema?
– Claro que não, fico feliz que tenha feito um amigo na escola nova. Eu vou dormir, então faça um lanche pro seu amigo e seja gentil. – ele responde, indo até as escadas. – Você se envolveu na confusão?
– Não, apenas o trouxe. – respondo e meu pai confirma com a cabeça, aparentemente aceitando minha resposta, sem maiores questionamentos. Isso era raro, ele estava se esforçando.
Minha relação com Tyler era estranha. Todas as vezes que eu me afastava dele, era como se me juntasse ainda mais a ele. Pela primeira vez eu gostava do cheiro, da voz de alguém... gostava de olhá-lo, mesmo que não tivesse nada demais pra ver e já tivesse analisado cada parte de seu corpo. Tinha que controlar meus impulsos e vontades, ou me entregaria mais fácil do que gostaria.
Fiquei na cozinha, fazendo café da manhã pra ele que quando acordou se vestiu e desceu, me procurando.
– Ser sua visita é melhor que me hospedar em um hotel escolhido pelo meu pai. – ele diz, assim que me vê e eu sorrio.
– Come, depois vou te levar pra salvar sua moto. – respondo e ele se senta. – Dormiu bem?
– Maravilhosamente bem. Acho que foi o melhor sono da minha existência. – ele explica e eu sorrio. – Fiquei muito confortável, obrigado. Mesmo sem adesivo, não acordei no meio da noite sedento por um cigarro.
– Deixou de ser minha concha menor de madrugada e me fez deitar no seu peito. – ele sorri.
– É, acho que o que estou viciado é mais forte que nicotina, então... cheirar seu cangote mata a minha saudade do cigarro na hora. – é o que responde, comendo.
– Brincou comigo, mas o cristão é você. – digo e ele sorri.
– Percebeu meu escapulário só agora? Ganhei de presente, na verdade foi uma herança do meu irmão, ele herdou da nossa avó. – explica, comendo mais em seguida. Ele parecia estar faminto, provavelmente não tinha comido desde ontem. – Acho que combina comigo, gosto de prata. A gente pode ficar aqui mais um pouco, antes de você me despachar? – pergunta, me observando.
– Quer ficar "cheirando meu cangote" hoje? – pergunto ele sorri, concordando com a cabeça várias vezes.
– Preciso. – é o que responde.
– Claro que pode ficar mais, antes de ir buscar sua moto. Meu pai tá lá em cima, dormindo, não podemos ficar conversando alto, se não ele acorda... mas se não se importar, tudo bem. – explico e ele concorda com a cabeça.
Depois de tomarmos café, subimos de volta pro meu quarto novamente. Ainda era cedo, por volta das 9h da manhã. Quando voltamos pra lá, Tyler tirou sua calça mais uma vez e nesse momento alguns papéis caíram.
– O que é isso? – pergunto, pegando um. Aparentemente era algo relacionado a academia.
– Quer treinar comigo? Meu pai me deu um ano de academia, posso levar um acompanhante. Geralmente eu treinava com o Erick, mas acho que ele vai concordar comigo quando eu disser que não faz mais sentido. – ele pergunta e eu sorrio.
– Claro, pagar pra sofrer, me parece excelente. – brinco e ele dá alguns tapinhas no meu colchão, me chamando pra ficar com ele ali. Tiro minha bermuda e minha blusa, indo até ele em seguida.
– Espera um pouco. – ele pede, me olhando, enquanto eu estava só de cueca.
– Já me viu totalmente sem roupa, Tyler. – digo e ele sorri, concordando com a cabeça.
– Mas nunca tão perto. – ele me chama levemente com a mão e vou com passos curtos até ele, que passa a mão pela minha cintura e beija minha barriga, me puxando pra si. Acabo sendo encaixado em seu corpo, me deitando em cima dele, enquanto Tyler passa sua mão pelas minhas costas.
