Liberdade

Estava assistindo filmes com a minha irmã sábado a tarde. Tinha combinado com ela de maratonar os filmes da Barbie até que o horário da festa se aproximasse. Sempre fazíamos esse tipo de coisa com sagas diferentes e como ela tinha ganhado no cara ou coroa, dessa vez tinha sido a sorteada a escolher – e parecia não ter escolhido muito bem, no fim das contas. 

Pra minha irmã era importante se sentir acolhida, por esse motivo não quebrava essas nossas tradições e rituais. Se era importante pra ela, era pra mim. Como ultimamente eu estava um pouco distante por tudo que estava acontecendo, achei importante, agora que estava começando a normalizar novamente, marcar algo com ela.

Acabou que o cansaço ganhou de nós dois. Dormimos assistindo – mas sabia que até dormir comigo era importante pra ela. Quando despertei no susto, vi que ela estava dormindo confortavelmente no meu peito, enquanto a televisão não parava. Consegui me desvencilhar dela e a peguei no colo, levando-a para seu quarto. Já passava das 21h.

– Vai sair? – meu pai pergunta, assim que fecho a porta do quarto da minha irmã, depois de tê-la colocado na cama. 

– É, o Erick vai dar a festa anual dele. Se eu não for, ele enlouquece. – explico, passando por ele. 

– Cuidado com o que faz. – meu pai pede. 

– Pode deixar. 

– Gostou do seu presente de aniversário? Não comentou nada. 

– Gostei muito, pai, obrigado. – pra mim era mais fácil fingir ter gostado, do que explicar o motivo pelo qual não gostei. Ele vem até mim, me entregando mais algumas notas.

– Também paguei sua academia pro restante do ano, não precisa se preocupar. Paguei o plano em dupla, caso queira levar um amigo. – concordo com a cabeça. 

– Certamente levarei, pai. Obrigado. – ele sorri, entrando em seu quarto. Observo as notas na minha mão e as guardo no bolso da calça. 

Passo rapidamente no meu quarto e pego meu celular. Mando mensagem para Knox, perguntando se o encontraria na festa, pego meu capacete e caminho até a saída de casa. Dei uma volta na cidade pra espairecer, antes de ter que performar me importar com todas aquelas pessoas. Andava tão confortável nos últimos dias, que tinha me esquecido o quão difícil era lidar com aquele convívio social. 

Quando cheguei na casa de Erick, percebi que as coisas já se encaminharam para o caminho que mais o agradava: muita bagunça, pessoas bêbadas e drogadas. Geralmente as festas de Milwaukee são calmas e acabam cedo, é por isso que todos amam as do Erick. Não tinha como colocar limite em alguém como ele. 

– Chegou tarde. – Yohan comenta, assim que me vê, vindo até mim. Ele estava com uma blusa comum e sua fiel bolsa transversal, como sempre. 

Yohan não parecia em nada com o irmão. Era mais baixo, franzino e tinha cabelos castanhos claros. Pelo pouco que reparei do pai deles, realmente ele tinha herdado as feições e expressões do pai, enquanto Knox parecia ter sido retirado de um filme gótico dos anos 2000 – e era hipnotizante.

– Queria conversar com você, inclusive. – digo a ele. Agora que eu tinha dado o primeiro beijo no irmão dele, achava antiético não colocar tudo em pratos limpos. 

– Vamos pra um lugar quieto, então? – ele pergunta e eu concordo com a cabeça. Yohan sai andando na frente e eu o sigo. – O que quer conversar? – assim que chegamos na parte de trás da casa, ele pergunta. Parecia positivamente ansioso.

O lugar estava vazio, mas algumas pessoas ainda perambulavam por ali. Em outros cenários eu ficaria preocupado de algum boca de sacola ouvir e repercutir com mentiras o que íamos conversar, mas meu senso de urgência desligou esse medo por alguns minutos. 

