Armação
Tem uma coisa que não faltei nesse meio tempo: meus treinos de basquete. Tivemos o primeiro jogo, onde fiquei no banco na maior parte da partida, mas pelo menos pude fazer uma pequena participação e confesso que gostei. O time tinha realmente um ótimo astral, mesmo que estivessem com um humor meio deprimido pela ausência de Felix. Todos acreditavam que ele seria a estrela.
Lisandra foi nesse jogo e não só isso, como ficou até depois que meus colegas – e plateia – foram embora. Isso já estava me estressando, por esse motivo decidi que ia até ela.
– O que é? – pergunto, parado atrás dela. Ela tinha me seguido até atrás da quadra.
– Meu Deus, Tyler, que susto! – ela fala, com a mão no peito e eu continuo encarando-a.
– Fala. Faz tempo que fica me encarando como se eu fosse um alvo seu. Que porra é essa? – pergunto e ela dá de ombros.
– Só é... divertido. – ela fala, se aproximando e parando diante de mim.
– O que? Tenho cara de palhaço?
– É divertido ver como é fácil te enganar. – fico sem entender. – Yohan consegue fazer isso muito bem, depois fico te estudando pra entender melhor o que tá acontecendo e os efeitos dele em você.
– Yohan não tem efeitos sobre mim, tá maluca? – dou as costas pra ela.
– Ele nunca gostou de você. – paro de andar. – Bem, pelo menos foi o que ele me disse, enquanto ficava comigo.
– Vocês ficam? – pergunto a ela.
– Ficávamos, há algum tempo. Ele não quis assumir e eu pulei fora. Entendo o motivo, se ele me assumisse, como ficariam os boatos que ele era gay e arrastava um caminhão por você? – ela pergunta.
– Ele não gostava de mim?
– Acorda, Tyler. Todas as pessoas subestimam o Yohan, como sendo o idiota, bonzinho e inocente. Tudo piora quando se olha pro Knox e vê o oposto, aí sim que ele parece ser um anjo, perto do irmão com passagem e brigão que tem. A verdade é que é mais fácil se camuflar... você não pode ser caçado, se não for visto. – ela fala, olhando nos meus olhos. – Pra conseguir a única coisa que ele não tem, ele precisa de você... ou do Erick, mas o Erick é muito chucro.
– O que é?
– Respeito. Ele não suporta que as pessoas levem ele como uma pessoa fraca, ele quer respeito. E se sendo seu amigo ele já conseguiu um pouco disso, imagina se fosse seu namorado? Ele seria o carneirinho inocente, engolindo as pessoas pelas suas costas, enquanto era defendido cegamente pelo fiel escudeiro. – ela explica.
– Tá me contando isso agora por quê? – ela dá de ombros.
– Pra você ir com tudo e parar de subestimar ele. Gente ruim não tem cara nem jeito, Tyler, abre seus olhos. – ela diz, se distanciando de mim.
Quando Lisandra sorria de forma sarcástica pra mim, eu achava que ela estava tirando sarro da minha cara pelo o que aconteceu com Beth. A realidade é que as coisas parecem ser bem piores do que eu conseguia imaginar e o ciclo de mentiras de Yohan desmanchava nas minhas mãos.
Ao voltar pra quadra, percebi que minha irmã ainda me esperava e quando me viu, Anista acenou. Fui até ela, que tirou um capacete de trás do corpo e sorri. Me sentei ao lado dela por um instante, pensando um pouco.
– Quem era aquela menina? – ela pergunta.
– Uma colega, veio falar do Yohan, mandando eu ficar esperto com ele. – explico por cima. – Como veio parar aqui?
– Tinha pedido pro Mike me trazer, mas ele atrasou e cheguei agora. – sorrio. – Queria te apoiar, desculpa.
– Tudo bem, quase não joguei. – puxo ela pra mim e Anista começa a rir. – Se estivesse aqui perderia minha participação só de piscar. – faço cócegas e ela gargalha um pouco. – E não deixa a mãe saber que tu anda de S1000RR, ela infarta. – Anista se levanta.
