✴Aranel✴ Rumo a Valle
Sejam bem-vindos a mais um capítulo... Espero que estejam gostando e não se esqueça de deixar seu voto. E fique a vontade para avisar-me caso apareça algum erro, OK?
Boa leitura...
✴✴✴
Lista de prioridades de Aranel Vellenmar:
1°– Recuperar a Gema de Poder.
2°– Libertar seus caçadores da prisão na Floresta das Trevas.
3°– Atentar Legolas até ele desistir da viagem e sair correndo!
Enquanto saíam de Mín, Aranel riu consigo mesma ao lembrar da cara de Legolas quando foi acordado por um balde de água no rosto. O olhar indignado e raivoso fitando-a quando ele acordou ainda estava fresco em sua mente, então ela riu mais uma vez.
— Se eu escutar mais uma risada, te jogo da sela desse cavalo! — Legolas reclamou enquanto ia na frente.
— Ah, desculpa Bela. — ela disse, sarcástica. — Não sabia que você não gostava de risadas! E não coloca Floco de Neve na história senão sou eu quem vai te jogar do cavalo!
Legolas lançou-lhe um olhar frio.
— Será que os dois podem ficar quietos aí atrás? — Tauriel gritou de sua posição de primeiro lugar.
Eles atravessavam as planícies, cada um em um cavalo. Legolas cavalgava um branco – Silvery, Tauriel um preto – Guardian –, e Aranel um marrom com manchas brancas – Floco de Neve. O sol estava alto no céu quando Mín se perdeu de vista e tudo que tinham pela frente era uma planície de pedras, grama e pastos. O rio cortava o chão e seguia seu rumo até Valle.
Elfos possuem uma leveza muito grande, então os cavalos quase não cansavam. Eles pararam apenas duas vezes para poder beber um pouco de água do rio e descansar a sombra de um enorme carvalho. Aranel se sentou na grama e pegou um sanduíche de queijo que estava na bolsa de couro e ficou pensando no que poderia fazer em seguida para trollar Legolas, olhou em volta e viu que o príncipe e a capitã estavam conversando um pouco mais a frente. Então pegou uma pedra da grama e colocou no pão do sanduíche sem que os dois elfos percebessem. Riu silenciosamente daquela travessura e pegou mais pão e correu até os dois elfos.
— O que foi? — perguntou Tauriel quando ela se aproximou.
— Vocês tem que provar esse sanduíche. — ela disse com um sorriso no rosto e tomando cuidado para não trocar os sanduíches.
Sem desconfiar de nada, Legolas pegou o sanduíche, abriu a embalagem de alumínio e mordeu o pão. O príncipe fez uma careta e tirou o pão da boca no momento em que seus dentes bateram contra a pedra. Legolas ainda meio confuso, olhou para Aranel com raiva e surpresa.
— Qual é o seu problema? — perguntou ele com os olhos queimando de raiva.
— O meu problema? — ela levantou uma sobrancelha. — O meu problema é você! — disse se virando e caminhando de volta para onde os cavalos estavam.
Ela ria por dentro.
— Ei, Vellenmar! — Legolas a chamou.
Nel se virou e foi surpreendida por um sanduíche no meio do rosto. O pão escorregou por sua face e deixou uma trilha de requeijão na testa, nariz e lábios. Ela abriu os olhos lentamente e tirou o pão do rosto, bufou e olhou para Legolas que gargalhava. Tauriel estava petrificada, provavelmente nunca viu o príncipe fazer algo parecido. Aranel respirou fundo e lambeu os lábios para limpar o requeijão.
— A Bela também gosta de brincar é? — ela disse olhando para Legolas que agora estava com o semblante fechado.
— Bom aquele truque da pedra mas acho melhor você procurar outra coisa para usar...nunca aprendeu que desperdiçar comida não é bonito? — falou Legolas.
— Obrigada pelo conselho, sua Alteza. — ela fez uma reverência irônica e saiu em direção ao rio para se limpar. Ela não esperava que Legolas reagisse tão rápido mas começou a pensar em coisas melhores.
A noite eles pararam para descansar. O vento frio e cortante na beira do rio era mais intenso. Tauriel ficou com a primeira ronda enquanto que Legolas e Aranel poderam descansar como deviam. Nel aninhou-se nas raízes do carvalho e sentiu os olhos fechando-se gradativamente até que pegou no sono.
— Toda vez que o sol nasce eu me faço a mesma pergunta... — ele olhava para o horizonte e em meio as árvores, Nel pôde ouvi-lo conversar enquanto se aproximava pela trilha com seu peito palpitante. —, e se as coisas tivessem sido diferentes? E se eu não a amasse realmente?
Nel se aproximou mais e o viu no começo da floresta, fitando o pôr-do-sol e notou que ele não falava com alguém e sim consigo mesmo.
— Eu sei! Sei que a abandonei e provavelmente ela nunca mais vai me perdoar, mas eu... — ele soluçou e soltou uma respiração pesada. —, eu a amo demais.