– Sobre a academia, vai ser mais um momento pra ficar com você. – ele diz, sussurrando no meu ouvido. – Seu coração tá acelerado, nunca teve um gostosão desse na sua cama não?
– Não. – olho nos olhos dele, passando a mão pelo seu peito e instantaneamente o olhar dele parece ir longe. – Parece que não sou só eu que fico nervoso com isso. – ele sorri, sentindo meu toque passear pela sua barriga e descer um pouco mais.
– Já tive muitas experiências, Felix. E não vou omitir isso pra você, fingir que sou puritano, tranquilo, que nunca tive comportamentos carnais compulsivos ou coisa do tipo... – olho nos olhos de Tyler. – Mas pra mim essas coisas foram sexo e apenas isso. Isso aqui que estamos tendo agora, nunca tive. Geralmente eu transava, fumava e ia embora.
– Adianto que talvez a parte de transar, comigo, demore. – digo e ele me observa, como se esperasse uma explicação. – Até meus 10 anos, morei com o meu avô. Depois disso eu fui morar com os meus pais, quando eles ainda eram casados, mas nunca perdi meu jeito de lidar com a vida. – minha mão começa a tremer e ele observa isso. Nunca tinha aberto esse lado da minha vida pra ninguém e nem sabia se estava preparado, apenas sentia que deveria fazer. – Fui criado na rua o dia inteiro, me metia em brigas e confusões, lidava com ameaças e emboscadas recorrentemente...
– Você não precisa me explicar nada. Sei que tenho um olhar de cachorro curioso, mas não precisa me dizer nada que não queira. Se não quiser transar comigo, independente do motivo, não precisa se explicar. Eu tenho com você o que nunca tive, mesmo quando tinha sexo praticamente toda semana. – ele responde, segurando minha mão, enquanto ela treme. – Não me deve nada, Felix. – ele me dá um beijo na bochecha, demorado e ali ficamos.
Cerca de 1h depois, fomos até a casa de Erick. Ainda tinham algumas pessoas lá, bebendo, curtindo. Era domingo e eu não entendia como a bateria social deles podia durar tanto tempo. Tyler precisou entrar, pra pegar suas chaves e sua carteira – ele disse que tinha esse costume, desde que tinha perdido a última carteira em uma festa, ele costumava guardar em um lugar seguro pra pegar depois.
– Você! – Beth me vê, vindo até mim.
– Beth! E aí, como está? – pergunto.
– Estaria melhor se me chamasse pra sair. – ela responde e eu sorrio. – Ontem tirei satisfação com o outro idiota. – olho por cima do ombro dela e vejo Tyler, que se aproximava.
Quando ele a viu, demonstrou com as mãos que daria a volta pra buscar a moto e eu concordei levemente com a cabeça, enquanto ela continuava falando.
– E se sente leve com isso? – pergunto.
– Claro! Veio procurar o Yohan? Desde ontem não vejo ele.
– Ele foi dormir na Lisandra. – explico.
– Duvido. – ela sorri. – O Yohan nunca dormiu nem na minha casa, por qual motivo dormiria na dela?
– Ele nunca, em todos esses anos sendo seu melhor amigo, dormiu na sua casa? – pergunto e ela nega com a cabeça. Pelo menos naquele ano ele já tinha dito que tinha dormido ao menos umas 10 vezes lá. – Ah, então devo ter me confundido... – tento consertar o que fiz e ela sorri. Ouço Tyler acelerar, passando do meu lado em seguida. O som da moto dele era inconfundível. – Bem, tenho que ir, ótimo domingo, Beth, se cuida e evite confusões.
– Pode deixar. – é o que ela responde e eu saio dali antes que ela diga algo.
Sigo Tyler, até ele parar perto do museu da cidade. Desço da moto e vou até ele, que me observa.
– Não sabia que era amigo da menina que eu me relacionava antes de te conhecer. – ele tenta me farpar, mas acredito que ele ainda não tinha entendido que meu ego não era inflamado dessa forma.