– O que tem? É só a moto mais rápida do mundo... – encaro ela. – Depois da sua.
– Ah, sim... pensei que fosse mentir na minha cara. – Anista me acompanha, enquanto descemos a arquibancada.
Fui lanchar com ela, quando saímos da escola. Já era de noite, por volta das 20h. Conversei com a minha irmã sobre o processo de manutenção da CBR de Felix – que já estava na parte de ser montada novamente – e também sobre um garoto da turma dela que Anista aparentemente estava interessada. Nunca estaria pronto pra ver minha princesa namorando.
– Topa ir em um lugar comigo? – pergunto e ela concorda com a cabeça.
Era aniversário de Felix. Ele não tinha acordado ainda e Lúcio estava devastado com isso, não queria lembrar do dia. Fui, então, com a minha irmã lá e quando ele abriu aporta, me deu um abraço apertado.
– Sei que não quer lembrar do dia de hoje, mas não tinha como não vir. Precisava te dar um abraço. – digo e ele concorda com a cabeça.
– Obrigado por isso, rapaz. – é o que ele responde. – Tive 18 aniversários com ele e não valorizei, isso está me matando.
– Vocês vão se perdoar e passar por esse momento. Ainda tem outros 29 aniversários dele pra comemorarem juntos. – é o que respondo. – Trouxe a minha irmã. Ela tá no projeto da CBR, mais empenhada do que nunca.
– Encontrou sua vocação, Anista?
– Olá, encontrei sim, é divertido pra cacete. – Anista responde e Lúcio sorri.
– Querem entrar?
– Não, tive jogo de basquete hoje. – ele sorri. – Felix não estava brincando quando disse que era cansativo, e olha que só joguei 5 segundos. – rimos todos juntos.
– Obrigado por ter vindo, Tyler. Daqui a pouco tenho plantão e vai ser bem mais fácil agora. – é o que ele diz e eu concordo com a cabeça, indo embora em seguida.
Anista e eu fomos pra casa depois disso e ela foi desenhar – minha irmã tinha muito interesse em desenhar carros, motos e caminhões. Ela desenhava os veículos em vários ângulos e as peças também, desde mais nova. Pra mim já era meio inevitável o caminho que ela seguiria – e confesso que sentia um pouco de inveja disso, já que ela parecia ter completa noção de onde estava e o local que queria ocupar.
Acabei indo dormir cedo aquele dia, pra aproveitar o cansaço que estava sentindo – já que ultimamente eu vinha me contorcendo na cama até de madrugada. Mais cedo tinha passado no hospital, pra dar as felicitações de Felix e foi uma das coisas mais tristes que fiz. Estava exausto mental e fisicamente.
Sábado acordei cedo e um pouco quebrado. Antes de descer pro café – até porque era volta de 6h da manhã – continuei lendo uma porção de documentos. Brincar de montar quebra-cabeças nunca foi minha brincadeira preferida, porque eu ficava frustrado quando alguma coisa não se encaixava e precisava recalcular rota. Dessa forma, meus pais nunca me deram LEGO ou coisa do tipo, me deram livros.
Agora, eu conseguia passar incessáveis horas lendo qualquer coisa, que simplesmente pra mim era a mesma coisa que ler o livro de ficção mais interessante do mundo – mas não sabia se, naquela situação, era tão interessante, por querer resolver esse mistério de uma vez por todas.
Peguei a pasta diferente pra ler. De todos os documentos que estavam parados, aquele era o que mais me chamou atenção, por ser o único diferente. Se tratava de um cara que eu nunca tinha visto na vida, "Paul Anderson", 20 anos. Ele tinha sido preso algumas vezes por distribuição de conteúdo impróprio de menores de idade e tráfico de drogas. Preso a última vez no Bronx, NY, por cerca de 6 meses. Saiu quase 4 anos atrás.