– Lembra quando falei que tinha terminado com a Beth e tudo mais? – ele concorda com a cabeça. – Tenho a mesma sensação sobre você. – sorri, provavelmente de nervosismo. 

– Não namoramos, Tyler. – rebate.

– Nem vamos, nunca. – o sorriso se desmancha e os olhos dele se enchem de lágrimas. Yohan desvia o olhar. – Eu te vejo como meu irmão mais novo, é impossível pra mim me aproximar de qualquer forma romântica de você. Queria dizer isso olhando nos seus olhos, porque não acho justo sentir que você tem interesse em mim e não especificar isso. 

– Tem interesse em outra pessoa?

– Não é só isso. Eu te amo, como se fosse meu irmãozinho. Quero te proteger e te cuidar, mas da forma mais fraternal que pode imaginar. Tenho percebido alguns comportamentos seus que talvez imagine que chamem minha atenção, mas não é assim que me sinto. – explico. Não fazia o estilo que precisava de pessoas atrás de mim pra validar alguma coisa. 

E por mais que eu diga que nunca nego ninguém, esse caso era sentimentalmente diferente pra mim. Até imaginar beijar Yohan, era como se eu imaginasse beijar minha irmã. Era nojento o suficiente pra me arrepiar de repulsa. 

– Para de ser idiota, Tyler. – é o que ele responde, olhando em meus olhos e se aproxima. – Não sou mais criança. 

– Pra mim sempre vai ser o menino que apresentei a escola no primeiro dia. – é o que respondo. Yohan ainda tenta me dar um beijo, mas eu me afasto. – Se só estava auxiliando o time por minha causa, não precisa se preocupar com isso também. Espero que a gente continue nossa amizade de forma saudável, mas não consigo alcançar suas expectativas. 

Seus olhos se enchem ainda mais de lágrimas e ele sai em seguida. Fico algum tempo ali, parado, pensando. Era muito estranha aquela sensação de ter cortado as asas de alguém, mas sabia que quanto mais tempo deixasse aquilo crescer, mais difícil seria se ele descobrisse sobre Knox. 

– Se antes ele já ouvia "Sign Of The Times" sem nunca ter se declarado e mesmo assim sofria, imagina agora. – me viro e vejo Knox ali. Um sorriso toma conta do meu rosto de forma instantânea. 

– O que faz aqui? – pergunto e ele dá de ombros. 

– Só estava vigiando. Agora que meu irmão foi embora, vou também. E pode me chamar de Felix. – é o que ele responde, dando meia volta. 

Tento adiantar meu passo para conseguir alcançá-lo, mas a casa já estava cheia e com aquela quantidade de jogadores de basquete e futebol americano, foi impossível encontrá-lo antes que ele sumisse na multidão. Erick dava essa festa todos os anos, com desculpas diferentes, mas sempre o mesmo objetivo: usar droga e transar a noite inteira, então além de estar cheia, as pessoas estavam pulando e curtindo sem parar.

Antes, mesmo não querendo eu ficava pra dar apoio, mostrar que era "digno" da popularidade que tinha e quem sabe converter mais alguns amigos. Agora, no entanto, tudo que antes fazia muito sentido pra mim de repente não fazia mais. 

Me olhava no espelho e reconhecia uma nova pessoa, não mais o Tyler de algumas semanas atrás. Era dolorido perceber que o lugar que me dediquei tanto para caber, não me servia mais. Agora olhava ao redor e era como se todos estivessem na mesma frequência e eu estivesse de fora, vendo o quão patético era por estar ali.

– Podemos conversar? – Beth pergunta, parando diante de mim. Recentemente a conversa do vestiário sobre ela gostar de caras que "comem e somem" tinha vazado e ela tinha me dado um tapa. Não reagi, porque entendia o lado dela, mas não tinha pedido desculpas, porque estava seguro da minha verdade sobre o que aconteceu. 

– Claro. – é o que respondo, seguindo ela. 

