Capítulo 17 - A Lei do Retorno
Tod sentiu seu sangue borbulhar em suas veias, como se o seu corpo inteiro estivesse em chamas, mas não poderia demonstrar nenhuma reação, porque, além do mais, foi ele quem resolveu terminar com tudo. O mais incrível é que na cabeça de Tod tudo parecia se encaixar, como se todo esse momento que Henrie esteve estranho com ele. Então ele começou a pensar se os dois já estivessem juntos, mas preferiu não deixar sua mente o levar para esse lado.
Ele apenas soltou um suspiro bem longo e caminhou em direção a porta do colégio sem fazer nenhum contato visual com o suposto casal.
Henrie por sua vez tentou o acompanhar com os olhos, mas não obteve resposta alguma.
- E então... Já está completamente livre para mim? – indagou Lucy ainda mais agarrada a Henrie. – Porque é bom que est....
- CHEGA! Tá legal? – retrucou Henrie com um tom ríspido fazendo ela se assustar um pouco. – Eu já terminei com ele. Era isso que você queria, não? Pronto! Agora me dê licença que eu tenho que ir para a aula... – terminou ele soltando do abraço dela e dirigindo ao portão principal.
Lucy rapidamente agarrou o braço dele o fazendo parar e logo respondeu:
- Veja bem como você fala comigo... Você sabe muito bem que está sob o meu controle e o mínimo que eu exijo é um pouco de empatia...
- Empatia? Olha o que está fazendo! Como posso ser empático com isso?
- Mas eu não estou fazendo nada de errado. Tudo o que eu fiz até agora foi por amor. – sorriu.
- Amor? Sei... – retrucou ele saindo logo em seguida.
- TE VEJO MAIS TARDE, QUERIDO! – gritou Lucy, mas não obtendo nenhuma resposta ou qualquer movimento em sua direção.
Henrie adentrou ao colégio furioso bufando em direção a sua sala, apenas sentou-se e debruçou a cabeça sobre a mesa permanecendo assim até a aula começar. Tod, por sua vez, já estava na sala dele contando tudo o que aconteceu para Fred, que não se conteve em querer acertar as contas no lugar do amigo, mas Tod logo tirou isso da cabeça dele.
- Mas acho que a melhor coisa que você deve fazer por agora é se afastar dele.
- Eu vou tentar, Fred... Eu vou conseguir, realmente, é a única coisa que eu tenho que fazer.
Eles continuaram conversando e Fred continuou dando conselhos sobre assunto até as aulas começarem. Tod poderia estar fisicamente presente à aula, mas a sua mente com toda certeza não estava. Ele não poderia evitar de ficar pensando em tudo o que tinha acontecido. Os seus olhos já estavam marejados e não podia esconder isso, e, na verdade, nem queria esconder. Ele precisava de algum jeito acabar com aquilo, nem que fosse chorando.
Fred percebeu que Tod estava chorando no meio da aula, mas era um choro silencioso e somente ele tinha percebido, já que quase sentavam ao fundo da sala. Ele apenas tirou um lenço de sua mochila e entregou para Tod que rapidamente assentiu com a cabeça agradecendo e enxugando as lágrimas do seu rosto.
No intervalo, Tod e Fred saíram primeiro, pois Tod não queria encontrar com Henrie. Então, rapidamente pegaram os lanches e foram para uma parte mais isolada do pátio.
- Você está melhor? – perguntou Fred lhe entregando uma maçã.
- Sim... Acho que ter chorado um pouco aliviou por um momento essa angústia que estava dentro de mim.... E a propósito, muito obrigado! – disse Tod pegando a maçã e a mordendo.
Fred apenas assentiu com a cabeça pelo agradecimento e continuou a comer. Não demorou muito e o silencio foi interrompido novamente por Fred:
- Olha lá quem apareceu para o lanche!
- Quem? – perguntou Tod avistando Henrie de longe na fila. Ele automaticamente se escondeu atrás de Fred.