– Só fiz ela refletir, inclusive, desculpa, acho que isso fez você apanhar duas vezes. – explico e ele me observa com o olhar semicerrado.
– O que? Eu tô com restrição, por ser um briguento e você fica me colocando em problemas? – sorrio.
– E vai ficar bem com isso?
– Vou. Sei lá, se fosse há algum tempo eu me sentiria muito desrespeitado, mas agora penso que pelo menos eles me veem como humano. Zach é um coadjuvante, não importa o que ele faz. O Erick sim, esse importa. E ele eu sei que jamais faria qualquer coisa pra me prejudicar. – comenta e eu fico surpreso.
– Comentei com ela que tinha sido impressionante a coragem que ela teve de te dar um tapa na frente de todos, mas perguntei se só você merecia. Acho que ontem ela tirou essa história a limpo e o outro que merecia, levou um enquadro também. – explico e ele desce da moto, vindo até mim.
– Foi tudo armado pra você dormir em cima do meu tanquinho?
– Se eu quisesse dormir em cima do seu tanquinho, seria mais fácil pedir só por isso. – me viro pra ele. – Ou não me daria se eu pedisse? – ele olha pra minha boca.
– Eu faria muito mais que isso se você pedisse.
– É bonito ver um armário ficar de joelhos por mim, obrigado. – brinco e ele sorri. – Agora preciso ir, tenho coisas pra resolver.
– Nos vemos mais tarde? Dorme na minha casa hoje. – ele pede.
– Calma aí, garanhão, não sou exclusivamente seu. – respondo, me distanciando. Subo na moto em seguida. – Ainda. – acelero pra longe e Tyler acena. Aceno de volta e continuo meu percurso.
Vou pilotando direto pra casa e lá começo a rastrear o celular do meu irmão. Infelizmente, pro meu azar, ele tinha deixado em casa. Algo muito estranho estava acontecendo e tudo o que eu pude fazer era deixar de lado por um tempo, por isso fui ler.
– O cara que estava aqui se chamava Tyler? – meu pai pergunta, parando na porta do meu quarto e eu travo por alguns segundos.
– Era. – é tudo que eu respondo e ele fica me observando, como se procurasse o que dizer.
– Foi esse cara que assumiu a culpa por você. Por que ele fez isso?
– Pai...
– Olha, Knox, eu quero confiar em você, mas preciso que me ajude. Ele realmente fez o que disse fez? – Tyler já tinha me dado passe livre pra usá-lo caso essa situação voltasse à tona, mas será que deveria mesmo ouvi-lo?
– Sim. – afirmei.
– Por quê? E por que você estava lá? Tem ligação com o seu irmão?
– Meu irmão tinha bebido demais aquela noite, eu fui buscá-lo, porque o senhor estava dormindo. – ele confirma com a cabeça. – Quando cheguei, procurei pela casa, mas ele estava no banheiro. Tyler e eu o chamamos, mas ele não respondia, então o Tyler arrombou a porta e eu trouxe meu irmão pra casa.
Omito a parte da quase morte, porque estava evitando ligar meu irmão ao uso de drogas exacerbado pelos alunos da escola. Eu ainda tinha que investigar isso e com meu pai na cola seria difícil.
– Tudo bem. – é o que ele diz. – Eu falei com seu irmão, se ele começar a me dar trabalho, vou colocá-lo em um internato.
– Ele tá entrando na adolescência agora, é comum demonstrar rebeldia.
– Comum é, mas não vai. – é tudo que ele diz, respirando fundo. – Quer ir ao mercado comigo? – confirmo com a cabeça, me levantando.
Fomos fazer compras juntos, pela primeira vez em minha vida. Ajudei meu pai a escolher as frutas e verduras, compramos carnes, itens de limpeza e utensílios domésticos que precisávamos. Nunca imaginei fazer, algum dia, esse tipo de coisa comum com meu pai.