Enquanto a sigo, vejo Lisandra acenar pra mim. Essa menina era um grande ponto de interrogação pra mim, porque mesmo que ela sempre estivesse com Beth, sempre tentou insinuar alguma coisa pra mim. Não sabia se a relação delas era uma amizade verdadeira ou jogo de poder, mas sinceramente não queria me meter nisso. 

– Pode me contar o que aconteceu? – ela pede, assim que chegamos em um dos poucos quartos vazios da casa de Erick e eu dou de ombros.

– Pensei que já soubesse, me bateu com tanta convicção... 

– Zach me contou que os meninos estavam tirando sarro de mim e você não me defendeu, mesmo depois do Nunes me chamar de cadela. – ela explica e eu penso por um segundo. 

– Primeiro, quando cheguei nos chuveiros a conversa já estava acontecendo. Segundo, naquele dia eu vi uma coisa estranha, estava com a cabeça em outro lugar, tanto que depois da escola eu fui na casa de um amigo investigar o que vi e terceiro... Zach estava lá desde o começo, ele entrou pros chuveiros com Nunes e o restante do time. Sim, fui estúpido de não me importar com o que estavam falando de você, mas eu não sou o cara que diz que te ama e fica tentando te conquistar, fingindo se importar contigo, aparentemente. – explico. – Eu nunca performei sentimentos por você, Beth. 

– Nunca se importou comigo, não é? 

– É. Mas nunca fingi me importar, sempre deixei claro pra você tudo o que sentia, ou melhor... não sentia. – respondo. – Então pode ficar chateada comigo, provavelmente isso vai construir uma grande barreira entre nós, mas será que eu sou o maior problema de todo esse contexto? 

– Não, mas também não é a boa pessoa que tenta parecer ser... – é o que ela responde. 

– Respeito sua opinião sobre mim, Beth, mas não vou pegar, porque... novamente... não me importo. – respondo, passando por ela. – E valeu pelo tapa, foi dramático, entreteve as pessoas que estavam entediadas por estarem na escola. – saio do quarto. 

Vou andando pela festa, até encontrar os caras. Me sento com eles e ali fico, sem beber, conversar ou fumar. Era estressante ter que rir das piadas sem graça, mas como ainda estava perdido, agora tentava desesperadamente me apegar ao que tinha de referência de vida. 

Lembro que quando via meu irmão jogando baralho com os amigos dele, ele se divertia de verdade. Jensen não fumava, mas bebia bastante e acredito que no dia de sua morte, ele estava pilotando bêbado. Os peritos disseram que talvez o freio dele tivesse falhado, mas não acreditava nessa possibilidade. 

– É engraçado conviver contigo agora. – Erick comenta e eu o observo, depois de estar a mais de 20 min ali. 

– Por quê? – pergunto e ele dá de ombros. 

– Aqui tá cheio de gata, bebida, droga e você sequer se mexe, parece que não liga mais pra diversão. Nunca mais vai ter 18 anos curtindo com seus amigos, Tyler. – ele responde, sorrindo em seguida. 

– Ainda tá bolado com o rolê da porta? – Simon me pergunta. 

– Isso é pequeno demais, não? – pergunto e ele sorri, concordando com a cabeça. – Quem abastece toda essa droga? 

– Nunca vimos ele. É meio que um entregador anônimo, recomendado pelo nosso ex traficante, que está preso. Ele deixa os pacotes com vários pinos e some. – Erick explica. – Nunca tinha errado, até aquele dia. 

– Como assim? – pergunto.

– No dia da porta ele deixou cair aqueles pinos no banheiro, não sei se ele foi ao banheiro antes do idiota do Yohan e tudo aconteceu ou o que, mas ele vacilou. Falei pra ele que se acontecer de novo nunca mais compro dele e adivinha? Ele me deu 5 pinos de brinde. – fico surpreso. 

– Não sabia que você usava tanto. – respondo.

– Até pra treinar isso dá energia, Tyler. Quando parar de ser careta, vai conseguir dar seu melhor jogando. – é o que ele responde e eu fico pensativo. 