Esse histórico da polícia não parecia estar atualizado, então eu precisava apelar pro único policial que eu conhecia – e vinha convivendo bastante nessas últimas semanas. Fechei a pasta, passei todas as fotos e vídeos que Felix tinha documentado pro meu computador e salvei em um pendrive. Organizei os documentos referentes a compra de materiais químicos restritos, o comprovante e chave do storage e fui até a delegacia onde Lúcio trabalhava.
– Que susto, rapaz! – ele fala, ao se virar e perceber que eu estava atrás dele. – Tyler, aproveitando que está aqui, o que daria de presente se quisesse agradar uma criança pequena?
– Não sei, por quê?
– O irmão criança da Beth, a amiga do Yohan, faz aniversário por agora e estive pensando que nunca participei muito dessa amizade deles. Ele sempre fica na casa dela quando precisa, acho que seria gentil dar alguma lembrança, mesmo que atrasado ou um pouco adiantado, o que acha? – ele pergunta e eu penso um pouco, estranhando aquela conversa.
– A Beth não tem irmão, ela odeia criança. – respondo.
– O que? – nego com a cabeça, voltando a me focar no que fui fazer ali.
– Conhece esse cara? – pergunto, jogando a pasta aberta em cima da mesa.
– De repente ficou com um humor mórbido, Tyler? – ele pergunta, antes mesmo de ler o que estava escrito, só de ver a foto do rapaz.
– O que? Por quê?
– Esse é o cara que o Felix arrebentou. – é o que ele responde e mais uma vez um arrepio estranho subia pela minha espinha. – Espera, onde você arranjou isso? Isso aqui é arquivo da polícia de NY? É da época que aconteceu, quase 4 anos atrás... – o telefone dele começa a tocar e eu saio correndo. – Tyler! – ele me chama, mas eu não paro de correr. Subo na minha moto e ligo para Yohan, perguntando onde estava.
Quando ele disse que estava em casa, corri pra lá e comecei a bater na porta repetidas vezes. Quando ele abriu, entrei.
– Senti sua falta na escola. Tem faltado bastante na última semana. – é o que ele me diz e eu fico ali, paralisado por alguns segundos.
– Corta essa.
– O que? – ele pergunta e eu olho ao redor. Estava nervoso, o que eu mais queria na vida era arrebentar esse cara.
Eu abri, em diversos momentos, meu coração pra ele, desabafei sobre o meu irmão e saber que ele estava envolvido com as pessoas que tinham me gerado tanta dor era como ser atravessado por uma espada de sentimentos negativos.
– Yohan, eu... – meu celular começa a tocar. Era meu pai. – Fala, eu tô meio ocupado agora.
– Filho, o Felix acordou. – um ruído toma conta da minha cabeça.
– Estou indo aí. – dou meia volta.
– Tyler, o que aconteceu? – Yohan pergunta.
– Seu irmão acordou. – falo.
– Posso ir com você?
– Vai a pé. – respondo, colocando meu capacete e saindo dali em seguida.
O caminho até o hospital foram os dois minutos mais demorados da minha existência. Quando cheguei, subi pelas escadas – porque achava o elevador demorado demais. Parei diante do vidro do quarto de Felix, vendo-o de olhos abertos, com uma máscara, mas sem mover a boca ou algo do tipo. Meus olhos se encheram, mas eu me recompus e entrei.
– Oi... – falo, me aproximando devagar. Não queria tocá-lo, tinha medo de prejudicar sua imunidade que certamente estava baixa, ou algo do tipo.
– Ele ainda não tem forças pra falar e vai precisar usar a máscara pra conseguir se readaptar. – é o que Lúcio explica. – O médico falou que ele vai passar por exercícios respiratórios também, pra ajudar.
– Sabe se ele reconhece a gente?
