Capítulo 21 - Conselhos
Tod foi para o banheiro com o sorriso no rosto. Ele não se conteve, o que acabou achando muito estranho, já que ainda estava sentido por tudo que aconteceu com Henrie, mas ele não podia esquecer que a vida dele também precisaria seguir, então, em partes, não ficou tão magoado por estar se sentindo assim. Ele apenas se despiu e foi de encontro ao chuveiro.
O banho não foi tão demorado como sempre, mas ele ficou o tempo inteiro pensando se sentia culpado sobre tudo isso ou não, mas por fim acabou não se deixando levar por isso, já que era algo que ele não tinha controle. Depois do banho ele se trocou e foi até sua escrivaninha, nela acabou por folhear a sua agenda e perceber que eles não tinham realizado nada a respeito do projeto da Lucy, e muito menos do aniversário do colégio. A sua mente foi automaticamente invadida por esses pensamentos e quase pensou em ligar para Henrie para resolverem isso, mas antes que pudesse tocar no celular o mesmo vibrou em cima da cama fazendo Tod sair correndo ao seu encontro.
Mas quando ele percebeu era apenas uma mensagem de descontos de aplicativos. Ele bufou e aproveitou para encaminhar uma mensagem para Lucy e tentou ser o mais profissional possível para não criar problemas, apenas encaminhou a seguinte mensagem:
"Boa noite, Lucy. Eu estou encaminhando essa mensagem para podermos marcar algo para discutirmos sobre o projeto, é só me mandar o horário e o local. Grato!"
Ele então jogou o celular na cama de volta e desceu para comer algo. No caminho percebeu que sua mãe estava na sala assistindo televisão, ele então se aproximou dela e perguntou:
- O que está assistindo?
- Ai, filho! – disse ela com o leve susto. – Eu estou assistindo um filme francês sobre uma menina que precisa decidir entre o futuro e o relacionamento dela..., mas por quê, está interessado em assistir?
Tod balançou a cabeça de leve em negação, ele apenas sentou-se próximo a sua mãe e apoiou a cabeça sobre a perna dela e ficou assim sem dizer uma única palavra.
Sra. Evans, por sua vez, ficou sem entender aquela reação de Tod, porque ela sabia que ele era carinhoso, mas não nesse sentido de distribuir carinhos aleatórios. Ela então decidiu não perguntar nada para não estragar aquele momento apenas levou sua mão até o cabelo dele e começou a mexer nele.
Ela sentiu como se todo aquele momento dele quando ele era criança estivesse passando pela sua cabeça. Os seus olhos marejaram e ela suspirou fundo. Ela estava tão feliz com aquele momento, mas sabia que no fundo tinha alguma coisa errada, ela decidiu continuar assim por mais alguns minutos até não conseguir se segurar mais e começou a falar:
- Sabia... - suspirou. - Quando você era mais novo, você era um grude comigo. Não conseguia dormir enquanto eu não fizesse carinho no seu cabelo. – disse ela ainda suspirando.
Tod apenas escutou aquilo e percebeu um pequeno barulho, então ele percebeu que sua mãe poderia estar chorando. Ele apenas se levantou rapidamente e perguntou:
- Mãe, você está chorando?
Ela se assustou com o movimento brusco de Tod, e apenas limpou os olhos rapidamente e respondeu:
- Não é nada filho, eu apenas estava lembrando quando você era pequeno, e o quanto você sempre foi muito carinhoso e companheiro comigo, e como eu sou sortuda de ter um filho como você. – disse ela passando a mão sobre o rosto dele e o puxando para um abraço.
Tod apenas consentiu e deu um aperto no abraço, mas não se conteve em segurar e algumas lágrimas caíram dos seus olhos. Ele sentiu que sua mãe estava desconfiada com algo, mas decidiu ficar ali naquele abraço tão bom e apertado por alguns minutos.
A sua mãe novamente não conseguiu se segurar e começou a chorar bem baixinho, e com isso Tod pode sentir, porque o corpo dela contraía contra o dele, mas foi um choro muito rápido, e ela entre lágrimas disse:
- Eu não sei o que está acontecendo, meu filho, e se realmente tem alguma coisa acontecendo, mas saiba que você pode me contar qualquer coisa.
Tod ouviu aquelas palavras que se tornaram como uma represa sendo liberada, e o choro baixinho o atingiu logo em seguida.
- Você sabe que eu te amo muito, e pode contar comigo para tudo. – disse ela com algumas lágrimas ainda escorrendo pelo rosto.
Tod não conseguia nem responder com o choramingo apenas balançava a cabeça em concordância todas as vezes que a sua mãe falava algo. Eles permaneceram assim por vários minutos até seus corpos se recuperarem.
Eles então se afastaram e ficaram se olhando, até que a mãe dele perguntou:
- Isso tem a ver com ele, né?
Tod apenas assentiu com cabeça.
- Você pode ficar à vontade para quando quiser conversar... – disse ela segurando as mãos de Tod.
- Nós não estamos mais juntos... – respondeu ele cabisbaixo.
Sra. Evans tentou o máximo não esboçar nenhuma reação que desencadeasse algo negativo em Tod, apenas o abraçou forte e perguntou:
- Mas você bem está com isso?
Tod absorveu a pergunta e demorou um pouco até responde-la:
- Eu estou tentando... – sussurrou.
- Então vamos fazer de tudo para que você consiga. – disse ela dando um beijo na cabeça dele.
- Obrigado, mãe. – sussurrou.
Ela então limpou as lágrimas do rosto dela e logo em seguida perguntou:
- Está com fome? Eu posso preparar algo para nós, ou melhor você pode me ajudar a preparar como nos velhos tempos.
Tod assentiu com a cabeça e um pequeno sorriso, e assim os dois levantaram a caminho da cozinha. Eles prepararam algo rápido, e em minutos, o macarrão estava pronto. Tod ficou muito feliz com aquele momento com sua mãe, tanto que conseguiu deixar sua mente mais leve e centrada naquilo que era realmente importante. Eles então comeram na sala enquanto assistiam o filme francês até que muito tempo depois decidiram dormir.
Tod então agradeceu sua mãe mais uma vez por aquele momento e subiu para o quarto todo leve e se jogou na cama. Ele então aproveitou e verificou o celular e notou que Lucy tinha respondido a mensagem, ele respirou fundo e abriu a notificação:
"Olá Tod, sem problemas, que tal marcamos para o final de semana? Podemos marcar naquela cafeteria no sábado a tarde, tem algum problema? Qualquer coisa me avisa se preferir outro dia ou horário."
Tod sentiu o seu corpo inteiro aliviar com aquela mensagem, ele apenas respondeu que a data e hora marcada por ela estavam bem para ele e se virou para dormir.
Na manhã seguinte, ele acordou antes do alarme com uma disposição fora do comum, correu até o banheiro e tomou um banho um pouco mais demorado o que deixou ele mais relaxado, vestiu sua roupa e foi para a sala.
No caminho ele escutou algumas vozes e pensou se sua mãe estaria no telefone ou algo do tipo e desceu animado, mas antes que ele terminasse de descer as escadas sua mãe o ouviu e disse:
- Bom dia, querido, já acordou?
- Já sim! - respondeu ele terminando de descer a escada e indo até a cozinha.
- Que bom que já está pronto, porque tem alguém que veio te acompanhar até o colégio...
Tod sentiu uma pequena pontada no seu coração com aquela frase, e foi todo apreensivo até a cozinha e quando chegou antes que pudesse falar algo ele ouviu:
- Bom dia, Tod! – disse Josh com o sorriso de orelha a orelha.
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