Certamente em algum momento Erick iria cair por causa desse uso descontrolado de drogas... será que eu queria ser associado a ele? Enquanto ganhava jogos com a camisa da escola, tudo estava perfeito, mas e depois? 

– Seu porra! – Zach surge, me puxando da cadeira e me jogando do outro lado do quintal, próximo da piscina. 

– Que isso, Zach!? – Erick grita, mas ele não desiste e sobe em cima de mim, começando a me dar vários socos. Estava atordoado, sem entender o que estava acontecendo e uma briga generalizada começou. 

– Fala mais de mim pra minha garota, seu rato! Você é um lixo, um bosta, não dá pra confiar em um merda como você! – ele grita e começo a entender que provavelmente Beth tinha exposto pra ele nossa conversa. Bem, era o mínimo que eu esperava que ela fizesse, mas não pensei que ele teria tanta coragem. 

Me defendo dos socos de Zach, enquanto ele continua tentando me atingir, até que certo momento ele cai de lado. Quando abaixo meus braços, vejo Knox parado, encarando a cena. Aparentemente ele tinha dado um chute em Zach pra tirá-lo de cima de mim. Knox estende a mão e eu aceito a ajuda para me levantar, rapidamente. Enquanto toda aquela confusão generalizada continuava, saímos da casa. Minha moto estava na rua de trás, mas a dele estava diante de nós. Subimos e ele começou a pilotar pra longe de lá. 

– Toma. – ele me entrega um saco com alguns cubos de gelo dentro e eu encosto no meu rosto. – Tá levando a sério essa coisa de apanhar calado. – brinca. 

– Ele veio de repente, não estava esperando. – Knox sorri. – Depois tiro esse assunto a limpo. Cadê seu irmão? 

– Disse que vai dormir na Lisandra e meu pai está de plantão. – é o que ele responde, se aproximando de mim com uma pequena maleta. – Lava o rosto, bora limpar isso e colocar alguns curativos. – pede e eu concordo com a cabeça. – O banheiro fica no segundo cômodo, à direita. 

Vou até lá e lavo o rosto com água corrente. Depois disso volto até a sala e ele começa a passar alguns produtos que ardem na minha pele. Quando um deles arde mais que os outros, eu aperto sua cintura e Knox sorri. 

– Não sabia que seria tão chato. –digo e ele se mantém concentrado no que estava fazendo. 

– Não sabia que você era um bebê chorão. – ele rebate. 

– Sou. Deixa eu dormir aqui com você. – peço e ele me observa. – Não posso voltar pra pegar minha moto lá hoje, não aguento olhar para aquelas pessoas. 

– Pode, não precisa inventar desculpas. – ele responde e eu sorrio. – Dorme no sofá. – meu sorriso se desmancha e quem ri é ele. – É brincadeira. 

– Perguntei pro Erick quem é o traficante dele, ele disse que não sabe. – conto e Knox me observa. – Acho que o Yohan sabe quem é. 

– Eu também, mas isso é coisa que eu vou lidar, é meu irmão. Não se mete, pode dar problema pra você. – concordo com a cabeça, mesmo que não fosse seguir esse pedido. Não queria discutir com Knox pouco antes de dormir com ele. – Terminei. Acho que vai segurar essas primeiras horas, depois tira e deixa respirar. Segunda já vai estar bem melhor. 

– Obrigado por cuidar de mim. – o puxo pra mim e ele sorri, me beijando. 

– Vem, vamos subir logo. – ele me chama e eu o sigo. 

O quarto de Knox era simples. Sem decoração ou papel de parede. Cinza, com um guarda-roupa, escrivaninha e sua cama. Sem tapete ou muitos itens espalhados. Não tinha como ter muita dimensão do que ele gostava com base em seu quarto, a não ser por um detalhe. 

– Blade Runner? – seguro o livro que estava em cima da escrivaninha.