– Vamos conversar lá fora. – ele me chama e eu concordo a cabeça, mas antes eu me afaste da cama, Felix segura minha mão, com certa força. Observo aquele toque em completo pânico. – Bem, você eu tenho certeza que ele conhece. Vou conversar com os médicos então, já volto.
– Tudo bem. – é o que respondo.
Quando Lúcio sai, Felix parece relaxar um pouco. Ele ainda parecia confuso, perdido, mas estava vivo. Não sei explicar as lágrimas que saíram lentamente de meus olhos depois disso. Estava aliviado pela história não ter se repetido novamente.
Ao olhar para o vidro do quarto, no entanto, vejo que Lúcio discutia com dois policiais. Pouco atrás dele Yohan parecia assustado, mas posso jurar que por alguns segundos eu vi sua verdadeira face. Ele observava o caos com uma aparente gratidão, como se ele estivesse feliz que algo tivesse dado certo.
– Preciso que fique aqui e confie em mim, tudo bem? – falo com Felix, dando um beijo em sua testa e ele parece me entender, já que solta minha mão. – O que está acontecendo? – saio do quarto.
– Recebemos uma denúncia anônima que Felix Knox está envolvido diretamente com o tráfico de drogas que acontece nas escolas de nível médio e faculdades de Milwaukee. Sabemos que é um momento delicado, mas temos um mandato de busca e apreensão pra sua casa, Lúcio. – um dos policiais fala. – Me desculpa, amigo.
– Não, tudo bem. Se um dos meus filhos está envolvido em algo assim, eu quero saber. – é o que ele responde, saindo com os policiais.
Entro no quarto.
– Tyler... – Yohan me segue, enquanto ando de um lado para o outro com as mãos na cabeça. Era agora ou nunca.
– Yohan, eu posso, por favor, ficar com o meu namorado sem você ficar na minha cola? – pergunto. Não aguentava mais aquele cara no meu pé. Precisava pensar em como deixar Felix seguro e livre da armação do irmão ao mesmo tempo.
– Claro. Só queria ver meu irmão. – ele diz.
– Vê já já, agora sai. – ordeno de forma objetiva e ele obedece, fechando a porta. – Que merda... – apoio na cama, com Felix me observando, mas sem mexer a cabeça. Ele estava acordado, mas ainda aéreo. – Eu preciso de ajuda. Preciso da ajuda de alguém que não vai me trair... que não pode me trair. – penso e encaro Felix. – Você não vai gostar muito do que vou fazer... – sorrio, pegando meu celular.
– Diga. – Erick atende, com voz sonolenta. Ainda eram 8h da manhã.
– Quer retribuir o que o Felix fez por nós dois?
– Claro, manda aí o que preciso fazer. – ele pede.
Eu não podia deixar Felix sozinho no hospital com o cara que estava envolvido com a tentativa de assassinato dele. Erick era a minha única chance de mantê-lo seguro. Eu confiava nele, ele tinha assuntos comigo que sabia que não poderia vacilar e além de tudo isso, mesmo que ele fosse grosseiro, insensível e indiferente às vezes, era fiel. Sempre foi fiel.
– Acho que ele não vai curtir minha companhia. – é o que ele fala, quando chega no quarto e eu observo Felix, que ainda parecia distante.
– Você não é uma companhia, é um segurança. Ninguém, Erick, pode encostar nele. Nem mesmo o irmão dele. – deixo claro.
– Por quê?
– Você vai entender. Quando eu tiver um tempo, te explico. – falo. – Me promete? Que vai cuidar dele como se fosse eu nessa cama?
– Óbvio. Qualquer pessoa que tente encostar nele, perde os dedos. – é o que Erick comenta. – Mas vai me explicar e bem direito depois, você só tem me pedido coisa esquisita nos últimos dias...
– Tudo bem. Lembre-se, nem o Yohan. Não importa o quanto ele chore ou implore por isso. – ressalto.
– Entendi. Vai lá. – dou mais um beijo na testa de Felix e saio do quarto correndo.