- Por quê está fazendo isso?
- Porque eu não quero falar com ele, pelo menos não por agora. Vamos voltar para a sala por favor...
- Tem certeza? Acho que ele vai perceber, porque ele está olhando para cá nesse momento. – disse Fred.
Tod tentou com todas as forças não olhar e com um movimento súbito levantou e puxou Fred o fazendo levantar logo em seguida e saírem em direção à porta.
Henrie percebeu a saída de Tod e sentiu como se uma flecha tivesse atravessado diretamente seu peito. O seu corpo ficou pesado e o seu pensamento também. Ele tentou focar em tudo o que estava acontecendo ao seu redor para tentar se distrair daqueles pensamentos ruins e logo foi atendido.
Ele acabou pedindo por algo bem leve porque tinha percebido que sua vontade de comer tinha desaparecido do nada depois do incidente. Todo cabisbaixo sentou-se em uma mesa sozinho sem manter contato visual com ninguém. Ele tentou com todas as forças segurar suas lágrimas que poderiam a qualquer momento brotar em seu rosto, e de tanta insistência conseguiu segurá-las, mas seu corpo por dentro parecia uma verdadeira panela de pressão.
Ele terminou de comer rapidamente e correu em direção a sala debruçando-se novamente sobre a mesa. Tod e Fred voltaram para a sala rapidamente com medo de serem perseguidos por Henrie, mas logo perceberam que isso não ocorreu.
- Olha... Uma hora vocês vão ter que conversar, não vai ser nada saudável para vocês ficarem se esquivando desse jeito.
- Eu sei disso... - bufou. – Mas é que no momento eu realmente não posso e não quero conversar com ele.... E, na verdade, não tenho nada para resolver com ele, tudo o que eu devia falar eu já falei.
Fred apenas balançou a cabeça em negação sabendo que aquilo não acabaria bem, e soltou algumas palavras que pareceram acertar Tod em cheio:
- Mas e conselho estudantil? Vocês serão obrigados a verem um ao outro.
Tod sentiu aquelas palavras cortarem em seu peito de um jeito completamente diferente. Ele não tinha pensado nessa possibilidade de encontro, não poderia fugir de Henrie. Ele apenas suspirou profundamente, tentou se acalmar e disse:
- Eu vou conseguir! Eu tenho certeza. – dizia várias vezes para si mesmo.
- O que você está fazendo? – perguntou Fred o encarando sem entender nada.
- Não sei, mas quem sabe se eu ficar repetindo isso para mim eu acabe acreditando. – ele respondeu continuando a dizer as palavras para entrarem em as cabeça.
Fred continuou o encarando por mais alguns minutos até soltar um riso frouxo e voltou a prestar atenção para a professora. A aula era de biologia e a professora estava explicando sobre como eram as funções do coração, algo que por alguns minutos conseguiu prender a atenção de Tod.
Como se não fosse o bastante as aulas passaram muito rápido e logo já estavam no fim do último horário e a mente de Tod voltou a pensar sobre ter que encontrar Henrie no conselho.
- Você vai querer que eu vá contigo até a sala do conselho?
- Não precisa! Eu preciso tentar fazer essas coisas sozinho, e não te afundar ainda mais dentro dessa baderna que não é nenhuma obrigação sua, mas muito obrigado, Fred! Você é incrível lembre-se disso! – disse ele apertando o passo e indo para o corredor.
Henrie, por sua vez, não parecia muito preocupado com isso, na verdade, a sua maior conquista seria ver Tod no conselho, então nem chegou a passar pela sua cabeça não aparecer por lá.
Ele se manteve rápido pelos corredores, até que avistou Tod que estava bebendo água. Ele respirou fundo e foi em direção a Tod, mas antes que ele pudesse se aproximar ele percebeu que um menino tão bonito quanto ele tinha acabado de cutucar o ombro de Tod o chamando:
- Desculpe, mas você que é o Tod?
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