– É, eu gosto de ler, faz eu sentir que tenho um lar em algum lugar. Arrumei um trabalho no verão só pra ter dinheiro pra comprar meus livros. – é o que ele responde e eu concordo com a cabeça. Me preparo para sentar na cama, quando ele me segura. – Não vai sentar na minha cama com essa roupa de quem caiu na borda da piscina molhada. 

Fico de pé e tiro minha jaqueta, blusa e calça. Ele me observa de baixo pra cima e sorri. Meu corpo não era completamente malhado, mas era relativamente definido, já que eu treinava há alguns anos pra aguentar a rotina dos treinos. 

– Não sou um cara difícil, Felix. Quando você quiser me dar, eu vou querer te comer. Não precisa arrumar pretexto pra que eu fique completamente pelado contigo. – ele nega com a cabeça, rindo. – Agora posso? – ele confirma com a cabeça e eu me sento em sua cama. 

– Vou tomar um banho, fique a vontade. Sinta-se em casa, mas lembre-se que não está. – é o que ele diz e eu confirmo com a cabeça. 

Continuo desbravando o quarto de Knox. Ele tinha algumas peças da moto no canto do quarto, como se estivesse se preparando pra fazer algumas modificações. Nada me chamou muito atenção, até perceber que a uma gaveta da escrivaninha estava entreaberta. Quando abri a gaveta, vi uma fita verde, parecida com a que os caras tinham descrito que estava nos pinos. 

Pra mim, no entanto, não fazia muito sentido que Knox fosse o tal traficante, em especial porque esse uso de drogas aumentou muito antes mesmo de ele se mudar. Guardei a fita e peguei um livro que estava ao lado dela.

– Gosta de ler? Parece ter um certo interesse por livros. – é o que ele comenta, quando volta pro quarto. 

– Penso o mesmo que você. São um refúgio. E por incrível que pareça eu também tô lendo Devoradores de Estrelas. – comento, tirando o livro da gaveta e ele sorri. 

– Então não me conta, ainda não li. É o próximo, depois de Blade Runner. – me aproximo dele, depois de guardar o livro. 

– Tem uma toalha? Acho que vou tomar um banho antes de dormir com você. – falo e ele concorda com a cabeça, indo até seu armário e pegando uma toalha pra mim. 

Ele me explicou onde ficava o banheiro do andar superior e fui tomar um banho. Depois do banho ele renovou as pomadas do meu rosto e nos deitamos. Ficamos de barriga pra cima, um do lado do outro, os dois de cueca. Era uma situação relativamente estranha e constrangedora, mas muito melhor que todos os anos de convivência com meus outros "amigos". 

–  Se você não se importa com quem não tem nada de bom pra adicionar na sua vida, porque se esforça tanto pra ser aceito? – Felix quebra o silêncio com a pergunta mais difícil que já recebi na vida. 

– Minha alma perdida não sabe o que busca. Fico constantemente atrás de algo que não sei o que é e quanto mais ando, mais me perco de mim mesmo. Quando comecei, achei que tinha um propósito, agora é difícil parar. – respondo e ele se vira de bruços, me olhando. 

– Algo muda com a minha amizade? 

– Tudo muda quando estou com você. – também me viro de bruços, olhando nos olhos dele. Estavam menos tristes, diferentes da primeira vez que os observei... mas estavam igualmente hipnotizantes. Toco o rosto de Felix, que fecha os olhos, sentindo meu toque. – Se pudesse estenderia essa sensação de conforto pra sempre. – ele abre os olhos mais uma vez e suas pupilas dilatam. 

Minha cabeça, naquele momento, tinha um nó. Não sou o tipo de pessoa que mascara ou esconde quando alguma coisa está acontecendo, mas naquele momento era como se eu estivesse contra a parede. Ironicamente em nosso primeiro contato eu tinha o forçado, literalmente, contra um armário... agora quem estava nessa posição, subjetivamente, era eu. 

– Tem medo de se apaixonar, Tyler? 

– Eu já estou apaixonado, Felix. – é o que respondo e ele se aproxima, me dando um beijo. 

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