Yohan me observou como se eu tivesse dado uma facada na mão dele. Era bom ele ficar esperto mesmo, o cerco estava fechando não só pra ele, como pra todos que um dia atravessaram minha vida. Há alguns anos eu certamente não queria entrar em uma espiral como essa, agora que estava dentro, não queria sair até trazer justiça.
Quando cheguei na casa de Felix, os policiais estavam retirando alguns pacotes estranhos. Lúcio estava em choque, evitando de encarar todo aquele processo.
– O que é isso? – pergunto, sem entender nada.
– Parece que enquanto eu achava que ele estava se envolvendo em brigas, ele estava enganando nós dois. – é o que Lúcio me responde.
– Não. Tá errado. – respondo.
– O que?
– Espera! – grito e os policiais me encaram. – Eu tenho provas que isso foi uma armação.
– E quem armaria algo assim, Tyler? Eu sei que pra você é ainda mais difícil de acreditar... – Lúcio tenta mudar minha mente, instintivamente sendo imparcial.
– Lúcio, para! Precisa confiar no seu filho! – rebato, em alto tom e coço a sobrancelha, nervoso. Estendo a mão e mostro, no meu celular, as fotos de Yohan com Bill, pra polícia.
– Esse é... – um dos policiais começa a falar.
– Yohan Knox com o Bill Smith. E não é só isso que sei, que meu irmão sabia e que o Felix também estava investigando. – explico por cima e eles me encaram.
Passei a tarde inteira dando depoimento, com o advogado da minha família do meu lado. Eu sabia que ainda tinha coisas pra descobrir, mas precisava livrar Felix disso tudo antes que as coisas perdessem o controle.
Entreguei os documentos que tinha encontrado e a chave, juntamente com a localização do storage, para que eles fizessem uma limpa. As polícias de Milwaukee e NY se uniram, com a finalidade de triangular os ataques que ocorreram há alguns anos aos adolescentes da época – que resultou na prisão de Felix. Contei que ele também tinha sido vítima do mesmo homem e Lúcio entregou a ficha que eu tinha levado até ele, juntamente com outra ficha que eu não tinha conhecimento.
Mike prestou depoimento, explicando como chegamos aos cabos de freios sabotados, contando o que sabia sobre a competência do meu irmão como piloto e todo seu histórico. A polícia solicitou perícia no que tinha restado da moto do meu irmão, com a finalidade de encontrar o restante dos cabos de freio e intensificar o estudo sobre o caso.
Eles também solicitaram que Felix ficasse, em tempo integral, escoltado no hospital – para fins de investigação, essa escolta era para mantê-lo seguro. Para o restante do mundo, no entanto, era como se ele estivesse "preso". Isso, porque "alguém" vazou pra escola que Felix tinha dois policiais na sua porta – eu sabia que tinha sido Yohan. Todos optamos por seguir em silêncio sobre o que tínhamos descoberto, afinal, era bom que Yohan e o restante das pessoas envolvidas acreditassem que tinham dado conta de Felix.
Na escola a notícia sobre a acusação dele correu rápido e logo Erick veio até mim, com raiva, por eu ter colocado ele lá para proteger Felix. Ele não sabia da verdade ainda – e talvez fosse o único que devesse.
– Eu te apoiei! – ele grita comigo, depois de se aproximar. – E você me coloca pra cuidar do cara que traficava pra mim e eu nem sabia? É sério?
– Erick, o Felix não tá fazendo nada. Se ele fizesse, você certamente saberia, todas as pessoas aqui tem tudo contra ele, nunca passaria despercebido. – respondo, segurando as mãos dele, pra garantir que ele não me daria um soco, e ele me olha nos olhos.
– É? E quem tá no meio disso então? – pergunta.
– O Yohan. – respondo e o olhar de Erick parece ficar distante, desacreditado. – É, eu sei bem o que tá sentindo. Depois da escola se prepara pra pegar seu Jeep e vir comigo em um lugar. – ele concorda com a cabeça.
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