Aranel sorriu ao ouvir aquelas palavras e deu um passo a frente.
— Se eu não te perdoasse você acha que eu estaria aqui? Eu te amo muito e talvez eu... — ela franziu o cenho vendo que ele não se virava. Nel correu até ele e o fez olhar.
O elfo chorava muito e soluçava, procurando o ar para poder se acalmar.
— Talvez eu esteja disposta a te perdoar, Legolas. — ela sorriu e tomou o elfo em um beijo.
Aranel acordou bruscamente, levantando-se e olhando em volta. Ainda estava de noite e as estrelas desenhavam o céu como vagalumes. Ela respirou pesadamente, procurando o fôlego que perdeu quando acordou. Sua mente começou a se autoquestionar sobre o sonho que acabara de ter. Nel sentou-se e passou as mãos pelo rosto e cabelo, sugando a maior quantidade de ar que podia, sua mente estava confusa e milhões de xingamentos passaram por ali. “O que está acontecendo?”, “O que foi isso!”. Ela olhou para o campo, os três cavalos dormiam tranquilamente, Tauriel estava sobre uma colina vigiando todos os quatro lados.
Aranel sentia seu corpo inteiro tremer e suava frio. Precisava se acalmar... Recuperar o foco. Então ela olhou para o lado e através do fogo creptante, Legolas dormia entre as raízes expostas do carvalho. Sua face estava serena, pacífica e sua pele levemente corada pela claridade do fogo. Naquele momento Aranel percebeu que ele era ainda mais bonito que o habitual; os lábios avermelhados e os cabelos dourados caindo ao lado de sua face serena davam-no um ar puro e perfeito. Talvez se não fossem inimigos marcados, Legolas Greenleaf poderia ser um grande aliado.
“O que você está pensando, Nel?! O destino já foi traçado! Acabou!”
Aranel tentou se livrar da sensação de paz que teve ao olhar para ele e caminhou até Tauriel na colina.
— Mára lómë! — disse quando se aproximou da elfa.
— Já acordada? — Tauriel manteve o olhar cravado no horizonte. — O que houve?
Aranel suspirou. — Não consigo dormir! — respondeu e olhou para o acampamento, para Legolas dormindo e depois para os cavalos.
Tauriel deu uma pequena rizada.
— O que foi? — perguntou a princesa à elfa.
— Estou me lembrando de você e Legolas discutindo sem parar! — respondeu voltando a fitar o horizonte. — Talvez Silmalótë e Thranduil fossem assim quando eram mais...jovens.
— O que sabe sobre a juventude de minha mãe? — perguntou não querendo soar grossa demais.
Tauriel aparentava ser aquele tipo de pessoa que não se submete a ordens, se estas forem errôneas, para agradar quem quer que seja. E Aranel gostou disso nela, uma elfa que sabia o que queria.
— Nada, mas meu rei uma vez me disse que ele e Silmalótë viviam em pé de guerra. — ela respondeu sorrindo brevemente. — Talvez isso seja um reflexo.
— Por que seria um reflexo do passado de Thranduil e Silmalótë? Não há motivos para isso...
— Motivos que você conheça talvez não haja mesmo. — Tauriel a interrompeu com a voz calma. — Mas o que realmente aconteceu entre os dois ainda é um mistério...não subestime o poder do universo!
Aranel deu de ombros, não entendeu absolutamente nada do que a elfa queria dizer e não faria esforço para entender. A princesa olhou para onde Tauriel olhava e franziu o cenho.
— O que foi? O que procura? — perguntou ela.
— Ouve isso? — perguntou a elfa sem olhá-la.
Nel apurou os sentidos. Captou o farfalhar das folhas, o uivo do vento, o coaxar dos sapos e os sons de uma coruja.
— Só escuto a natureza! — disse ela.
— Mais longe... — disse a elfa.
Aranel fechou os olhos e intensificou ainda mais sua audição. Seus ouvidos puxaram sons vindos de muito longe; vacas mugindo, cavalos relinchando e então um som de vozes. O murmúrio vinha de algum lugar em direção a Valle e parecia ser dois homens conversando.
— Não entendo o motivo do Mestre de querer tanto essas joias... São apenas pedras preciosas! — disse um homem. — Sem contar na dificuldade que é de esconder o rastro de Audren...
— Para de reclamar, Alfred! — reclamou um outro homem. — Temos ordens para garantir que Audren entregue a gema de poder da Floresta Branca ao Mestre e não de fazermos perguntas! Somos pagos para isso...
— Pensando bem, agora, eu preferiria estar em casa à estar aqui apagando os passos de um maldito goblin! — disse o homem que chamava-se Alfred. — Nós devíamos pegar uma das joias e sumir na Terra Média... Aposto que muitos senhores de terras pagariam uma fortuna para ter uma Gema Branca em seu cordão.