– Conheci sua mãe, quando ela trabalhava em um caixa de supermercado. – ele diz, enquanto organizamos as compras no carro para irmos embora.
– E como foi? – pergunto e ele dá de ombros.
– Amei ela desde a primeira vez que meu olhar cruzou o dela, mas sabe alguém que amei ainda mais? – ele pergunta e eu nego com a cabeça. – Você. Quando me olhou pela primeira vez, eu percebi o quão semelhante era com ela... e eu sei que errei te mandando morar com o meu pai.
– De qualquer forma, não sei se foi um erro completo. Se eu tivesse sido criado com amor, talvez não saberia dar uma surra naquele cara. – meu pai sorri e eu sorrio com ele.
– Faz piada pra tentar amenizar seus sentimentos negativos, filho?
– Não, pra isso eu leio. Falo a verdade em tom de piada, porque se não visse as coisas dessa forma, provavelmente não teria suportado. – é o que respondo e logo voltamos a terminar de arrumar as compras no carro do meu pai.
Quando chegamos em casa eu ajudei meu pai com as compras, enquanto Yohan seguiu desaparecido. Era estranho, porque fui em seu quarto e percebi que nada tinha sido mexido, então ele ainda não tinha pisado ali, mesmo que já fosse fim da tarde de domingo.
– Seu irmão estava na festa que foram ontem?
– Sim, fui por causa dele, pra evitar que se metesse em confusão. Ele disse que ia dormir na Lisandra, mas até agora não voltou. Deixou o celular no quarto, devo procurar ele? – pergunto. Conseguiria fazer uma malha fina na cidade, se fosse necessário.
– Não se preocupe com isso, quando ele voltar vamos conversar. Eu falei pra ele que sempre sabia onde estavam, acho que essa é a forma dele de me dizer que não, não sei. – é o que meu pai responde e eu concordo com a cabeça.
Não sabia se podia confiar em meu pai ou não, bem... tínhamos acabado de conversar pela primeira vez constantemente sem brigar ou gritar, era um campo meio delicado. O que eu sabia era que estava decidido a lidar de uma forma um pouco mais objetiva com meu irmão.
– Oi, gente. – Yohan entra em casa e meu pai vai até ele.
– O que estava pensando? Saiu ontem a noite e demora até agora pra voltar? E outra, ainda deixa seu celular em casa!
– Não posso ter uma vida um pouco normal, pai? – ele responde em um tom que deixa meu pai claramente em choque. – Que foi? Não sabia que consigo gritar? – Yohan pergunta, passando pelo meu pai e subindo as escadas em seguida.
– O que ele tem?
– Fases do luto, eu acho. Ontem ele estava em negação, porque levou um fora... hoje é a raiva. Ainda bem que eu não sou o pai dele. – falo ao meu pai, dando dois tapinhas no ombro dele e passando por ele. – Vou sair pra comer com um amigo mais tarde, talvez durma na casa dele.
– Aquele que estava aqui? – ele pergunta e eu confirmo com a cabeça. – Filho, esse cara é uma boa pessoa?
– Pai, sinceramente? – ele me observa. – Eu acredito que sim. Se não fosse por ele, não sei o que o governador faria comigo. Mas não comenta com o Yohan sobre, a menos que queira que ele se torne ainda mais difícil de lidar. – respondo e meu pai confirma com a cabeça. Subo as escadas em seguida.
Vou andando até o quarto do meu irmão, em passos curtos, tentando não fazer barulho. Pela fresta da porta consigo ver que ele mexia com alguns papéis, como se procurasse alguma coisa em específico. Eu não sabia exatamente o que aquilo queria dizer, mas sabia que agora o Yohan tinha ligado meu radar e estava fixado nele. Seja lá o que ele estivesse aprontando, eu iria descobrir.
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