— Não diga besteiras, Alfred! Você sabe muito bem que tem uma dívida com o Mestre...
— Phelipe, acha mesmo que eu estou disposto a ser morto por um elfo só para garantir que Audren entregue, ao Mestre, a joia de Silmalótë?
O nome da mãe fez Aranel cancelar a captação e olhou para Tauriel. A ruiva parecia confusa e seus olhos estavam petrificados.
— Eu disse que a joia era de minha mãe! — ela riu e viu Tauriel fazer uma careta, puxar o ar e erguer a cabeça.
— Também ouviu isso meu senhor? — perguntou em voz alta.
Nel franziu a sobrancelha e olhou para trás. Legolas estava com os olhos fechados e parecia concentrado.
— Infelizmente mas deixa-me continuar a ouvir a conversa! — ele pediu.
Aranel fez o mesmo que o príncipe e puxou os sons vindo de muito longe até que encontrou novamente as vozes dos dois homens.
— Antes de sairmos, Phoenix me disse que estava encarregada de proteger Kay... — era a voz de Phelipe. —, acho que ele se sairá bem na Floresta das Trevas.
— Isso já está ficando cansativo...perdemos Rupert na Floresta Branca e Kaldriim na Floresta das Trevas...roubamos dúzias de joias e ainda não conseguimos encontrar a Gema de Poder... — bufou Alfred.
— Você tem razão... Nosso fracasso constante está irritando o Mestre! Temos que conseguir logo...
Nel recuou a captação e ficou pensando na conversa. Não eram apenas roubos ou travessuras, alguém queria muito as joias de poder e não descansaria enquanto não as tivesse em suas mãos. Aquilo fez Aranel notar que mesmo sem querer, foi posta numa missão muito mais perigosa do que se imaginava. A Floresta Branca corria sério perigo... Ela corria sério perigo e se a joia continuasse seu percurso até as mãos do tal “Mestre”, ela teria mais do que os Greenleaf como inimigos.
Ela começou a descer a colina, imersa nos pensamentos e não percebeu quando Legolas segurou seu braço e a encarou. O toque dele sobre sua pele macia a fez sentir um arrepio.
— Não toque em mim! — disse entre dentes fitando os olhos do príncipe que ficavam azul cobalto na luz tênue das estrelas.
— Odeio admitir isso mas fui tolo quando não acreditei em você. — disse Legolas cordialmente. — Perdoe-me!
Nel se soltou violentamente do toque dele e molhou os lábios, encarando aquela beleza tão divina e surreal.
— Engula suas desculpas! — disse friamente olhando fixamente para o príncipe. — Se não confiou no que eu disse... O melhor, no que Númenessë e Clawren disseram quando foram presos não deve confiar agora! Quer saber... Você merece mesmo uma inimiga como eu!
Os lábios entreabertos de Legolas não transmitiam nenhuma sílaba sequer. O príncipe estava atônito com as palavras da princesa.
— Agora eu tenho uma joia para recuperar. — ela disse e tentou se afastar mas Legolas segurou-a novamente pelo braço. — Você não ouviu o que eu disse?
— Sim, ouvi alto e em bom som! — respondeu o príncipe secamente ainda olhando para ela e segurando seu braço. — Não vai fugir de mim para sempre, princesa, uma hora será você quem me pedirá desculpas e eu não as aceitarei. Pelo menos estou encarando essa viagem como um elfo adulto e não como uma criança de seis anos fazendo travessuras! Vê se cresce antes de ir atrás de alguém que possuí poder suficiente para pegar uma Gema de Poder e ser imune a reação dela!
— Mede suas palavras ao falar comigo, Legolas. — ela rosnou tentando se libertar do toque quente do príncipe. — Você não sabe com quem está lidando!
— Acha mesmo? Você é tão perigosa quanto uma pena... Não temo você, cresci ouvindo seus feitos e sinceramente eles não me surpreendem! — suas palavras saíam como fogo de sua boca. — Era você quem devia me temer.
Nel gargalhou ao ouvir aquilo. — Virou piadista agora, Legolas? Pois não tem futuro!
— Isso ria mesmo! Ria muito! — ele aproximou seu rosto do dela. — Mas não pense que eu não a mataria se pudesse. As vezes minha mão escorrega e não cogite em partir para Valle sem mim... Estamos juntos nessa missão agora... Aceita!
Aranel puxou o braço, libertando-se da mão de Legolas e olhou fundo nos olhos do elfo.
— A partir de agora eu ficaria de olhos abertos se fosse você... — ameaçou ela. —, as vezes eu gosto matar na calada da noite.
Ela deu uma última olhada para ele e caminhou até os cavalos.
— Achar, matar e recuperar! — ela gritou com as mãos erguidas. — Quem topa a aventura?
✴✴✴
Olá pessoal....
Mais um capítulo para vocês desse casal que parece impossível....hahaha
Tenn'enomentielva...
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